Cum grano salis: Crime vira-se para o interior do país

20-07-2018
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AUGUSTO FREITAS DE SOUSA

A criminalidade violenta e grave aumentou quase 50%
na Guarda, o que coloca o distrito no rol das regiões do Interior que
registaram acréscimos neste tipo de crimes.

Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Viseu também
contabilizaram subidas, aproximadamente entre os três e 32 pontos percentuais.
A par destes distritos, estão ainda Coimbra, Leiria e os Açores, onde a criminalidade
violenta e grave também aumentou.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna,
Antero Luís, apresentou esta segunda-feira, em Lisboa, um resumo do Relatório
Anual de Segurança Interna (RASI), depois de uma reunião com Passos Coelho, os
ministros da Justiça e Administração Interna e os responsáveis pelas forças de
segurança. Manifestou-se globalmente satisfeito com a baixa de 2,3% nos números
gerais da criminalidade, que classificou de "excelentes resultados"
e, por isso, felicitou as polícias.

Relativamente à criminalidade violenta, o RASI
aponta mais homicídios em 2012. De 117 casos em 2011 para 149 no ano passado.
Antero Luís sublinhou que 37 destes crimes estão diretamente ligados à vida
conjugal, apesar dos números da violência doméstica terem baixado.

Os assaltos a bancos, roubos a residências, ofensas
graves à integridade física, roubos a ourivesarias e casas de ouro, roubos a
edifícios, escolas, e ainda extorsão e resistência e coação sobre funcionário
foram crimes que registaram aumentos em 2012.

O secretário-geral confirmou ainda ao JN o aumento
significativo da criminalidade informática, sem porém quantificar a subida.
Para o responsável, a crise que Portugal atravessa não está diretamente
relacionada com a criminalidade, concluindo que "não há estudos que
mostrem essa relação".

Outra questão passou pelo enquadramento legal das
casas de venda de ouro que continuam, referiu Antero Luís, "numa espécie
de limbo". A equipa mista que trabalha no assunto há mais de um ano
recomendou regulamentação e licenciamento daquele tipo de estabelecimentos.
Outro dado já revelado é a subida da delinquência juvenil por oposição à
criminalidade grupal que o RASI refere ter diminuído 11,9%.

O relatório completo, que vai ser entregue na
próxima quinta-feira no Parlamento, contém novos dados sobre o tráfico de droga
que, genericamente, apontam para um aumento de apreensões de haxixe e ecstasy.

O documento aponta um morto em s erviço nas forças
de segurança - o mesmo número de 2011 - enquanto que, da ação policial,
resultaram três civis mortos, mais dois que que em 2011.

Apesar do número de crimes participados ter
baixado, houve um acréscimo de 7,4% da população reclusa, o que totaliza 13 614
detidos entre preventivos (19,5%) e condenados (80,5%). Antero Luís concluiu
que "Portugal é um país seguro na Europa e no Mundo".

Jornal de Notícias, 27-03-2013

AUGUSTO FREITAS DE SOUSA

A criminalidade violenta e grave aumentou quase 50%
na Guarda, o que coloca o distrito no rol das regiões do Interior que
registaram acréscimos neste tipo de crimes.

Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Viseu também
contabilizaram subidas, aproximadamente entre os três e 32 pontos percentuais.
A par destes distritos, estão ainda Coimbra, Leiria e os Açores, onde a criminalidade
violenta e grave também aumentou.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna,
Antero Luís, apresentou esta segunda-feira, em Lisboa, um resumo do Relatório
Anual de Segurança Interna (RASI), depois de uma reunião com Passos Coelho, os
ministros da Justiça e Administração Interna e os responsáveis pelas forças de
segurança. Manifestou-se globalmente satisfeito com a baixa de 2,3% nos números
gerais da criminalidade, que classificou de "excelentes resultados"
e, por isso, felicitou as polícias.

Relativamente à criminalidade violenta, o RASI
aponta mais homicídios em 2012. De 117 casos em 2011 para 149 no ano passado.
Antero Luís sublinhou que 37 destes crimes estão diretamente ligados à vida
conjugal, apesar dos números da violência doméstica terem baixado.

Os assaltos a bancos, roubos a residências, ofensas
graves à integridade física, roubos a ourivesarias e casas de ouro, roubos a
edifícios, escolas, e ainda extorsão e resistência e coação sobre funcionário
foram crimes que registaram aumentos em 2012.

O secretário-geral confirmou ainda ao JN o aumento
significativo da criminalidade informática, sem porém quantificar a subida.
Para o responsável, a crise que Portugal atravessa não está diretamente
relacionada com a criminalidade, concluindo que "não há estudos que
mostrem essa relação".

Outra questão passou pelo enquadramento legal das
casas de venda de ouro que continuam, referiu Antero Luís, "numa espécie
de limbo". A equipa mista que trabalha no assunto há mais de um ano
recomendou regulamentação e licenciamento daquele tipo de estabelecimentos.
Outro dado já revelado é a subida da delinquência juvenil por oposição à
criminalidade grupal que o RASI refere ter diminuído 11,9%.

O relatório completo, que vai ser entregue na
próxima quinta-feira no Parlamento, contém novos dados sobre o tráfico de droga
que, genericamente, apontam para um aumento de apreensões de haxixe e ecstasy.

O documento aponta um morto em s erviço nas forças
de segurança - o mesmo número de 2011 - enquanto que, da ação policial,
resultaram três civis mortos, mais dois que que em 2011.

Apesar do número de crimes participados ter
baixado, houve um acréscimo de 7,4% da população reclusa, o que totaliza 13 614
detidos entre preventivos (19,5%) e condenados (80,5%). Antero Luís concluiu
que "Portugal é um país seguro na Europa e no Mundo".

Jornal de Notícias, 27-03-2013

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