Pouco resta do cenário de alternativa macroeconómica apresentado pelos 12 economistas do PS em abril de 2015 no documento “Uma década para Portugal”. Mal chegou ao governo, o PS teve logo de cortar as previsões no Programa de Estabilidade (PE) para 2016-2020 de abril de 2016. Seis meses depois, o OE 2017 enterra de vez as expectativas criadas durante a campanha para as legislativas quanto a um cenário mais rosa de crescimento da economia portuguesa.
O cenário dos 12 economistas estimava que o produto interno bruto pudesse acelerar 2,4% em 2016 e 3,1% em 2017, de modo a criar emprego e reduzir a dívida pública. Segundo o OE 2017, a economia só vai crescer 1,2% em este ano e 1,5% no próximo.
O investimento era o grande motor da economia no cenário dos 12 economistas. A formação bruta de capital fixo podia crescer 7,8% em 2016 e 8,4% em 2017. Pois bem, o OE 2017 diz que o investimento vai cair 0,7% este ano para crescer 3,1% no próximo.
O consumo privado tornava a procura interna ainda mais robusta no cenário dos 12 economistas. Os gastos das famílias iam acelerar 2% em 2016 e 2,9% em 2017. Mas o OE 2017 conta agora que o consumo privado suba 2% este ano e desacelere para 1,5% no próximo.
alberto frias
Com o virar da página da austeridade, o consumo público não precisava de tanta contenção orçamental. Os gastos dos serviços públicos só precisavam de cair 0,4% em 2016 e 0,1% em 2017. Contudo, o OE 2017 mostra que a austeridade sobre o funcionamento dos serviços públicos vai aumentar, já que o consumo público sobe 0,6% este ano e tem de cair 1,2% no próximo.
No plano da procura externa, a troca de bens e serviços com o exterior é hoje bem menor do que o previsto pelos 12 economistas do PS.
Quanto às exportações, o plano era que acelerassem 5,9% em 2016 e 6,3% em 2017. Mas o OE 2017 espera agora que as vendas de bens e serviços ao estrangeiro fiquem nos 3,1% este ano e 4,2% no próximo.
Quanto às importações, o cenário baseado no vigor do investimento e do consumo privado das empresas e famílias portuguesas contava com uma aceleração das compras ao estrangeiro de 6% em 2016 e 6,7% em 2017. Contudo, o OE 2017 estima agora que as importações se fiquem pelos 3,2% este ano e 3,6% no próximo.
alberto frias
A criação de emprego era um dos principais objetivos do exercício proposto pelos 12 economistas do PS. A taxa de emprego podia subir 1,4% em 2016 e 1,9% em 2017. Mas o OE 2017 só conta agora que o emprego suba 0,8% este ano e 1% no próximo.
Convém notar que o exercício apresentado em abril de 2015 se baseava num conjunto de medidas diferentes das que o PS tomou quando chegou ao poder. Mas metade dos 12 economistas que prepararam o cenário rosa estão hoje no governo: os ministros Mário Centeno (Finanças), Vieira da Silva (Segurança Social) e Manuel Caldeira Cabral (Economia), os secretários de Estado João Leão (Orçamento) e Rocha Andrade (Fisco) e o assessor económico do primeiro-ministro, Vítor Escária.
O grupo de trabalho que apresentou o documento de alternativa económica “Uma década para Portugal” contou ainda com a colaboração de Sérgio Ávila, Elisa Ferreira, João Galamba, João Nuno Mendes, Francisca Guedes de Oliveira e Paulo Trigo Pereira.
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Pouco resta do cenário de alternativa macroeconómica apresentado pelos 12 economistas do PS em abril de 2015 no documento “Uma década para Portugal”. Mal chegou ao governo, o PS teve logo de cortar as previsões no Programa de Estabilidade (PE) para 2016-2020 de abril de 2016. Seis meses depois, o OE 2017 enterra de vez as expectativas criadas durante a campanha para as legislativas quanto a um cenário mais rosa de crescimento da economia portuguesa.
O cenário dos 12 economistas estimava que o produto interno bruto pudesse acelerar 2,4% em 2016 e 3,1% em 2017, de modo a criar emprego e reduzir a dívida pública. Segundo o OE 2017, a economia só vai crescer 1,2% em este ano e 1,5% no próximo.
O investimento era o grande motor da economia no cenário dos 12 economistas. A formação bruta de capital fixo podia crescer 7,8% em 2016 e 8,4% em 2017. Pois bem, o OE 2017 diz que o investimento vai cair 0,7% este ano para crescer 3,1% no próximo.
O consumo privado tornava a procura interna ainda mais robusta no cenário dos 12 economistas. Os gastos das famílias iam acelerar 2% em 2016 e 2,9% em 2017. Mas o OE 2017 conta agora que o consumo privado suba 2% este ano e desacelere para 1,5% no próximo.
alberto frias
Com o virar da página da austeridade, o consumo público não precisava de tanta contenção orçamental. Os gastos dos serviços públicos só precisavam de cair 0,4% em 2016 e 0,1% em 2017. Contudo, o OE 2017 mostra que a austeridade sobre o funcionamento dos serviços públicos vai aumentar, já que o consumo público sobe 0,6% este ano e tem de cair 1,2% no próximo.
No plano da procura externa, a troca de bens e serviços com o exterior é hoje bem menor do que o previsto pelos 12 economistas do PS.
Quanto às exportações, o plano era que acelerassem 5,9% em 2016 e 6,3% em 2017. Mas o OE 2017 espera agora que as vendas de bens e serviços ao estrangeiro fiquem nos 3,1% este ano e 4,2% no próximo.
Quanto às importações, o cenário baseado no vigor do investimento e do consumo privado das empresas e famílias portuguesas contava com uma aceleração das compras ao estrangeiro de 6% em 2016 e 6,7% em 2017. Contudo, o OE 2017 estima agora que as importações se fiquem pelos 3,2% este ano e 3,6% no próximo.
alberto frias
A criação de emprego era um dos principais objetivos do exercício proposto pelos 12 economistas do PS. A taxa de emprego podia subir 1,4% em 2016 e 1,9% em 2017. Mas o OE 2017 só conta agora que o emprego suba 0,8% este ano e 1% no próximo.
Convém notar que o exercício apresentado em abril de 2015 se baseava num conjunto de medidas diferentes das que o PS tomou quando chegou ao poder. Mas metade dos 12 economistas que prepararam o cenário rosa estão hoje no governo: os ministros Mário Centeno (Finanças), Vieira da Silva (Segurança Social) e Manuel Caldeira Cabral (Economia), os secretários de Estado João Leão (Orçamento) e Rocha Andrade (Fisco) e o assessor económico do primeiro-ministro, Vítor Escária.
O grupo de trabalho que apresentou o documento de alternativa económica “Uma década para Portugal” contou ainda com a colaboração de Sérgio Ávila, Elisa Ferreira, João Galamba, João Nuno Mendes, Francisca Guedes de Oliveira e Paulo Trigo Pereira.