O Presidente da República foi recebido esta terça-feira em Afândega da Fé, distrito de Bragança, por uma multidão de pessoas, que o alertaram para o risco da região transmontana estar a ficar despovoada. Marcelo Rebelo de Sousa prometeu interceder por um tratamento especial para terras do interior que estão a ficar sem gente.
Uma hora foi o tempo que Marcelo demorou a percorrer 100 metros. Entre cumprimentos e saudações, o Presidente da República conseguiu reunir uma multidão em Alfândega da Fé, onde atualmente vivem menos de cinco mil pessoas. É uma realidade paradoxal, mas a realidade é que nos últimos 50 anos o concelho perdeu metade da população.
A questão da desertificação no interior do país tem sido motivo de preocupação, mas o Chefe de Estado refere que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro merece um tratamento especial:
Se é verdade que há outras zonas do continente português que estão longe do litoral, estão longe de onde é mais fácil decidir politicamente e que precisam de uma aposta prioritária, Trás-os-Montes e Alto Douro merece um tratamento especial”, refere Marcelo, explicando que “não é para discriminar em relação aos outros, não pode haver aí desigualdades, mas é para olhar para os problemas e encontrar uma equipa que possa coordenar.”
Marcelo defende uma alternativa em conjunto: alguém que seja capaz de juntar todas as entidades locais e regionais e “utilizar os próximos anos para tentar investir mais nestas terras e mais nestas gentes”.
O Presidente da República ouviu a preocupação da autarca local, a socialista Berta Nunes, que alertou para os "riscos do despovoamento, do envelhecimento, da emigração e da incapacidade de fixar jovens na região", pelo que a socialista defende que é importante arranjar uma solução em conjunto:
"É importante haver uma unidade de missão ou se quiserem um grupo na unidade de missão preocupado com esta região, com os problemas desta região, com os fundos de Bruxelas que possam vir a ser utilizados nesta região porque é uma oportunidade única”, referiu a autarca.
A opinião da autarca é que a realidade da desertificação na região do interior deve ser invertida, porque é importante para o futuro do país e acredita que não seja do interesse nacional "assistir ao despovoamento" de mais de metade do território "sem nada fazer".
Assim sendo, a socialista apelou a que Marcelo convencesse o Primeiro-Ministro, António Costa, de que "é preciso ir mais longe", na Unidade de Missão, um projeto recém-criado para as terras que se situam longe do litoral, porque o "chamado interior é muito vasto". A autarca referiu ainda o esforço que tem sido feito com o concelho a liderar há dois anos o Índice de Transparência Municipal e, entre outros, o investimento que tem sido feito na cultura, desde a música ao teatro.
O Presidente da República reconheceu o drama da emigração para estes territórios: “dos velhos que ficam com pouca gente, longe nas estradas e, às vezes, ficam longe na cabeça dos responsáveis que é pior do que ficar longe nas estradas”. No entanto, a solidão a que Marcelo se refere, não foi a palavra de ordem deste segundo dia da iniciativa "Portugal Próximo", em que as pessoas encheram a rua para receber o Presidente entre desgarradas, sorrisos e selfies.
Um presidente "bem diferente"
Em Alfândega da Fé, o Presidente da República foi recebido com carinho pelos moradores. Entre aplausos e muita festa, os habitantes transmontanos não pouparam elogios a Marcelo Rebelo de Sousa.
Maria da Conceição referiu que este presidente é "bem diferente" do anterior. Referindo-se a Cavaco Silva, que esteve na região para inaugurar um colégio e "fugiu, que ninguém lhe pôs a vista em cima e depois ficou sozinho a discursar". Para Armando Castilho, a história é a mesma: Marcelo "trouxe alegria".
No seio dos mais jovens, Marcelo Rebelo de Sousa também tem qualidades que o diferenciam como Presidente. Alice e Beatriz, de 12 anos, quiseram conhecer pessoalmente o Chefe de Estado porque "ele é diferente, é mais humilde, fala mais com o povo", a mesma opinião de Marcelo, que com 15 anos, acredita que Marcelo "vai endireitar o país", para que no futuro "não tenha que ir para o estrangeiro".
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O Presidente da República foi recebido esta terça-feira em Afândega da Fé, distrito de Bragança, por uma multidão de pessoas, que o alertaram para o risco da região transmontana estar a ficar despovoada. Marcelo Rebelo de Sousa prometeu interceder por um tratamento especial para terras do interior que estão a ficar sem gente.
Uma hora foi o tempo que Marcelo demorou a percorrer 100 metros. Entre cumprimentos e saudações, o Presidente da República conseguiu reunir uma multidão em Alfândega da Fé, onde atualmente vivem menos de cinco mil pessoas. É uma realidade paradoxal, mas a realidade é que nos últimos 50 anos o concelho perdeu metade da população.
A questão da desertificação no interior do país tem sido motivo de preocupação, mas o Chefe de Estado refere que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro merece um tratamento especial:
Se é verdade que há outras zonas do continente português que estão longe do litoral, estão longe de onde é mais fácil decidir politicamente e que precisam de uma aposta prioritária, Trás-os-Montes e Alto Douro merece um tratamento especial”, refere Marcelo, explicando que “não é para discriminar em relação aos outros, não pode haver aí desigualdades, mas é para olhar para os problemas e encontrar uma equipa que possa coordenar.”
Marcelo defende uma alternativa em conjunto: alguém que seja capaz de juntar todas as entidades locais e regionais e “utilizar os próximos anos para tentar investir mais nestas terras e mais nestas gentes”.
O Presidente da República ouviu a preocupação da autarca local, a socialista Berta Nunes, que alertou para os "riscos do despovoamento, do envelhecimento, da emigração e da incapacidade de fixar jovens na região", pelo que a socialista defende que é importante arranjar uma solução em conjunto:
"É importante haver uma unidade de missão ou se quiserem um grupo na unidade de missão preocupado com esta região, com os problemas desta região, com os fundos de Bruxelas que possam vir a ser utilizados nesta região porque é uma oportunidade única”, referiu a autarca.
A opinião da autarca é que a realidade da desertificação na região do interior deve ser invertida, porque é importante para o futuro do país e acredita que não seja do interesse nacional "assistir ao despovoamento" de mais de metade do território "sem nada fazer".
Assim sendo, a socialista apelou a que Marcelo convencesse o Primeiro-Ministro, António Costa, de que "é preciso ir mais longe", na Unidade de Missão, um projeto recém-criado para as terras que se situam longe do litoral, porque o "chamado interior é muito vasto". A autarca referiu ainda o esforço que tem sido feito com o concelho a liderar há dois anos o Índice de Transparência Municipal e, entre outros, o investimento que tem sido feito na cultura, desde a música ao teatro.
O Presidente da República reconheceu o drama da emigração para estes territórios: “dos velhos que ficam com pouca gente, longe nas estradas e, às vezes, ficam longe na cabeça dos responsáveis que é pior do que ficar longe nas estradas”. No entanto, a solidão a que Marcelo se refere, não foi a palavra de ordem deste segundo dia da iniciativa "Portugal Próximo", em que as pessoas encheram a rua para receber o Presidente entre desgarradas, sorrisos e selfies.
Um presidente "bem diferente"
Em Alfândega da Fé, o Presidente da República foi recebido com carinho pelos moradores. Entre aplausos e muita festa, os habitantes transmontanos não pouparam elogios a Marcelo Rebelo de Sousa.
Maria da Conceição referiu que este presidente é "bem diferente" do anterior. Referindo-se a Cavaco Silva, que esteve na região para inaugurar um colégio e "fugiu, que ninguém lhe pôs a vista em cima e depois ficou sozinho a discursar". Para Armando Castilho, a história é a mesma: Marcelo "trouxe alegria".
No seio dos mais jovens, Marcelo Rebelo de Sousa também tem qualidades que o diferenciam como Presidente. Alice e Beatriz, de 12 anos, quiseram conhecer pessoalmente o Chefe de Estado porque "ele é diferente, é mais humilde, fala mais com o povo", a mesma opinião de Marcelo, que com 15 anos, acredita que Marcelo "vai endireitar o país", para que no futuro "não tenha que ir para o estrangeiro".