Olhai senhores

17-09-2018
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O estio proporciona momentos de serena reflexão longe do stresse do quotidiano. Particularmente, porque a nível político vamos entrar numa vertiginosa espiral de factos que deveriam prender a atenção pública: Orçamento do Estado até ao fim do ano, eleições regionais na Madeira em janeiro, as escolhas para o Parlamento Europeu (em maio próximo) e para o Parlamento nacional provavelmente em setembro. Opções e decisões que marcarão o próximo ciclo político.

Os portugueses andam adormecidos e afastados, entretidos e ocupados em decisões de consumo e do crédito que irrompe feroz apesar dos novos alertas. À ânsia do consumo corresponde a nova facilitação creditícia dos bancos e a negligência dos governantes, acalmando hesitações e fomentando os gastos.

Olhando a história mais recente ligamos demasiado a ideia de contenção à direita e despreocupação à esquerda. E enquanto alguns comentadores se eternizam a fustigar os partidos de centro-direita deveríamos olhar para o que se passa na esquerda, sempre protegida, sempre acarinhada na comunicação social, fruto de um complexo coletivo ou trauma de esquerda que vem do período revolucionário.

Olhai senhores, a retórica e coerência da extrema-esquerda. Entre dirigentes que agem como especuladores e que se escondem de seguida, e impolutos colegas que desviam atenções em ações de mero marketing pouco éticas, mas eficazes.

Olhai senhores, esta esquerda que nos condiciona, o PCP mantém conservadoramente as mesmas posições políticas, apesar do mundo ter mudado, em nome da preservação dos seus eleitores e influências políticas e dos interesses sindicais instalados.

Olhai senhores, a coerência, estabilidade e consistência do discurso socialista. Do bando dos mais radicais socialistas (inclui João Galamba e Pedro Nuno Santos) que, quando lhe é conveniente atacam, mesmos os seus, que ensaiam prudência e mantêm o discurso dentro dos limites do cuidado, mesmo quando corresponde à prática governativa do PS.

Este PS e o seu Governo têm-nos habituado a este discurso desviante entre uma austeridade envergonhada e nunca assumida (capturada sob a forma de cativações ou da desorçamentação) e um discurso de “jovens turcos” que não ignoram ou, pior, repudiam em palavras o que o seu governo pratica.

A esquerda dentro do seu discurso palavroso (mascarado pelos novos costumes) não nos oferece modernidade, nem nos oferece novos caminhos, apenas trilhos. Tem-nos aturdido com sucessivas jogadas táticas de sobrevivência e de preocupação… com os resultados eleitorais próximos futuros. Antecipamos meses de escaramuças para cada um ocupar o seu lugar no fosso da resistência. E ansiamos pela votação do orçamento para descobrir novidade.

O futuro que se constrói pelas opções europeias que nos marcam, também se constrói pelas opções na saúde e na educação, na economia reprodutiva, na busca de uma segurança social sustentada, na definição de uma política de habitação efetiva e não palavrosa. Nenhuma destas áreas tem tido da parte deste Governo e dos seus parceiros uma liderança e presença que proporcione ideias e soluções. A oposição, por seu lado, não tem chamado suficientemente estes temas para a praça pública. Dirão uns, ainda não é tempo. Dirão outros que é no desafio e no alarido que se promove a reação e o surgimento de políticas setoriais. Já é tempo.

Olhai senhores, que já lá vai o tempo do Governo ter tempo para apresentar soluções. A partir do orçamento não haverá opções governativas novas, apenas tempo para discutir soluções partidárias. E isso não é suficiente para pensar o país e o futuro.

O estio proporciona momentos de serena reflexão longe do stresse do quotidiano. Particularmente, porque a nível político vamos entrar numa vertiginosa espiral de factos que deveriam prender a atenção pública: Orçamento do Estado até ao fim do ano, eleições regionais na Madeira em janeiro, as escolhas para o Parlamento Europeu (em maio próximo) e para o Parlamento nacional provavelmente em setembro. Opções e decisões que marcarão o próximo ciclo político.

Os portugueses andam adormecidos e afastados, entretidos e ocupados em decisões de consumo e do crédito que irrompe feroz apesar dos novos alertas. À ânsia do consumo corresponde a nova facilitação creditícia dos bancos e a negligência dos governantes, acalmando hesitações e fomentando os gastos.

Olhando a história mais recente ligamos demasiado a ideia de contenção à direita e despreocupação à esquerda. E enquanto alguns comentadores se eternizam a fustigar os partidos de centro-direita deveríamos olhar para o que se passa na esquerda, sempre protegida, sempre acarinhada na comunicação social, fruto de um complexo coletivo ou trauma de esquerda que vem do período revolucionário.

Olhai senhores, a retórica e coerência da extrema-esquerda. Entre dirigentes que agem como especuladores e que se escondem de seguida, e impolutos colegas que desviam atenções em ações de mero marketing pouco éticas, mas eficazes.

Olhai senhores, esta esquerda que nos condiciona, o PCP mantém conservadoramente as mesmas posições políticas, apesar do mundo ter mudado, em nome da preservação dos seus eleitores e influências políticas e dos interesses sindicais instalados.

Olhai senhores, a coerência, estabilidade e consistência do discurso socialista. Do bando dos mais radicais socialistas (inclui João Galamba e Pedro Nuno Santos) que, quando lhe é conveniente atacam, mesmos os seus, que ensaiam prudência e mantêm o discurso dentro dos limites do cuidado, mesmo quando corresponde à prática governativa do PS.

Este PS e o seu Governo têm-nos habituado a este discurso desviante entre uma austeridade envergonhada e nunca assumida (capturada sob a forma de cativações ou da desorçamentação) e um discurso de “jovens turcos” que não ignoram ou, pior, repudiam em palavras o que o seu governo pratica.

A esquerda dentro do seu discurso palavroso (mascarado pelos novos costumes) não nos oferece modernidade, nem nos oferece novos caminhos, apenas trilhos. Tem-nos aturdido com sucessivas jogadas táticas de sobrevivência e de preocupação… com os resultados eleitorais próximos futuros. Antecipamos meses de escaramuças para cada um ocupar o seu lugar no fosso da resistência. E ansiamos pela votação do orçamento para descobrir novidade.

O futuro que se constrói pelas opções europeias que nos marcam, também se constrói pelas opções na saúde e na educação, na economia reprodutiva, na busca de uma segurança social sustentada, na definição de uma política de habitação efetiva e não palavrosa. Nenhuma destas áreas tem tido da parte deste Governo e dos seus parceiros uma liderança e presença que proporcione ideias e soluções. A oposição, por seu lado, não tem chamado suficientemente estes temas para a praça pública. Dirão uns, ainda não é tempo. Dirão outros que é no desafio e no alarido que se promove a reação e o surgimento de políticas setoriais. Já é tempo.

Olhai senhores, que já lá vai o tempo do Governo ter tempo para apresentar soluções. A partir do orçamento não haverá opções governativas novas, apenas tempo para discutir soluções partidárias. E isso não é suficiente para pensar o país e o futuro.

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