Ricardo Araújo Pereira foi à UNESCO falar bem da Língua Portuguesa

24-05-2019
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Realizou-se esta quarta-feira em Paris uma cerimónia oficial que foi - no mínimo - pouco tradicional. A celebração do dia da língua portuguesa, em Paris, contou com manifestações culturais e artísticas dos diferentes países da CPLP, e foi impossível aguentar qualquer tipo de protocolo. Com o humorista Ricardo Araújo Pereira como "cabeça-de-cartaz", o maior auditório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) rendeu-se desde cedo às virtudes - incluindo o humor - da cultura portuguesa e dos PALOP. O DJ Stereossauro, o grupo moçambicano Katana e os brasileiros Bateria Show também marcaram presença.

Foi o humorista português que melhor assinalou aos jornalistas a contradição positiva daquele dia: "[A minha presença] assinala a contradição que há entre a solenidade e a comédia. A comédia normalmente não é para este tipo de salão, mas pode ser que este contraste tenha graça”. De seguida partilhou o palco com o também humorista franco-cabo-verdiano Fary Lopes, onde conversaram sem restrições sobre o humor e a língua de Camões que, diz RAP, tem piada por natureza, dando para isso o exemplo das palavras "quente" e "quentinho", que só se verificam na nossa língua.

CPLP

Também António Sampaio da Nóvoa - embaixador de Portugal na UNESCO - participou nesta cerimónia pouco cerimoniosa, onde teve a oportunidade de enviar um recado para a estrutura da organização: [É um momento para] reforçar a língua portuguesa numa grande organização multilateral que é a UNESCO. (...) Se o português fosse língua oficial, talvez não fosse preciso chamar a atenção todo o tempo. Como não é língua oficial, precisamos de manter o português na agenda do multilateralismo, fazer eventos e chamar a atenção dos nossos colegas embaixadores, fazendo todo o trabalho da valorização da língua”, disse o antigo reitor da Universidade de Lisboa.

O português é a quinta língua mais falada do mundo e, no evento, foram mostrados poemas feitos por alunos do ensino primário e secundário das secções de português de escolas francesas, poemas esses que se relacionavam com o centenário de Sophia de Mello Breyner Andersen. Além disso, não foi esquecido o Prémio Camões 2019, ganho esta terça-feira pelo músico e escritor brasileiro Chico Buarque.

Ana Paula Zacarias - secretária de Estado portuguesa dos Assuntos Europeus - resumiu bem a dimensão da língua portuguesa na Europa e no mundo: “Ao sermos portugueses, somos europeus, mas somos também gente do mundo. E somos gente de África, da América Latina e da Ásia e isso traz para dentro da União Europeia um valor acrescido. Portugal não é um país pequeno na União Europeia, pode estar na periferia, mas traz com ele uma tradição e uma cultura, assim como um peso político, que está acima do que seria imediato”.

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Realizou-se esta quarta-feira em Paris uma cerimónia oficial que foi - no mínimo - pouco tradicional. A celebração do dia da língua portuguesa, em Paris, contou com manifestações culturais e artísticas dos diferentes países da CPLP, e foi impossível aguentar qualquer tipo de protocolo. Com o humorista Ricardo Araújo Pereira como "cabeça-de-cartaz", o maior auditório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) rendeu-se desde cedo às virtudes - incluindo o humor - da cultura portuguesa e dos PALOP. O DJ Stereossauro, o grupo moçambicano Katana e os brasileiros Bateria Show também marcaram presença.

Foi o humorista português que melhor assinalou aos jornalistas a contradição positiva daquele dia: "[A minha presença] assinala a contradição que há entre a solenidade e a comédia. A comédia normalmente não é para este tipo de salão, mas pode ser que este contraste tenha graça”. De seguida partilhou o palco com o também humorista franco-cabo-verdiano Fary Lopes, onde conversaram sem restrições sobre o humor e a língua de Camões que, diz RAP, tem piada por natureza, dando para isso o exemplo das palavras "quente" e "quentinho", que só se verificam na nossa língua.

CPLP

Também António Sampaio da Nóvoa - embaixador de Portugal na UNESCO - participou nesta cerimónia pouco cerimoniosa, onde teve a oportunidade de enviar um recado para a estrutura da organização: [É um momento para] reforçar a língua portuguesa numa grande organização multilateral que é a UNESCO. (...) Se o português fosse língua oficial, talvez não fosse preciso chamar a atenção todo o tempo. Como não é língua oficial, precisamos de manter o português na agenda do multilateralismo, fazer eventos e chamar a atenção dos nossos colegas embaixadores, fazendo todo o trabalho da valorização da língua”, disse o antigo reitor da Universidade de Lisboa.

O português é a quinta língua mais falada do mundo e, no evento, foram mostrados poemas feitos por alunos do ensino primário e secundário das secções de português de escolas francesas, poemas esses que se relacionavam com o centenário de Sophia de Mello Breyner Andersen. Além disso, não foi esquecido o Prémio Camões 2019, ganho esta terça-feira pelo músico e escritor brasileiro Chico Buarque.

Ana Paula Zacarias - secretária de Estado portuguesa dos Assuntos Europeus - resumiu bem a dimensão da língua portuguesa na Europa e no mundo: “Ao sermos portugueses, somos europeus, mas somos também gente do mundo. E somos gente de África, da América Latina e da Ásia e isso traz para dentro da União Europeia um valor acrescido. Portugal não é um país pequeno na União Europeia, pode estar na periferia, mas traz com ele uma tradição e uma cultura, assim como um peso político, que está acima do que seria imediato”.

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