Caso Skripal: Portugal espera por provas até dia 16 de Abril

06-06-2019
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O Governo está à espera que terminem as investigações em curso no Reino Unido sobre o caso do envenenamento do antigo espião russo Serguei Srkipal, cuja autoria é atribuída por Londres a Moscovo, para decidir se há dados novos que levem Portugal a "tomar posições mais profundas a 16 de Abril" – data do término das peritagens em curso. E, garante Lisboa, é importante não perder a informação proveniente da embaixada portuguesa na Rússia.

"Pode vir a haver mais matéria de prova e mais informação que permitam aos ministros tomar posições mais profundas a 16 de Abril", revelou, citada pelo Público, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, em comissão parlamentar, depois de questionada pelo deputado do CDS Pedro Mota Soares sobre o que vai ser feito daqui para a frente: "Poderá passar por chamar o embaixador russo em Portugal para explicações? Está à espera dos relatórios dos peritos sobre a arma química usada?"

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse, à RTP, que "Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo", rejeitando a ideia que Lisboa esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos. Santos Silva lembrou ainda que o País apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO. Uma ideia reforçada por Ana Paula Zacarias na Comissão de Assuntos Europeus. "Isto é um processo evolutivo", disse, garantindo que Portugal não ficou isolado e que apoiará "todas as medidas adicionais" que sejam tomadas a nível europeu.

Ainda assim, explicou, Lisboa sentiu necessidade de ser pragmática e teve que analisar o facto de a expulsão dos embaixadores russos ter como consequência ficar sem antenas na Rússia. "E depois como é que obtemos a informação de que tanto precisamos?", questionou. A embaixada de Portugal em Moscovo tem três diplomatas.

Da mesma maneira, a governante recordou a necessidade de "não se fechar a porta de diálogo com a Rússia": "Estamos a entrar numa espiral de expulsões e contra-expulsões, mas onde é que nos leva tudo isto?"

Ainda antes da comissão parlamentar, o PSD acusou o Governo de ter uma posição "tímida e condicionada" pelo PCP e BE no caso Skripal e defendeu a expulsão imediata de diplomatas russos, tal como fizeram a maioria dos países da União Europeia. Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, anunciou ainda que o partido vai pedir uma "audição urgente" do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para dar esclarecimentos sobre esta matéria na Assembleia da República.

Sobre a posição do Governo português, Fernando Negrão classificou-a de "tímida", porque se limitou a condenar o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido - cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo - e também "condicionada". "A única explicação que encontro, num PS que foi sempre atlantista, é de se sentir condicionado pela aliança com PCP e BE", afirmou.

Questionado se o PSD defende a expulsão imediata dos diplomatas russos, Fernando Negrão respondeu afirmativamente. "A posição do PSD é que devemos alinhar com a maioria daqueles com quem temos estado sempre e devemos recomendar ao Governo que expulse os diplomatas russos da sua embaixada", afirmou.

Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui "um aviso" e "uma decisão forte por parte do Estado português". E o que pensa o PSD desta tomada de posição? Fernando Negrão disse que lia um "elogio" do Chefe de Estado "à evolução da posição" do Governo socialista.

No dia 14 de Março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha com um gás neurotóxico na cidade inglesa de Salisbury. Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.

O Governo está à espera que terminem as investigações em curso no Reino Unido sobre o caso do envenenamento do antigo espião russo Serguei Srkipal, cuja autoria é atribuída por Londres a Moscovo, para decidir se há dados novos que levem Portugal a "tomar posições mais profundas a 16 de Abril" – data do término das peritagens em curso. E, garante Lisboa, é importante não perder a informação proveniente da embaixada portuguesa na Rússia.

"Pode vir a haver mais matéria de prova e mais informação que permitam aos ministros tomar posições mais profundas a 16 de Abril", revelou, citada pelo Público, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, em comissão parlamentar, depois de questionada pelo deputado do CDS Pedro Mota Soares sobre o que vai ser feito daqui para a frente: "Poderá passar por chamar o embaixador russo em Portugal para explicações? Está à espera dos relatórios dos peritos sobre a arma química usada?"

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse, à RTP, que "Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo", rejeitando a ideia que Lisboa esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos. Santos Silva lembrou ainda que o País apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO. Uma ideia reforçada por Ana Paula Zacarias na Comissão de Assuntos Europeus. "Isto é um processo evolutivo", disse, garantindo que Portugal não ficou isolado e que apoiará "todas as medidas adicionais" que sejam tomadas a nível europeu.

Ainda assim, explicou, Lisboa sentiu necessidade de ser pragmática e teve que analisar o facto de a expulsão dos embaixadores russos ter como consequência ficar sem antenas na Rússia. "E depois como é que obtemos a informação de que tanto precisamos?", questionou. A embaixada de Portugal em Moscovo tem três diplomatas.

Da mesma maneira, a governante recordou a necessidade de "não se fechar a porta de diálogo com a Rússia": "Estamos a entrar numa espiral de expulsões e contra-expulsões, mas onde é que nos leva tudo isto?"

Ainda antes da comissão parlamentar, o PSD acusou o Governo de ter uma posição "tímida e condicionada" pelo PCP e BE no caso Skripal e defendeu a expulsão imediata de diplomatas russos, tal como fizeram a maioria dos países da União Europeia. Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, anunciou ainda que o partido vai pedir uma "audição urgente" do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para dar esclarecimentos sobre esta matéria na Assembleia da República.

Sobre a posição do Governo português, Fernando Negrão classificou-a de "tímida", porque se limitou a condenar o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido - cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo - e também "condicionada". "A única explicação que encontro, num PS que foi sempre atlantista, é de se sentir condicionado pela aliança com PCP e BE", afirmou.

Questionado se o PSD defende a expulsão imediata dos diplomatas russos, Fernando Negrão respondeu afirmativamente. "A posição do PSD é que devemos alinhar com a maioria daqueles com quem temos estado sempre e devemos recomendar ao Governo que expulse os diplomatas russos da sua embaixada", afirmou.

Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui "um aviso" e "uma decisão forte por parte do Estado português". E o que pensa o PSD desta tomada de posição? Fernando Negrão disse que lia um "elogio" do Chefe de Estado "à evolução da posição" do Governo socialista.

No dia 14 de Março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha com um gás neurotóxico na cidade inglesa de Salisbury. Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.

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