ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES DO BAIRRO ALTO: LOJAS DE CONVENIÊNCIA FUNCIONAM COMO BARES

30-08-2019
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por Agência Lusa
Cada vez mais jovens trocam os bares do Bairro Alto, em Lisboa, por lojas de conveniência ou supermercados. Não é uma moda, nem um movimento semelhante ao botellón espanhol, é apenas mais barato. Cristina Brandão, uma estudante lisboeta de 22 anos, dirige-se a uma loja de conveniência em pleno Bairro Alto, em Lisboa com o objetivo de comprar uma garrafa de um litro de cerveja para partilhar com uma amiga. Gasta 1,2 euros e com a garrafa na mão, "fresquinha", volta para a Travessa da Espera onde se junta aos amigos para partilhar a bebida. "As lojas de conveniência do Bairro e junto ao Largo Camões funcionam como qualquer outro bar do Bairro: nós entramos, compramos a bebida e voltamos para a rua. Só que aqui é mais barato", diz a estudante. Apesar de a loja não ter "ambiente", isso não é problema porque, "no Bairro toda a gente fica na rua". Não acha que é uma moda, nem considera que o faça, "pelo menos conscientemente", por causa da crise, mas admite que vê cada vez mais jovens a trocar os bares pelas lojas de conveniência no Bairro alto. "Não podemos dizer que é um movimento, nem que seja influenciado pelo botellón espanhol, porque não há grandes aglomerações como acontece por lá", afirma. O que acontece, segundo a experiência da notívaga de 22 anos, varia de grupo para grupo e entre amigos. "Num grupo há quem compre nos bares e há quem compre nas lojas, traga de casa ou encha uma garrafa num restaurante com a bebida à descrição", conta. Junto à loja de conveniência, em qualquer noite do Bairro Alto, os grupos de amigos com garrafas de litro de cerveja e outras bebidas ultrapassam os que continuam a preferir os bares. No entanto, nas ruas mais agitadas do pólo noturno da capital portuguesa, como a Rua do Norte ou a Rua da Atalaia, os copos continuam a ser os preferidos dos notívagos. Já no Largo Camões, ponto de espera de amigos e porta de entrada no Bairro, as garrafas de litro, os sacos de plástico e os grupos sentados junto à estátua do famoso poeta português, aproximam mais os jovens portugueses do botellón espanhol. Filipe Cação, 20 anos, e Tiago Antunes, de 19, compraram "três ´litrosas´ [litros] de amêndoa amarga, vodka e whiskey" e juntaram-se ao grupo de colegas de curso da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Lisboa, a "dar vazão" ao que compraram previamente num supermercado, antes de "começar a noite no Bairro". "Fazemos isto muitas vezes, é muito mais barato. As bebidas vêm frescas e, como somos amigos, já não há aquele preconceito de beber pela garrafa", disse Filipe. Para Tiago "não tem nada a ver com o botellón espanhol", rematando, entre risos, que o grupo "nem gosta de espanhóis". "Agora a sério, isto é só mesmo por ser mais barato: um copo custa um euro, uma garrafa no máximo custa 1,5 euro. É só mesmo isso", rematou. Já João Veloso, de 19 anos, ao início da noite já tinha "despachado uma ´litrosa´" enquanto esperava pelos amigos no Largo Camões. Fã assumido das lojas de conveniência, admite que "opta cada vez mais por isso do que por bares", mas "continua a ir a bares para outras bebidas, como as caipirinhas". "Isto depende do gosto de cada um. Tem vantagens, que é ser mais barato, e não afeta a nossa noite, porque estamos sempre todos na rua. E isso é que é bom no Bairro, cada um faz como quer e vai onde quer: encontramo-nos todos cá fora", sorriu. O botellón, o termo tem origem na palavra garrafa em espanhol, consiste em aglomerados de pessoas, essencialmente jovens, que se reúnem nas ruas à noite para ouvir música e consumir bebidas alcoólicas.


por Agência Lusa
Cada vez mais jovens trocam os bares do Bairro Alto, em Lisboa, por lojas de conveniência ou supermercados. Não é uma moda, nem um movimento semelhante ao botellón espanhol, é apenas mais barato. Cristina Brandão, uma estudante lisboeta de 22 anos, dirige-se a uma loja de conveniência em pleno Bairro Alto, em Lisboa com o objetivo de comprar uma garrafa de um litro de cerveja para partilhar com uma amiga. Gasta 1,2 euros e com a garrafa na mão, "fresquinha", volta para a Travessa da Espera onde se junta aos amigos para partilhar a bebida. "As lojas de conveniência do Bairro e junto ao Largo Camões funcionam como qualquer outro bar do Bairro: nós entramos, compramos a bebida e voltamos para a rua. Só que aqui é mais barato", diz a estudante. Apesar de a loja não ter "ambiente", isso não é problema porque, "no Bairro toda a gente fica na rua". Não acha que é uma moda, nem considera que o faça, "pelo menos conscientemente", por causa da crise, mas admite que vê cada vez mais jovens a trocar os bares pelas lojas de conveniência no Bairro alto. "Não podemos dizer que é um movimento, nem que seja influenciado pelo botellón espanhol, porque não há grandes aglomerações como acontece por lá", afirma. O que acontece, segundo a experiência da notívaga de 22 anos, varia de grupo para grupo e entre amigos. "Num grupo há quem compre nos bares e há quem compre nas lojas, traga de casa ou encha uma garrafa num restaurante com a bebida à descrição", conta. Junto à loja de conveniência, em qualquer noite do Bairro Alto, os grupos de amigos com garrafas de litro de cerveja e outras bebidas ultrapassam os que continuam a preferir os bares. No entanto, nas ruas mais agitadas do pólo noturno da capital portuguesa, como a Rua do Norte ou a Rua da Atalaia, os copos continuam a ser os preferidos dos notívagos. Já no Largo Camões, ponto de espera de amigos e porta de entrada no Bairro, as garrafas de litro, os sacos de plástico e os grupos sentados junto à estátua do famoso poeta português, aproximam mais os jovens portugueses do botellón espanhol. Filipe Cação, 20 anos, e Tiago Antunes, de 19, compraram "três ´litrosas´ [litros] de amêndoa amarga, vodka e whiskey" e juntaram-se ao grupo de colegas de curso da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Lisboa, a "dar vazão" ao que compraram previamente num supermercado, antes de "começar a noite no Bairro". "Fazemos isto muitas vezes, é muito mais barato. As bebidas vêm frescas e, como somos amigos, já não há aquele preconceito de beber pela garrafa", disse Filipe. Para Tiago "não tem nada a ver com o botellón espanhol", rematando, entre risos, que o grupo "nem gosta de espanhóis". "Agora a sério, isto é só mesmo por ser mais barato: um copo custa um euro, uma garrafa no máximo custa 1,5 euro. É só mesmo isso", rematou. Já João Veloso, de 19 anos, ao início da noite já tinha "despachado uma ´litrosa´" enquanto esperava pelos amigos no Largo Camões. Fã assumido das lojas de conveniência, admite que "opta cada vez mais por isso do que por bares", mas "continua a ir a bares para outras bebidas, como as caipirinhas". "Isto depende do gosto de cada um. Tem vantagens, que é ser mais barato, e não afeta a nossa noite, porque estamos sempre todos na rua. E isso é que é bom no Bairro, cada um faz como quer e vai onde quer: encontramo-nos todos cá fora", sorriu. O botellón, o termo tem origem na palavra garrafa em espanhol, consiste em aglomerados de pessoas, essencialmente jovens, que se reúnem nas ruas à noite para ouvir música e consumir bebidas alcoólicas.

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