E, desta vez, votamos?

09-05-2019
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Foi num 9 de maio (de 1950) que o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, propôs a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, precursora do que hoje conhecemos como União Europeia. Tinham passado escassos cinco anos sobre o fim da II Guerra mundial, e o projeto de uma Europa "organizada e viva" era considerado "indispensável" à manutenção da paz. Ele sabia que esta Europa unida não se faria de um dia para o outro, reconhecia que seriam precisas "realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto". Hoje, 69 exatos anos depois, a duas semanas dos cidadãos de todos os 28 estados-membros (britânicos, com um pé dentro e outro fora, incluídos) elegerem nova leva de 751 deputados ao hemiciclo de Bruxelas, numa altura em que crescem e se multiplicam os extremismos de direita que ingenuamente julgamos extintos com Potsdam, a triste conclusão impõe-se: entre indesmentíveis avanços e (até há pouco) inimagináveis retrocessos, "a realização concreta" do sonho de Schuman já conheceu melhores dias.

Assumidamente preocupados com o futuro de uma União que já foi bem mais unida estão os responsáveis europeus. O Parlamento Europeu lançou uma campanha, intitulada "desta vez eu voto", destinada a sensibilizar os cidadãos da importância de votarem nas eleições de 26 de maio, Se dispuser de três minutos veja o emotivo vídeo oficial, eficazmente concebido para tocar o coração do mais empedernido eurocético. A mensagem está longe de ser original, mas reconheçamos que é tão evidente quanto pouco interiorizada: "Desde o segundo em que vimos ao mundo que estamos juntos nele. Cada um de nós pode deixar a sua marca mas, juntos, podemos fazer a diferença". Os presidentes das 21 repúblicas da UE, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa, assinam hoje um texto publicado em vários jornais, onde fazem um "apelo comum" ao voto numa eleições que classificam como "de especial importância". Porque "a Europa é a melhor ideia que alguma vez tivemos".

Em Portugal, desde as primeiras eleições livres, em 1975, quando votaram praticamente 92% dos eleitores inscritos, que a participação eleitoral tem vindo sempre a decrescer. E se é assim em legislativas, tanto pior em europeias. Em 2014 bateram-se todos os recordes: mais de 66% dos eleitores ficaram em casa. E as últimas sondagens não auguram grandes mudanças em 2019: segundo o Eurobarómetro, 61% dos portugueses inquiridos admitem que as europeias não lhes interessam e só 17% (a terceira percentagem mais baixa de toda a UE) dizem ser elevada a probabilidade de irem votar.

Reflexões para este Dia da Europa que, por cá, se comemora oficialmente em Braga (pode consultar o programa das celebrações aqui).

E quando parecia que se acabava uma crise eis que renasce outra. Os motoristas de materiais perigosos desentenderam-se com os patrões, depois destes terem anunciado anteontem que tinham chegado a um acordo, e acusam a ANTRAM de "má fé" no processo negocial. Consequência: novo pré-aviso de greve para o dia 23 de maio (e por tempo indeterminado). Por acaso, certamente por acaso, a apenas três dias das eleições europeias. Da última vez, lembram-se?, foi mesmo mesmo na véspera do fim-de-semana de Páscoa e o Governo anunciou a paz in extremis, em cima da Sexta-feira Santa. A notícia das tréguas foi, já se estava à espera, manifestamente exagerada.

Ainda há réplicas da tal outra crise que aparentemente já terminou (ainda que o ato final só seja amanhã, quando for votado em plenário o celebérrimo texto final da comissão parlamentar de educação que altera o decreto-lei da carreira dos professores fixando, sem quaisquer condicionantes, a reposição da contagem integral do tempo de serviço). O tema preencheu ontem a discussão na Assembleia da República, com o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental entregue nessa manhã aos deputados, e onde se lê que a contagem integral do tempo dos professores custa menos de um terço do que o anunciado por Mário Centeno, na esgrima de argumentos políticos de todos os partidos contra o PS (e o Governo).

Sobre esta "peça de teatro", como lhe chama Rui Rio, empenhado em sair de cena sem reconhecer que o guião não seria o que é sem a sua valiosa colaboração, vale a pena esmiuçar e perceber por que é que o líder do PSD, insistindo num facto incontestado - a de que o seu partido ainda não votou (na generalidade) aquilo que aprovou (na especialidade) -, está ele próprio a fazer o que condena a todos os outros: a atirar areia para os olhos dos portugueses.

Na mais longa ausência dos microfones mediáticos desde que é Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa continua sem agenda. Já António Costa está em Sibiu, na Roménia, para o Conselho Europeu informal, numa cimeira a 27 (sem a presença da primeiro-ministra britânica) onde se prevê que, a pretexto da comemoração do tal Dia da Europa que abriu este Curto, se "renovem os votos" da União e se tomem algumas decisões sobre o muito que ainda está por cumprir.

O primeiro-ministro ainda não terá tido tempo, portanto, de ler as 65 perguntas que CDS, PSD e BE lhe enviaram, na sequência das audições que têm estado a ser feitas na comissão parlamentar de inquérito ao roubo de armamento em Tancos.

A Relação confirmou a decisão de 1ª instãncia de que o Banco de Portugal possa aplicar a Ricardo Salgado uma coima de 3,7 milhões. A justiça acusa o antigo presidente de BES (que já anunciou novo recurso da decisão) de "pronunciada irresponsabilidade social". Que processos são estes? O Expresso explica-lhe.

Há um urso pardo a vaguear pelo parque natural do Montesinho. Já havia rumores, agora chegou a confirmação. A espécie não era avistada em solo português há quase dois séculos.

...E LÁ FORA

Estava escrito nas estrelas que a final da Liga dos Campeões (marcada para 1 de junho) seria feita de "remontadas", a célebre palavra espanhola que quer dizer o mesmo que a bem portuguesa (mas muito menos onomatopaica) "reviravolta". Tinha acontecido na terça-feira no jogo entre o Liverpool e o Barcelona. Voltou a acontecer ontem, no derradeiro segundo do derradeiro minuto de descontos do desafio entre o Ajax (o favorito) e o Tottenham, "uma daquelas obras bonitas do futebol", como se escreve na Tribuna e eu, que nem gosto assim tanto de futebol mas não consegui despregar os olhos do écran na última meia hora de jogo, reconheço.

Histórico seria se, tal como na Champions, também a final da Liga Europa viesse a ser disputada entre duas equipas inglesas. E não é nada impossível: hoje, na segunda mão das meias-finais desta competição, o Valencia recebe o Arsenal (que chega a Espanha com uma vantagem de 3-1) - o jogo é transmitido pela SIC, às 20h. À mesma hora joga-se também o Chelsea - Eintracht (a equipa que eliminou o Benfica nos quartos-de-final) e apesar do 1-1 da primeira mão, os anfitriões levam consigo a superioridade do golo marcado em território do adversário.

Michel Temer está de regresso à prisão. Um tribunal federal do Brasil revogou o habeas corpus que, em final de março, permitira ao antigo Presidente brasileiro sair da prisão. Temer foi detido no âmbito da operação Lava-Jato - a mesma que levou Lula da Silva a cumprir uma pena de doze anos) -, acusado de corrupção no esquema de desvio de fundos da petrolífera estatal Petrogás.

Há mais petrolíferas nos títulos da imprensa. O presidente de Angola, João Lourenço, afastou o presidente da Sonangol, Carlos Saturnino (que em 2017 substituíra Isabel dos Santos), e nomeou para o lugar Sebastião Gaspar Martins.

Na Venezuela, o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, foi detido pelos serviços secretos. Zambrano, apoiante de Juan Guaidó, foi acusado na sexta-feira da semana passada, pelo Supremo Tribunal do país, de traição à pátria e corrupção, entre outros crimes. Os EUA já prometem consequências se Zambrano não for libertado.

Na Rússia assiste-se hoje à parada militar comemorativa do 74.º aniversário da vitória da URSS sobre a Alemanha nazi. É o Dia da Vitória, o feriado mais importante do país.

FRASES

"Este cálculo é totalmente arbitrário"

comunicado do ministério das Finanças, sobre os cálculos da UTAO sobre o custo líquido da reposição integral do tempo de serviço dos professores

"Há uma coisa que eu aprendi nestes quatro anos: é gelo nos pulsos e fazermos por melhorar a vida das pessoas"

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda sobre a experiência da 'geringonça'

"É uma solução que tem funcionado e tem sido muito apreciada pelos portugueses. Se todos quiserem. existem condições para continuação"

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, sobre a 'geringonça'

"Aplicam coimas como se fossem bagatelas"

Ricardo Salgado, antigo presidente do BES, condenado a pagar uma coima de 3,7 milhões

"A Europa é a melhor ideia que alguma vez tivemos"

Os 21 presidentes das repúblicas da UE, num apelo ao voto assinado em conjunto

O QUE ANDO A LER (E A OUVIR)

Comecei a escrever este Curto ao som de Ryuchi Sakamoto e da banda sonora que compôs para o filme "Um chá no deserto", de Bernardo Bertolucci (1991), que parte do romance "O céu que nos protege", de Paul Bowles. Lembrei-me de o ir desencantar (já não o escutava há uns bons anos) precisamente porque estou a ler "Memórias de um nómada", a autobiografia do escritor norte-americano falecido fará 20 anos em novembro. Bowles era uma personalidade complexa, uma criança solitária (filho único de um casal da burguesia dos subúrbios nova iorquinos do princípio do século XX) que aprendeu a ler sozinha com apenas 4 anos, inquieta, criativa, que logo deu lugar a um jovem rebelde, errante, insaciável na procura de todas as experiências que lhe seriam absolutamente essenciais para se tornar o escritor consagrado em que se tornou, sem que esse fosse o seu objetivo consciente (aos 20 anos - que é onde vou no livro - não era). Um retrato (escrito em 1972) de outra(s) época(s) e modos de olhar... um outro mundo.

O mundo dos nossos dias, já sabe, entra-lhe pela janela que escolher abrir, no Expresso, na Tribuna, na Blitz ou na SIC Notícias. Tenha um dia bom.

Foi num 9 de maio (de 1950) que o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, propôs a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, precursora do que hoje conhecemos como União Europeia. Tinham passado escassos cinco anos sobre o fim da II Guerra mundial, e o projeto de uma Europa "organizada e viva" era considerado "indispensável" à manutenção da paz. Ele sabia que esta Europa unida não se faria de um dia para o outro, reconhecia que seriam precisas "realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto". Hoje, 69 exatos anos depois, a duas semanas dos cidadãos de todos os 28 estados-membros (britânicos, com um pé dentro e outro fora, incluídos) elegerem nova leva de 751 deputados ao hemiciclo de Bruxelas, numa altura em que crescem e se multiplicam os extremismos de direita que ingenuamente julgamos extintos com Potsdam, a triste conclusão impõe-se: entre indesmentíveis avanços e (até há pouco) inimagináveis retrocessos, "a realização concreta" do sonho de Schuman já conheceu melhores dias.

Assumidamente preocupados com o futuro de uma União que já foi bem mais unida estão os responsáveis europeus. O Parlamento Europeu lançou uma campanha, intitulada "desta vez eu voto", destinada a sensibilizar os cidadãos da importância de votarem nas eleições de 26 de maio, Se dispuser de três minutos veja o emotivo vídeo oficial, eficazmente concebido para tocar o coração do mais empedernido eurocético. A mensagem está longe de ser original, mas reconheçamos que é tão evidente quanto pouco interiorizada: "Desde o segundo em que vimos ao mundo que estamos juntos nele. Cada um de nós pode deixar a sua marca mas, juntos, podemos fazer a diferença". Os presidentes das 21 repúblicas da UE, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa, assinam hoje um texto publicado em vários jornais, onde fazem um "apelo comum" ao voto numa eleições que classificam como "de especial importância". Porque "a Europa é a melhor ideia que alguma vez tivemos".

Em Portugal, desde as primeiras eleições livres, em 1975, quando votaram praticamente 92% dos eleitores inscritos, que a participação eleitoral tem vindo sempre a decrescer. E se é assim em legislativas, tanto pior em europeias. Em 2014 bateram-se todos os recordes: mais de 66% dos eleitores ficaram em casa. E as últimas sondagens não auguram grandes mudanças em 2019: segundo o Eurobarómetro, 61% dos portugueses inquiridos admitem que as europeias não lhes interessam e só 17% (a terceira percentagem mais baixa de toda a UE) dizem ser elevada a probabilidade de irem votar.

Reflexões para este Dia da Europa que, por cá, se comemora oficialmente em Braga (pode consultar o programa das celebrações aqui).

E quando parecia que se acabava uma crise eis que renasce outra. Os motoristas de materiais perigosos desentenderam-se com os patrões, depois destes terem anunciado anteontem que tinham chegado a um acordo, e acusam a ANTRAM de "má fé" no processo negocial. Consequência: novo pré-aviso de greve para o dia 23 de maio (e por tempo indeterminado). Por acaso, certamente por acaso, a apenas três dias das eleições europeias. Da última vez, lembram-se?, foi mesmo mesmo na véspera do fim-de-semana de Páscoa e o Governo anunciou a paz in extremis, em cima da Sexta-feira Santa. A notícia das tréguas foi, já se estava à espera, manifestamente exagerada.

Ainda há réplicas da tal outra crise que aparentemente já terminou (ainda que o ato final só seja amanhã, quando for votado em plenário o celebérrimo texto final da comissão parlamentar de educação que altera o decreto-lei da carreira dos professores fixando, sem quaisquer condicionantes, a reposição da contagem integral do tempo de serviço). O tema preencheu ontem a discussão na Assembleia da República, com o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental entregue nessa manhã aos deputados, e onde se lê que a contagem integral do tempo dos professores custa menos de um terço do que o anunciado por Mário Centeno, na esgrima de argumentos políticos de todos os partidos contra o PS (e o Governo).

Sobre esta "peça de teatro", como lhe chama Rui Rio, empenhado em sair de cena sem reconhecer que o guião não seria o que é sem a sua valiosa colaboração, vale a pena esmiuçar e perceber por que é que o líder do PSD, insistindo num facto incontestado - a de que o seu partido ainda não votou (na generalidade) aquilo que aprovou (na especialidade) -, está ele próprio a fazer o que condena a todos os outros: a atirar areia para os olhos dos portugueses.

Na mais longa ausência dos microfones mediáticos desde que é Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa continua sem agenda. Já António Costa está em Sibiu, na Roménia, para o Conselho Europeu informal, numa cimeira a 27 (sem a presença da primeiro-ministra britânica) onde se prevê que, a pretexto da comemoração do tal Dia da Europa que abriu este Curto, se "renovem os votos" da União e se tomem algumas decisões sobre o muito que ainda está por cumprir.

O primeiro-ministro ainda não terá tido tempo, portanto, de ler as 65 perguntas que CDS, PSD e BE lhe enviaram, na sequência das audições que têm estado a ser feitas na comissão parlamentar de inquérito ao roubo de armamento em Tancos.

A Relação confirmou a decisão de 1ª instãncia de que o Banco de Portugal possa aplicar a Ricardo Salgado uma coima de 3,7 milhões. A justiça acusa o antigo presidente de BES (que já anunciou novo recurso da decisão) de "pronunciada irresponsabilidade social". Que processos são estes? O Expresso explica-lhe.

Há um urso pardo a vaguear pelo parque natural do Montesinho. Já havia rumores, agora chegou a confirmação. A espécie não era avistada em solo português há quase dois séculos.

...E LÁ FORA

Estava escrito nas estrelas que a final da Liga dos Campeões (marcada para 1 de junho) seria feita de "remontadas", a célebre palavra espanhola que quer dizer o mesmo que a bem portuguesa (mas muito menos onomatopaica) "reviravolta". Tinha acontecido na terça-feira no jogo entre o Liverpool e o Barcelona. Voltou a acontecer ontem, no derradeiro segundo do derradeiro minuto de descontos do desafio entre o Ajax (o favorito) e o Tottenham, "uma daquelas obras bonitas do futebol", como se escreve na Tribuna e eu, que nem gosto assim tanto de futebol mas não consegui despregar os olhos do écran na última meia hora de jogo, reconheço.

Histórico seria se, tal como na Champions, também a final da Liga Europa viesse a ser disputada entre duas equipas inglesas. E não é nada impossível: hoje, na segunda mão das meias-finais desta competição, o Valencia recebe o Arsenal (que chega a Espanha com uma vantagem de 3-1) - o jogo é transmitido pela SIC, às 20h. À mesma hora joga-se também o Chelsea - Eintracht (a equipa que eliminou o Benfica nos quartos-de-final) e apesar do 1-1 da primeira mão, os anfitriões levam consigo a superioridade do golo marcado em território do adversário.

Michel Temer está de regresso à prisão. Um tribunal federal do Brasil revogou o habeas corpus que, em final de março, permitira ao antigo Presidente brasileiro sair da prisão. Temer foi detido no âmbito da operação Lava-Jato - a mesma que levou Lula da Silva a cumprir uma pena de doze anos) -, acusado de corrupção no esquema de desvio de fundos da petrolífera estatal Petrogás.

Há mais petrolíferas nos títulos da imprensa. O presidente de Angola, João Lourenço, afastou o presidente da Sonangol, Carlos Saturnino (que em 2017 substituíra Isabel dos Santos), e nomeou para o lugar Sebastião Gaspar Martins.

Na Venezuela, o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, foi detido pelos serviços secretos. Zambrano, apoiante de Juan Guaidó, foi acusado na sexta-feira da semana passada, pelo Supremo Tribunal do país, de traição à pátria e corrupção, entre outros crimes. Os EUA já prometem consequências se Zambrano não for libertado.

Na Rússia assiste-se hoje à parada militar comemorativa do 74.º aniversário da vitória da URSS sobre a Alemanha nazi. É o Dia da Vitória, o feriado mais importante do país.

FRASES

"Este cálculo é totalmente arbitrário"

comunicado do ministério das Finanças, sobre os cálculos da UTAO sobre o custo líquido da reposição integral do tempo de serviço dos professores

"Há uma coisa que eu aprendi nestes quatro anos: é gelo nos pulsos e fazermos por melhorar a vida das pessoas"

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda sobre a experiência da 'geringonça'

"É uma solução que tem funcionado e tem sido muito apreciada pelos portugueses. Se todos quiserem. existem condições para continuação"

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, sobre a 'geringonça'

"Aplicam coimas como se fossem bagatelas"

Ricardo Salgado, antigo presidente do BES, condenado a pagar uma coima de 3,7 milhões

"A Europa é a melhor ideia que alguma vez tivemos"

Os 21 presidentes das repúblicas da UE, num apelo ao voto assinado em conjunto

O QUE ANDO A LER (E A OUVIR)

Comecei a escrever este Curto ao som de Ryuchi Sakamoto e da banda sonora que compôs para o filme "Um chá no deserto", de Bernardo Bertolucci (1991), que parte do romance "O céu que nos protege", de Paul Bowles. Lembrei-me de o ir desencantar (já não o escutava há uns bons anos) precisamente porque estou a ler "Memórias de um nómada", a autobiografia do escritor norte-americano falecido fará 20 anos em novembro. Bowles era uma personalidade complexa, uma criança solitária (filho único de um casal da burguesia dos subúrbios nova iorquinos do princípio do século XX) que aprendeu a ler sozinha com apenas 4 anos, inquieta, criativa, que logo deu lugar a um jovem rebelde, errante, insaciável na procura de todas as experiências que lhe seriam absolutamente essenciais para se tornar o escritor consagrado em que se tornou, sem que esse fosse o seu objetivo consciente (aos 20 anos - que é onde vou no livro - não era). Um retrato (escrito em 1972) de outra(s) época(s) e modos de olhar... um outro mundo.

O mundo dos nossos dias, já sabe, entra-lhe pela janela que escolher abrir, no Expresso, na Tribuna, na Blitz ou na SIC Notícias. Tenha um dia bom.

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