PCP reconhece mau resultado mas mantém estratégia

28-06-2019
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Os resultados de domingo foram muito castigadores para a CDU, que esteve até à última a disputar o último eurodeputado com o PS. Foi o pior resultado que os comunistas já obtiveram em eleições europeias e havia ilações a retirar na reunião do Comité Central que estava agendada para esta terça-feira. A principal razão encontrada por este órgão do partido para os maus resultados foi apresentada por Jerónimo de Sousa ao fim da tarde. E é clara: foram as circunstâncias que mudaram. Isso e a “campanha de difamação de alguns órgão de comunicação social”, que estavam “claramente articulados” para prejudicar e denegrir a imagem do PCP. Aqui não há lugar para mea culpa.

“Os resultados não correspondem ao que se exigia de necessidade de reforço da CDU nem ao reconhecimento do trabalho dos eleitos do PCP”, identificou Jerónimo de Sousa. “Em 2014 a CDU teve o melhor resultado dos últimos 25 anos”, lembrou para sublinhar a ideia de que era difícil fazer melhor.

Nesse ano, como recordou, o partido estava na oposição e o país estava sob alçada da troika. Agora, faz parte de uma solução de Governo e Portugal tem crescido. “Admito que o PS tenha capitalizado as conquistas desta legislatura”, reconhece. Mas isso não significa que os eleitores do PCP vejam um problema na aproximação ao PS. Pelo menos aos olhos do Comité Central, que, segundo Jerónimo de Sousa, identificou algumas causas para a queda nas urnas, mas nenhuma relacionada com a “geringonça”.

E diz mais: “Não estamos arrependidos e voltaríamos a fazer o mesmo”. A estratégia é mesmo para manter. “É este caminho que se impõe prosseguir, desde já e até ao fim da legislatura, (…) mas sobretudo para garantir que no futuro próximo não se volte ao caminho do retrocesso político, económico e social”.

Desde que o PCP aceitou dar a mão ao PS para que os socialistas pudessem formar Governo que o partido tem tido maus resultados eleitorais. Foi assim em outubro 2017, nas autárquicas, e voltou a acontecer este domingo, nas europeias. Mas para os comunistas não há correlação entre as duas coisas. Até porque, acredita Jerónimo de Sousa, “não haverá uma mimetização dos resultados de europeias nas legislativas”.

Recordou que foi apenas com “a força da CDU” que foi possível ir mais longe em matérias em que o PS não queria avançar. “Desenganem-se os agoirentos do costume. Desenganem-se os que apostaram tudo contra o PCP e a CDU porque sabem que é em nós que reside a força capaz de fazer avançar os direitos dos trabalhadores e do povo”, afirmou.

Só a muito custo e depois de uma grande insistência dos jornalistas é que o líder comunista apontou uma outra causa além das “circunstâncias específicas” do ato eleitoral de domingo passado: “uma campanha, que dura há oito meses, feita por centros de decisão claramente articulados para atingir a nossa honestidade e competência. Sobretudo a nossa honestidade”. E muitos casos “com base apenas em suspeições”. Os culpados “foram alguns órgãos de comunicação social”. Mais uma vez, o PCP não teve culpa.

Para fazer esquecer rapidamente estes resultados, o secretário-geral do PCP anunciou que as listas de deputados para as eleições legislativas devem ficar fechadas em breve. E quis dar uma “prova de mobilização” do partido ao anunciar três grandes comícios agendados para o início do mês: a 1 de junho em Setúbal, a 2 de junho em Lisboa e a 8 de junho, no Porto.

Oiça as melhores histórias destas eleições europeias no podcast do Observador Eurovisões , publicado de segunda a sexta-feira até ao dia do voto.

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Os resultados de domingo foram muito castigadores para a CDU, que esteve até à última a disputar o último eurodeputado com o PS. Foi o pior resultado que os comunistas já obtiveram em eleições europeias e havia ilações a retirar na reunião do Comité Central que estava agendada para esta terça-feira. A principal razão encontrada por este órgão do partido para os maus resultados foi apresentada por Jerónimo de Sousa ao fim da tarde. E é clara: foram as circunstâncias que mudaram. Isso e a “campanha de difamação de alguns órgão de comunicação social”, que estavam “claramente articulados” para prejudicar e denegrir a imagem do PCP. Aqui não há lugar para mea culpa.

“Os resultados não correspondem ao que se exigia de necessidade de reforço da CDU nem ao reconhecimento do trabalho dos eleitos do PCP”, identificou Jerónimo de Sousa. “Em 2014 a CDU teve o melhor resultado dos últimos 25 anos”, lembrou para sublinhar a ideia de que era difícil fazer melhor.

Nesse ano, como recordou, o partido estava na oposição e o país estava sob alçada da troika. Agora, faz parte de uma solução de Governo e Portugal tem crescido. “Admito que o PS tenha capitalizado as conquistas desta legislatura”, reconhece. Mas isso não significa que os eleitores do PCP vejam um problema na aproximação ao PS. Pelo menos aos olhos do Comité Central, que, segundo Jerónimo de Sousa, identificou algumas causas para a queda nas urnas, mas nenhuma relacionada com a “geringonça”.

E diz mais: “Não estamos arrependidos e voltaríamos a fazer o mesmo”. A estratégia é mesmo para manter. “É este caminho que se impõe prosseguir, desde já e até ao fim da legislatura, (…) mas sobretudo para garantir que no futuro próximo não se volte ao caminho do retrocesso político, económico e social”.

Desde que o PCP aceitou dar a mão ao PS para que os socialistas pudessem formar Governo que o partido tem tido maus resultados eleitorais. Foi assim em outubro 2017, nas autárquicas, e voltou a acontecer este domingo, nas europeias. Mas para os comunistas não há correlação entre as duas coisas. Até porque, acredita Jerónimo de Sousa, “não haverá uma mimetização dos resultados de europeias nas legislativas”.

Recordou que foi apenas com “a força da CDU” que foi possível ir mais longe em matérias em que o PS não queria avançar. “Desenganem-se os agoirentos do costume. Desenganem-se os que apostaram tudo contra o PCP e a CDU porque sabem que é em nós que reside a força capaz de fazer avançar os direitos dos trabalhadores e do povo”, afirmou.

Só a muito custo e depois de uma grande insistência dos jornalistas é que o líder comunista apontou uma outra causa além das “circunstâncias específicas” do ato eleitoral de domingo passado: “uma campanha, que dura há oito meses, feita por centros de decisão claramente articulados para atingir a nossa honestidade e competência. Sobretudo a nossa honestidade”. E muitos casos “com base apenas em suspeições”. Os culpados “foram alguns órgãos de comunicação social”. Mais uma vez, o PCP não teve culpa.

Para fazer esquecer rapidamente estes resultados, o secretário-geral do PCP anunciou que as listas de deputados para as eleições legislativas devem ficar fechadas em breve. E quis dar uma “prova de mobilização” do partido ao anunciar três grandes comícios agendados para o início do mês: a 1 de junho em Setúbal, a 2 de junho em Lisboa e a 8 de junho, no Porto.

Oiça as melhores histórias destas eleições europeias no podcast do Observador Eurovisões , publicado de segunda a sexta-feira até ao dia do voto.

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