O que é que o PS quer pelo seu aniversário? Votos, muitos votos

23-04-2019
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A campanha para as eleições europeias só arranca oficialmente em meados de maio, mas o PS não quer perder tempo. Esta segunda-feira, num jantar de celebração dos 46 anos do partido, em Lisboa, os socialistas não esconderam qual é a prioridade nesta altura do campeonato, a um mês das europeias e a menos de seis das legislativas: pedir votos, pedir força, pedir “uma vitória massiva”. O cronómetro não perdoa - e os socialistas não podem ficar satisfeitos com uma vitória ‘poucochinha’.

A fasquia foi servida logo antes de jantar e ficou bem alta. Nos sucessivos discursos de Duarte Cordeiro (ministro dos Assuntos Parlamentares), Maria Begonha (presidente da Juventude Socialista), Carlos César (presidente do partido) e António Costa, pediu-se “força” pelo menos oito vezes - o mesmo número de ocasiões em que se apelou à “vitória”. Sem deixar margem para dúvidas: a Europa servirá mesmo de barómetro para as eleições nacionais e o PS não quer deixar nada ao acaso.

Num discurso em que puxou por várias das bandeiras tradicionais do PS, do europeísmo ao progresso e à justiça social - “a maior marca é a criação do SNS” -, Costa esforçou-se por, contra as críticas que recorrentemente lhe são feitas à direita, apresentar o PS como o partido do estímulo à economia e a aposta nas reformas estruturais. “Há quatro anos aprovámos uma agenda para a década porque sabíamos que não chegaria governar a pensar nos problemas de hoje, mas com os olhos postos no futuro”, sublinhou o primeiro-ministro.

Essa agenda a longo prazo, defendeu, reflete-se na aposta numa reforma da floresta, numa melhoria da escola pública mas também num sistema de Segurança Social que, garantiu, “está mais robusto” desde o início desta legislatura. Um discurso que tinha tudo a ver com política nacional e nada com Europa, até porque era à política nacional - e às eleições nacionais - que Costa queria chegar. “Precisamos de dar força ao PS. Não é só quando chegarmos a setembro e formos à Madeira ganhar pela primeira vez as eleições regionais. Não é só em outubro, quando ganharmos as legislativas. Nós precisamos de dar força ao PS já agora, nas próximas europeias, onde queremos ter uma grande vitória”, começou.

Foi o primeiro dos muitos apelos ao voto em que o primeiro-ministro se desdobrou, e que inevitavelmente colocam a fasquia para uma vitória do PS alta, sobretudo na comparação com o resultado de António José Seguro que António Costa classificou em 2014 como “poucochinho”. O primeiro-ministro ainda fez referência à Europa - mais votos “ajudarão a concluir duas negociações muito difíceis mas essenciais”: a reforma da zona euro e a negociação do próximo quadro comunitário - mas depressa voltou ao seu foco.

“Convém que ninguém seja ingénuo. Agora todos dizem que são só [eleições] europeias. Mas todos sabemos o que desejam destas europeias: é enfraquecer o Governo do PS”. Por isso, Costa coloca as eleições para o Parlamento Europeu como um teste de forças entre o Governo e a oposição: “Sabem bem que uma grande vitória em outubro começa já agora com uma grande vitória nas europeias”. Quem não apareceu na fotografia ao lado do primeiro-ministro foi o cabeça de lista, Pedro Marques, que estava numa ação de campanha em Angra do Heroísmo - mereceu uma referência final de Costa, que assegurou que a “salva de palmas” dedicada a Marques se ouviria nos Açores.

Manifestantes na sala, mas só por um minuto

O primeiro-ministro ainda passou por um susto: ia o discurso no início quando um grupo de jovens ecologistas o interrompeu, atirando aviões de papel em direção ao palco como protesto contra a decisão de construir o novo aeroporto no Montijo. Mas o momento de tensão pouco durou, com o grupo a ser conduzido até à saída do Centro de Congressos de Lisboa no espaço de um minuto. E os discursos puderam continuar - ainda houve tempo para ouvir e homenagear Alberto Martins, que abandonou o Parlamento em 2017, pelo seu papel na crise académica de 1969 enquanto dirigente estudantil.

As intervenções foram várias mas a tónica não mudou. Duarte Cordeiro abriu as comemorações pedindo “força” para as eleições legislativas e lembrando que não há “vitórias antecipadas” e, por isso, não se deve contar com elas; Begonha seguiu-se e pediu à sua geração que “vote”; Carlos César falou para convocar os socialistas “à máxima mobilização” para uma “vitória massiva nas europeias e uma grande vitória nas legislativas”.

Neste ponto, já ninguém tinha dúvidas: o caminho para outubro começa já em maio e os sinais que forem dados ao Governo nas europeias serão decisivos para perceber o que acontecerá nas legislativas. Tudo numa altura em que as sondagens para maio mostram um PSD a aproximar-se significativamente do PS - e os socialistas não se querem dar ao luxo de desperdiçar nenhum voto.

A campanha para as eleições europeias só arranca oficialmente em meados de maio, mas o PS não quer perder tempo. Esta segunda-feira, num jantar de celebração dos 46 anos do partido, em Lisboa, os socialistas não esconderam qual é a prioridade nesta altura do campeonato, a um mês das europeias e a menos de seis das legislativas: pedir votos, pedir força, pedir “uma vitória massiva”. O cronómetro não perdoa - e os socialistas não podem ficar satisfeitos com uma vitória ‘poucochinha’.

A fasquia foi servida logo antes de jantar e ficou bem alta. Nos sucessivos discursos de Duarte Cordeiro (ministro dos Assuntos Parlamentares), Maria Begonha (presidente da Juventude Socialista), Carlos César (presidente do partido) e António Costa, pediu-se “força” pelo menos oito vezes - o mesmo número de ocasiões em que se apelou à “vitória”. Sem deixar margem para dúvidas: a Europa servirá mesmo de barómetro para as eleições nacionais e o PS não quer deixar nada ao acaso.

Num discurso em que puxou por várias das bandeiras tradicionais do PS, do europeísmo ao progresso e à justiça social - “a maior marca é a criação do SNS” -, Costa esforçou-se por, contra as críticas que recorrentemente lhe são feitas à direita, apresentar o PS como o partido do estímulo à economia e a aposta nas reformas estruturais. “Há quatro anos aprovámos uma agenda para a década porque sabíamos que não chegaria governar a pensar nos problemas de hoje, mas com os olhos postos no futuro”, sublinhou o primeiro-ministro.

Essa agenda a longo prazo, defendeu, reflete-se na aposta numa reforma da floresta, numa melhoria da escola pública mas também num sistema de Segurança Social que, garantiu, “está mais robusto” desde o início desta legislatura. Um discurso que tinha tudo a ver com política nacional e nada com Europa, até porque era à política nacional - e às eleições nacionais - que Costa queria chegar. “Precisamos de dar força ao PS. Não é só quando chegarmos a setembro e formos à Madeira ganhar pela primeira vez as eleições regionais. Não é só em outubro, quando ganharmos as legislativas. Nós precisamos de dar força ao PS já agora, nas próximas europeias, onde queremos ter uma grande vitória”, começou.

Foi o primeiro dos muitos apelos ao voto em que o primeiro-ministro se desdobrou, e que inevitavelmente colocam a fasquia para uma vitória do PS alta, sobretudo na comparação com o resultado de António José Seguro que António Costa classificou em 2014 como “poucochinho”. O primeiro-ministro ainda fez referência à Europa - mais votos “ajudarão a concluir duas negociações muito difíceis mas essenciais”: a reforma da zona euro e a negociação do próximo quadro comunitário - mas depressa voltou ao seu foco.

“Convém que ninguém seja ingénuo. Agora todos dizem que são só [eleições] europeias. Mas todos sabemos o que desejam destas europeias: é enfraquecer o Governo do PS”. Por isso, Costa coloca as eleições para o Parlamento Europeu como um teste de forças entre o Governo e a oposição: “Sabem bem que uma grande vitória em outubro começa já agora com uma grande vitória nas europeias”. Quem não apareceu na fotografia ao lado do primeiro-ministro foi o cabeça de lista, Pedro Marques, que estava numa ação de campanha em Angra do Heroísmo - mereceu uma referência final de Costa, que assegurou que a “salva de palmas” dedicada a Marques se ouviria nos Açores.

Manifestantes na sala, mas só por um minuto

O primeiro-ministro ainda passou por um susto: ia o discurso no início quando um grupo de jovens ecologistas o interrompeu, atirando aviões de papel em direção ao palco como protesto contra a decisão de construir o novo aeroporto no Montijo. Mas o momento de tensão pouco durou, com o grupo a ser conduzido até à saída do Centro de Congressos de Lisboa no espaço de um minuto. E os discursos puderam continuar - ainda houve tempo para ouvir e homenagear Alberto Martins, que abandonou o Parlamento em 2017, pelo seu papel na crise académica de 1969 enquanto dirigente estudantil.

As intervenções foram várias mas a tónica não mudou. Duarte Cordeiro abriu as comemorações pedindo “força” para as eleições legislativas e lembrando que não há “vitórias antecipadas” e, por isso, não se deve contar com elas; Begonha seguiu-se e pediu à sua geração que “vote”; Carlos César falou para convocar os socialistas “à máxima mobilização” para uma “vitória massiva nas europeias e uma grande vitória nas legislativas”.

Neste ponto, já ninguém tinha dúvidas: o caminho para outubro começa já em maio e os sinais que forem dados ao Governo nas europeias serão decisivos para perceber o que acontecerá nas legislativas. Tudo numa altura em que as sondagens para maio mostram um PSD a aproximar-se significativamente do PS - e os socialistas não se querem dar ao luxo de desperdiçar nenhum voto.

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