Paulo Rangel diz que comunidade portuguesa na Venezuela “está ao abandono“

19-10-2019
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Paulo Rangel, o cabeça de lista do PSD às eleições europeias, acusa o governo português de ter deixado "ao abandono" a comunidade portuguesa na Venezuela - e em particular os portugueses que, garante, se contam entre os três milhões e meio de refugiados que fugiram para outros países da região: Equador, Peru, Chile, Colômbia e Brasil.

Nas jornadas parlamentares do PSD, o eurodeputado, que há uma semana esteve na fronteira da Venezuela com a Colômbia, lembrou que "ainda não houve um governante que dissesse que no meio de três milhões e meio de refugiados há portugueses", e considerou esse "silêncio ensurdecedor" e "inadmissível". A obrigação do Estado português, disse, seria ir ao terreno, identificar os portugueses que estão numa situação dramática e resgatá-los. Um desafio feito ao ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, o mesmo que escreveu nas redes sociais sobre uma eventual operação militar na Venezuela, mas que não é capaz de uma operação de resgate de portugueses e luso-descendentes refugiados do regime de Maduro. "Agora sim, sr. ministro da defesa, vá buscá-los", desafiou Rangel.

Para o eurodeputado social-democrata, Portugal tem protagonizado com o governo de Caracas uma "diplomacia de pantufas ou política de veludo". Por uma razão simples: boa parte dos protagonistas deste Governo "eram as pessoas que andavam a atravessar o Atlântico com os computadores Magalhães no tempo de Hugo Chavez". "Cumplicidades" e "intimidades" que foram "criadas ainda no tempo de Sócrates" e que ainda hoje "têm uma fatura", disse Paulo Rangel, passando ao lado das igualmente boas relações comerciais do Governo PSD-CDS com o regime de Chavez e Maduro, protagonizadas por Paulo Portas.

"Salve-se quem puder" no Brexit

O tom foi igualmente duro em relação ao Brexit. "Não há um único estudo sério do governo português sobre o impacto do Brexit", denunciou Rangel, lembrando que o Governo anunciou um gabinete para atrair para Portugal investimento na sequência da saída do Reino Unido da UE, mas "nunca mais ninguém ouviu falar no gabinete, nem nunca mais ninguém soube de uma procura ativa de atração" de investimentos.

A estratégia de Lisboa para o Brexit, resumiu Rangel, é a "estratégia do salve-se quem puder".

O ministro-candidato-comissário

Num discurso que ultrapassou a meia hora de duração, Rangel também passou pelas principais questões da política interna - Saúde, incêndios, estrada de Borba -, acusando o Executivo de já não ser um Governo, mas "apenas uma geringonça".

E apontou baterias a Pedro Marques, o seu adversário do PS nas próximas europeias, o ex-ministro que tinha a responsabilidade das infraestruturas e do planeamento, "de quem se esperava que fosse uma espécie de novo Marquês de Pombal" na reconstrução de Pedrógão, mas que não esteve à altura dessa expetactiva. O mesmo Pedro Marques que já fazia campanha enquanto ainda era ministro, e que agora que é candidato ao Parlamento Europeu se comporta como futuro comissário, e que, por isso, Rangel referiu com ironia como "o ministro-candidato-comissário". Até lhe aplicou a velha canção de António Variações - "só estou bem aonde eu não estou".

Rangel não perdeu o jeito para os 'soundbites', mesmo neste tempo em que Rui Rio se posiciona como avesso dessa forma de fazer política. Outra prova? Pedro Marques "tem um problema de fundo com os fundos", acusou o social-democrata, reiterando a crítica em relação à forma como o Governo tem alegadamente manipulado os indicadores sobre a execução das verbas comunitárias.

A menos de três meses das eleições europeias, Rangel acusou ainda Pedro Marques de estar a fugir aos debates - o primeiro, proposto pela SIC para 5 de março, foi recusado pelo socialista, acusou.

"Não temos medo de debater, não temos nada a esconder", disse o social-democrata, desafiando Pedro Marques "em qualquer uma das suas qualidades: seja a de ministro, seja a de candidato, seja a de comissário, venha debater connosco."

Paulo Rangel, o cabeça de lista do PSD às eleições europeias, acusa o governo português de ter deixado "ao abandono" a comunidade portuguesa na Venezuela - e em particular os portugueses que, garante, se contam entre os três milhões e meio de refugiados que fugiram para outros países da região: Equador, Peru, Chile, Colômbia e Brasil.

Nas jornadas parlamentares do PSD, o eurodeputado, que há uma semana esteve na fronteira da Venezuela com a Colômbia, lembrou que "ainda não houve um governante que dissesse que no meio de três milhões e meio de refugiados há portugueses", e considerou esse "silêncio ensurdecedor" e "inadmissível". A obrigação do Estado português, disse, seria ir ao terreno, identificar os portugueses que estão numa situação dramática e resgatá-los. Um desafio feito ao ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, o mesmo que escreveu nas redes sociais sobre uma eventual operação militar na Venezuela, mas que não é capaz de uma operação de resgate de portugueses e luso-descendentes refugiados do regime de Maduro. "Agora sim, sr. ministro da defesa, vá buscá-los", desafiou Rangel.

Para o eurodeputado social-democrata, Portugal tem protagonizado com o governo de Caracas uma "diplomacia de pantufas ou política de veludo". Por uma razão simples: boa parte dos protagonistas deste Governo "eram as pessoas que andavam a atravessar o Atlântico com os computadores Magalhães no tempo de Hugo Chavez". "Cumplicidades" e "intimidades" que foram "criadas ainda no tempo de Sócrates" e que ainda hoje "têm uma fatura", disse Paulo Rangel, passando ao lado das igualmente boas relações comerciais do Governo PSD-CDS com o regime de Chavez e Maduro, protagonizadas por Paulo Portas.

"Salve-se quem puder" no Brexit

O tom foi igualmente duro em relação ao Brexit. "Não há um único estudo sério do governo português sobre o impacto do Brexit", denunciou Rangel, lembrando que o Governo anunciou um gabinete para atrair para Portugal investimento na sequência da saída do Reino Unido da UE, mas "nunca mais ninguém ouviu falar no gabinete, nem nunca mais ninguém soube de uma procura ativa de atração" de investimentos.

A estratégia de Lisboa para o Brexit, resumiu Rangel, é a "estratégia do salve-se quem puder".

O ministro-candidato-comissário

Num discurso que ultrapassou a meia hora de duração, Rangel também passou pelas principais questões da política interna - Saúde, incêndios, estrada de Borba -, acusando o Executivo de já não ser um Governo, mas "apenas uma geringonça".

E apontou baterias a Pedro Marques, o seu adversário do PS nas próximas europeias, o ex-ministro que tinha a responsabilidade das infraestruturas e do planeamento, "de quem se esperava que fosse uma espécie de novo Marquês de Pombal" na reconstrução de Pedrógão, mas que não esteve à altura dessa expetactiva. O mesmo Pedro Marques que já fazia campanha enquanto ainda era ministro, e que agora que é candidato ao Parlamento Europeu se comporta como futuro comissário, e que, por isso, Rangel referiu com ironia como "o ministro-candidato-comissário". Até lhe aplicou a velha canção de António Variações - "só estou bem aonde eu não estou".

Rangel não perdeu o jeito para os 'soundbites', mesmo neste tempo em que Rui Rio se posiciona como avesso dessa forma de fazer política. Outra prova? Pedro Marques "tem um problema de fundo com os fundos", acusou o social-democrata, reiterando a crítica em relação à forma como o Governo tem alegadamente manipulado os indicadores sobre a execução das verbas comunitárias.

A menos de três meses das eleições europeias, Rangel acusou ainda Pedro Marques de estar a fugir aos debates - o primeiro, proposto pela SIC para 5 de março, foi recusado pelo socialista, acusou.

"Não temos medo de debater, não temos nada a esconder", disse o social-democrata, desafiando Pedro Marques "em qualquer uma das suas qualidades: seja a de ministro, seja a de candidato, seja a de comissário, venha debater connosco."

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