Vendas em janeiro. Diesel mantém supremacia, incluindo os comerciais ligeiros

28-02-2019
marcar artigo

O segmento diesel manteve em janeiro a liderança do comércio automóvel se a contabilidade incluir os comerciais ligeiros. Os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) revelam que a quota do diesel, entre ligeiros e comerciais, foi de 52% contra 39% de gasolina.

Nos comerciais ligeiros, o gasóleo esmaga: das 2915 unidades vendidas só três são a gasolina e 22 são modelos elétricos.

É na categoria de ligeiros de passageiros que janeiro marcou o fim do reinado diesel, aprofundando uma tendência que se evidenciava nos dois últimos anos. A redução homóloga de 15% está em linha com as previsões da ACAP e dos operadores do setor e segue a evolução registada nos últimos meses de 2018.

Em 2018, a quota do diesel nos ligeiros de passageiros reduzira-se de 61% para 53%, refletindo uma perda ponderada de 14%. Em janeiro, ficou nos 44%.

O efeito frotas

E o aviso do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, a 27 de janeiro (“Quem comprar carros diesel não terá valor na troca daqui a quatro anos”) pode ter influenciado o desempenho do mercado em janeiro?

Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) diz que sim por causa das frotas, Hélder Pedro, secretário geral da ACAP, descarta qualquer ligação.

A estatística da ACAP não é suficientemente refinada ao ponto de ter uma visão diária ou semanal. A segmentação mensal ,por categorias é uma novidade recente, beneficiando de um novo programa informático. Mas, Hélder Pedro não vê uma correlação direta entre o alerta do ministro e o desempenho do mercado. A ACAP não tem indicações sobre o andamento do mercado em fevereiro.

“É uma tendência que já vem de trás. A nossa estimativa para 2019 é que o diesel feche o ano com uma quota nos ligeiros de 42/43%. E que em 2030, represente 40% do parque automóvel”, responde Hélder Pedro.

Na altura da entrevista do ministro, “os consumidores ficaram preocupados, reagiram com algum pânico”. Mas, "não temos indicações que encomendas tenham sido canceladas ou transferidas para outras motorizações”, acrescenta Hélder Pedro.

Carlos Barbosa tem uma leitura diferente. As “declarações alarmistas” de Matos Fernandes fizeram-se sentir nas vendas de janeiro. Por causa das frotas. Janeiro “é um mês em que empresas trocam de carros e admito que alguns casos se tenha verificado na última semana uma transferência para a gasolina”, diz Carlos Barbosa.

ACP fiel ao gasóleo

Mas, Barbosa acredita que tenha sido uma reação “a quente”. Em fevereiro, o mercado “já terá o seu desempenho normal”. Os esclarecimentos e explicações entretanto fornecidas ao mercado sossegaram os consumidores. As eventuais restrições são para modelos anteriores a 2015.

E dá o exemplo do ACP. Em fevereiro vai renovar uma frota de 50 automóveis, dimensionados para fazer mais de 200 mil quilómetros por ano. E a decisão já está tomada: O ACP permanece fiel à frota diesel.

Hélder Pedro repete que o ministro pecou por não adotar uma posição de neutralidade, “interferindo numa opção que deve caber em exclusivo ao consumidor”. “Não se pode ostracizar o diesel, não se pode decretar que um carro terá valor zero a curto prazo. O governo deve adotar uma neutralidade tecnológica absoluta e promover a liberdade de escolha”, justifica.

O secretário-geral da ACAP cita o exemplo do governo francês que defende uma evolução gradual, sem demonizar nenhuma categoria de veículos.

O fim do reinado nos ligeiros de passageiros

O mês de janeiro constitui um marco histórico no mercado automóvel por interromper uma série de 15 anos de supremacia absoluta do diesel.

Segundos os dados da ACAP, nos 15 684 ligeiros de passageiros vendidos, a gasolina ficou no pódio, batendo o gasóleo por 7 298 contra 6 834.

A cifra de janeiro traduz uma subida homóloga de 8%, comparando com 14490 vendidos no mesmo mês de 2018. Incorporando o segmento dos comerciais ligeiros, o crescimento é de 10%. O total de 18 599 supera em 1 673 unidades o registo de janeiro de 2018.

Em alta , estão os modelos elétricos. As vendas triplicaram face a 2018 para 652 unidades.Um em cada 25 ligeiros de passageiros vendido é um modelo elétrico.

O segmento diesel manteve em janeiro a liderança do comércio automóvel se a contabilidade incluir os comerciais ligeiros. Os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) revelam que a quota do diesel, entre ligeiros e comerciais, foi de 52% contra 39% de gasolina.

Nos comerciais ligeiros, o gasóleo esmaga: das 2915 unidades vendidas só três são a gasolina e 22 são modelos elétricos.

É na categoria de ligeiros de passageiros que janeiro marcou o fim do reinado diesel, aprofundando uma tendência que se evidenciava nos dois últimos anos. A redução homóloga de 15% está em linha com as previsões da ACAP e dos operadores do setor e segue a evolução registada nos últimos meses de 2018.

Em 2018, a quota do diesel nos ligeiros de passageiros reduzira-se de 61% para 53%, refletindo uma perda ponderada de 14%. Em janeiro, ficou nos 44%.

O efeito frotas

E o aviso do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, a 27 de janeiro (“Quem comprar carros diesel não terá valor na troca daqui a quatro anos”) pode ter influenciado o desempenho do mercado em janeiro?

Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) diz que sim por causa das frotas, Hélder Pedro, secretário geral da ACAP, descarta qualquer ligação.

A estatística da ACAP não é suficientemente refinada ao ponto de ter uma visão diária ou semanal. A segmentação mensal ,por categorias é uma novidade recente, beneficiando de um novo programa informático. Mas, Hélder Pedro não vê uma correlação direta entre o alerta do ministro e o desempenho do mercado. A ACAP não tem indicações sobre o andamento do mercado em fevereiro.

“É uma tendência que já vem de trás. A nossa estimativa para 2019 é que o diesel feche o ano com uma quota nos ligeiros de 42/43%. E que em 2030, represente 40% do parque automóvel”, responde Hélder Pedro.

Na altura da entrevista do ministro, “os consumidores ficaram preocupados, reagiram com algum pânico”. Mas, "não temos indicações que encomendas tenham sido canceladas ou transferidas para outras motorizações”, acrescenta Hélder Pedro.

Carlos Barbosa tem uma leitura diferente. As “declarações alarmistas” de Matos Fernandes fizeram-se sentir nas vendas de janeiro. Por causa das frotas. Janeiro “é um mês em que empresas trocam de carros e admito que alguns casos se tenha verificado na última semana uma transferência para a gasolina”, diz Carlos Barbosa.

ACP fiel ao gasóleo

Mas, Barbosa acredita que tenha sido uma reação “a quente”. Em fevereiro, o mercado “já terá o seu desempenho normal”. Os esclarecimentos e explicações entretanto fornecidas ao mercado sossegaram os consumidores. As eventuais restrições são para modelos anteriores a 2015.

E dá o exemplo do ACP. Em fevereiro vai renovar uma frota de 50 automóveis, dimensionados para fazer mais de 200 mil quilómetros por ano. E a decisão já está tomada: O ACP permanece fiel à frota diesel.

Hélder Pedro repete que o ministro pecou por não adotar uma posição de neutralidade, “interferindo numa opção que deve caber em exclusivo ao consumidor”. “Não se pode ostracizar o diesel, não se pode decretar que um carro terá valor zero a curto prazo. O governo deve adotar uma neutralidade tecnológica absoluta e promover a liberdade de escolha”, justifica.

O secretário-geral da ACAP cita o exemplo do governo francês que defende uma evolução gradual, sem demonizar nenhuma categoria de veículos.

O fim do reinado nos ligeiros de passageiros

O mês de janeiro constitui um marco histórico no mercado automóvel por interromper uma série de 15 anos de supremacia absoluta do diesel.

Segundos os dados da ACAP, nos 15 684 ligeiros de passageiros vendidos, a gasolina ficou no pódio, batendo o gasóleo por 7 298 contra 6 834.

A cifra de janeiro traduz uma subida homóloga de 8%, comparando com 14490 vendidos no mesmo mês de 2018. Incorporando o segmento dos comerciais ligeiros, o crescimento é de 10%. O total de 18 599 supera em 1 673 unidades o registo de janeiro de 2018.

Em alta , estão os modelos elétricos. As vendas triplicaram face a 2018 para 652 unidades.Um em cada 25 ligeiros de passageiros vendido é um modelo elétrico.

marcar artigo