Marques Mendes: “Estão a surgir em Portugal movimentos inorgânicos. Os sindicatos falharam”

18-12-2018
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O aparecimento de movimentos de rua “inorgânicos”, liderados por organizações que não têm a ver com os sindicatos tradicionais, é um sinal de alarme. Na leitura feita por Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário da SIC, a onda de contestação social que se vive em vários sectores, nomeadamente na Saúde, traz para Portugal um tipo de protesto diferente e que tem um significado: “Os sindicatos tradicionais falharam”.

Lembrando que o PCP está “de cabeça perdida” por não ter o controlo total das ruas – “Se o PCP deixa de as controlar, passa a ser irrevelante” – e que a CGTP está igualmente “furiosa”, Marques Mendes compara os protestos a que agora se assiste em Portugal com os coletes amarelos, em França. “Estão a surgir em Portugal movimentos inorgânicos. Os sindicatos falharam porque são sempre mais do mesmo. Podem surgir outras situações diferentes, inorgânicas, e criar o caos. Se a moda pega...”.

Quanto à própria greve dos enfermeiros, e apesar de a considerar “justa”, a sua duração – desde 22 de novembro – e o elevado número de cirurgias canceladas levam Marques Mendes a considerar que existe aqui um “abuso do direito” à greve. Uma crise com que será complicado Marta Temido, a ministra da Saúde acabada de chegar ao cargo, lidar: “Evidentemente, [a ministra] não tem grande peso político ou força política. A grande dificuldade na Saúde é que o grande ministro deste Governo é Mário Centeno. Os outros são ajudantes”, frisa Marques Mendes, sublinhando que as cativações comprometem as “expectativas” de melhorias que o próprio Governo criou nos profissionais da Saúde.

Para mais, há uma “desorientação ideológica”: como o Expresso noticiou, a ministra tinha planeado uma lei de Bases para a Saúde mais à esquerda, que teve de ser suavizada pelo primeiro-ministro para agradar também à direita e permitir o recurso a privados no Serviço Nacional de Saúde. Considerando que “o país não precisava de uma nova lei de bases”, uma vez que esta serve como uma lei “enquadradora” e por isso “não resolve problema nenhum”, o ex-líder do PSD diz que preferia a proposta elaborada pela ex-ministra da Saúde Maria de Belém, mais moderada.

Uma conclusão política a retirar sobre a crise na Saúde: “Pode afetar o objetivo da maioria absoluta”. Até porque, na reta final antes das eleições legislativas do próximo ano e depois da aprovação do último Orçamento do Estado, “o Governo tinha pensado que seria um passeio”. Em vez disso, perante um “vazio de oposição no Parlamento que é preenchido na rua”, o Executivo vê-se “cercado por greves” nos mais variados sectores.

O aparecimento de movimentos de rua “inorgânicos”, liderados por organizações que não têm a ver com os sindicatos tradicionais, é um sinal de alarme. Na leitura feita por Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário da SIC, a onda de contestação social que se vive em vários sectores, nomeadamente na Saúde, traz para Portugal um tipo de protesto diferente e que tem um significado: “Os sindicatos tradicionais falharam”.

Lembrando que o PCP está “de cabeça perdida” por não ter o controlo total das ruas – “Se o PCP deixa de as controlar, passa a ser irrevelante” – e que a CGTP está igualmente “furiosa”, Marques Mendes compara os protestos a que agora se assiste em Portugal com os coletes amarelos, em França. “Estão a surgir em Portugal movimentos inorgânicos. Os sindicatos falharam porque são sempre mais do mesmo. Podem surgir outras situações diferentes, inorgânicas, e criar o caos. Se a moda pega...”.

Quanto à própria greve dos enfermeiros, e apesar de a considerar “justa”, a sua duração – desde 22 de novembro – e o elevado número de cirurgias canceladas levam Marques Mendes a considerar que existe aqui um “abuso do direito” à greve. Uma crise com que será complicado Marta Temido, a ministra da Saúde acabada de chegar ao cargo, lidar: “Evidentemente, [a ministra] não tem grande peso político ou força política. A grande dificuldade na Saúde é que o grande ministro deste Governo é Mário Centeno. Os outros são ajudantes”, frisa Marques Mendes, sublinhando que as cativações comprometem as “expectativas” de melhorias que o próprio Governo criou nos profissionais da Saúde.

Para mais, há uma “desorientação ideológica”: como o Expresso noticiou, a ministra tinha planeado uma lei de Bases para a Saúde mais à esquerda, que teve de ser suavizada pelo primeiro-ministro para agradar também à direita e permitir o recurso a privados no Serviço Nacional de Saúde. Considerando que “o país não precisava de uma nova lei de bases”, uma vez que esta serve como uma lei “enquadradora” e por isso “não resolve problema nenhum”, o ex-líder do PSD diz que preferia a proposta elaborada pela ex-ministra da Saúde Maria de Belém, mais moderada.

Uma conclusão política a retirar sobre a crise na Saúde: “Pode afetar o objetivo da maioria absoluta”. Até porque, na reta final antes das eleições legislativas do próximo ano e depois da aprovação do último Orçamento do Estado, “o Governo tinha pensado que seria um passeio”. Em vez disso, perante um “vazio de oposição no Parlamento que é preenchido na rua”, o Executivo vê-se “cercado por greves” nos mais variados sectores.

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