Ministra da Saúde diz que transformar SNS “é o grande desafio” do futuro – Observador

23-07-2019
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Serviço Nacional de Saúde
Ministra da Saúde diz que transformar SNS “é o grande desafio” do futuro

18/7/2019, 21:48

Marta Temido referiu que a "espera", o "investimento em infraestruturas", e a "desmotivação dos profissionais” são os problemas que o SNS tem de enfrentar a "curto e médio prazo”.

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Marta Temido falava na sessão “Desafios do SNS e a sua história”, por ocasião dos 40 daquele serviçoCARLOS BARROSO/LUSA

AutorAgência Lusa

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A ministra da Saúde afirmou esta quinta-feira, em Lisboa, que os males do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “têm a ver com a espera, com investimento em infraestruturas e com a desmotivação dos profissionais”, acrescentando que “transformar é o grande desafio”.Marta Temido falava na sessão “Desafios do SNS e a sua história”, por ocasião dos 40 daquele serviço, durante a qual foi apresentado o livro “Serviço Nacional de Saúde – Breve interpretação e bases para a sua transformação”, que recomenda que o SNS deve ser reorganizado, porque o atual modelo desresponsabiliza os dirigentes, e tem de ter mais financiamento.“Com o orgulho dos resultados atingidos ao longo dos 40 anos, sabemos dos males que nos tolhem e eles têm a ver com espera, com investimento em infraestruturas, têm a ver com desmotivação dos profissionais”, disse a governante.Marta Temido declarou que são estes “os três problemas que o SNS tem para enfrentar no curto e médio prazo”, assim como a “garantia de que os profissionais permanecem no SNS e continuam a dar o melhor de si”.A titular da pasta da Saúde afirmou que, 40 anos após a criação do SNS, e preservando os seus princípios fundamentais, “é necessário reorganizar a malha de serviços”.“Portugal modificou-se muito em termos demográficos, em termos epidemiológicos, em termos económicos, em termos sociais, as expectativas das pessoas são hoje muito diferentes e as pessoas são mais exigentes. Muito daquilo que é ainda a marca do nosso serviço público de menor atenção a algumas dimensões que hoje são vitais na perceção que se forma quando se contacta com um serviço têm de ser mais atendidas”, considerou.A ministra sublinhou que nos últimos 40 anos foram feitas muitas coisas importantes, “mas é preciso fazer mais” e que “este livro mostra claramente que não basta reforçar recursos, é preciso transformar”.“As recomendações são muito importantes e vão no sentido também de uma transformação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) , mais focado nos utentes e nos profissionais de saúde”.“Seria penoso socialmente abandonar, seria péssimo para os portugueses que deixássemos cair esta ideia generosa do SNS, que é um instrumento de coesão social, de melhoria das condições de vida, de esperança e de construção da felicidade. Este livro traz contributos importantes sobre a forma como se pode contribuir para que o SNS não esmoreça”, concluiu.O livro (com dezenas de contribuições) é a primeira iniciativa da Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde (FSNS) para assinalar os 40 anos do SNS e começou a ser feito há cerca de dois anos pelo médico Luís Ferreira Marquês (que morreu entretanto). Conta a história do SNS, contém depoimentos inéditos e faz propostas para um SNS melhor, que responda aos desafios atuais e de futuro.José Aranda da Silva, presidente da FSNS, explicou à Lusa que uma das questões mais importantes propostas no livro é a “reorganização funcional” do SNS, porque o serviço “continua a ter sistemas de organização que desresponsabilizam os dirigentes a todos os níveis”.E depois é preciso olhar para o financiamento, “que tem sido manifestamente insuficiente nos últimos anos”. Aranda da Silva, antigo presidente do Infarmed (autoridade do medicamento) e bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, explicou que a despesa em saúde “baixou brutalmente” a partir de 2010/12 e que “ainda não se recuperou”.As propostas assentam, disse o responsável à Lusa, em três partes, com a primeira a salientar que o SNS é um instrumento para o desenvolvimento e coesão social, “um instrumento que cria valor”, porque “há muito a ideia de que a saúde é só uma despesa” e não a de que é um investimento que tem retorno.A segunda parte, prosseguiu, centra-se nos cidadãos em geral e nos profissionais que trabalham no SNS, e a terceira relaciona-se com a organização do SNS, que deve ser “predominantemente pública”.É preciso também, disse, envolver mais os cidadãos nos processos de decisão, que têm de sentir o SNS como património de todos, e é preciso despolitizar o Serviço, que tem estado “muito ligado aos ciclos políticos”. O SNS, defendeu, tem de ter uma entidade própria, com funções que separem a gestão política da gestão do próprio SNS.No livro que é esta quinta-feira apresentado defende-se por exemplo planos plurianuais para o SNS, modos de pagamento associados a resultados em saúde, ou “permitir, estimular e garantir transparência, rigor e aplicação criteriosa de donativos cívicos”.

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Ministra da Saúde diz que transformar SNS “é o grande desafio” do futuro

18/7/2019, 21:48

Marta Temido referiu que a "espera", o "investimento em infraestruturas", e a "desmotivação dos profissionais” são os problemas que o SNS tem de enfrentar a "curto e médio prazo”.

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Marta Temido falava na sessão “Desafios do SNS e a sua história”, por ocasião dos 40 daquele serviçoCARLOS BARROSO/LUSA

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A ministra da Saúde afirmou esta quinta-feira, em Lisboa, que os males do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “têm a ver com a espera, com investimento em infraestruturas e com a desmotivação dos profissionais”, acrescentando que “transformar é o grande desafio”.Marta Temido falava na sessão “Desafios do SNS e a sua história”, por ocasião dos 40 daquele serviço, durante a qual foi apresentado o livro “Serviço Nacional de Saúde – Breve interpretação e bases para a sua transformação”, que recomenda que o SNS deve ser reorganizado, porque o atual modelo desresponsabiliza os dirigentes, e tem de ter mais financiamento.“Com o orgulho dos resultados atingidos ao longo dos 40 anos, sabemos dos males que nos tolhem e eles têm a ver com espera, com investimento em infraestruturas, têm a ver com desmotivação dos profissionais”, disse a governante.Marta Temido declarou que são estes “os três problemas que o SNS tem para enfrentar no curto e médio prazo”, assim como a “garantia de que os profissionais permanecem no SNS e continuam a dar o melhor de si”.A titular da pasta da Saúde afirmou que, 40 anos após a criação do SNS, e preservando os seus princípios fundamentais, “é necessário reorganizar a malha de serviços”.“Portugal modificou-se muito em termos demográficos, em termos epidemiológicos, em termos económicos, em termos sociais, as expectativas das pessoas são hoje muito diferentes e as pessoas são mais exigentes. Muito daquilo que é ainda a marca do nosso serviço público de menor atenção a algumas dimensões que hoje são vitais na perceção que se forma quando se contacta com um serviço têm de ser mais atendidas”, considerou.A ministra sublinhou que nos últimos 40 anos foram feitas muitas coisas importantes, “mas é preciso fazer mais” e que “este livro mostra claramente que não basta reforçar recursos, é preciso transformar”.“As recomendações são muito importantes e vão no sentido também de uma transformação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) , mais focado nos utentes e nos profissionais de saúde”.“Seria penoso socialmente abandonar, seria péssimo para os portugueses que deixássemos cair esta ideia generosa do SNS, que é um instrumento de coesão social, de melhoria das condições de vida, de esperança e de construção da felicidade. Este livro traz contributos importantes sobre a forma como se pode contribuir para que o SNS não esmoreça”, concluiu.O livro (com dezenas de contribuições) é a primeira iniciativa da Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde (FSNS) para assinalar os 40 anos do SNS e começou a ser feito há cerca de dois anos pelo médico Luís Ferreira Marquês (que morreu entretanto). Conta a história do SNS, contém depoimentos inéditos e faz propostas para um SNS melhor, que responda aos desafios atuais e de futuro.José Aranda da Silva, presidente da FSNS, explicou à Lusa que uma das questões mais importantes propostas no livro é a “reorganização funcional” do SNS, porque o serviço “continua a ter sistemas de organização que desresponsabilizam os dirigentes a todos os níveis”.E depois é preciso olhar para o financiamento, “que tem sido manifestamente insuficiente nos últimos anos”. Aranda da Silva, antigo presidente do Infarmed (autoridade do medicamento) e bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, explicou que a despesa em saúde “baixou brutalmente” a partir de 2010/12 e que “ainda não se recuperou”.As propostas assentam, disse o responsável à Lusa, em três partes, com a primeira a salientar que o SNS é um instrumento para o desenvolvimento e coesão social, “um instrumento que cria valor”, porque “há muito a ideia de que a saúde é só uma despesa” e não a de que é um investimento que tem retorno.A segunda parte, prosseguiu, centra-se nos cidadãos em geral e nos profissionais que trabalham no SNS, e a terceira relaciona-se com a organização do SNS, que deve ser “predominantemente pública”.É preciso também, disse, envolver mais os cidadãos nos processos de decisão, que têm de sentir o SNS como património de todos, e é preciso despolitizar o Serviço, que tem estado “muito ligado aos ciclos políticos”. O SNS, defendeu, tem de ter uma entidade própria, com funções que separem a gestão política da gestão do próprio SNS.No livro que é esta quinta-feira apresentado defende-se por exemplo planos plurianuais para o SNS, modos de pagamento associados a resultados em saúde, ou “permitir, estimular e garantir transparência, rigor e aplicação criteriosa de donativos cívicos”.

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