Ministra diz que é preciso pagar mais aos profissionais que fazem urgências nos hospitais

15-09-2019
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A ministra da Saúde defende melhores compensações para os profissionais que façam urgência nos hospitais a que pertencem, admitindo que é preocupante ter parte do SNS "muito dependente de prestadores de serviços".

Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que se assinalam este domingo, Marta Temido considerou necessário que os profissionais sejam compensados, em termos de penosidade, pelo serviço em urgência e que tenham também incentivos à produtividade na atividade que é programada, como consultas ou cirurgias.

"Há um trabalho de política de recursos humanos que é preciso enfrentar quando um novo ciclo se iniciar. Precisamos de rever os nossos modelos remuneratórios. É preocupante e desencantadora a realidade que temos neste momento, que é termos alguns serviços muito dependentes de prestadores de serviços. Precisamos de reverter esta realidade. Como é que isso se faz? Tornando mais atraente o trabalho em serviço de urgência para os profissionais do mapa de pessoal das instituições", sugere a ministra da Saúde.

Marta Temido admite, no entanto, que o "volume global de recursos não se vai alterar significativamente", pelo que será necessário alocar os recursos de outra forma.

Além disso, a ministra entende que é preciso garantir que os profissionais que se formam "são atraídos e mantidos dentro do SNS" e não descarta a ideia de que possam vir a ser obrigados a um período de permanência no serviço público. "Nesta legislatura, a questão já não se pode colocar. Num cenário de médio ou longo prazo é um tema sobre o qual nos temos que nos debruçar. Sentimos que os profissionais que formamos no SNS têm uma enorme apetência por trabalhar noutros sítios ou trabalhar no SNS em prestação de serviços", refere à Lusa.

Já em entrevista ao Expresso, no final de agosto, Marta Temido tinha descrito o recurso à prestação de serviços como um “cancro que está a percorrer o SNS”

A ministra considera ainda que a desagregação das carreiras dos vários profissionais do SNS foi um dos motivos que fez o serviço público perder capacidade de atração dos profissionais.

Ainda assim, sublinha, o SNS tem uma qualidade efetiva que, por vezes, não é percebida pela sociedade. “ Temos de modificar a imagem do SNS, que muitas vezes é uma imagem que se tem contagiado e não corresponde à total experiência dos utilizadores do SNS”

Alargar a hospitalização domiciliária

Em relação ao tratamento dos doentes, a responsável defende o alargamento da hospitalização domiciliária a todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS.

Atualmente existem cerca de 20 hospitais com esta resposta, que permite aos doentes que estariam internados recuperar em casa de uma doença aguda, recebendo cuidados hospitalares. O objetivo é que todos, perto de meia centena, prevejam a hospitalização domiciliária.

Segundo a ministra, há hospitais de "grande dimensão", como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que ainda não têm este projeto, que teve como hospital pioneiro o Garcia de Orta, em Almada.

A “enorme responsabilidade” de ser ministra

Em relação ao seu futuro político, a ministra da Saúde encara com "muito entusiasmo" a possibilidade de vir a ser deputada à Assembleia da República e escusa-se a adiantar se estará disponível para integrar um novo Governo.

"Marta Temido será candidata e deputada à Assembleia da República e o resto a seu tempo se verá", disse a ministra, que tomou posse a 15 de outubro do ano passado, substituindo no cargo Adalberto Campos Fernandes.

"É evidente que integrar um governo é muito importante, mas ser deputada à Assembleia da República é na minha perspetiva igualmente importante", frisou.

Fazendo um balanço de 11 meses como titular da pasta da Saúde, Marta Temido afirmou que tem sido um "enorme privilégio", mas também uma "enorme responsabilidade". "O que não imagino é trabalhar noutra área que não seja o serviço público. Isso é certo, mas será até uma questão de formação de personalidade", disse Marta Temido, revelando ter recusado vários convites para trabalhar no setor privado.

A ministra da Saúde defende melhores compensações para os profissionais que façam urgência nos hospitais a que pertencem, admitindo que é preocupante ter parte do SNS "muito dependente de prestadores de serviços".

Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que se assinalam este domingo, Marta Temido considerou necessário que os profissionais sejam compensados, em termos de penosidade, pelo serviço em urgência e que tenham também incentivos à produtividade na atividade que é programada, como consultas ou cirurgias.

"Há um trabalho de política de recursos humanos que é preciso enfrentar quando um novo ciclo se iniciar. Precisamos de rever os nossos modelos remuneratórios. É preocupante e desencantadora a realidade que temos neste momento, que é termos alguns serviços muito dependentes de prestadores de serviços. Precisamos de reverter esta realidade. Como é que isso se faz? Tornando mais atraente o trabalho em serviço de urgência para os profissionais do mapa de pessoal das instituições", sugere a ministra da Saúde.

Marta Temido admite, no entanto, que o "volume global de recursos não se vai alterar significativamente", pelo que será necessário alocar os recursos de outra forma.

Além disso, a ministra entende que é preciso garantir que os profissionais que se formam "são atraídos e mantidos dentro do SNS" e não descarta a ideia de que possam vir a ser obrigados a um período de permanência no serviço público. "Nesta legislatura, a questão já não se pode colocar. Num cenário de médio ou longo prazo é um tema sobre o qual nos temos que nos debruçar. Sentimos que os profissionais que formamos no SNS têm uma enorme apetência por trabalhar noutros sítios ou trabalhar no SNS em prestação de serviços", refere à Lusa.

Já em entrevista ao Expresso, no final de agosto, Marta Temido tinha descrito o recurso à prestação de serviços como um “cancro que está a percorrer o SNS”

A ministra considera ainda que a desagregação das carreiras dos vários profissionais do SNS foi um dos motivos que fez o serviço público perder capacidade de atração dos profissionais.

Ainda assim, sublinha, o SNS tem uma qualidade efetiva que, por vezes, não é percebida pela sociedade. “ Temos de modificar a imagem do SNS, que muitas vezes é uma imagem que se tem contagiado e não corresponde à total experiência dos utilizadores do SNS”

Alargar a hospitalização domiciliária

Em relação ao tratamento dos doentes, a responsável defende o alargamento da hospitalização domiciliária a todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS.

Atualmente existem cerca de 20 hospitais com esta resposta, que permite aos doentes que estariam internados recuperar em casa de uma doença aguda, recebendo cuidados hospitalares. O objetivo é que todos, perto de meia centena, prevejam a hospitalização domiciliária.

Segundo a ministra, há hospitais de "grande dimensão", como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que ainda não têm este projeto, que teve como hospital pioneiro o Garcia de Orta, em Almada.

A “enorme responsabilidade” de ser ministra

Em relação ao seu futuro político, a ministra da Saúde encara com "muito entusiasmo" a possibilidade de vir a ser deputada à Assembleia da República e escusa-se a adiantar se estará disponível para integrar um novo Governo.

"Marta Temido será candidata e deputada à Assembleia da República e o resto a seu tempo se verá", disse a ministra, que tomou posse a 15 de outubro do ano passado, substituindo no cargo Adalberto Campos Fernandes.

"É evidente que integrar um governo é muito importante, mas ser deputada à Assembleia da República é na minha perspetiva igualmente importante", frisou.

Fazendo um balanço de 11 meses como titular da pasta da Saúde, Marta Temido afirmou que tem sido um "enorme privilégio", mas também uma "enorme responsabilidade". "O que não imagino é trabalhar noutra área que não seja o serviço público. Isso é certo, mas será até uma questão de formação de personalidade", disse Marta Temido, revelando ter recusado vários convites para trabalhar no setor privado.

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