Marques Mendes: Esta governação será mais instável

14-10-2019
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No rescaldo das eleições legislativas de domingo passado, Luís Marques Mendes considerou que apesar de o PS ter ganho não fica numa posição mais forte do que a de há quatro anos. "Ganhou votos, ganhou deputados, mas as condições para governar não são as mesmas. O PS tem mais deputados, mas piores condições políticas para governar. Sem esquecer que já não há o papão Passos Coelho. A partir de agora, o nível de expectativas é outro – o governo de António Costa II tem de ser comparado com o governo de António Costa I."

O comentador, contudo, considera que o mais provável será os socialistas voltarem a governar por quatro anos inteiros. "O ambiente à volta é que será de maior incerteza e instabilidade", frisou.

O ex-líder do PSD advinha também dificuldades tanto à esquerda como à direita. PCP e BE regressam à sua condição de partidos de protesto evão ter muitas dificuldades em derrubar o Governo. "Esta é a questão nuclear. Para isso, PCP e BE têm de se aliar à direita. E aí vem ao de cima o “fantasma” do PEC4 em 2011. A esquerda foi, então, fortemente penalizada por se aliar à direita para derrubar um governo de esquerda.

Já à direita, além das crises internas, há dois problemas graves a resolver. "Vão ser várias vezes sujeitos a 'chantagens' no Parlamento para aprovarem Orçamentos. E uma oposição que aprova Orçamentos não é credível como alternativa", afirmou Luís Marques Mendes chamando a atenção para o "drama" de fazer oposição durante quatro anos.

É caso para dizer, segundo Marques Mendes, que "quase ninguém sai feliz destas eleições". Para o ex-líder do PSD, o Presidente da República é o único grande vencedor da noite, porque não queria maioria absoluta, reforçou as condições para a sua reeleição e vai tornar-se "cada vez mais como o único grande referencial de estabilidade e solidez".

Marques Mendes deixou ainda alguns conselhos a António Costa: ter um número dois forte e prestigiado; mudar vários ministros: e evitar o recurso excessivo a Secretários de Estado para subidas ministeriais, além das previsíveis de Ana Mendes Godinho (turismo) e Cláudia Joaquim (Segurança Social) . "Em qualquer caso, este vai ser um governo de serviços mínimos – não tem condições para tomar grandes decisões. Muito menos fazer reformas. É um governo para ocupar o poder, gerir o poder e fazer navegação à vista", diz.

Sobre a crise no seu partido, Marques Mendes defendeu a crítica de Cavaco Silva feita após as eleições. "A questão essencial é outra: por que é que o fez? Há a resposta evidente: está crítico dos resultados e crítico do caminho que o PSD tem levado. Há a resposta menos evidente: Cavaco está sobretudo preocupado com o futuro e quer uma mudança estratégica no PSD. Receia que o PS “colonize” o PSD, receia a “mexicanização” do regime e, por isso, não quer acordos com o PS."

O comentador considera que a luta interna, com a "coerente" candidatura de Luís Montenegro, e Rio, que acredita seja líder parlamentar, será clarificadora. "Há uma diferença de fundo, estratégica, entre Montenegro e Rio: Rio é o paladino de acordos estruturais com o PS; Montenegro não quer nem negociações nem acordos com o PS, incluindo nos orçamentos. Quer “vida própria” para o PSD."

No rescaldo das eleições legislativas de domingo passado, Luís Marques Mendes considerou que apesar de o PS ter ganho não fica numa posição mais forte do que a de há quatro anos. "Ganhou votos, ganhou deputados, mas as condições para governar não são as mesmas. O PS tem mais deputados, mas piores condições políticas para governar. Sem esquecer que já não há o papão Passos Coelho. A partir de agora, o nível de expectativas é outro – o governo de António Costa II tem de ser comparado com o governo de António Costa I."

O comentador, contudo, considera que o mais provável será os socialistas voltarem a governar por quatro anos inteiros. "O ambiente à volta é que será de maior incerteza e instabilidade", frisou.

O ex-líder do PSD advinha também dificuldades tanto à esquerda como à direita. PCP e BE regressam à sua condição de partidos de protesto evão ter muitas dificuldades em derrubar o Governo. "Esta é a questão nuclear. Para isso, PCP e BE têm de se aliar à direita. E aí vem ao de cima o “fantasma” do PEC4 em 2011. A esquerda foi, então, fortemente penalizada por se aliar à direita para derrubar um governo de esquerda.

Já à direita, além das crises internas, há dois problemas graves a resolver. "Vão ser várias vezes sujeitos a 'chantagens' no Parlamento para aprovarem Orçamentos. E uma oposição que aprova Orçamentos não é credível como alternativa", afirmou Luís Marques Mendes chamando a atenção para o "drama" de fazer oposição durante quatro anos.

É caso para dizer, segundo Marques Mendes, que "quase ninguém sai feliz destas eleições". Para o ex-líder do PSD, o Presidente da República é o único grande vencedor da noite, porque não queria maioria absoluta, reforçou as condições para a sua reeleição e vai tornar-se "cada vez mais como o único grande referencial de estabilidade e solidez".

Marques Mendes deixou ainda alguns conselhos a António Costa: ter um número dois forte e prestigiado; mudar vários ministros: e evitar o recurso excessivo a Secretários de Estado para subidas ministeriais, além das previsíveis de Ana Mendes Godinho (turismo) e Cláudia Joaquim (Segurança Social) . "Em qualquer caso, este vai ser um governo de serviços mínimos – não tem condições para tomar grandes decisões. Muito menos fazer reformas. É um governo para ocupar o poder, gerir o poder e fazer navegação à vista", diz.

Sobre a crise no seu partido, Marques Mendes defendeu a crítica de Cavaco Silva feita após as eleições. "A questão essencial é outra: por que é que o fez? Há a resposta evidente: está crítico dos resultados e crítico do caminho que o PSD tem levado. Há a resposta menos evidente: Cavaco está sobretudo preocupado com o futuro e quer uma mudança estratégica no PSD. Receia que o PS “colonize” o PSD, receia a “mexicanização” do regime e, por isso, não quer acordos com o PS."

O comentador considera que a luta interna, com a "coerente" candidatura de Luís Montenegro, e Rio, que acredita seja líder parlamentar, será clarificadora. "Há uma diferença de fundo, estratégica, entre Montenegro e Rio: Rio é o paladino de acordos estruturais com o PS; Montenegro não quer nem negociações nem acordos com o PS, incluindo nos orçamentos. Quer “vida própria” para o PSD."

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