Algarve. Ana Mendes Godinho pede cooperação dos privados para desenvolver região

16-11-2018
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A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, afirmou esta sexta-feira que "é essencial haver mais envolvimento do setor privado na gestão do destino", numa intervenção num painel dedicado aos desafios do Algarve no 30.º Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, que decorre em Lisboa.

A governante reiterou que isso não tem acontecido. Na criação de oferta assim como na promoção, "tem de ser um desígnio de todos", realça, acrescentado: "É preciso que os privados percebam e se envolvam na definição de prioridades, nomeadamente a captação de rotas aéreas".

Falando aos hoteleiros sobre o futuro, Ana Mendes Godinho relativizou, dizendo que o Algarve "é um destino poderoso" e a segunda região mais rica do país. Lembra também que o aeroporto de Faro registou 4,3 milhões de passageiros desembarcados em 2017, fruto de "um trabalho fantástico e muito articulado entre a ANA - Aeroportos de Portugal, a Região de Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal". No inverno, antecipa que a previsão de crescimento deverá ascender aos 18%.

A secretária de Estado do Turismo manifesta ainda preocupação com a quebra de hóspedes na hotelaria tradicional da região e volta a defender a diversificação dos mercados emissores. Olhando para os primeiros nove meses deste ano, afirma que o Algarve registou 0,8% dos hóspedes, apesar do "arrefecimento" de 1,8% nas dormidas, muito influenciado pelas quebras dos mercados britânico e alemão. "O Canadá é um mercado natural para o Algarve e pode crescer significativamente com pouco esforço", refere.

Dados do gabinete nacional de estatísticas mostram que, de janeiro a setembro, a hotelaria algarvia acumula 3,5 milhões de hóspedes, mais 0,8% face ao mesmo período do ano passado, enquanto, em sentido inverso, as dormidas desceram 1,8%, para 15,8 milhões de dormidas. Já ao nível dos proveitos, ascendem aos 939,8 milhões de euros, um crescimento de 4,1%.

"Não podemos baixar os braços", disse ainda, referindo-se à retoma acelerada de destinos concorrentes da bacia do Mediterrâneo. "A procura é claramente superior à oferta e, por isso, nós temos de ter um plus para que não se desviem todos os fluxos, principalmente aqueles que nos interessam e garantem mais valor", salienta.

No mesmo painel, a anglo-singapurense Chitra Stern, fundadora do grupo Martinhal, começaria por criticar a dificuldade na obtenção de vistos de entrada em Portugal. "Devíamos premiar quem chega a Lisboa vindo da Índia", gracejou, acrescentando que, na maioria dos casos, “conseguem vistos em França para vir para Portugal”.

Chitra Stern considera necessário diversificar mercados, assim como captar mais ligações diretas para o aeroporto de Faro. A mesma opinião é partilhada pelo presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, que considera que a TAP poderia desviar alguns voos para o Algarve como "já está a começar a fazer no Porto".

"Historicamente já assistimos à enorme resiliência do mercado britânico em relação à desvalorização da libra”, disse António Trindade, presidente dos hotéis PortoBay, que constata: "Os britânicos são extremamente fiéis aos destinos". O hoteleiro vai ainda mais longe ao acusar a Turquia, o Chipre e o Egito de usar a desvalorização monetária para ganhar competitividade.

*Última atualização às 15:30

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, afirmou esta sexta-feira que "é essencial haver mais envolvimento do setor privado na gestão do destino", numa intervenção num painel dedicado aos desafios do Algarve no 30.º Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, que decorre em Lisboa.

A governante reiterou que isso não tem acontecido. Na criação de oferta assim como na promoção, "tem de ser um desígnio de todos", realça, acrescentado: "É preciso que os privados percebam e se envolvam na definição de prioridades, nomeadamente a captação de rotas aéreas".

Falando aos hoteleiros sobre o futuro, Ana Mendes Godinho relativizou, dizendo que o Algarve "é um destino poderoso" e a segunda região mais rica do país. Lembra também que o aeroporto de Faro registou 4,3 milhões de passageiros desembarcados em 2017, fruto de "um trabalho fantástico e muito articulado entre a ANA - Aeroportos de Portugal, a Região de Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal". No inverno, antecipa que a previsão de crescimento deverá ascender aos 18%.

A secretária de Estado do Turismo manifesta ainda preocupação com a quebra de hóspedes na hotelaria tradicional da região e volta a defender a diversificação dos mercados emissores. Olhando para os primeiros nove meses deste ano, afirma que o Algarve registou 0,8% dos hóspedes, apesar do "arrefecimento" de 1,8% nas dormidas, muito influenciado pelas quebras dos mercados britânico e alemão. "O Canadá é um mercado natural para o Algarve e pode crescer significativamente com pouco esforço", refere.

Dados do gabinete nacional de estatísticas mostram que, de janeiro a setembro, a hotelaria algarvia acumula 3,5 milhões de hóspedes, mais 0,8% face ao mesmo período do ano passado, enquanto, em sentido inverso, as dormidas desceram 1,8%, para 15,8 milhões de dormidas. Já ao nível dos proveitos, ascendem aos 939,8 milhões de euros, um crescimento de 4,1%.

"Não podemos baixar os braços", disse ainda, referindo-se à retoma acelerada de destinos concorrentes da bacia do Mediterrâneo. "A procura é claramente superior à oferta e, por isso, nós temos de ter um plus para que não se desviem todos os fluxos, principalmente aqueles que nos interessam e garantem mais valor", salienta.

No mesmo painel, a anglo-singapurense Chitra Stern, fundadora do grupo Martinhal, começaria por criticar a dificuldade na obtenção de vistos de entrada em Portugal. "Devíamos premiar quem chega a Lisboa vindo da Índia", gracejou, acrescentando que, na maioria dos casos, “conseguem vistos em França para vir para Portugal”.

Chitra Stern considera necessário diversificar mercados, assim como captar mais ligações diretas para o aeroporto de Faro. A mesma opinião é partilhada pelo presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, que considera que a TAP poderia desviar alguns voos para o Algarve como "já está a começar a fazer no Porto".

"Historicamente já assistimos à enorme resiliência do mercado britânico em relação à desvalorização da libra”, disse António Trindade, presidente dos hotéis PortoBay, que constata: "Os britânicos são extremamente fiéis aos destinos". O hoteleiro vai ainda mais longe ao acusar a Turquia, o Chipre e o Egito de usar a desvalorização monetária para ganhar competitividade.

*Última atualização às 15:30

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