Saúde SA: Não há nada que seja defensável para a manutenção das PPP

17-07-2018
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Guerra aos lóbis: depois da Educação vem aí a
Saúde

O primeiro-ministro levantou o Congresso do PS
em fortes aplausos ao ministro da Educação, por Tiago Brandão Rodrigues ter a
"coragem de enfrentar os lóbis" no setor, a propósito da luta do
Executivo aos contratos de associação com os colégios privados. Será o
ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, o próximo a ser ovacionado num
congresso do PS por colocar um fim nas "rendas" da Saúde, como lhes
chama o Bloco?  É
possível. António Costa já assumiu num debate quinzenal que o Governo está a
"desenvolver um conjunto de estudos" para tomar decisões e que o
critério será o de "garantir e reforçar o Serviço Nacional de Saúde".
Também o ministro da tutela referiu, entretanto, que o problema na Saúde não é
falta de dinheiro, mas sim o facto de ele estar mal aplicado. Num almoço
recente, em Cascais, promovido pela revista FRONTLINE, Adalberto Campos
Fernandes lembrou mesmo a Salvador de Mello, do grupo Mello Saúde, que o
"sistema privado de Saúde depende, em boa parte, do público". O
ministro ainda acrescentou, durante o debate, que era preciso que o Estado
fosse "mais exigente na relação entre sistema público, privado e
social".

Na
Comissão parlamentar de Saúde foi mais longe: criticou a “dependência do SNS em
relação aos meios convencionados”, prometendo “uma redução dos maus custos, da
má despesa”. Empenhado
em liderar o debate público sobre esta questão, o Bloco de Esquerda apresenta
agora um projecto de resolução para "Poupar no financiamento a privados
para investir no Serviço Nacional de Saúde". Catarina
Martins já tinha desafiado o primeiro-ministro, num debate quinzenal, a acabar
com as rendas na Saúde. Agora o partido pede que sejam maximizadas as capacidades
das unidades públicas, por exemplo, para a realização de meios complementares
de diagnóstico e terapêutica "e elimine redundâncias do setor
convencionado". Os bloquistas querem também que, para a realização de cirurgias programadas, o
Estado privilegie a transferências de utentes entre instituições do SNS,
"reduzindo o recurso a privados". Dados compilados pelo partido
mostram que os hospitais públicos estão a gastar cada vez mais com o
reencaminhamento de doentes para privados – 30,5 milhões de euros em 2013 e 36
milhões de euros em 2015, com os chamados vales-cirurgia. No
preâmbulo da iniciativa legislativa, a que a VISÃO teve acesso, os deputados
acusam anteriores executivos pelo desinvestimento na Saúde, considerando que
"não houve nenhum racional financeiro por trás das escolhas que cortaram
no público para gastar cada vez mais com o privado". Um argumento ao nível
do que foi usado na guerra contra os contratos de associação na Educação. Márcia Garlão. Visão 09/06/2016 

“As
PPP nasceram da pressão dos grupos privados e não de uma solução que mostrou
ter grandes vantagens para o sector público, que cabe aos privados mostrarem e
que nunca aconteceu.” Defende, por isso, que “não há nada que seja defensável
para a manutenção das PPP. Não se percebe como empresas do outro lado do mundo
(China, Brasil ou EUA), cujo interesse é retirar dinheiro, têm maior
sensibilidade do que o Estado para defender o SNS”. Constantino
Sakellarides.

«Ter
grupos privados a administrar hospitais do Estado é como um placebo: não faz
bem nem mal à Saúde. E só melhora quem acredita que produz efeito. A Entidade
Reguladora da Saúde (ERS) entregou ao Governo um relatório de avaliação às
parcerias público-privadas (PPP), concluindo que “apresentam globalmente bons
resultados, mas não há diferenças significativas face aos restantes hospitais
do Serviço Nacional de Saúde; não se pode dizer que o modelo é melhor”, afirma
ao Expresso o presidente, Jorge Simões. O responsável pelo regulador da Saúde
confessa ter ficado “um pouco surpreendido”».Semanário Expresso 09.06.16

Além do estudo da ERS link é importante consultar os dados da Monitorização do SNS link
Sobre o Hospital de Cascais, o primeiro a terminar o contrato PPP, os resultados do benchmarking dos hospitais são esclarecedores. 

HH Cascais, Grupo C (dezasseis hospitais) - 14.º do grupo - Taxa ulceras de pressão link ; HH Cascais, Grupo C - 16.º do grupo (último) - Sepsis pós operatória P/100000 link ; HH Cascais - Grupo C - 12.º do grupo - Partos cesariana link ; HH Cascais, Grupo C - 13.º do grupo - % de partos vaginais instrumentados c/lacerações de 3.º e 4.º grau link ; HH Cascais, Grupo C - 13.º do grupo - Produção e rácios de eficiência. Resumo da Actividade assistencial link ; HH Cascais, Grupo C - 14.º do grupo - Doentes saídos link ; HH Cascais, Grupo C - 11.º do grupo - Intervenções cirurgicas programadas link ; HH Cascais, Grupo C - 14.º do grupo - Consultas Externas link ; HH Cascais, Grupo C – 13.º do grupo - N.º de sessões de hemoterapia link ; HH Cascais, Grupo C - 6.º do grupo - Atendimento das Urgências link

Tavisto
Etiquetas: PPPs à Portuguesa, Tá visto

Guerra aos lóbis: depois da Educação vem aí a
Saúde

O primeiro-ministro levantou o Congresso do PS
em fortes aplausos ao ministro da Educação, por Tiago Brandão Rodrigues ter a
"coragem de enfrentar os lóbis" no setor, a propósito da luta do
Executivo aos contratos de associação com os colégios privados. Será o
ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, o próximo a ser ovacionado num
congresso do PS por colocar um fim nas "rendas" da Saúde, como lhes
chama o Bloco?  É
possível. António Costa já assumiu num debate quinzenal que o Governo está a
"desenvolver um conjunto de estudos" para tomar decisões e que o
critério será o de "garantir e reforçar o Serviço Nacional de Saúde".
Também o ministro da tutela referiu, entretanto, que o problema na Saúde não é
falta de dinheiro, mas sim o facto de ele estar mal aplicado. Num almoço
recente, em Cascais, promovido pela revista FRONTLINE, Adalberto Campos
Fernandes lembrou mesmo a Salvador de Mello, do grupo Mello Saúde, que o
"sistema privado de Saúde depende, em boa parte, do público". O
ministro ainda acrescentou, durante o debate, que era preciso que o Estado
fosse "mais exigente na relação entre sistema público, privado e
social".

Na
Comissão parlamentar de Saúde foi mais longe: criticou a “dependência do SNS em
relação aos meios convencionados”, prometendo “uma redução dos maus custos, da
má despesa”. Empenhado
em liderar o debate público sobre esta questão, o Bloco de Esquerda apresenta
agora um projecto de resolução para "Poupar no financiamento a privados
para investir no Serviço Nacional de Saúde". Catarina
Martins já tinha desafiado o primeiro-ministro, num debate quinzenal, a acabar
com as rendas na Saúde. Agora o partido pede que sejam maximizadas as capacidades
das unidades públicas, por exemplo, para a realização de meios complementares
de diagnóstico e terapêutica "e elimine redundâncias do setor
convencionado". Os bloquistas querem também que, para a realização de cirurgias programadas, o
Estado privilegie a transferências de utentes entre instituições do SNS,
"reduzindo o recurso a privados". Dados compilados pelo partido
mostram que os hospitais públicos estão a gastar cada vez mais com o
reencaminhamento de doentes para privados – 30,5 milhões de euros em 2013 e 36
milhões de euros em 2015, com os chamados vales-cirurgia. No
preâmbulo da iniciativa legislativa, a que a VISÃO teve acesso, os deputados
acusam anteriores executivos pelo desinvestimento na Saúde, considerando que
"não houve nenhum racional financeiro por trás das escolhas que cortaram
no público para gastar cada vez mais com o privado". Um argumento ao nível
do que foi usado na guerra contra os contratos de associação na Educação. Márcia Garlão. Visão 09/06/2016 

“As
PPP nasceram da pressão dos grupos privados e não de uma solução que mostrou
ter grandes vantagens para o sector público, que cabe aos privados mostrarem e
que nunca aconteceu.” Defende, por isso, que “não há nada que seja defensável
para a manutenção das PPP. Não se percebe como empresas do outro lado do mundo
(China, Brasil ou EUA), cujo interesse é retirar dinheiro, têm maior
sensibilidade do que o Estado para defender o SNS”. Constantino
Sakellarides.

«Ter
grupos privados a administrar hospitais do Estado é como um placebo: não faz
bem nem mal à Saúde. E só melhora quem acredita que produz efeito. A Entidade
Reguladora da Saúde (ERS) entregou ao Governo um relatório de avaliação às
parcerias público-privadas (PPP), concluindo que “apresentam globalmente bons
resultados, mas não há diferenças significativas face aos restantes hospitais
do Serviço Nacional de Saúde; não se pode dizer que o modelo é melhor”, afirma
ao Expresso o presidente, Jorge Simões. O responsável pelo regulador da Saúde
confessa ter ficado “um pouco surpreendido”».Semanário Expresso 09.06.16

Além do estudo da ERS link é importante consultar os dados da Monitorização do SNS link
Sobre o Hospital de Cascais, o primeiro a terminar o contrato PPP, os resultados do benchmarking dos hospitais são esclarecedores. 

HH Cascais, Grupo C (dezasseis hospitais) - 14.º do grupo - Taxa ulceras de pressão link ; HH Cascais, Grupo C - 16.º do grupo (último) - Sepsis pós operatória P/100000 link ; HH Cascais - Grupo C - 12.º do grupo - Partos cesariana link ; HH Cascais, Grupo C - 13.º do grupo - % de partos vaginais instrumentados c/lacerações de 3.º e 4.º grau link ; HH Cascais, Grupo C - 13.º do grupo - Produção e rácios de eficiência. Resumo da Actividade assistencial link ; HH Cascais, Grupo C - 14.º do grupo - Doentes saídos link ; HH Cascais, Grupo C - 11.º do grupo - Intervenções cirurgicas programadas link ; HH Cascais, Grupo C - 14.º do grupo - Consultas Externas link ; HH Cascais, Grupo C – 13.º do grupo - N.º de sessões de hemoterapia link ; HH Cascais, Grupo C - 6.º do grupo - Atendimento das Urgências link

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