PNP opinião: Sinais do tempo

19-07-2018
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Há coisas que não mudam,
principalmente na política.

Eleições são eleições, e
quando as mesmas se aproximam, seja qual for o quadro pintado para se chegar ao
poder, são uns contra os outros. Ponto.

Digo isto porque estamos
a pouco mais de um ano de eleições legislativas em Portugal, e o Governo, sendo
constituído apenas por um partido, depende na Assembleia da República de outros
partidos, os tais da geringonça. Até aqui nenhuma novidade, eu sei, mas a
verdade é que nos últimos meses temos assistido a várias, umas mais camufladas
do que outras, ameaças por parte dos partidos que formam a dita geringonça. PCP
e Bloco de Esquerda irão querer reclamar avanços sociais e económicos que
Portugal registou ao longo dos últimos anos, mas a verdade é que o poder
executivo ficou a cargo exclusivamente do PS, quando lá atrás, ainda não se
sabia se ia correr bem ou mal, ou se iria passar de um Orçamento de Estado ou
todos até ao final da legislatura.

Hoje, parece certo que
este Governo chegará ao final da legislatura, até porque nenhum dos partidos
quer ficar com o ónus da responsabilidade de provocar eleições, mas a verdade é
que os partidos que viabilizaram este Governo pouco têm a perder, porque das
medidas acordadas - sim, porque foi em medidas que os acordos se basearam -
foram já todas, logo em dois anos, concretizadas, faltando apenas o salário
mínimo nacional chegar aos 600€, mas está a ter a evolução esperada.

Ora, depois de se ter
falado nos primeiros 3 meses do ano do OE do ano seguinte - já aqui soa a
estranho, mas tudo bem - agora é a questão dos professores e as sucessivas
greves nos transportes que têm sido as armas de arremesso contra o atual
Governo. E vejamos, não é difícil perceber porquê. São setores onde os
sindicatos têm, por norma, uma maior força de atuação e de influência.

A pressão para melhorias
nos dois setores tem sido intensa, e são setores onde facilmente se reclamam
melhorias, mas a verdade é que o país não goza, neste momento, de folga
orçamental para fazer tudo a todos. No entanto, e este ponto é importante, não
quer isto dizer que se possa fazer tudo a uns e nada a outros, terá,
necessariamente, de se encontrar um equilíbrio.

Equilíbrio é,
porventura, a chave de uma negociação bem sucedida. Segundo as notícias dos
últimos dias, não tem havido a capacidade, por parte do Governo ou dos
sindicatos da educação, em encontrar esse equilíbrio. Os sindicatos reclamam
que o Governo tem dito que é como o Governo quer - em relação à contagem do
tempo de serviço - ou não é nada. Achei estranha esta posição do Governo, muito
menos em ano anterior ao das eleições. Mas logo logo, no seguimento do jornal
televisivo, falou o Ministro Tiago Brandão Rodrigues, e o que ele disse foi que
não havia capacidade para se avançar nas negociações uma vez que os sindicatos
exigem apenas e só a contagem, integral do tempo de serviço. Ora, hoje mesmo, o
Primeiro-Ministro disse no debate quinzenal e assumiu que não há capacidade
financeira para cumprir com a contagem integral. A ideia que fica, pelo menos
na minha cabeça, é que se conseguiria encontrar um tempo intermédio entre os
anos de contagem que o Governo apresentou em sede pré-negocial e o tempo que os
sindicatos reclamam. O Governo já fez avanços em relação a aumentar o tempo de
serviço, estando já na metade do tempo que os sindicatos reclamam, sendo que os
sindicatos não cederam ainda sequer um mês nessa contagem.

Eu percebo que os
professores queiram todo o tempo contado e valorizado, até porque o exerceram,
mas a verdade é que foram exigidos, a todos os portugueses, sacrifícios nos
anos de intervenção, e o que está a ser discutido não é nada mais nada menos do
que reposições, e não se está a discutir quanto tirar ou cortar. E só por este
ponto, eu correria para a mesa das negociações.

Resta-me uma pergunta:
quem é que afinal anda com uma postura de ou isto ou nada?

A mim parece-me claro, e
seria benéfico, para todos, que se encontrasse um equilíbrio. Mas Mário
Nogueira, sindicalista de há vários anos, uma vez que é expert na matéria,
nomeadamente negociações com vários Governos uma vez que é sindicalista há mais
de 25 anos, anos esses em que não deu aulas e, ao que parece até pelos anos que
são por ele representados, os professores devem estar satisfeitos.

Equilíbrio, compreensão
e tolerância devem ser as chaves para um final feliz, mas quem sou eu?

Há coisas que não mudam,
principalmente na política.

Eleições são eleições, e
quando as mesmas se aproximam, seja qual for o quadro pintado para se chegar ao
poder, são uns contra os outros. Ponto.

Digo isto porque estamos
a pouco mais de um ano de eleições legislativas em Portugal, e o Governo, sendo
constituído apenas por um partido, depende na Assembleia da República de outros
partidos, os tais da geringonça. Até aqui nenhuma novidade, eu sei, mas a
verdade é que nos últimos meses temos assistido a várias, umas mais camufladas
do que outras, ameaças por parte dos partidos que formam a dita geringonça. PCP
e Bloco de Esquerda irão querer reclamar avanços sociais e económicos que
Portugal registou ao longo dos últimos anos, mas a verdade é que o poder
executivo ficou a cargo exclusivamente do PS, quando lá atrás, ainda não se
sabia se ia correr bem ou mal, ou se iria passar de um Orçamento de Estado ou
todos até ao final da legislatura.

Hoje, parece certo que
este Governo chegará ao final da legislatura, até porque nenhum dos partidos
quer ficar com o ónus da responsabilidade de provocar eleições, mas a verdade é
que os partidos que viabilizaram este Governo pouco têm a perder, porque das
medidas acordadas - sim, porque foi em medidas que os acordos se basearam -
foram já todas, logo em dois anos, concretizadas, faltando apenas o salário
mínimo nacional chegar aos 600€, mas está a ter a evolução esperada.

Ora, depois de se ter
falado nos primeiros 3 meses do ano do OE do ano seguinte - já aqui soa a
estranho, mas tudo bem - agora é a questão dos professores e as sucessivas
greves nos transportes que têm sido as armas de arremesso contra o atual
Governo. E vejamos, não é difícil perceber porquê. São setores onde os
sindicatos têm, por norma, uma maior força de atuação e de influência.

A pressão para melhorias
nos dois setores tem sido intensa, e são setores onde facilmente se reclamam
melhorias, mas a verdade é que o país não goza, neste momento, de folga
orçamental para fazer tudo a todos. No entanto, e este ponto é importante, não
quer isto dizer que se possa fazer tudo a uns e nada a outros, terá,
necessariamente, de se encontrar um equilíbrio.

Equilíbrio é,
porventura, a chave de uma negociação bem sucedida. Segundo as notícias dos
últimos dias, não tem havido a capacidade, por parte do Governo ou dos
sindicatos da educação, em encontrar esse equilíbrio. Os sindicatos reclamam
que o Governo tem dito que é como o Governo quer - em relação à contagem do
tempo de serviço - ou não é nada. Achei estranha esta posição do Governo, muito
menos em ano anterior ao das eleições. Mas logo logo, no seguimento do jornal
televisivo, falou o Ministro Tiago Brandão Rodrigues, e o que ele disse foi que
não havia capacidade para se avançar nas negociações uma vez que os sindicatos
exigem apenas e só a contagem, integral do tempo de serviço. Ora, hoje mesmo, o
Primeiro-Ministro disse no debate quinzenal e assumiu que não há capacidade
financeira para cumprir com a contagem integral. A ideia que fica, pelo menos
na minha cabeça, é que se conseguiria encontrar um tempo intermédio entre os
anos de contagem que o Governo apresentou em sede pré-negocial e o tempo que os
sindicatos reclamam. O Governo já fez avanços em relação a aumentar o tempo de
serviço, estando já na metade do tempo que os sindicatos reclamam, sendo que os
sindicatos não cederam ainda sequer um mês nessa contagem.

Eu percebo que os
professores queiram todo o tempo contado e valorizado, até porque o exerceram,
mas a verdade é que foram exigidos, a todos os portugueses, sacrifícios nos
anos de intervenção, e o que está a ser discutido não é nada mais nada menos do
que reposições, e não se está a discutir quanto tirar ou cortar. E só por este
ponto, eu correria para a mesa das negociações.

Resta-me uma pergunta:
quem é que afinal anda com uma postura de ou isto ou nada?

A mim parece-me claro, e
seria benéfico, para todos, que se encontrasse um equilíbrio. Mas Mário
Nogueira, sindicalista de há vários anos, uma vez que é expert na matéria,
nomeadamente negociações com vários Governos uma vez que é sindicalista há mais
de 25 anos, anos esses em que não deu aulas e, ao que parece até pelos anos que
são por ele representados, os professores devem estar satisfeitos.

Equilíbrio, compreensão
e tolerância devem ser as chaves para um final feliz, mas quem sou eu?

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