AIR Centre. Centro internacional de investigação dos Açores arranca na Praia da Vitória e em sete países

22-05-2019
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Um Centro de Observação da Terra que vai desenvolver sistemas de software avançado para a agricultura, estudo do clima e da biodiversidade, urbanismo, mobilidade, segurança marítima e pescas, é o primeiro grupo científico a avançar no AIR Centre - Centro Internacional de Investigação do Atlântico, nos Açores, revelou ao Expresso o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Está prevista a contratação inicial de cinco investigadores e Manuel Heitor explicou que o centro "terá apoios da Agência Espacial Europeia, no contexto do oceano Atlântico, e vai criar sistemas de software avançado com base nas imagens e dados dos satélites de observação da Terra, que permitirão desenvolver novas atividades empresariais, sendo o leque de potenciais aplicações muito grande". Estes satélites "permitem hoje obter imagens diárias com uma resolução de 10 centímetros".

O ministro falava depois da assembleia-geral (AG) do AIR Centre, realizada na ilha Terceira (Açores), onde foi aprovada a entrada formal da Nigéria como país fundador do centro, que vai dedicar-se à investigação integrada das áreas do Espaço, oceanos, clima, energia e ciência de dados. O AIR Centre foi constituído em novembro de 2017 na Cimeira de Florianópolis, no Brasil, e tem como países fundadores Portugal, Espanha, Brasil, Uruguai, Angola, Nigéria, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, e como países observadores o Reino Unido e a África do Sul, embora este último "vá aderir em breve à organização", adianta Manuel Heitor.

Diretor executivo é um cientista espanhol

Na AG foi também formalmente empossado o diretor executivo do AIR Centre, José Joaquin Brito. O cientista espanhol, 57 anos, foi selecionado num concurso internacional em que participaram 50 peritos de todo o mundo. Doutorado em química, é professor na Faculdade de Ciências Marinhas da Universidade de Las Palmas, na ilha de Gran Canaria (Canárias), e liderou durante os últimos anos o Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Plataforma Oceânica das Ilhas Canárias (PLOCAN).

O AIR Centre tem sede na Praia da Vitória, na ilha Terceira e um polo na ilha de Santa Maria, nos Açores. O polo de Santa Maria ficará localizado nas instalações do radiotelescópio da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), um projeto único no mundo que monitoriza em simultâneo a deslocação de quatro placas tectónicas (norte-americana, euro-asiática, africana e micro-placa dos Açores). Na AG foram, aliás, aprovados os termos de referência para um segundo contrato-programa com a RAEGE para reforçar a equipa de cientistas na estação de Santa Maria, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A RAEGE é um projeto dos governos de Espanha e dos Açores para a construção de quatro estações. A de Santa Maria custou sete milhões de euros e já está a funcionar, tal como a de Yebes (Guadalajara, Espanha). Faltam construir as da ilha das Flores (Açores) e de Tenerife (Canárias).

No Continente, o AIR Centre tem polos em Lisboa (Palácio das Laranjeiras), Braga (Universidade do Minho) e no Laboratório Colaborativo do Atlântico, coordenado pela empresa espacial portuguesa Tekever, que tem núcleos em Peniche, Matosinhos e Cascais. A localização de um polo na Universidade do Minho está relacionada com o supercomputador que vai processar a grande quantidade de dados gerada pelas atividades do centro de investigação internacional, recebida através da AIR Centre Data Intelligence Network. A entrega deste supercomputador no Centro de Computação Avançada do Minho (MAAC) resultou de um acordo feito em novembro de 2017 entre a FCT, a Universidade do Texas em Austin (EUA) e o Centro de Supercomputação de Barcelona, que vão ser também centros de processamento de dados do AIR Centre.

Fora de Portugal haverá polos em mais seis países: Espanha (no PLOCAN em Las Palmas, nas Canárias), Brasil (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nigéria (Lagos), África do Sul (Cidade do Cabo), Angola (Luanda) e Cabo Verde (Mindelo). A equipa inicial a instalar na sede do AIR Centre na Praia da Vitória terá seis pessoas e haverá mais dez a distribuir entre a sede e o polo de Lisboa.

Um Centro de Observação da Terra que vai desenvolver sistemas de software avançado para a agricultura, estudo do clima e da biodiversidade, urbanismo, mobilidade, segurança marítima e pescas, é o primeiro grupo científico a avançar no AIR Centre - Centro Internacional de Investigação do Atlântico, nos Açores, revelou ao Expresso o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Está prevista a contratação inicial de cinco investigadores e Manuel Heitor explicou que o centro "terá apoios da Agência Espacial Europeia, no contexto do oceano Atlântico, e vai criar sistemas de software avançado com base nas imagens e dados dos satélites de observação da Terra, que permitirão desenvolver novas atividades empresariais, sendo o leque de potenciais aplicações muito grande". Estes satélites "permitem hoje obter imagens diárias com uma resolução de 10 centímetros".

O ministro falava depois da assembleia-geral (AG) do AIR Centre, realizada na ilha Terceira (Açores), onde foi aprovada a entrada formal da Nigéria como país fundador do centro, que vai dedicar-se à investigação integrada das áreas do Espaço, oceanos, clima, energia e ciência de dados. O AIR Centre foi constituído em novembro de 2017 na Cimeira de Florianópolis, no Brasil, e tem como países fundadores Portugal, Espanha, Brasil, Uruguai, Angola, Nigéria, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, e como países observadores o Reino Unido e a África do Sul, embora este último "vá aderir em breve à organização", adianta Manuel Heitor.

Diretor executivo é um cientista espanhol

Na AG foi também formalmente empossado o diretor executivo do AIR Centre, José Joaquin Brito. O cientista espanhol, 57 anos, foi selecionado num concurso internacional em que participaram 50 peritos de todo o mundo. Doutorado em química, é professor na Faculdade de Ciências Marinhas da Universidade de Las Palmas, na ilha de Gran Canaria (Canárias), e liderou durante os últimos anos o Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Plataforma Oceânica das Ilhas Canárias (PLOCAN).

O AIR Centre tem sede na Praia da Vitória, na ilha Terceira e um polo na ilha de Santa Maria, nos Açores. O polo de Santa Maria ficará localizado nas instalações do radiotelescópio da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), um projeto único no mundo que monitoriza em simultâneo a deslocação de quatro placas tectónicas (norte-americana, euro-asiática, africana e micro-placa dos Açores). Na AG foram, aliás, aprovados os termos de referência para um segundo contrato-programa com a RAEGE para reforçar a equipa de cientistas na estação de Santa Maria, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A RAEGE é um projeto dos governos de Espanha e dos Açores para a construção de quatro estações. A de Santa Maria custou sete milhões de euros e já está a funcionar, tal como a de Yebes (Guadalajara, Espanha). Faltam construir as da ilha das Flores (Açores) e de Tenerife (Canárias).

No Continente, o AIR Centre tem polos em Lisboa (Palácio das Laranjeiras), Braga (Universidade do Minho) e no Laboratório Colaborativo do Atlântico, coordenado pela empresa espacial portuguesa Tekever, que tem núcleos em Peniche, Matosinhos e Cascais. A localização de um polo na Universidade do Minho está relacionada com o supercomputador que vai processar a grande quantidade de dados gerada pelas atividades do centro de investigação internacional, recebida através da AIR Centre Data Intelligence Network. A entrega deste supercomputador no Centro de Computação Avançada do Minho (MAAC) resultou de um acordo feito em novembro de 2017 entre a FCT, a Universidade do Texas em Austin (EUA) e o Centro de Supercomputação de Barcelona, que vão ser também centros de processamento de dados do AIR Centre.

Fora de Portugal haverá polos em mais seis países: Espanha (no PLOCAN em Las Palmas, nas Canárias), Brasil (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nigéria (Lagos), África do Sul (Cidade do Cabo), Angola (Luanda) e Cabo Verde (Mindelo). A equipa inicial a instalar na sede do AIR Centre na Praia da Vitória terá seis pessoas e haverá mais dez a distribuir entre a sede e o polo de Lisboa.

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