Discursou com o pé que estava mais à mão (ou como o PS viu Ronaldo ganhar a Champions)

09-07-2018
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O Exposalão, na Batalha, tem três pavilhões. O congresso do PS, este fim de semana, aconteceu no pavilhão 1. Para os congressistas que gostam de futebol, a final da Champions, este sábado à noite, aconteceu no pavilhão 3. (Não há certezas sobre o que aconteceu no pavilhão 2).

É no pavilhão 3 que está instalada a chamada "Praça da Alimentação" ("como no shopping", comenta uma jovem socialista). É aí, entre roulotes que prometem "street food gourmet" e outras que não prometem nada, que está instalada uma tela gigante, montada de propósito para passar o jogo entre Real Madrid e Liverpool.

Às 19h30, já a Praça da Alimentação respira um distinto odor a comida (gourmet) e está em exercícios de aquecimento. Aliás, já está em exercícios de aquecimento há algum tempo, a avaliar por sinais inconfundíveis, como o facto de a roulote das bifanas já não ter bifanas (em vez das ditas, há umas coisas "vegan" e hambúrgueres com rúcula — "vegan" e hambúrgueres com rúcula para ver a bola!... isto não houve quem denunciasse no congresso do PS!...). Noutra barraca, um cliente queixa-se de que a cerveja está quente, ao que o empregado responde que “não dá tempo para elas arrefecerem”. Felizmente, não falta cerveja fresca noutros pontos de venda.

A ação em Kiev começa com um momento musical. Não é nenhuma das músicas da playlist do congresso — esta é deste século. Sobre este momento, nada como recorrer aos especialistas para dar a melhor informação possível. Segundo o liveblog do site espanhol Marca, "está cantando Dua Lipa encima de un Dorito gigante con un montón de margaritas dando vueltas a su escenario. Pues nada." Em simultâneo, os cinquenta liveblogs de meios de comunicação portugueses que estavam a acompanhar o congresso também garantiam que no congresso não se passava nada.

“Hiiiiii, isto é só gajas descascadas!”, comenta um congressista que dá de caras com a Dua Lipa e suas bailarinas no ecrã gigante. Embora revelando grande capacidade analítica e de síntese, deixa notar que tem faltado às ações de sensibilização contra a linguagem discriminatória de género. Daniel Adrião, único adversário vivo de António Costa, distribui cumprimentos por várias mesas e acaba por estacionar numa onde está Ricardo Gonçalves, que foi membro da direção de António José Seguro e, estranhamente, conta que não o deixaram discursar neste congresso. Paulo Cafôfo, ainda cheio da glória acabada de conquistar com um loooongo discurso no horário nobre do conclave, na qualidade de candidato à presidência do Governo da Madeira, centraliza uma mesa cheia de conterrâneos. Graça Fonseca e Fernando Rocha Andrade destacam-se noutra mesa (ele mais do que ela), aparentemente alheios a futebóis. Rocha Andrade, que se demitiu do governo por ter ido à boleia da Galp ver um jogo do Euro 2016, sabe bem que a paixão pelo futebol pode ter efeitos políticos indesejados.

I parte

Quando a bola começa a rolar em Kiev, discursa a congressista Maria Begonha, de Lisboa. Segue-se André Pinotes Batista. As dezenas de congressistas que optam por ver o jogo viverão na ignorância sobre o que ambos disseram.

Mostrando total desprezo pelas mundanidades futebolísticas, aos 6' de jogo tanto Rocha Andrade como Graça Fonseca abandonam a Praça da Alimentação. Este humilde repórter adorava poder contar ao estimado leitor se ambos se dirigiram ao congresso ou se saíram do Exposalão, mas o pendor ofensivo do Liverpool era tal, que o repórter entendeu que essa informação não tinha importância nenhuma.

O Real passa por sérios apuros quando Pedro Silva Pereira, o segundo homem mais importante do socratismo, começa a dizer coisas importantes. Aos 13' é o sufoco na área dos de Madrid. Na sala do congresso, por alguma razão, os avisos de Silva Pereira sobre a importância de cumprir compromissos europeus não entusiasmam as gentes, que vão saindo aos poucos. Nesse preciso momento, o único português a cumprir um compromisso europeu que interessasse aos delegados é Cristiano Ronaldo, que dispara um tiraço a roçar a trave do Liverpool.

Sai Silva Pereira e entra Constança Urbano de Sousa para falar de demografia, enquanto aquece Álvaro Beleza. Nada a assinalar no Estádio de Kiev. Os vermelhos continuam a dominar (isto são factos, e não é uma metáfora política a piscar o olho ao leitor), sobretudo graças a incursões rápidas pela ala direita (ok, esta foi de propósito...).

A meio da primeira parte, momento psicológico sempre importante, a situação é a seguinte: na área do Real há uma espécie de tiro ao boneco, com Navas a salvar o que parecia um golo certo; no palanque socialista discursa Helena Roseta sobre a lei de bases da habitação. O nível está altíssimo.

E a pressão continua. Ana Gomes sobe ao palco, igual a si própria, levantando aquele frisson dos momentos em que tudo pode acontecer, e talvez provocando um calafrio a José Sócrates, que em tempos foi conhecido como “o menino de ouro” do PS. Na plateia do congresso há expectativa e apreensão. Por uma qualquer coincidência cósmica, ao mesmo tempo, em Kiev, Sérgio Ramos é igual a si próprio e quase arranca um braço a Salah, o "menino de ouro" do Liverpool, provocando um calafrio a Klopp. Nas bancadas do estádio há apreensão e expectativa. Ana Gomes deixa Sócrates maltratado, e nem pronuncia o seu nome. Sérgio Ramos deixa Salah maltratado, e nem leva cartão amarelo. Salah está arrumado; Sócrates, até ver, também.

No palco da Batalha, entra em campo Tiago Barbosa Ribeiro, um rapaz magrinho que ataca pela esquerda; na batalha de Kiev vai a jogo Lallana, um médio que ataca pelo centro. Há drama no relvado. Depois de Salah, lesionado, sair com a dignidade possível, Carvajal, também lesionado, sai a chorar compulsivamente. No congresso, fala Maria Isabel Barradas, perante a evidente indiferença da sala, porém, com toda a dignidade possível.

O final da primeira parte é de doidos, com um golo anulado a Benzema aos 42’. No estádio os adeptos não param quietos nas cadeiras. No congresso, os militantes tentam não adormecer nas cadeiras. Há um petardo ao lado, de Benzema, nos descontos. Com o horário do congresso a derrapar, Carlos César não dá descontos de tempo a ninguém.

Intervalo

Aproveitando o intervalo, há congressistas que voltam à sala, curiosos por saber o que se passa. Discursa um jovem que faz um trocadilho com a Galáxia de Guthemberg e a Galáxia de Zukerberg. Segue-se um cavalheiro que partilha com a audiência as desventuras que lhe aconteceram na venda de uma parcela de terreno, numa imperceptível união de freguesias em “Portimõn”. Está visto.

II parte

Os militantes que, por alguma razão, se deixaram ficar no pavilhão 1 para ouvir o congressista Luis Vale perdem o golo mais inacreditável na história da Champions. Em boa hora Carlos Zorrinho se instalou, com outros dois socialistas e respectivas imperiais, frente à tela gigante. 1-0 para o Real, perante a estupefacção geral.

Quatro minutos depois, empatam os ingleses. Desta vez ouve-se um grito solitário de "golo!" na Praça da Alimentação, e umas palmas frouxas. É mais ou menos como a reação a boa parte dos discursos (tirando o grito de golo).

O jogo fica mortiço, o ar está saturado de fumo e de cheiros. Está muito menos gente do que no início do jogo, e boa parte parece adormecida ou hipnotizada pelos ecrãs dos telemóveis. Mais ou menos como na sala do congresso. As roulotes gourmet estão às moscas, as outras também.

O homem dos gins olha entediado para a tela quando, aos 63', Bale, acabado de entrar para o lugar de Isco, marca o segundo para o Real e faz acordar a centena, mais ou menos, de pessoas que ainda estão ali a ver o jogo. É verdade que, estando ali, perdem a oportunidade de ouvir as ideias do congressista Alexandre Gonçalves sobre desigualdades regionais. Em compensação, assistem ao segundo golo inacreditável do jogo, mas desta vez em bom: o galês faz um pontapé de bicicleta quase igual ao de Ronaldo que, há tempos, deu a volta ao mundo. Ouve-se um sonoro "golo!" gritado em coro, confirmando que o Real é mesmo a equipa da casa.

"Ainda falta um do Ronaldo, caramba!", diz um rapaz de faces rosadinhas e ar de velho, que já estava pronto para ir embora, mas, "agora", fica para ver o jogo. Não lhe ocorre, naturalmente, ficar para ouvir os discursos que faltam.

No momento em que o açoreano Carlos César põe fim aos trabalhos do congresso, às 21h19, o madeirense Cristiano Ronaldo pode por fim ao jogo com o terceiro golo. Isolado frente a Karius, Ronaldo deixa escapar a bola. César, esse, não deixa escapar a oportunidade de mandar todos para casa. Até amanhã, camaradas.

Quem se vai embora perde o terceiro golo inacreditável da noite. Outra vez em mau, outra vez obra do guarda-redes do Liverpool. Nem os socialistas, que nas últimas semanas têm visto a sua gente dar vários tiros nos pés, estão preparados para o monumental frango de Karius. O senhor da mesa ao lado grunhe qualquer coisa e vai buscar "outro hambúrguer". Não é vegan. Já não há figuras conhecidas na Praça da Alimentação. As mesas da JS enchem-se de jotas e de jolas. Percebe-se que estão só a aquecer os motores. São nove e meia, ainda a noite é uma criança. Estes horários do congresso são para meninos.

Ganha o Real por 3-1. "Bora festejar."

O Exposalão, na Batalha, tem três pavilhões. O congresso do PS, este fim de semana, aconteceu no pavilhão 1. Para os congressistas que gostam de futebol, a final da Champions, este sábado à noite, aconteceu no pavilhão 3. (Não há certezas sobre o que aconteceu no pavilhão 2).

É no pavilhão 3 que está instalada a chamada "Praça da Alimentação" ("como no shopping", comenta uma jovem socialista). É aí, entre roulotes que prometem "street food gourmet" e outras que não prometem nada, que está instalada uma tela gigante, montada de propósito para passar o jogo entre Real Madrid e Liverpool.

Às 19h30, já a Praça da Alimentação respira um distinto odor a comida (gourmet) e está em exercícios de aquecimento. Aliás, já está em exercícios de aquecimento há algum tempo, a avaliar por sinais inconfundíveis, como o facto de a roulote das bifanas já não ter bifanas (em vez das ditas, há umas coisas "vegan" e hambúrgueres com rúcula — "vegan" e hambúrgueres com rúcula para ver a bola!... isto não houve quem denunciasse no congresso do PS!...). Noutra barraca, um cliente queixa-se de que a cerveja está quente, ao que o empregado responde que “não dá tempo para elas arrefecerem”. Felizmente, não falta cerveja fresca noutros pontos de venda.

A ação em Kiev começa com um momento musical. Não é nenhuma das músicas da playlist do congresso — esta é deste século. Sobre este momento, nada como recorrer aos especialistas para dar a melhor informação possível. Segundo o liveblog do site espanhol Marca, "está cantando Dua Lipa encima de un Dorito gigante con un montón de margaritas dando vueltas a su escenario. Pues nada." Em simultâneo, os cinquenta liveblogs de meios de comunicação portugueses que estavam a acompanhar o congresso também garantiam que no congresso não se passava nada.

“Hiiiiii, isto é só gajas descascadas!”, comenta um congressista que dá de caras com a Dua Lipa e suas bailarinas no ecrã gigante. Embora revelando grande capacidade analítica e de síntese, deixa notar que tem faltado às ações de sensibilização contra a linguagem discriminatória de género. Daniel Adrião, único adversário vivo de António Costa, distribui cumprimentos por várias mesas e acaba por estacionar numa onde está Ricardo Gonçalves, que foi membro da direção de António José Seguro e, estranhamente, conta que não o deixaram discursar neste congresso. Paulo Cafôfo, ainda cheio da glória acabada de conquistar com um loooongo discurso no horário nobre do conclave, na qualidade de candidato à presidência do Governo da Madeira, centraliza uma mesa cheia de conterrâneos. Graça Fonseca e Fernando Rocha Andrade destacam-se noutra mesa (ele mais do que ela), aparentemente alheios a futebóis. Rocha Andrade, que se demitiu do governo por ter ido à boleia da Galp ver um jogo do Euro 2016, sabe bem que a paixão pelo futebol pode ter efeitos políticos indesejados.

I parte

Quando a bola começa a rolar em Kiev, discursa a congressista Maria Begonha, de Lisboa. Segue-se André Pinotes Batista. As dezenas de congressistas que optam por ver o jogo viverão na ignorância sobre o que ambos disseram.

Mostrando total desprezo pelas mundanidades futebolísticas, aos 6' de jogo tanto Rocha Andrade como Graça Fonseca abandonam a Praça da Alimentação. Este humilde repórter adorava poder contar ao estimado leitor se ambos se dirigiram ao congresso ou se saíram do Exposalão, mas o pendor ofensivo do Liverpool era tal, que o repórter entendeu que essa informação não tinha importância nenhuma.

O Real passa por sérios apuros quando Pedro Silva Pereira, o segundo homem mais importante do socratismo, começa a dizer coisas importantes. Aos 13' é o sufoco na área dos de Madrid. Na sala do congresso, por alguma razão, os avisos de Silva Pereira sobre a importância de cumprir compromissos europeus não entusiasmam as gentes, que vão saindo aos poucos. Nesse preciso momento, o único português a cumprir um compromisso europeu que interessasse aos delegados é Cristiano Ronaldo, que dispara um tiraço a roçar a trave do Liverpool.

Sai Silva Pereira e entra Constança Urbano de Sousa para falar de demografia, enquanto aquece Álvaro Beleza. Nada a assinalar no Estádio de Kiev. Os vermelhos continuam a dominar (isto são factos, e não é uma metáfora política a piscar o olho ao leitor), sobretudo graças a incursões rápidas pela ala direita (ok, esta foi de propósito...).

A meio da primeira parte, momento psicológico sempre importante, a situação é a seguinte: na área do Real há uma espécie de tiro ao boneco, com Navas a salvar o que parecia um golo certo; no palanque socialista discursa Helena Roseta sobre a lei de bases da habitação. O nível está altíssimo.

E a pressão continua. Ana Gomes sobe ao palco, igual a si própria, levantando aquele frisson dos momentos em que tudo pode acontecer, e talvez provocando um calafrio a José Sócrates, que em tempos foi conhecido como “o menino de ouro” do PS. Na plateia do congresso há expectativa e apreensão. Por uma qualquer coincidência cósmica, ao mesmo tempo, em Kiev, Sérgio Ramos é igual a si próprio e quase arranca um braço a Salah, o "menino de ouro" do Liverpool, provocando um calafrio a Klopp. Nas bancadas do estádio há apreensão e expectativa. Ana Gomes deixa Sócrates maltratado, e nem pronuncia o seu nome. Sérgio Ramos deixa Salah maltratado, e nem leva cartão amarelo. Salah está arrumado; Sócrates, até ver, também.

No palco da Batalha, entra em campo Tiago Barbosa Ribeiro, um rapaz magrinho que ataca pela esquerda; na batalha de Kiev vai a jogo Lallana, um médio que ataca pelo centro. Há drama no relvado. Depois de Salah, lesionado, sair com a dignidade possível, Carvajal, também lesionado, sai a chorar compulsivamente. No congresso, fala Maria Isabel Barradas, perante a evidente indiferença da sala, porém, com toda a dignidade possível.

O final da primeira parte é de doidos, com um golo anulado a Benzema aos 42’. No estádio os adeptos não param quietos nas cadeiras. No congresso, os militantes tentam não adormecer nas cadeiras. Há um petardo ao lado, de Benzema, nos descontos. Com o horário do congresso a derrapar, Carlos César não dá descontos de tempo a ninguém.

Intervalo

Aproveitando o intervalo, há congressistas que voltam à sala, curiosos por saber o que se passa. Discursa um jovem que faz um trocadilho com a Galáxia de Guthemberg e a Galáxia de Zukerberg. Segue-se um cavalheiro que partilha com a audiência as desventuras que lhe aconteceram na venda de uma parcela de terreno, numa imperceptível união de freguesias em “Portimõn”. Está visto.

II parte

Os militantes que, por alguma razão, se deixaram ficar no pavilhão 1 para ouvir o congressista Luis Vale perdem o golo mais inacreditável na história da Champions. Em boa hora Carlos Zorrinho se instalou, com outros dois socialistas e respectivas imperiais, frente à tela gigante. 1-0 para o Real, perante a estupefacção geral.

Quatro minutos depois, empatam os ingleses. Desta vez ouve-se um grito solitário de "golo!" na Praça da Alimentação, e umas palmas frouxas. É mais ou menos como a reação a boa parte dos discursos (tirando o grito de golo).

O jogo fica mortiço, o ar está saturado de fumo e de cheiros. Está muito menos gente do que no início do jogo, e boa parte parece adormecida ou hipnotizada pelos ecrãs dos telemóveis. Mais ou menos como na sala do congresso. As roulotes gourmet estão às moscas, as outras também.

O homem dos gins olha entediado para a tela quando, aos 63', Bale, acabado de entrar para o lugar de Isco, marca o segundo para o Real e faz acordar a centena, mais ou menos, de pessoas que ainda estão ali a ver o jogo. É verdade que, estando ali, perdem a oportunidade de ouvir as ideias do congressista Alexandre Gonçalves sobre desigualdades regionais. Em compensação, assistem ao segundo golo inacreditável do jogo, mas desta vez em bom: o galês faz um pontapé de bicicleta quase igual ao de Ronaldo que, há tempos, deu a volta ao mundo. Ouve-se um sonoro "golo!" gritado em coro, confirmando que o Real é mesmo a equipa da casa.

"Ainda falta um do Ronaldo, caramba!", diz um rapaz de faces rosadinhas e ar de velho, que já estava pronto para ir embora, mas, "agora", fica para ver o jogo. Não lhe ocorre, naturalmente, ficar para ouvir os discursos que faltam.

No momento em que o açoreano Carlos César põe fim aos trabalhos do congresso, às 21h19, o madeirense Cristiano Ronaldo pode por fim ao jogo com o terceiro golo. Isolado frente a Karius, Ronaldo deixa escapar a bola. César, esse, não deixa escapar a oportunidade de mandar todos para casa. Até amanhã, camaradas.

Quem se vai embora perde o terceiro golo inacreditável da noite. Outra vez em mau, outra vez obra do guarda-redes do Liverpool. Nem os socialistas, que nas últimas semanas têm visto a sua gente dar vários tiros nos pés, estão preparados para o monumental frango de Karius. O senhor da mesa ao lado grunhe qualquer coisa e vai buscar "outro hambúrguer". Não é vegan. Já não há figuras conhecidas na Praça da Alimentação. As mesas da JS enchem-se de jotas e de jolas. Percebe-se que estão só a aquecer os motores. São nove e meia, ainda a noite é uma criança. Estes horários do congresso são para meninos.

Ganha o Real por 3-1. "Bora festejar."

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