portadaloja

04-09-2019
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 C.M. :
José Reis, que dirigiu uma equipa que fez um conjunto de relatórios a quatro concessões rodoviárias, a pedido da Estradas de Portugal, afirmou ainda que, em alguns casos, se apercebeu que os números previstos de volumes de tráfego automóvel "não eram os mais correctos" e tinham "valores demasiadamente optimistas". Porém, questionado pelo deputado do PSD, Duarte Marques, se tinha informado as Estradas de Portugal dessa "inflação dos números de tráfego", o professor de Coimbra respondeu que o grupo de estudo contactou as consultoras que operavam com o Estado. "Os estudos de tráfego foram sempre deixados a privados", acrescentou. Antes, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, José Reis considerou existir "desproporcionalidade nos contratos com os privados" e que algumas das obras poderiam ter sido feitas apenas com investimento público. Apesar das dúvidas sobre o volume de tráfego previsto para as concessões das PPP – "muitos dos dados não eram sólidos" – Reis insistiu que a equipa que liderou teve, em primeiro lugar, a preocupação de verificar as variantes do custo-benefício. "ESTADO É FRACO COM OS PRIVADOS"O economista José Reis disse ainda que o Estado se tornou "fraco" em relação aos privados, tanto do ponto de vista dos recursos, como no que respeita à capacidade de renegociação. Reis defendeu que as PPP "fazem sentido", mas devem também ser "limitadas" e a sua utilização deve estar relacionada com "finalidades estratégicas". E concluiu: há relações contratuais que "podem não ser sãs".

José Reis, um professor do CES de Coimbra onde pontifica o professor Boaventura, altermundialista e esquerdista do tempo de Barcouço, dá agora um ar de graça da sua inteligência: descobriu agora que afinal houve uma burla originária, um engano, uma aldrabice na génese das PPP rodoviárias. E descobriu agora que o "Estado é fraco com os privados".  O Estado não é fraco com ninguém. Determinados agentes do Estado é que foram fracos com os privados e é preciso saber por que o foram porque não foi por nabice, ingenuidade ou mera incompetência, tipo Paulo Campos.

A aldrabice que aliás o DCIAP ( com uma equipa de luxo e que já deu provas de saber investigar) deve apurar é relativamente simples de enunciar: "os privados" ( empresas tipo Mota Engil, consultoras tipo KPMG e firmas de advogados tipo as do costume) inflacionaram o fluxo de tráfego nas estradas incluídas nas PPP. 

A chico-espertice é tão básica que até dói pensar nela: contrataram tarefeiros para fazer os "estudos" de tráfego. Os estudos que obviamente têm que existir sob pena de se confirmar a burla com mais outra chico-espertice, desta vez mais grave, devem ter números. Só números, localidades, referências, horas, dias e períodos de tempo. 

É estritamente necessário saber quem os elaborou na prática. Quem escreveu os números naqueles papéis, que números colocou, sob indicação de quem e para quem foram destinados. 

Sabendo quem foram essas pessoas concretas ( e que foram, quando muito, algumas centenas, poucas) é preciso ouvi-las e saber o que têm a dizer a isso. 

Metade do trabalho estará feito se assim for. E palpita-me que é nesses detalhes que o diabo se escondeu...

 C.M. :
José Reis, que dirigiu uma equipa que fez um conjunto de relatórios a quatro concessões rodoviárias, a pedido da Estradas de Portugal, afirmou ainda que, em alguns casos, se apercebeu que os números previstos de volumes de tráfego automóvel "não eram os mais correctos" e tinham "valores demasiadamente optimistas". Porém, questionado pelo deputado do PSD, Duarte Marques, se tinha informado as Estradas de Portugal dessa "inflação dos números de tráfego", o professor de Coimbra respondeu que o grupo de estudo contactou as consultoras que operavam com o Estado. "Os estudos de tráfego foram sempre deixados a privados", acrescentou. Antes, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, José Reis considerou existir "desproporcionalidade nos contratos com os privados" e que algumas das obras poderiam ter sido feitas apenas com investimento público. Apesar das dúvidas sobre o volume de tráfego previsto para as concessões das PPP – "muitos dos dados não eram sólidos" – Reis insistiu que a equipa que liderou teve, em primeiro lugar, a preocupação de verificar as variantes do custo-benefício. "ESTADO É FRACO COM OS PRIVADOS"O economista José Reis disse ainda que o Estado se tornou "fraco" em relação aos privados, tanto do ponto de vista dos recursos, como no que respeita à capacidade de renegociação. Reis defendeu que as PPP "fazem sentido", mas devem também ser "limitadas" e a sua utilização deve estar relacionada com "finalidades estratégicas". E concluiu: há relações contratuais que "podem não ser sãs".

José Reis, um professor do CES de Coimbra onde pontifica o professor Boaventura, altermundialista e esquerdista do tempo de Barcouço, dá agora um ar de graça da sua inteligência: descobriu agora que afinal houve uma burla originária, um engano, uma aldrabice na génese das PPP rodoviárias. E descobriu agora que o "Estado é fraco com os privados".  O Estado não é fraco com ninguém. Determinados agentes do Estado é que foram fracos com os privados e é preciso saber por que o foram porque não foi por nabice, ingenuidade ou mera incompetência, tipo Paulo Campos.

A aldrabice que aliás o DCIAP ( com uma equipa de luxo e que já deu provas de saber investigar) deve apurar é relativamente simples de enunciar: "os privados" ( empresas tipo Mota Engil, consultoras tipo KPMG e firmas de advogados tipo as do costume) inflacionaram o fluxo de tráfego nas estradas incluídas nas PPP. 

A chico-espertice é tão básica que até dói pensar nela: contrataram tarefeiros para fazer os "estudos" de tráfego. Os estudos que obviamente têm que existir sob pena de se confirmar a burla com mais outra chico-espertice, desta vez mais grave, devem ter números. Só números, localidades, referências, horas, dias e períodos de tempo. 

É estritamente necessário saber quem os elaborou na prática. Quem escreveu os números naqueles papéis, que números colocou, sob indicação de quem e para quem foram destinados. 

Sabendo quem foram essas pessoas concretas ( e que foram, quando muito, algumas centenas, poucas) é preciso ouvi-las e saber o que têm a dizer a isso. 

Metade do trabalho estará feito se assim for. E palpita-me que é nesses detalhes que o diabo se escondeu...

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