Aos 100 dias Costa vira a página

06-03-2016
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É quase simbólico que na mesma semana em que o Governo fez 100 dias, se tenha também realizado uma rara reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo Presidente da República.

O tema foi o mar, o momento foi de reconciliação nacional, com António Costa a prometer cumprir o legado do Presidente, isto é, a batalha por uma estratégia de aproveitamento dos recursos marítimos. “Tudo faremos para dar continuidade ao desígnio” que Cavaco Silva sempre defendeu, prometeu o primeiro-ministro, sentado ao lado do ainda Presidente, no Forte de São Julião da Barra, onde decorreu a reunião, na quinta-feira.

Cavaco Silva sai assim de cena e, quem diria, conferindo um sinal de estabilidade política a uma “geringonça” que se revelou até aqui com mais flexibilidade e resistência do que se previa. “Se olharmos para Espanha, Irlanda e Grécia, Portugal é hoje o mais estável politicamente”, dizia ao Expresso Eduardo Cabrita, fazendo o balanço dos 100 dias.

Ana Catarina Mendes, a secretária-geral-adjunta do PS, reafirmava o mesmo na reunião dos socialistas europeus, em Londres, dizendo que há agora “uma nova maneira de fazer política e de fazer esquerda” na Europa.

Nova etapa: investimento

O Governo quer pois virar a página dos 100 dias e avançar para nova etapa. Para trás fica o Orçamento, ainda em fase de discussão, mas de aprovação garantida. E António Costa partiu ontem em digressão pelo norte e centro com uma bandeira na mão: investimento, a segunda fase do relançamento da economia (“eixo”, como diz o programa de Governo), depois da devolução do rendimento às famílias concretizada no OE.

Foi nas instalações de uma empresa de fabrico de peças de automóveis em Arcos de Valdevez que o primeiro-ministro assinalou ontem o cumprimento da primeira promessa feita aos empresários que querem investir com os fundos europeus do Portugal 2020: pagar €100 milhões de incentivos nos primeiros 100 dias de Governo.

A promessa foi superada. Através do “Plano 100” delineado três semanas após a posse, agilizaram-se as regras. A 3 de março, já tinham sido pagos €114 milhões de incentivos, para alavancar 607 projetos de 2134 empresas, envolvendo um investimento total de €661 milhões. Prometem criar 3805 empregos diretos e exportar mais €2219 milhões.

Missões ao Interior

A primeira vez que António Costa falou da criação de uma “unidade de missão para o Interior“ foi em plena campanha eleitoral, em Bragança. Prometeu que se fosse primeiro-ministro a criaria, integrando e mobilizando todos os ministérios, de modo a que as políticas do Estado contemplassem sempre essa vertente, contribuindo para valorizar o interior e fixar a população. O organismo, na sua dependência direta, foi assumido como tendo uma “função central”.

Hoje, em Idanha-a-Nova, é feito o lançamento solene: a coordenadora da unidade é Helena Freitas, ex-reitora da Universidade de Coimbra e atual deputada do PS, o adjunto é o presidente da Câmara de Proença a Nova, João Paulo Catarino — ambos deixarão os cargos.

Ao mesmo tempo será divulgado um estudo sobre o desenvolvimento rural, de Augusto Mateus, que prevê abordagens diferenciadas para as regiões. A dicotomia não é entre interior ou litoral, mas entre rural e urbano; o objetivo é dotar o primeiro dos serviços que abundam no segundo. A missão chefiada por Helena Freitas, que fica sob a tutela do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, terá agora seis meses para elaborar um plano de coesão territorial e dar coerência a um plano de investimentos para o interior.

A abordagem ao interior vai também passar a incluir deslocações mensais dos ministros a diversas regiões, numa espécie de Governo aberto ou itinerante de dois, três dias, para aproximar Portugal do Governo ou vice-versa. A primeira será já este mês, em Coimbra, com os ministros das diversas áreas a discutirem os problemas da região. No final, haverá uma reunião conjunta dos ministros com os presidentes de Câmaras.

É quase simbólico que na mesma semana em que o Governo fez 100 dias, se tenha também realizado uma rara reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo Presidente da República.

O tema foi o mar, o momento foi de reconciliação nacional, com António Costa a prometer cumprir o legado do Presidente, isto é, a batalha por uma estratégia de aproveitamento dos recursos marítimos. “Tudo faremos para dar continuidade ao desígnio” que Cavaco Silva sempre defendeu, prometeu o primeiro-ministro, sentado ao lado do ainda Presidente, no Forte de São Julião da Barra, onde decorreu a reunião, na quinta-feira.

Cavaco Silva sai assim de cena e, quem diria, conferindo um sinal de estabilidade política a uma “geringonça” que se revelou até aqui com mais flexibilidade e resistência do que se previa. “Se olharmos para Espanha, Irlanda e Grécia, Portugal é hoje o mais estável politicamente”, dizia ao Expresso Eduardo Cabrita, fazendo o balanço dos 100 dias.

Ana Catarina Mendes, a secretária-geral-adjunta do PS, reafirmava o mesmo na reunião dos socialistas europeus, em Londres, dizendo que há agora “uma nova maneira de fazer política e de fazer esquerda” na Europa.

Nova etapa: investimento

O Governo quer pois virar a página dos 100 dias e avançar para nova etapa. Para trás fica o Orçamento, ainda em fase de discussão, mas de aprovação garantida. E António Costa partiu ontem em digressão pelo norte e centro com uma bandeira na mão: investimento, a segunda fase do relançamento da economia (“eixo”, como diz o programa de Governo), depois da devolução do rendimento às famílias concretizada no OE.

Foi nas instalações de uma empresa de fabrico de peças de automóveis em Arcos de Valdevez que o primeiro-ministro assinalou ontem o cumprimento da primeira promessa feita aos empresários que querem investir com os fundos europeus do Portugal 2020: pagar €100 milhões de incentivos nos primeiros 100 dias de Governo.

A promessa foi superada. Através do “Plano 100” delineado três semanas após a posse, agilizaram-se as regras. A 3 de março, já tinham sido pagos €114 milhões de incentivos, para alavancar 607 projetos de 2134 empresas, envolvendo um investimento total de €661 milhões. Prometem criar 3805 empregos diretos e exportar mais €2219 milhões.

Missões ao Interior

A primeira vez que António Costa falou da criação de uma “unidade de missão para o Interior“ foi em plena campanha eleitoral, em Bragança. Prometeu que se fosse primeiro-ministro a criaria, integrando e mobilizando todos os ministérios, de modo a que as políticas do Estado contemplassem sempre essa vertente, contribuindo para valorizar o interior e fixar a população. O organismo, na sua dependência direta, foi assumido como tendo uma “função central”.

Hoje, em Idanha-a-Nova, é feito o lançamento solene: a coordenadora da unidade é Helena Freitas, ex-reitora da Universidade de Coimbra e atual deputada do PS, o adjunto é o presidente da Câmara de Proença a Nova, João Paulo Catarino — ambos deixarão os cargos.

Ao mesmo tempo será divulgado um estudo sobre o desenvolvimento rural, de Augusto Mateus, que prevê abordagens diferenciadas para as regiões. A dicotomia não é entre interior ou litoral, mas entre rural e urbano; o objetivo é dotar o primeiro dos serviços que abundam no segundo. A missão chefiada por Helena Freitas, que fica sob a tutela do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, terá agora seis meses para elaborar um plano de coesão territorial e dar coerência a um plano de investimentos para o interior.

A abordagem ao interior vai também passar a incluir deslocações mensais dos ministros a diversas regiões, numa espécie de Governo aberto ou itinerante de dois, três dias, para aproximar Portugal do Governo ou vice-versa. A primeira será já este mês, em Coimbra, com os ministros das diversas áreas a discutirem os problemas da região. No final, haverá uma reunião conjunta dos ministros com os presidentes de Câmaras.

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