Portimão Blokista: GOUCHA BRANQUEIA CRIMINOSO FASCISTA

27-09-2019
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Não é preciso assistirmos a muitos programas
ditos (erradamente) de entretenimento de Manuel Luís Goucha para se perceber
que ele é um homem de direita. Vivemos em democracia e tem todo o direito de
escolher uma opção ideológica. Mas o que ele devia saber – sabe-o certamente –
é que a Constituição da República Portuguesa proíbe as organizações que
perfilhem a ideologia fascista. Goucha também sabe que ditadura e liberdade são
incompatíveis.

Ao convidar Manuel Machado para o seu programa,
Goucha pisou duas linhas vermelhas, a primeira das quais ao infringir a lei,
por estar a promover um indivíduo que dirige uma organização que perfilha
claramente a ideologia fascista – Machado tem tatuada no corpo a cruz suástica
- e a segunda por fingir esquecer-se da forma como o regime salazarista perseguiu
e castigou todos aqueles que se lhe opunham e lutavam pela liberdade.

Várias personalidades – como o Ministro da Defesa João Gomes Cravinho – condenaram o branqueamento promovido pela TVI, do
criminoso “Mário Machado, membro da Hammerskins, que cumpriu pena de prisão por discriminação racial, sequestro, coação agravada, posse ilegal de arma, ofensa à integridade física qualificada e tentativa de extorsão”, coisa de que
ele não dá mostras de se ter arrependido.

O texto
seguinte assinado por João André Costa no “Jornal i” de hoje aborda com muito
significado a decisão da TVI convidar o líder do movimento fascista Nova
Ordem Social, para o programa 'Você na TV'. 

Não precisamos nem de um novo nem de um
velho Salazar e de certeza não precisamos de tempo de antena a quem veicula a
necessidade de uma nova ditadura.

Na semana em que Bolsonaro tomou
posse, não acredito em coincidências e preocupa-me que a TVI
passivamente aceite a presença de Mário Machado nos seus estúdios.

Na mesma semana em que se celebram
40 anos da fuga de Álvaro Cunhal da Cadeia do Forte de Peniche, porque não um programa dedicado à
liberdade e à história da ditadura e de todos os que lutaram contra a
mesma?

Saberá Manuel Luís Goucha da
incompatibilidade entre ditadura e liberdade? Ter-se-á Manuel Luís Goucha
esquecido de como o Estado Novo punia com prisão, internamentos em manicómios e
trabalhos forçados — sem esquecer os tratamentos com choques eléctricos e os
espancamentos gratuitos — quem era apenas diferente?

Os mesmos espancamentos e torturas
destinados a quem não concordasse com o Estado Novo e o regime Salazarista,
onde ninguém podia confiar em ninguém, onde à mesa não se falava de política
com medo dos filhos, dos pais, dos vizinhos, não fosse um bufo ou
um PIDE andar à espreita.

E o que dizer das prisões
indiscriminadas, dos julgamentos sempre adiados e cujo fim era só um, a prisão
por tempo indeterminado no Tarrafal, em Peniche, no Aljube, entre tantas outras
prisões para os réus e os advogados que tivessem a coragem de os defender,
assim era a justiça, nem por isso cega, e descaradamente parcial?

O povo, ignorantemente
pobre, subjugado à fome, trabalhava miseravelmente em prol dos grandes
proprietários, ou então fugia a pé para França, um milhão ao todo,
fugindo não só da fome mas também da guerra colonial responsável pela
perda de toda uma geração além-mar a troco de nada, a troco de sofrimento e
sangue.

Quatro décadas de ditadura
ainda bem presentes na nossa memória, mas nem por isso na memória de quem
promove a presença de Mário Machado nos ecrãs de televisão.

Ficamos desde já a saber de que lado
está a TVI, não necessariamente da democracia, mas de quem toma hoje posse no
Brasil e, quem sabe, amanhã em Portugal.

Einstein dizia existirem apenas duas coisas infinitas, o Universo e a
estupidez humana, para em seguida acrescentar não ter a certeza sobre a
primeira. A ignorância, meus caros, é mesmo o maior de todos os males.
Restam-nos os braços e as vozes, mas também o voto, sempre o voto, ainda o
voto.

Não é preciso assistirmos a muitos programas
ditos (erradamente) de entretenimento de Manuel Luís Goucha para se perceber
que ele é um homem de direita. Vivemos em democracia e tem todo o direito de
escolher uma opção ideológica. Mas o que ele devia saber – sabe-o certamente –
é que a Constituição da República Portuguesa proíbe as organizações que
perfilhem a ideologia fascista. Goucha também sabe que ditadura e liberdade são
incompatíveis.

Ao convidar Manuel Machado para o seu programa,
Goucha pisou duas linhas vermelhas, a primeira das quais ao infringir a lei,
por estar a promover um indivíduo que dirige uma organização que perfilha
claramente a ideologia fascista – Machado tem tatuada no corpo a cruz suástica
- e a segunda por fingir esquecer-se da forma como o regime salazarista perseguiu
e castigou todos aqueles que se lhe opunham e lutavam pela liberdade.

Várias personalidades – como o Ministro da Defesa João Gomes Cravinho – condenaram o branqueamento promovido pela TVI, do
criminoso “Mário Machado, membro da Hammerskins, que cumpriu pena de prisão por discriminação racial, sequestro, coação agravada, posse ilegal de arma, ofensa à integridade física qualificada e tentativa de extorsão”, coisa de que
ele não dá mostras de se ter arrependido.

O texto
seguinte assinado por João André Costa no “Jornal i” de hoje aborda com muito
significado a decisão da TVI convidar o líder do movimento fascista Nova
Ordem Social, para o programa 'Você na TV'. 

Não precisamos nem de um novo nem de um
velho Salazar e de certeza não precisamos de tempo de antena a quem veicula a
necessidade de uma nova ditadura.

Na semana em que Bolsonaro tomou
posse, não acredito em coincidências e preocupa-me que a TVI
passivamente aceite a presença de Mário Machado nos seus estúdios.

Na mesma semana em que se celebram
40 anos da fuga de Álvaro Cunhal da Cadeia do Forte de Peniche, porque não um programa dedicado à
liberdade e à história da ditadura e de todos os que lutaram contra a
mesma?

Saberá Manuel Luís Goucha da
incompatibilidade entre ditadura e liberdade? Ter-se-á Manuel Luís Goucha
esquecido de como o Estado Novo punia com prisão, internamentos em manicómios e
trabalhos forçados — sem esquecer os tratamentos com choques eléctricos e os
espancamentos gratuitos — quem era apenas diferente?

Os mesmos espancamentos e torturas
destinados a quem não concordasse com o Estado Novo e o regime Salazarista,
onde ninguém podia confiar em ninguém, onde à mesa não se falava de política
com medo dos filhos, dos pais, dos vizinhos, não fosse um bufo ou
um PIDE andar à espreita.

E o que dizer das prisões
indiscriminadas, dos julgamentos sempre adiados e cujo fim era só um, a prisão
por tempo indeterminado no Tarrafal, em Peniche, no Aljube, entre tantas outras
prisões para os réus e os advogados que tivessem a coragem de os defender,
assim era a justiça, nem por isso cega, e descaradamente parcial?

O povo, ignorantemente
pobre, subjugado à fome, trabalhava miseravelmente em prol dos grandes
proprietários, ou então fugia a pé para França, um milhão ao todo,
fugindo não só da fome mas também da guerra colonial responsável pela
perda de toda uma geração além-mar a troco de nada, a troco de sofrimento e
sangue.

Quatro décadas de ditadura
ainda bem presentes na nossa memória, mas nem por isso na memória de quem
promove a presença de Mário Machado nos ecrãs de televisão.

Ficamos desde já a saber de que lado
está a TVI, não necessariamente da democracia, mas de quem toma hoje posse no
Brasil e, quem sabe, amanhã em Portugal.

Einstein dizia existirem apenas duas coisas infinitas, o Universo e a
estupidez humana, para em seguida acrescentar não ter a certeza sobre a
primeira. A ignorância, meus caros, é mesmo o maior de todos os males.
Restam-nos os braços e as vozes, mas também o voto, sempre o voto, ainda o
voto.

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