Enterram-se os mortos, procuram-se os sobreviventes: 20 imagens de Moçambique a tentar renascer após o ciclone Idai

20-03-2019
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O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira, em Bruxelas, que "até agora não há registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo" devido à passagem do ciclone Idai em Moçambique, mas "várias dezenas" perderam casas e bens".

"Felizmente, até agora não temos registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo, mas ainda não conseguimos contactar todos (...) Infelizmente, temos já noticia de várias dezenas de compatriotas nossos que perderam as suas casas e os seus bens e que se encontram alojados por exemplo em unidades hoteleiras ou noutras casas de amigos ou vizinhos e estamos a fazer os levantamentos desses danos nos bens pessoais", disse Augusto Santos Silva.

O chefe de diplomacia, que falava no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, indicou que a equipa avançada enviada a partir da embaixada em Maputo para prestar apoio ao cônsul-geral na Beira e à sua equipa "bateu toda a zona centro da cidade da Beira e as estradas que se encontram transitáveis", tendo feito um "reconhecimento nos hospitais e unidades de saúde locais para ver se havia portugueses entre as vitimas".

Congratulando-se por não haver para já registo de vítimas ou portugueses em situação de perigo - "por exemplo isolados pelas águas ou em aldeias ou povoação em risco de catástrofe" -, o ministro ressalvou todavia que ainda "é prematuro dar por concluído esse levantamento", pois, até devido às grandes dificuldades de comunicações, ainda não foi possível contactar todos os milhares de portugueses registados na região.

"Há vários milhares de (portugueses) inscritos no consulado na Beira, que cobre todo o centro e norte de Moçambique, e a nossa estimativa é que haja mais de 2.000 portugueses a residir na zona da Beira", assinalou.

Apontando que o Governo está "também a começar a fazer o levantamento dos danos de empresas de capital português atuando em Moçambique e naquela zona", Santos Silva sublinhou que as autoridades têm "naturalmente como primeiríssima prioridade" o plano de apoio de emergência à comunidade portuguesa na região.

Também nesse sentido, acrescentou, "o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas [José Luís Carneiro], logo que seja logisticamente possível, partirá para Moçambique e para a cidade da Beira, para acompanhar 'in loco', no terreno, este processo de levantamento e primeiro apoio".

No entanto, sublinhou, Portugal está a agir num outro plano, o da "solidariedade com o povo moçambicano e as autoridades moçambicanas", colocando-se à disposição destas "para participar no levantamento de necessidades mais prementes da população moçambicana" e, numa fase posterior, participar na reconstrução.

"A combinação entre o ciclone e inundações tem provocado efeitos absolutamente devastadores. Infelizmente, as condições meteorológicas são negativas e, portanto, a situação pode não vir a melhorar substancialmente nos próximos dias", lamentou.

"O Presidente [moçambicano, Filipe] Nyusi, que sobrevoou a zona ontem [domingo], preparou o país e a comunidade internacional para números que podem ser muito elevados", afirmou Santos Silva.

O chefe de Estado moçambicano disse em Maputo que o número de mortes devido ao ciclone Idai poderá ultrapassar as mil pessoas, assinalando que "o país vive um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções".

"Até ao momento, formalmente, há registo de acima de 84 óbitos, mas tudo indica que poderemos registar mais de mil óbitos", afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação, sobre a situação provocada pelo ciclone Idai.

O Presidente acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida e indicou que aldeias inteiras desapareceram e há comunidades isoladas devido a inundações.

Mais de um milhão de pessoas afetadas

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas em Moçambique, Malaui e Zimbabué devido à passagem do ciclone Idai, disse esta segunda-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citando os governos destes países.

Em comunicado divulgado, a UNICEF alerta ainda que estes números poderão aumentar à medida que o ciclone Idai se desloca para oeste e se torna mais claro o seu impacto.

O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.

Os números do Governo de Moçambique estimavam inicialmente que 600 mil pessoas tivessem sido afetadas, incluindo 260 mil crianças.

A diretora regional da UNICEF para a África Oriental e Meridional, Leila Pakkala, adiantou que centenas de milhares de crianças tinham já sido afetadas pelas cheias e que o ciclone Idai "trouxe mais sofrimento às famílias" à sua passagem.

A responsável lembrou que "muitas crianças perderam as suas casas, escolas, hospitais e até amigos e entes queridos".

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o número de mortes devido ao ciclone Idai, no centro de Moçambique, poderá ultrapassar os mil, estando confirmados atualmente 84.

O chefe de Estado moçambicano acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida.

No Malaui, as estimativas do Governo apontam para que tenham sido atingidas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afetados, incluindo 460 mil crianças.

Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos, bem como de milhares de pessoas forçadas a abandonar as suas casas e sem acesso a comida, água ou instalações sanitárias.

No Zimbabué, as estimativas iniciais das autoridades apontavam para cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland, com registos de 23 mortes e 71 pessoas desaparecidas.

A UNICEF, que está no terreno a trabalhar em coordenação com os governos dos países afetados e com organizações humanitárias, lançou uma campanha para a mobilização de 20,3 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) para responder às necessidades dos três países.

O Idai deslocou-se durante o fim de semana de Moçambique para o Zimbabué e, apesar de a extensão do seu impacto não ser ainda totalmente conhecida, estima-se que inclua destruição de escolas e unidades de saúde, infraestruturas de água e saneamento e aumento do risco de doenças relacionadas com a falta de acesso a água potável.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira, em Bruxelas, que "até agora não há registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo" devido à passagem do ciclone Idai em Moçambique, mas "várias dezenas" perderam casas e bens".

"Felizmente, até agora não temos registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo, mas ainda não conseguimos contactar todos (...) Infelizmente, temos já noticia de várias dezenas de compatriotas nossos que perderam as suas casas e os seus bens e que se encontram alojados por exemplo em unidades hoteleiras ou noutras casas de amigos ou vizinhos e estamos a fazer os levantamentos desses danos nos bens pessoais", disse Augusto Santos Silva.

O chefe de diplomacia, que falava no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, indicou que a equipa avançada enviada a partir da embaixada em Maputo para prestar apoio ao cônsul-geral na Beira e à sua equipa "bateu toda a zona centro da cidade da Beira e as estradas que se encontram transitáveis", tendo feito um "reconhecimento nos hospitais e unidades de saúde locais para ver se havia portugueses entre as vitimas".

Congratulando-se por não haver para já registo de vítimas ou portugueses em situação de perigo - "por exemplo isolados pelas águas ou em aldeias ou povoação em risco de catástrofe" -, o ministro ressalvou todavia que ainda "é prematuro dar por concluído esse levantamento", pois, até devido às grandes dificuldades de comunicações, ainda não foi possível contactar todos os milhares de portugueses registados na região.

"Há vários milhares de (portugueses) inscritos no consulado na Beira, que cobre todo o centro e norte de Moçambique, e a nossa estimativa é que haja mais de 2.000 portugueses a residir na zona da Beira", assinalou.

Apontando que o Governo está "também a começar a fazer o levantamento dos danos de empresas de capital português atuando em Moçambique e naquela zona", Santos Silva sublinhou que as autoridades têm "naturalmente como primeiríssima prioridade" o plano de apoio de emergência à comunidade portuguesa na região.

Também nesse sentido, acrescentou, "o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas [José Luís Carneiro], logo que seja logisticamente possível, partirá para Moçambique e para a cidade da Beira, para acompanhar 'in loco', no terreno, este processo de levantamento e primeiro apoio".

No entanto, sublinhou, Portugal está a agir num outro plano, o da "solidariedade com o povo moçambicano e as autoridades moçambicanas", colocando-se à disposição destas "para participar no levantamento de necessidades mais prementes da população moçambicana" e, numa fase posterior, participar na reconstrução.

"A combinação entre o ciclone e inundações tem provocado efeitos absolutamente devastadores. Infelizmente, as condições meteorológicas são negativas e, portanto, a situação pode não vir a melhorar substancialmente nos próximos dias", lamentou.

"O Presidente [moçambicano, Filipe] Nyusi, que sobrevoou a zona ontem [domingo], preparou o país e a comunidade internacional para números que podem ser muito elevados", afirmou Santos Silva.

O chefe de Estado moçambicano disse em Maputo que o número de mortes devido ao ciclone Idai poderá ultrapassar as mil pessoas, assinalando que "o país vive um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções".

"Até ao momento, formalmente, há registo de acima de 84 óbitos, mas tudo indica que poderemos registar mais de mil óbitos", afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação, sobre a situação provocada pelo ciclone Idai.

O Presidente acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida e indicou que aldeias inteiras desapareceram e há comunidades isoladas devido a inundações.

Mais de um milhão de pessoas afetadas

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas em Moçambique, Malaui e Zimbabué devido à passagem do ciclone Idai, disse esta segunda-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citando os governos destes países.

Em comunicado divulgado, a UNICEF alerta ainda que estes números poderão aumentar à medida que o ciclone Idai se desloca para oeste e se torna mais claro o seu impacto.

O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.

Os números do Governo de Moçambique estimavam inicialmente que 600 mil pessoas tivessem sido afetadas, incluindo 260 mil crianças.

A diretora regional da UNICEF para a África Oriental e Meridional, Leila Pakkala, adiantou que centenas de milhares de crianças tinham já sido afetadas pelas cheias e que o ciclone Idai "trouxe mais sofrimento às famílias" à sua passagem.

A responsável lembrou que "muitas crianças perderam as suas casas, escolas, hospitais e até amigos e entes queridos".

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o número de mortes devido ao ciclone Idai, no centro de Moçambique, poderá ultrapassar os mil, estando confirmados atualmente 84.

O chefe de Estado moçambicano acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida.

No Malaui, as estimativas do Governo apontam para que tenham sido atingidas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afetados, incluindo 460 mil crianças.

Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos, bem como de milhares de pessoas forçadas a abandonar as suas casas e sem acesso a comida, água ou instalações sanitárias.

No Zimbabué, as estimativas iniciais das autoridades apontavam para cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland, com registos de 23 mortes e 71 pessoas desaparecidas.

A UNICEF, que está no terreno a trabalhar em coordenação com os governos dos países afetados e com organizações humanitárias, lançou uma campanha para a mobilização de 20,3 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) para responder às necessidades dos três países.

O Idai deslocou-se durante o fim de semana de Moçambique para o Zimbabué e, apesar de a extensão do seu impacto não ser ainda totalmente conhecida, estima-se que inclua destruição de escolas e unidades de saúde, infraestruturas de água e saneamento e aumento do risco de doenças relacionadas com a falta de acesso a água potável.

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