Sociólogos da UPorto assinam primeira investigação académica sobre punk rock

20-07-2018
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A tese dos sociólogos Paula Guerra e Augusto Santos Silva vai ser apresentada num congresso sobre o punk em Portugal, que decorrerá entre os dias 8 e 11 de julho na Casa da Música e na Universidade do Porto, prevendo reunir 160 especialistas e académicos de 30 países.Os sociólogos Paula Guerra e Augusto Santos Silva, da Universidade do Porto, que desenvolveram a primeira investigação académica sobre o punk rock português, analisando 496 bandas ao longo das últimas décadas, confirmaram que, ideologicamente, existe contestação e rebeldia, que a ditadura do Estado Novo também ajuda a explicar.De acordo com o texto "Music and more than music - difference and identity in portuguese punk", no contexto das bandas portuguesas a linguagem dos direitos humanos revela uma "inegável relevância", bem como a vinculação politico-ideológica ao radicalismo de esquerda, à ação direta e ao anarquismo. De acordo com os investigadores, “a força de ideários políticos de direita radical, observada com mais intensidade noutras cenas punk, não se encontra tão vincada em Portugal”, situação que associam ao facto de “só em 1974 ter terminado um longo ciclo de 48 anos de ditadura de extrema-direita”. Das mais de quatro centenas de bandas estudadas pelos sociólogos, cerca de um terço estão em atividade e 218 estão extintas ou suspensas. Para além das músicas, o nome dos grupos também foi um fator investigado, uma vez que, segundo Paula Guerra e Augusto Santos Silva, nem a música punk se reduz às letras, nem o movimento punk se reduz à música.A tese menciona ainda que o discurso punk em Portugal é também hiperpolítico, já que põe em causa a estrutura de poder da sociedade envolvente e tem especial predileção pelo questionamento "inconveniente", sem limites nem condições, de alguns dos valores mais intocáveis (como as instituições militares ou religiosas e os símbolos nacionais). O estudo será apresentado num congresso sobre o punk em Portugal, que decorrerá entre os dias 8 e 11 de julho na Casa da Música e na Universidade do Porto, prevendo reunir 160 especialistas e académicos de 30 países.

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A tese dos sociólogos Paula Guerra e Augusto Santos Silva vai ser apresentada num congresso sobre o punk em Portugal, que decorrerá entre os dias 8 e 11 de julho na Casa da Música e na Universidade do Porto, prevendo reunir 160 especialistas e académicos de 30 países.Os sociólogos Paula Guerra e Augusto Santos Silva, da Universidade do Porto, que desenvolveram a primeira investigação académica sobre o punk rock português, analisando 496 bandas ao longo das últimas décadas, confirmaram que, ideologicamente, existe contestação e rebeldia, que a ditadura do Estado Novo também ajuda a explicar.De acordo com o texto "Music and more than music - difference and identity in portuguese punk", no contexto das bandas portuguesas a linguagem dos direitos humanos revela uma "inegável relevância", bem como a vinculação politico-ideológica ao radicalismo de esquerda, à ação direta e ao anarquismo. De acordo com os investigadores, “a força de ideários políticos de direita radical, observada com mais intensidade noutras cenas punk, não se encontra tão vincada em Portugal”, situação que associam ao facto de “só em 1974 ter terminado um longo ciclo de 48 anos de ditadura de extrema-direita”. Das mais de quatro centenas de bandas estudadas pelos sociólogos, cerca de um terço estão em atividade e 218 estão extintas ou suspensas. Para além das músicas, o nome dos grupos também foi um fator investigado, uma vez que, segundo Paula Guerra e Augusto Santos Silva, nem a música punk se reduz às letras, nem o movimento punk se reduz à música.A tese menciona ainda que o discurso punk em Portugal é também hiperpolítico, já que põe em causa a estrutura de poder da sociedade envolvente e tem especial predileção pelo questionamento "inconveniente", sem limites nem condições, de alguns dos valores mais intocáveis (como as instituições militares ou religiosas e os símbolos nacionais). O estudo será apresentado num congresso sobre o punk em Portugal, que decorrerá entre os dias 8 e 11 de julho na Casa da Música e na Universidade do Porto, prevendo reunir 160 especialistas e académicos de 30 países.

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