Ferro Rodrigues trava ataques do PS à esquerda

10-07-2019
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Depois de dois dias consecutivos de ataques e contra-ataques entre parceiros parlamentares, Eduardo Ferro Rodrigues fez questão de recordar que a política europeia nunca fez parte das posições conjuntas que deram origem à ‘geringonça’. Como tal, sublinhou o presidente da Assembleia da República, mesmo em período de campanha, os dois planos não podem ser confundidos.

“[A ‘geringonça’] não é reproduzível à escala europeia”, começou por lembrar Ferro, aludindo ao euroceticismo de BE e PCP. “Mas não contávamos com essa solidariedade nos acordos. Há que distinguir essas duas lógicas de compromisso”, vincou o ex-secretário-geral do PS. Uma coisa é o plano interno, outra o plano externo, insistiu.

Ferro Rodrigues parecia falar para dentro do partido e percebe-se porquê. Na reta final da campanha, e depois das críticas de BE e PCP à política de alianças do PS na Europa, Augusto Santos Silva, Pedro Marques e o próprio António Costa têm aumentado o tom nas críticas à esquerda, subitamente surpreendidos pelas posições dos partidos mais à esquerda no que respeita ao projeto europeu. A estratégia, que se pode explicar como um último esforço do PS para conquistar mais votos à esquerda, alimentou a tensão crescente entre parceiros parlamentares.

Com este discurso, o presidente da Assembleia da República pareceu dizer que há mais vida para além das campanhas eleitorais. “Estas eleições também são um momento importante para o processo político português. É fundamental que haja um grande resultado da esquerda e, em particular, do PS”, defendeu o socialista.

“Não liguem às sondagens", pede Costa

António Costa, por sua vez, voltou a insistir na lógica de diferenciação entre PS e parceiros de esquerda, embora com críticas uns tons a baixo da intensidade que tem sido usada nos últimos dias.

Num discurso muito voltado para a importância do reforço do PS nas eleições (para que tenha mais força na composição do próximo xadrez europeu), o líder socialista voltou a defender a “aliança progressista” que quer construir na Europa - para travar a extrema-direita e neutralizar os conservadores do PPE -, e fez uma referência à falta de peso dos partidos de esquerda na União Europeia, cujo apoio pouco ou nada significa.

“O meu candidato à presidência da Comissão Europeia é Frans Timmermans. À esquerda, não sabemos em quem votarão — não tendo assento no Conselho Europeu, não terão candidato à Comissão”, afirmou o primeiro-ministro. Daí a conclusão de Costa: no próximo domingo, os portugueses “ou votam em quem não sabe em quem vai votar”, “ou vão votar em quem apoia Manfred Weber para a Comissão Europeia”.

A terminar, Costa fez um último apelo ao voto e deixou uma nota que pode ser interpretada como autobiográfica. “Não liguem ao que dizem as sondagens. Sei que todas nos animam, mas foi à pala de acreditar nas sondagens que muita gente teve desgostos nas eleições. Votem”, pediu o líder socialista.

Pedro Marques, por estes dias relegado para segunda ou terceira figura de cartaz, repetiu o que tem dito ao longo dos últimos dias, sem grande variação ou rasgo. Ainda assim, deixou mais um ataque velado à esquerda. “Este não é o tempo de aventureirismos irresponsáveis, com um pé dentro e outra fora da Europa, como se viu bem com Brexit. Mas também não é tempo de andar para atrás, para a Europa dos cortes e da austeridade”, distinguiu o cabeça de lista do PS. Faltam dois dias para as eleições.

Depois de dois dias consecutivos de ataques e contra-ataques entre parceiros parlamentares, Eduardo Ferro Rodrigues fez questão de recordar que a política europeia nunca fez parte das posições conjuntas que deram origem à ‘geringonça’. Como tal, sublinhou o presidente da Assembleia da República, mesmo em período de campanha, os dois planos não podem ser confundidos.

“[A ‘geringonça’] não é reproduzível à escala europeia”, começou por lembrar Ferro, aludindo ao euroceticismo de BE e PCP. “Mas não contávamos com essa solidariedade nos acordos. Há que distinguir essas duas lógicas de compromisso”, vincou o ex-secretário-geral do PS. Uma coisa é o plano interno, outra o plano externo, insistiu.

Ferro Rodrigues parecia falar para dentro do partido e percebe-se porquê. Na reta final da campanha, e depois das críticas de BE e PCP à política de alianças do PS na Europa, Augusto Santos Silva, Pedro Marques e o próprio António Costa têm aumentado o tom nas críticas à esquerda, subitamente surpreendidos pelas posições dos partidos mais à esquerda no que respeita ao projeto europeu. A estratégia, que se pode explicar como um último esforço do PS para conquistar mais votos à esquerda, alimentou a tensão crescente entre parceiros parlamentares.

Com este discurso, o presidente da Assembleia da República pareceu dizer que há mais vida para além das campanhas eleitorais. “Estas eleições também são um momento importante para o processo político português. É fundamental que haja um grande resultado da esquerda e, em particular, do PS”, defendeu o socialista.

“Não liguem às sondagens", pede Costa

António Costa, por sua vez, voltou a insistir na lógica de diferenciação entre PS e parceiros de esquerda, embora com críticas uns tons a baixo da intensidade que tem sido usada nos últimos dias.

Num discurso muito voltado para a importância do reforço do PS nas eleições (para que tenha mais força na composição do próximo xadrez europeu), o líder socialista voltou a defender a “aliança progressista” que quer construir na Europa - para travar a extrema-direita e neutralizar os conservadores do PPE -, e fez uma referência à falta de peso dos partidos de esquerda na União Europeia, cujo apoio pouco ou nada significa.

“O meu candidato à presidência da Comissão Europeia é Frans Timmermans. À esquerda, não sabemos em quem votarão — não tendo assento no Conselho Europeu, não terão candidato à Comissão”, afirmou o primeiro-ministro. Daí a conclusão de Costa: no próximo domingo, os portugueses “ou votam em quem não sabe em quem vai votar”, “ou vão votar em quem apoia Manfred Weber para a Comissão Europeia”.

A terminar, Costa fez um último apelo ao voto e deixou uma nota que pode ser interpretada como autobiográfica. “Não liguem ao que dizem as sondagens. Sei que todas nos animam, mas foi à pala de acreditar nas sondagens que muita gente teve desgostos nas eleições. Votem”, pediu o líder socialista.

Pedro Marques, por estes dias relegado para segunda ou terceira figura de cartaz, repetiu o que tem dito ao longo dos últimos dias, sem grande variação ou rasgo. Ainda assim, deixou mais um ataque velado à esquerda. “Este não é o tempo de aventureirismos irresponsáveis, com um pé dentro e outra fora da Europa, como se viu bem com Brexit. Mas também não é tempo de andar para atrás, para a Europa dos cortes e da austeridade”, distinguiu o cabeça de lista do PS. Faltam dois dias para as eleições.

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