Crónica das redes: Os mais pequenos são os maiores e Nuno Melo como vocalista de uma banda pop

24-07-2019
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#5 Quem está a acompanhar a novela da campanha para as europeias nas redes sociais, provavelmente já deu conta que há um enorme desequilíbrio no guião entre os candidatos dos vários partidos na forma como estão (ou não estão) presentes e como comunicam no espaço virtual as suas ideias sobre o país, a Europa e como relatam a síntese do seu diário na estrada. É um assunto para pensar, dado que são cada vez mais os casos no mundo (a eleição de Obama, de Trump, de Bolsonaro, o referendo do Brexit...) que deixaram claro a importância do papel das redes sociais na hora de decidir a cruz na urna de voto. Para o bem e para o mal. O que talvez não seja de espantar é que, nesta campanha para as europeias, os partidos maiores e mais tradicionais são os que por vezes parecem menos apelativos nas redes. Num caso ou noutro, falham num discurso apropriado ao tema da campanha e pensado em exclusivo para as redes sociais. Esse palco é frequentado pela maioria dos eleitores mais jovens (e não só) através do smartphone, os tais que menos se interessam pelo tema Europa, e que há cinco anos foram os recordistas no que respeita à abstenção. As europeias o quê? Recorde-se que, em 2014, apenas 19% dos jovens votaram nestas eleições para o Parlamento Europeu. E sim, bem sabemos que as redes sociais podem ser um inimigo para a democracia, se forem manipuladas com ‘fakenews’ e outros malabarismos algorítmicos, como aconteceu recentemente com um caso de perfis falsos denunciado pelo jornalista Paulo Pena no DN que levou à demissão de Rodrigo Gonçalves, que era o consultor para as redes do PSD nestas europeias. Mas isso é outra história... Nesta história das Europeias, são vários os partidos mais pequenos que se destacam pela positiva na forma como comunicam eficazmente nas redes e que melhor passam o seu discurso e intenções do que pretendem fazer se forem eleitos no próximo dia 26 de maio - além dos habituais bate-bocas, trocas de galhardetes e picardias. Rui Tavares, do “Livre”, é um deles. Na quarta-feira fez o seu primeiro 'live' no Facebook (por outras palavras, um vídeo em direto) onde respondeu às questões de quem queria discutir os assuntos europeus e disponibilizou essa conversa na sua página de Facebook (1h e 20 de conteúdo, num tom acessível e informal). E já tem outro marcado para este domingo (dia 19 de maio, às 21h) em direto da conta do @partidolivre.

Tavares partilhou também um vídeo editado com uma das suas intervenções no debate em que participou na RTP, com moderação de Maria de Flor Pedroso, onde considera que uma democracia europeia à escala continental seria capaz de “falar cara a cara com os Putins, com os Trumps, os Xi Jinpings” e de “legitimar um novo pacto verde para relançar a economia.” Ele que defende um 25 de Abril para a Europa e veste uma camisola com esse mote.

Marisa Matias é outra das candidatas mais ativas nas redes sociais, seja no Facebook, Instagram ou Twitter, com vídeos feitos de propósito para as redes, mensagens personalizadas, fotografias, stories e outras partilhas de notícias da sua agenda na estrada. Sempre com ideias e propostas para a Europa. Num dos últimos vídeos gravado com o telemóvel e partilhado por si na Unidade de Saúde Familiar de Celas, em Coimbra, chama a atenção para a destruição nos últimos anos dos Serviços Nacionais de Saúde que existem a nível mundial e considera que em Portugal “se está a tentar fazer o mesmo. E ataca o PS sobre a lei de bases da Saúde. ” Mas aponta um caminho: “A boa notícia é que ainda estamos a tempo de travar esse processo, porque queremos defender um serviço nacional de saúde que possa ser o projeto que foi apresentado por António Arnaut ou João Semedo, a forma como defenderam que ele deve ser universal, gratuito e acessível, mas que também deva ser livre de qualquer tipo de promiscuidades de interesses privados ou financeiros. Para estar ao serviço das pessoas. É essa a nossa luta, a nossa batalha.“ Quanto ao assunto “o comendador e as suas medalhas” a cabeça-de-lista do BE partilhou outro vídeo em que deixa claro que considera que a comenda de Joe Berardo deve ser-lhe retirada. “Mas não apenas de Berardo mas de todos aqueles que andaram a alimentar os buracos do sistema financeiro. (...) O PS, o PSD e CDS fizeram de tudo para garantir que tudo ficava na mesma. Se querem tirar o sorriso a Berardo e aos Berardos deste mundo, então votem em quem trabalha para colocar na ordem o sistema financeiro.”

Ainda nos partidos mais pequenos ou sem assento parlamentar, destaque para vídeo oficial da campanha de Ricardo Arroja, da Iniciativa Liberal, que até agora ‘ganha’ para o melhor e mais bem editado vídeo satírico e que anda a viralizar nas redes. Com aqui já foi escrito, com letra adaptada do tema “O Corpo é que Paga”, de António Variações, aqui na versão “O Povo é que Paga”, o dito inclui a imagem de um veículo 'geringonça' com um ser de três cabeças ao volante (Sim, as de António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa). Pisca os olhos às relações familiares entre membros do Governo (ilustrado de forma hilariante) ou apresenta três alegres ‘mariachis’, a saber Costa, Sócrates e Salgado, junto a um saco recheado de notas e em fundo o edifício da Caixa Geral de Depósitos, enquanto se ouve a letra: ““Quando o Governo não tem juízo, quando eles gastam mais do que é preciso, o povo é que paga. É hora de liberalizar. Olha que vais gostar….”

O candidato do “Basta!” não surpreende nas redes. Mais ativo no facebook do que no Twiiter. O último tweet de André Ventura, candidato do “Basta!” é…”surreal” [palavras do próprio]. Porque “há presos a ganhar mais do que bombeiros”.

Outra publicação feita esta sexta-feira no Facebook aproveita a polémica que envolveu um gráfico partilhado pelo Patriarcado de Lisboa (e que revelava a simpatia dessa instituição religiosa pelos partidos CDS, Basta e Nós Cidadãos) para ‘surfar’ o seguinte comentário: “Todos os católicos perceberam que é tempo de dizer BASTA!” Isto sobre um apoio que foi dado, mas depois retirado...

Quanto ao candidato igual a si próprio, rei dos memes desta campanha, que é Pedro Marques - o cabeça-de-lista do PS para as europeias -, a sua presença faz-se notar em todas as redes, mas com uma comunicação bem mais institucional e conservadora. Esta sexta-feira publicou duas fotogalerias. Uma, a ilustrar a arruada em Coimbra, acompanhado por António Costa, e outra sobre a sua intervenção no salão de inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa, onde juntou a legenda: “Encontro com empreendedores, startups e outros representantes da inovação e do digital. O desafio da digitalização é uma oportunidade para Portugal e para a Europa, com mais inovação, melhores qualificações e sem deixar ninguém para trás.”

E já que este sábado o Benfica poderá garantir o título se empatar ou ganhar com o Santa Clara na 34ª e última jornada da I Liga de futebol, valerá a pena partilhar aqui um ‘meme’ que coloca Pedro Marques no papel do treinador do Benfica Bruno Lage: “LAGE, AVANÇA, COM TODA A CONFIANÇA.” Créditos para o “Insónias em Carvão”. E fica a questão por responder: Qual o verdadeiro efeito dos "memes" na (im)popularidade dos candidatos?

Paulo Rangel tem uma presença semelhante à de Marques nas redes. Embora talvez ainda mais discreto. (Não está presente no Instagram e no Twitter a sua última ação foi uma repartilha de um ‘post’ de Duarte Marques a exigir explicações ao Governo e o apuramento de responsabilidades sobre o falhanço no arranque da 2ª fase do dispositivo de combate a incêndios.) No facebook apostou hoje numa fotogaleria a ilustrar a passagem por Viseu” e uma agenda focada nos temas da demografia, saúde e agricultura.”

Mas para quem procura mais do que ver bonecos e legendas, valerá a pena ouvir Rangel no vídeo que partilhou com a sua intervenção em Viseu, onde critica o facto de Pedro Marques estar a ser ‘acolitado´ por António Costa e de “ter tirado da cartola” Frans Timmermans, [candidato socialista à Presidência da Comissão Europeia] para dizer que seria “o grande defensor de Portugal e o grande combatente da austeridade”. Rangel aproveita para acusar Timmermans e Dijsselbloem, que foi Presidente do eurogrupo socialista, de cumplicidade e deste último ter afirmado que “aqui, as pessoas do Sul, em particular os portugueses gastam o dinheiro todo em copos e mulheres e é por isso que eles nos cortam os fundos (...)

Falemos agora de Nuno Melo, o número um do CDS para as Europeias, que afirma querer derrotar Costa, no seu habitual estilo truculento. E talvez esteja a contar com a ajuda de música pop dos anos 80 e... karaoke e bolas de espelhos, que o revivalismo está na moda e pode apelar ao voto. Porque já cantava a saudosa Dina “Há sempre música entre nós” e no hino do CDS apelava: “Junta a tua voz à nossa voz.” Isto tudo porque Nuno Melo repartilhou esta quinta-feira um “meme” com uma montagem sua em que o coloca como artista pop - a la Duran Duran - numa banda com Assunção Cristas, Paulo Portas e Pedro Mota Soares… E acrescentou uma legenda, com direito àquele emoji que chora a rir: ”O humor português é infinito, e pode ser extraordinário �.”

Noutra publicação menos pop partilhou um vídeo onde apela à demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, por causa dos problemas nos hospitais e dos doentes que morrem à espera de cirurgias. Foi num jantar com militantes em Albufeira, em Faro, que Nuno Melo decidiu carregar en cima de Marta Temido após saber que os hospitais de Faro e Portimão estão a cancelar cirurgias até 21 de maio. "Os problemas de saúde não se resolvem com ideologia e hinos marxistas, resolvem-se com recursos. Os recursos que faltam todos os dias. Precisamos de menos hinos, menos música, mais dinheiro, mais médicos, mais pessoal hospitalar", afirmou Melo. Para depois atirar: "Se calhar o que faz falta em Portugal é outro ministro da Saúde."

A participação de João Ferreira, cabeça-de-lista da CDU, também é discreta e convencional nas redes. E vive mais da repartilha de notícias ou de fotogalerias da campanha. A sua última acção nas redes foi a partilha de um depoimento da atriz Joana Manuel, também candidata ao Parlamento Europeu que se diferencia do discurso do "não há alternativa", e apela ao voto contra o que chama de “pensamento único neoliberal, nesta União Europeia que submete os interesses dos povos, das populações, das pessoas aos jogos do défice e da alta finança”.

#5 Quem está a acompanhar a novela da campanha para as europeias nas redes sociais, provavelmente já deu conta que há um enorme desequilíbrio no guião entre os candidatos dos vários partidos na forma como estão (ou não estão) presentes e como comunicam no espaço virtual as suas ideias sobre o país, a Europa e como relatam a síntese do seu diário na estrada. É um assunto para pensar, dado que são cada vez mais os casos no mundo (a eleição de Obama, de Trump, de Bolsonaro, o referendo do Brexit...) que deixaram claro a importância do papel das redes sociais na hora de decidir a cruz na urna de voto. Para o bem e para o mal. O que talvez não seja de espantar é que, nesta campanha para as europeias, os partidos maiores e mais tradicionais são os que por vezes parecem menos apelativos nas redes. Num caso ou noutro, falham num discurso apropriado ao tema da campanha e pensado em exclusivo para as redes sociais. Esse palco é frequentado pela maioria dos eleitores mais jovens (e não só) através do smartphone, os tais que menos se interessam pelo tema Europa, e que há cinco anos foram os recordistas no que respeita à abstenção. As europeias o quê? Recorde-se que, em 2014, apenas 19% dos jovens votaram nestas eleições para o Parlamento Europeu. E sim, bem sabemos que as redes sociais podem ser um inimigo para a democracia, se forem manipuladas com ‘fakenews’ e outros malabarismos algorítmicos, como aconteceu recentemente com um caso de perfis falsos denunciado pelo jornalista Paulo Pena no DN que levou à demissão de Rodrigo Gonçalves, que era o consultor para as redes do PSD nestas europeias. Mas isso é outra história... Nesta história das Europeias, são vários os partidos mais pequenos que se destacam pela positiva na forma como comunicam eficazmente nas redes e que melhor passam o seu discurso e intenções do que pretendem fazer se forem eleitos no próximo dia 26 de maio - além dos habituais bate-bocas, trocas de galhardetes e picardias. Rui Tavares, do “Livre”, é um deles. Na quarta-feira fez o seu primeiro 'live' no Facebook (por outras palavras, um vídeo em direto) onde respondeu às questões de quem queria discutir os assuntos europeus e disponibilizou essa conversa na sua página de Facebook (1h e 20 de conteúdo, num tom acessível e informal). E já tem outro marcado para este domingo (dia 19 de maio, às 21h) em direto da conta do @partidolivre.

Tavares partilhou também um vídeo editado com uma das suas intervenções no debate em que participou na RTP, com moderação de Maria de Flor Pedroso, onde considera que uma democracia europeia à escala continental seria capaz de “falar cara a cara com os Putins, com os Trumps, os Xi Jinpings” e de “legitimar um novo pacto verde para relançar a economia.” Ele que defende um 25 de Abril para a Europa e veste uma camisola com esse mote.

Marisa Matias é outra das candidatas mais ativas nas redes sociais, seja no Facebook, Instagram ou Twitter, com vídeos feitos de propósito para as redes, mensagens personalizadas, fotografias, stories e outras partilhas de notícias da sua agenda na estrada. Sempre com ideias e propostas para a Europa. Num dos últimos vídeos gravado com o telemóvel e partilhado por si na Unidade de Saúde Familiar de Celas, em Coimbra, chama a atenção para a destruição nos últimos anos dos Serviços Nacionais de Saúde que existem a nível mundial e considera que em Portugal “se está a tentar fazer o mesmo. E ataca o PS sobre a lei de bases da Saúde. ” Mas aponta um caminho: “A boa notícia é que ainda estamos a tempo de travar esse processo, porque queremos defender um serviço nacional de saúde que possa ser o projeto que foi apresentado por António Arnaut ou João Semedo, a forma como defenderam que ele deve ser universal, gratuito e acessível, mas que também deva ser livre de qualquer tipo de promiscuidades de interesses privados ou financeiros. Para estar ao serviço das pessoas. É essa a nossa luta, a nossa batalha.“ Quanto ao assunto “o comendador e as suas medalhas” a cabeça-de-lista do BE partilhou outro vídeo em que deixa claro que considera que a comenda de Joe Berardo deve ser-lhe retirada. “Mas não apenas de Berardo mas de todos aqueles que andaram a alimentar os buracos do sistema financeiro. (...) O PS, o PSD e CDS fizeram de tudo para garantir que tudo ficava na mesma. Se querem tirar o sorriso a Berardo e aos Berardos deste mundo, então votem em quem trabalha para colocar na ordem o sistema financeiro.”

Ainda nos partidos mais pequenos ou sem assento parlamentar, destaque para vídeo oficial da campanha de Ricardo Arroja, da Iniciativa Liberal, que até agora ‘ganha’ para o melhor e mais bem editado vídeo satírico e que anda a viralizar nas redes. Com aqui já foi escrito, com letra adaptada do tema “O Corpo é que Paga”, de António Variações, aqui na versão “O Povo é que Paga”, o dito inclui a imagem de um veículo 'geringonça' com um ser de três cabeças ao volante (Sim, as de António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa). Pisca os olhos às relações familiares entre membros do Governo (ilustrado de forma hilariante) ou apresenta três alegres ‘mariachis’, a saber Costa, Sócrates e Salgado, junto a um saco recheado de notas e em fundo o edifício da Caixa Geral de Depósitos, enquanto se ouve a letra: ““Quando o Governo não tem juízo, quando eles gastam mais do que é preciso, o povo é que paga. É hora de liberalizar. Olha que vais gostar….”

O candidato do “Basta!” não surpreende nas redes. Mais ativo no facebook do que no Twiiter. O último tweet de André Ventura, candidato do “Basta!” é…”surreal” [palavras do próprio]. Porque “há presos a ganhar mais do que bombeiros”.

Outra publicação feita esta sexta-feira no Facebook aproveita a polémica que envolveu um gráfico partilhado pelo Patriarcado de Lisboa (e que revelava a simpatia dessa instituição religiosa pelos partidos CDS, Basta e Nós Cidadãos) para ‘surfar’ o seguinte comentário: “Todos os católicos perceberam que é tempo de dizer BASTA!” Isto sobre um apoio que foi dado, mas depois retirado...

Quanto ao candidato igual a si próprio, rei dos memes desta campanha, que é Pedro Marques - o cabeça-de-lista do PS para as europeias -, a sua presença faz-se notar em todas as redes, mas com uma comunicação bem mais institucional e conservadora. Esta sexta-feira publicou duas fotogalerias. Uma, a ilustrar a arruada em Coimbra, acompanhado por António Costa, e outra sobre a sua intervenção no salão de inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa, onde juntou a legenda: “Encontro com empreendedores, startups e outros representantes da inovação e do digital. O desafio da digitalização é uma oportunidade para Portugal e para a Europa, com mais inovação, melhores qualificações e sem deixar ninguém para trás.”

E já que este sábado o Benfica poderá garantir o título se empatar ou ganhar com o Santa Clara na 34ª e última jornada da I Liga de futebol, valerá a pena partilhar aqui um ‘meme’ que coloca Pedro Marques no papel do treinador do Benfica Bruno Lage: “LAGE, AVANÇA, COM TODA A CONFIANÇA.” Créditos para o “Insónias em Carvão”. E fica a questão por responder: Qual o verdadeiro efeito dos "memes" na (im)popularidade dos candidatos?

Paulo Rangel tem uma presença semelhante à de Marques nas redes. Embora talvez ainda mais discreto. (Não está presente no Instagram e no Twitter a sua última ação foi uma repartilha de um ‘post’ de Duarte Marques a exigir explicações ao Governo e o apuramento de responsabilidades sobre o falhanço no arranque da 2ª fase do dispositivo de combate a incêndios.) No facebook apostou hoje numa fotogaleria a ilustrar a passagem por Viseu” e uma agenda focada nos temas da demografia, saúde e agricultura.”

Mas para quem procura mais do que ver bonecos e legendas, valerá a pena ouvir Rangel no vídeo que partilhou com a sua intervenção em Viseu, onde critica o facto de Pedro Marques estar a ser ‘acolitado´ por António Costa e de “ter tirado da cartola” Frans Timmermans, [candidato socialista à Presidência da Comissão Europeia] para dizer que seria “o grande defensor de Portugal e o grande combatente da austeridade”. Rangel aproveita para acusar Timmermans e Dijsselbloem, que foi Presidente do eurogrupo socialista, de cumplicidade e deste último ter afirmado que “aqui, as pessoas do Sul, em particular os portugueses gastam o dinheiro todo em copos e mulheres e é por isso que eles nos cortam os fundos (...)

Falemos agora de Nuno Melo, o número um do CDS para as Europeias, que afirma querer derrotar Costa, no seu habitual estilo truculento. E talvez esteja a contar com a ajuda de música pop dos anos 80 e... karaoke e bolas de espelhos, que o revivalismo está na moda e pode apelar ao voto. Porque já cantava a saudosa Dina “Há sempre música entre nós” e no hino do CDS apelava: “Junta a tua voz à nossa voz.” Isto tudo porque Nuno Melo repartilhou esta quinta-feira um “meme” com uma montagem sua em que o coloca como artista pop - a la Duran Duran - numa banda com Assunção Cristas, Paulo Portas e Pedro Mota Soares… E acrescentou uma legenda, com direito àquele emoji que chora a rir: ”O humor português é infinito, e pode ser extraordinário �.”

Noutra publicação menos pop partilhou um vídeo onde apela à demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, por causa dos problemas nos hospitais e dos doentes que morrem à espera de cirurgias. Foi num jantar com militantes em Albufeira, em Faro, que Nuno Melo decidiu carregar en cima de Marta Temido após saber que os hospitais de Faro e Portimão estão a cancelar cirurgias até 21 de maio. "Os problemas de saúde não se resolvem com ideologia e hinos marxistas, resolvem-se com recursos. Os recursos que faltam todos os dias. Precisamos de menos hinos, menos música, mais dinheiro, mais médicos, mais pessoal hospitalar", afirmou Melo. Para depois atirar: "Se calhar o que faz falta em Portugal é outro ministro da Saúde."

A participação de João Ferreira, cabeça-de-lista da CDU, também é discreta e convencional nas redes. E vive mais da repartilha de notícias ou de fotogalerias da campanha. A sua última acção nas redes foi a partilha de um depoimento da atriz Joana Manuel, também candidata ao Parlamento Europeu que se diferencia do discurso do "não há alternativa", e apela ao voto contra o que chama de “pensamento único neoliberal, nesta União Europeia que submete os interesses dos povos, das populações, das pessoas aos jogos do défice e da alta finança”.

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