PS sobe o tom e acusa direita de “oportunismo lamentável” e “sujeira política”

22-05-2019
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É raro ouvir um líder partidário, natural cabeça de cartaz em qualquer comício, ceder protagonismo a quem quer que seja, militante destacado ou não, candidato a eleições ou não. Muito menos António Costa, que ainda há dias foi acusado de se ter esquecido de referir e elogiar Pedro Marques num mega-comício de Mangualde, que juntou Jorge Coelho e Frans Timmermans. Desta vez, no entanto, o líder socialista apontou, ele próprio, os holofotes ao homem que escolheu para cabeça de lista às europeias. Num comício em Faro, com cerca de 200 militantes, Costa reconheceu: “É difícil falar depois de ouvirmos Pedro Marques falar com a raiva que lhe vai no coração”. E tinha razão.

O candidato do PS às europeias tem sido muito atacado por PSD e CDS ao longo dos primeiros dias de campanha e tem resistido em responder diretamente às críticas. Insiste que quer fazer uma “campanha pela positiva” e centra-se, sobretudo, em questões como fundos comunitários. A campanha discreta e o perfil mais técnico e menos político do candidato (Costa reconheceria isso mesmo mais tarde) não ajudam.

Esta noite, Pedro Marques decidiu subir o tom e disparou com força. Num discurso curtíssimo e muito violento, acompanhado praticamente em silêncio pelos militantes (não o silêncio confrangedor de uma sala adormecida, mas o tenso, de quem se sente acossado) o socialista acusou Paulo Rangel de ser autor do “oportunismo político mais lamentável”. “Hoje, a campanha foi longe demais. A direita escolheu trazer a tragédia dos incêndios para esta campanha”. A referência era óbvia: Paulo Rangel, candidato do PSD, aproveitou a manhã para sobrevoar zonas como Lousã e Pampilhosa da Serra, afetadas pelos incêndios de 2017.

"Uns metem a mão na massa, outros sobrevoam as dificuldades, espreitando a possibilidade de arrebanhar uns votos fáceis. Há políticos superficiais que já não conhecem o país, apenas os corredores de Bruxelas. A política tem de ser muito mais do que isso. Vamos votar pela dignidade política”, insistiu o socialista. Foi um ataque sem precedentes nesta campanha. E, no final, os militantes socialistas rebentaram em palmas.

António Costa seguiria o mesmo guião e foi lancinante. “A vida política não é um espectáculo para as televisões, frases engraçadinhas, campanhas sujas e negras para a atacar e denegrir adversários. Isso não é política, é sujeira”, atirou o líder socialista, referindo-se ao caso que envolve o ex-colaborador de Rui Rio e alegado autor de uma campanha de notícias falsas nas redes sociais. “Desenganem-se aqueles que acham que nos metem medo com campanhas negras. Andamos sempre com cara levantada e a cabeça erguida.”

E se houve ataques, também houve defesa. Defesa da estratégia que Pedro Marques tem levado para esta campanha e o reconhecimento que o candidato socialista não é feito do material que alimenta as campanhas (as tradicionais, pelo menos). Marques é institucional e sente-se mais confortável aí. Costa aprova. “Pedro, sê igual a ti próprio. Podemos não ter setinhas para cima, podemos não agradar aos comentadores, podemos não agradar às televisões. Mas vamos para casa de consciência tranquila. Tenho a certeza que nem que estejas em Bruxelas apenas seis meses farás mais do que Melo e Rangel fizeram em dez anos”. Palpite: a campanha das europeias vai começar a aquecer.

É raro ouvir um líder partidário, natural cabeça de cartaz em qualquer comício, ceder protagonismo a quem quer que seja, militante destacado ou não, candidato a eleições ou não. Muito menos António Costa, que ainda há dias foi acusado de se ter esquecido de referir e elogiar Pedro Marques num mega-comício de Mangualde, que juntou Jorge Coelho e Frans Timmermans. Desta vez, no entanto, o líder socialista apontou, ele próprio, os holofotes ao homem que escolheu para cabeça de lista às europeias. Num comício em Faro, com cerca de 200 militantes, Costa reconheceu: “É difícil falar depois de ouvirmos Pedro Marques falar com a raiva que lhe vai no coração”. E tinha razão.

O candidato do PS às europeias tem sido muito atacado por PSD e CDS ao longo dos primeiros dias de campanha e tem resistido em responder diretamente às críticas. Insiste que quer fazer uma “campanha pela positiva” e centra-se, sobretudo, em questões como fundos comunitários. A campanha discreta e o perfil mais técnico e menos político do candidato (Costa reconheceria isso mesmo mais tarde) não ajudam.

Esta noite, Pedro Marques decidiu subir o tom e disparou com força. Num discurso curtíssimo e muito violento, acompanhado praticamente em silêncio pelos militantes (não o silêncio confrangedor de uma sala adormecida, mas o tenso, de quem se sente acossado) o socialista acusou Paulo Rangel de ser autor do “oportunismo político mais lamentável”. “Hoje, a campanha foi longe demais. A direita escolheu trazer a tragédia dos incêndios para esta campanha”. A referência era óbvia: Paulo Rangel, candidato do PSD, aproveitou a manhã para sobrevoar zonas como Lousã e Pampilhosa da Serra, afetadas pelos incêndios de 2017.

"Uns metem a mão na massa, outros sobrevoam as dificuldades, espreitando a possibilidade de arrebanhar uns votos fáceis. Há políticos superficiais que já não conhecem o país, apenas os corredores de Bruxelas. A política tem de ser muito mais do que isso. Vamos votar pela dignidade política”, insistiu o socialista. Foi um ataque sem precedentes nesta campanha. E, no final, os militantes socialistas rebentaram em palmas.

António Costa seguiria o mesmo guião e foi lancinante. “A vida política não é um espectáculo para as televisões, frases engraçadinhas, campanhas sujas e negras para a atacar e denegrir adversários. Isso não é política, é sujeira”, atirou o líder socialista, referindo-se ao caso que envolve o ex-colaborador de Rui Rio e alegado autor de uma campanha de notícias falsas nas redes sociais. “Desenganem-se aqueles que acham que nos metem medo com campanhas negras. Andamos sempre com cara levantada e a cabeça erguida.”

E se houve ataques, também houve defesa. Defesa da estratégia que Pedro Marques tem levado para esta campanha e o reconhecimento que o candidato socialista não é feito do material que alimenta as campanhas (as tradicionais, pelo menos). Marques é institucional e sente-se mais confortável aí. Costa aprova. “Pedro, sê igual a ti próprio. Podemos não ter setinhas para cima, podemos não agradar aos comentadores, podemos não agradar às televisões. Mas vamos para casa de consciência tranquila. Tenho a certeza que nem que estejas em Bruxelas apenas seis meses farás mais do que Melo e Rangel fizeram em dez anos”. Palpite: a campanha das europeias vai começar a aquecer.

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