Uma decisão vergonhosa de um Governo ridículo

25-03-2019
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A decisão do Governo de dar tolerância de ponto aos funcionários públicos por causa da visita a Portugal do chefe de Estado do Vaticano é das decisões mais vergonhosas e mais ridículas dos últimos anos.

Podia relembrar que é apenas um chefe de Estado em visita a Portugal – um entre muitos. Podia relembrar que Portugal é um país laico segundo a Constituição da República que este Governo jurou respeitar. Podia destacar que todos têm o direito de ir a Fátima se quiserem – metem um dia de férias e, se for autorizado, lá vão eles.

Podia ainda informar que nesse dia os meus alunos tinham um teste marcado. Que outros meus alunos iam ao teatro. Que havia um Dia Aberto para os alunos das Escolas Básicas irem conhecer a Escola Secundária. Que havia consultas e operações marcadas nos Centros de Saúde e nos Hospitais. Julgamentos nos Tribunais. E por aí fora.

Podia dar um sem-número de argumentos, mas acho que não vale a pena. Esta decisão não tem ponta ponta por onde se lhe pegue.

A patranha das visões, uma das maiores patranhas do último século, fica para depois, porque não é isso que está em causa. Tiago Barbosa Ribeiro percebeu-o e merece por isso os maiores elogios. Infelizmente, o Governo não o percebeu, porque eleitoralmente lhe interessa não perceber. Da mesma forma que o Presidente da República e a Direita não o perceberão, porque são beatos.

Como eleitor da Esquerda, espero que pelo menos o Bloco e o PCP condenem firmemente esta decisão. Se não o fizerem, mostrarão que são tão hipócritas como todos os outros.

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A decisão do Governo de dar tolerância de ponto aos funcionários públicos por causa da visita a Portugal do chefe de Estado do Vaticano é das decisões mais vergonhosas e mais ridículas dos últimos anos.

Podia relembrar que é apenas um chefe de Estado em visita a Portugal – um entre muitos. Podia relembrar que Portugal é um país laico segundo a Constituição da República que este Governo jurou respeitar. Podia destacar que todos têm o direito de ir a Fátima se quiserem – metem um dia de férias e, se for autorizado, lá vão eles.

Podia ainda informar que nesse dia os meus alunos tinham um teste marcado. Que outros meus alunos iam ao teatro. Que havia um Dia Aberto para os alunos das Escolas Básicas irem conhecer a Escola Secundária. Que havia consultas e operações marcadas nos Centros de Saúde e nos Hospitais. Julgamentos nos Tribunais. E por aí fora.

Podia dar um sem-número de argumentos, mas acho que não vale a pena. Esta decisão não tem ponta ponta por onde se lhe pegue.

A patranha das visões, uma das maiores patranhas do último século, fica para depois, porque não é isso que está em causa. Tiago Barbosa Ribeiro percebeu-o e merece por isso os maiores elogios. Infelizmente, o Governo não o percebeu, porque eleitoralmente lhe interessa não perceber. Da mesma forma que o Presidente da República e a Direita não o perceberão, porque são beatos.

Como eleitor da Esquerda, espero que pelo menos o Bloco e o PCP condenem firmemente esta decisão. Se não o fizerem, mostrarão que são tão hipócritas como todos os outros.

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