Uma Nova Esperança para o CDS/PP

13-11-2018
marcar artigo


Confesso que ainda não estou completamente à vontade para falar do Conselho Nacional de domingo. Estou ainda atarantado. Tentarei pôr as coisas no sítio, e expurgar com este post o que me vai na alma.No domingo o CN do CDS reuniu para, como alguém lá disse e muito bem, decidir como seria eleito o próximo líder do partido. Foi o próprio ReC, na reacção à declaração de Paulo Portas de 1 de Maio que declarou aberto o Congresso do CDS, implicitamente pondo o seu cargo à disposição. O contrário seria estranho, quando o vimos fazê-lo no passado sem que ninguém o disputasse.Não sei quantas horas se passaram para que começassemos a discutir isso mesmo. Foi o filme todo com a proposta de Leiria que condicionava o CN a tomar uma decisão que enquinou o primeiro quarto do CN. Estivemos tempo demais a discutir o que não interessava para o CN: se uma condição nesse abaixo-assinado podia ou não ser aceite. A mesa achava que devia ser o CN a decidir, quando o CN não estava reunido para tal efeito, nem tinha condições de apurar se assim era. De referir que se o CN quisesse acabar com esse filme, decidia que a condição não seria válida, e acabava-se já com o filme, porque, evidentemente, sem aquele parágrafo invalidavam-se as assinaturas que não se podiam assumir assinar o mesmo documento sem um dos seus parágrafos.Adiante, tal como este post, já o CN ia longo quando se começou a discutir política. E tivemos três intervenções "normais": duas de Rec e uma de Portas, sobre as alterações estatutárias, conforme ordem de trabalhos. Quando Portas entrega uma sua proposta de alteração de estatutos ao CN, recomeça a confusão. Que não podia ser, que não havia tempo, que tinha de ter sido com cinco dias de antecedência, etc, etc. A mesa decidiu não aceitar a proposta, quando havia interpetações várias que se podia aceitar sim senhor. E, pior, não aceitou recurso da sua decisão, o que era verdadeiramente impensável. Afinal, é o CN que é soberano, ou é a mesa? Se havia interpretações várias, não seria o CN a dever decidir? Mais, se a norma da entrega de certas propostas é de cinco dias (digo certas, porque esta não se enquadraria), para que se possa ler e pensar, não deve ser o CN a decidir quanto tempo quer?Aí acontece o momento de viragem, que mostra bem o carácter de quem protagonizou este CN. é que no momento em que a mesa decide não deixar recorrer da sua decisão, vem à baila a única soulção para que fosse dada voz aos conselheiros: acena-se com a censura da mesa. E nesse momento, qual magia, a mesa decide aceitar que se votem as directas. I.e., no momento em que a sala (e via-se, e ouvia-se) se prepara para demitir a mesa, esta decide, finalmente, tomar uma decisão que parece ir no sentido da vontade dos conselheiros.Aí já teriamos passado mais de dois terços do tempo, para nada...A votação foi imensamente demorada, antecedida dum intervalo interminável. Mas no fim deu-se o resultado previsto: o CN marcava eleições directas tal como o fizera em Gaia (decisão que, não deixa de ser curioso, já era apelidada de ilegal por elementos da CPN do CDS - sim, dos que ainda continuam do lado de ReC). Por fim se fazia algo de útil.Mas enganaram-se os que achavam que nesse momento se passaria a marcar calendário para essas directas e para as comissões de organização das mesmas.Nesse momento a presidente da mesa toma a palavra para algumas considerações que me esqueço, Portas vai falar e MJNP volta ao púlpito para anunciar o fim do CN. Portas ainda tenta o evidente: recorrer de tal inopinada decisão, mas a mesa e parte da CPN já tinham as malas feitas e corriam para o exterior.Criou-se uma enorme confusão, empurrões, pessoas que caíram ao chão, insultos e muito pouco bom senso. Isto é explicável, ainda que não desculpável, pela atitude da mesa (e é explicável pelo vortéx de pessoas que se tenta enfiar por uma porta para sair rapidamente, duma forma nunca vista). O CN não podia acabar ali, porque a mesa não pode acabar o CN sem este querer. Se assim fosse, sempre que as coisas corressem ao contrário do que nós (leia-se, a mesa) queríamos, acabaríamos com os trabalhos e esperaríamos por outra ocasião que nos fosse mais favorável, quem sabe ad eternum. Creio que eramos 137 os que ficámos e assinámos a folha de presenças após o abandono da mesa e parte da CPN do CDS dos trabalhos.Foi assim, não me traia a memória. E sendo que é inaceitável o que se ouviu chamar à senhora presidente da mesa no final, ou que disseram de António Pires de Lima ou a forma como se deixou naufragar o CN, certo é que dificilmente se pode considerar a vontade duma larga maioria de conselheiros como um golpe de estado ou uma opa ou o que valha. Mas já sabemos o que vem a seguir: está nos livros desta CPN. Conselho Nacional em Bragança ou noutro local inóspito para que baixe a adesão dos que não vivem do partido e assim tentar que se diminua a maioria de Óbidos. É muito triste.


Confesso que ainda não estou completamente à vontade para falar do Conselho Nacional de domingo. Estou ainda atarantado. Tentarei pôr as coisas no sítio, e expurgar com este post o que me vai na alma.No domingo o CN do CDS reuniu para, como alguém lá disse e muito bem, decidir como seria eleito o próximo líder do partido. Foi o próprio ReC, na reacção à declaração de Paulo Portas de 1 de Maio que declarou aberto o Congresso do CDS, implicitamente pondo o seu cargo à disposição. O contrário seria estranho, quando o vimos fazê-lo no passado sem que ninguém o disputasse.Não sei quantas horas se passaram para que começassemos a discutir isso mesmo. Foi o filme todo com a proposta de Leiria que condicionava o CN a tomar uma decisão que enquinou o primeiro quarto do CN. Estivemos tempo demais a discutir o que não interessava para o CN: se uma condição nesse abaixo-assinado podia ou não ser aceite. A mesa achava que devia ser o CN a decidir, quando o CN não estava reunido para tal efeito, nem tinha condições de apurar se assim era. De referir que se o CN quisesse acabar com esse filme, decidia que a condição não seria válida, e acabava-se já com o filme, porque, evidentemente, sem aquele parágrafo invalidavam-se as assinaturas que não se podiam assumir assinar o mesmo documento sem um dos seus parágrafos.Adiante, tal como este post, já o CN ia longo quando se começou a discutir política. E tivemos três intervenções "normais": duas de Rec e uma de Portas, sobre as alterações estatutárias, conforme ordem de trabalhos. Quando Portas entrega uma sua proposta de alteração de estatutos ao CN, recomeça a confusão. Que não podia ser, que não havia tempo, que tinha de ter sido com cinco dias de antecedência, etc, etc. A mesa decidiu não aceitar a proposta, quando havia interpetações várias que se podia aceitar sim senhor. E, pior, não aceitou recurso da sua decisão, o que era verdadeiramente impensável. Afinal, é o CN que é soberano, ou é a mesa? Se havia interpretações várias, não seria o CN a dever decidir? Mais, se a norma da entrega de certas propostas é de cinco dias (digo certas, porque esta não se enquadraria), para que se possa ler e pensar, não deve ser o CN a decidir quanto tempo quer?Aí acontece o momento de viragem, que mostra bem o carácter de quem protagonizou este CN. é que no momento em que a mesa decide não deixar recorrer da sua decisão, vem à baila a única soulção para que fosse dada voz aos conselheiros: acena-se com a censura da mesa. E nesse momento, qual magia, a mesa decide aceitar que se votem as directas. I.e., no momento em que a sala (e via-se, e ouvia-se) se prepara para demitir a mesa, esta decide, finalmente, tomar uma decisão que parece ir no sentido da vontade dos conselheiros.Aí já teriamos passado mais de dois terços do tempo, para nada...A votação foi imensamente demorada, antecedida dum intervalo interminável. Mas no fim deu-se o resultado previsto: o CN marcava eleições directas tal como o fizera em Gaia (decisão que, não deixa de ser curioso, já era apelidada de ilegal por elementos da CPN do CDS - sim, dos que ainda continuam do lado de ReC). Por fim se fazia algo de útil.Mas enganaram-se os que achavam que nesse momento se passaria a marcar calendário para essas directas e para as comissões de organização das mesmas.Nesse momento a presidente da mesa toma a palavra para algumas considerações que me esqueço, Portas vai falar e MJNP volta ao púlpito para anunciar o fim do CN. Portas ainda tenta o evidente: recorrer de tal inopinada decisão, mas a mesa e parte da CPN já tinham as malas feitas e corriam para o exterior.Criou-se uma enorme confusão, empurrões, pessoas que caíram ao chão, insultos e muito pouco bom senso. Isto é explicável, ainda que não desculpável, pela atitude da mesa (e é explicável pelo vortéx de pessoas que se tenta enfiar por uma porta para sair rapidamente, duma forma nunca vista). O CN não podia acabar ali, porque a mesa não pode acabar o CN sem este querer. Se assim fosse, sempre que as coisas corressem ao contrário do que nós (leia-se, a mesa) queríamos, acabaríamos com os trabalhos e esperaríamos por outra ocasião que nos fosse mais favorável, quem sabe ad eternum. Creio que eramos 137 os que ficámos e assinámos a folha de presenças após o abandono da mesa e parte da CPN do CDS dos trabalhos.Foi assim, não me traia a memória. E sendo que é inaceitável o que se ouviu chamar à senhora presidente da mesa no final, ou que disseram de António Pires de Lima ou a forma como se deixou naufragar o CN, certo é que dificilmente se pode considerar a vontade duma larga maioria de conselheiros como um golpe de estado ou uma opa ou o que valha. Mas já sabemos o que vem a seguir: está nos livros desta CPN. Conselho Nacional em Bragança ou noutro local inóspito para que baixe a adesão dos que não vivem do partido e assim tentar que se diminua a maioria de Óbidos. É muito triste.

marcar artigo