CP atrasa-se na emissão de passes. Saiba o que fazer para recuperar o seu dinheiro

18-10-2018
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A empresa vai pagar o valor dos bilhetes de comboio comprados enquanto o passe não é entregue, mediante a apresentação de uma reclamação com o comprovativo de compra dos bilhetes em anexo.

© Gonçalo Villaverde/Global Imagens

Rita Moura tem 22 anos, mora em Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, a cerca de 30 km de Lisboa, e está a fazer um estágio na escola José Gomes Ferreira, em Benfica, para terminar o seu mestrado. Faz todos os dias a viagem Alhandra-Benfica e Benfica-Alhandra. Rita teve de renovar o cartão do passe no mês passado (como tem uma bolsa de estudante, o passe combinado CP, Metro e Carris vai custar 27,95 €), pediu-o e pagou por ele, mas ainda não o recebeu. Já gastou cerca de 40 € em bilhetes. Na mesma situação estão cerca de mil pessoas, confirmou o gabinete de imprensa da CP ao DN.

A estudante universitária fez o pedido do passe no dia 21 de setembro. E contava recebê-lo até ao dia 5 de outubro. "Em todos os folhetos informativos está escrito que o passe pode demorar no máximo dez dias úteis. Também foi o que me disseram quando entreguei os documentos na estação", explica Rita Moura. Mas quando se deslocou ao balcão de atendimento da CP em Alverca, findo o prazo máximo de entrega do cartão, disseram-lhe que este não estava pronto e que poderia demorar.

Desde então passa todos os dias pelo balcão, porque tem de ir obrigatoriamente para Lisboa de comboio e por isso comprar bilhetes. Mas, uma vez na capital, opta "por fazer alguns percursos a pé" para evitar gastar mais dinheiro. "Já lá fui mais de dez vezes, porque preciso do passe urgentemente", acrescenta.

No site da empresa, pode ler-se que, no caso das requisições normais nas bilheteiras dos Comboios Urbanos de Lisboa, o prazo de entrega é de facto de dez dias úteis. Tempo este que a empresa não está a conseguir cumprir em cerca de mil pedidos na área urbana de Lisboa. Nenhum abrange os cartões pedidos com urgência, segundo a CP.

"Esta situação fica a dever-se à conjugação de alguns fatores que vieram aumentar substancialmente a procura de novos cartões. Para além do período habitual de regresso às aulas, que gera sempre procura acrescida, a mudança de legislação em setembro deste ano, que veio generalizar o acesso aos passes 4_18 e a campanha de Promoção Passe a Passe, lançada no dia 19 de setembro pela Área Metropolitana de Lisboa", justifica o gabinete de imprensa da empresa.

CP deve arcar com despesas, diz utente

Em Oeiras, Sofia Andrade expõe a mesma situação no site Portal da Queixa. Escreve que teve de "suportar viagens no valor de 15 € na deslocação casa-trabalho", em apenas dois dias. Viu-se depois obrigada a usar o carro e a pagar por estacionamento, gasóleo e portagens nos restantes dias.

"Quem estabelece a data de entrega dos passes não são os utentes, se a empresa não cumpre o que acorda com os seus clientes não pode ser o cliente a arcar com as despesas inerentes ao mau serviço prestado por outrem", escreveu.

No mesmo portal, também Fábio conta que fez o pedido na estação de Rio de Mouro, em Sintra, a 13 de setembro, e que o dinheiro que tem gasto em bilhetes já superou o custo do passe mensal.

O cartão ainda não chegou? O que deve fazer

No balcão de atendimento, os funcionários da CP deram indicações a Rita Moura para preencher um panfleto com a reclamação, a que anexasse o recibo de todos os bilhetes que comprou para que o dinheiro lhe seja devolvido.

O gabinete de comunicação confirma a solução adotada. "Aos clientes que apresentem reclamação por atraso nesta entrega, e que tenham adquirido bilhetes para viajar no período entre a data de vencimento do prazo e a entrega efetiva do cartão, a CP devolve o valor gasto, mediante a entrega dos originais dos bilhetes".

© Leonardo Negrão/Global Imagens

Contactada pelo DN, a Deco aconselha o consumidor a reclamar sobre esta situação. "Os consumidores devem reclamar, por escrito, e utilizando as vias próprias de reclamação. Nos locais de atendimento existe o livro de reclamações, que deve ser usado pelo consumidor; há a nossa plataforma de receção de reclamações sobre os transportes públicos coletivos ou no GAC [gabinete de apoio ao consumidor] da Deco."

A empresa vai pagar o valor dos bilhetes de comboio comprados enquanto o passe não é entregue, mediante a apresentação de uma reclamação com o comprovativo de compra dos bilhetes em anexo.

© Gonçalo Villaverde/Global Imagens

Rita Moura tem 22 anos, mora em Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, a cerca de 30 km de Lisboa, e está a fazer um estágio na escola José Gomes Ferreira, em Benfica, para terminar o seu mestrado. Faz todos os dias a viagem Alhandra-Benfica e Benfica-Alhandra. Rita teve de renovar o cartão do passe no mês passado (como tem uma bolsa de estudante, o passe combinado CP, Metro e Carris vai custar 27,95 €), pediu-o e pagou por ele, mas ainda não o recebeu. Já gastou cerca de 40 € em bilhetes. Na mesma situação estão cerca de mil pessoas, confirmou o gabinete de imprensa da CP ao DN.

A estudante universitária fez o pedido do passe no dia 21 de setembro. E contava recebê-lo até ao dia 5 de outubro. "Em todos os folhetos informativos está escrito que o passe pode demorar no máximo dez dias úteis. Também foi o que me disseram quando entreguei os documentos na estação", explica Rita Moura. Mas quando se deslocou ao balcão de atendimento da CP em Alverca, findo o prazo máximo de entrega do cartão, disseram-lhe que este não estava pronto e que poderia demorar.

Desde então passa todos os dias pelo balcão, porque tem de ir obrigatoriamente para Lisboa de comboio e por isso comprar bilhetes. Mas, uma vez na capital, opta "por fazer alguns percursos a pé" para evitar gastar mais dinheiro. "Já lá fui mais de dez vezes, porque preciso do passe urgentemente", acrescenta.

No site da empresa, pode ler-se que, no caso das requisições normais nas bilheteiras dos Comboios Urbanos de Lisboa, o prazo de entrega é de facto de dez dias úteis. Tempo este que a empresa não está a conseguir cumprir em cerca de mil pedidos na área urbana de Lisboa. Nenhum abrange os cartões pedidos com urgência, segundo a CP.

"Esta situação fica a dever-se à conjugação de alguns fatores que vieram aumentar substancialmente a procura de novos cartões. Para além do período habitual de regresso às aulas, que gera sempre procura acrescida, a mudança de legislação em setembro deste ano, que veio generalizar o acesso aos passes 4_18 e a campanha de Promoção Passe a Passe, lançada no dia 19 de setembro pela Área Metropolitana de Lisboa", justifica o gabinete de imprensa da empresa.

CP deve arcar com despesas, diz utente

Em Oeiras, Sofia Andrade expõe a mesma situação no site Portal da Queixa. Escreve que teve de "suportar viagens no valor de 15 € na deslocação casa-trabalho", em apenas dois dias. Viu-se depois obrigada a usar o carro e a pagar por estacionamento, gasóleo e portagens nos restantes dias.

"Quem estabelece a data de entrega dos passes não são os utentes, se a empresa não cumpre o que acorda com os seus clientes não pode ser o cliente a arcar com as despesas inerentes ao mau serviço prestado por outrem", escreveu.

No mesmo portal, também Fábio conta que fez o pedido na estação de Rio de Mouro, em Sintra, a 13 de setembro, e que o dinheiro que tem gasto em bilhetes já superou o custo do passe mensal.

O cartão ainda não chegou? O que deve fazer

No balcão de atendimento, os funcionários da CP deram indicações a Rita Moura para preencher um panfleto com a reclamação, a que anexasse o recibo de todos os bilhetes que comprou para que o dinheiro lhe seja devolvido.

O gabinete de comunicação confirma a solução adotada. "Aos clientes que apresentem reclamação por atraso nesta entrega, e que tenham adquirido bilhetes para viajar no período entre a data de vencimento do prazo e a entrega efetiva do cartão, a CP devolve o valor gasto, mediante a entrega dos originais dos bilhetes".

© Leonardo Negrão/Global Imagens

Contactada pelo DN, a Deco aconselha o consumidor a reclamar sobre esta situação. "Os consumidores devem reclamar, por escrito, e utilizando as vias próprias de reclamação. Nos locais de atendimento existe o livro de reclamações, que deve ser usado pelo consumidor; há a nossa plataforma de receção de reclamações sobre os transportes públicos coletivos ou no GAC [gabinete de apoio ao consumidor] da Deco."

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