O que Passos Coelho uniu

05-09-2016
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Para um conjunto de deputados do PS furar a disciplina de voto numa moção de rejeição era preciso ter uma larguíssima base de apoio na militância do PS e, a liderá-lo, pessoas de um peso político pelo menos comparável ao de António Costa. Não é decididamente o caso. Ao contrário do possam imaginar, não se estão a viver, na base militante do PS, tempos de guerra interna. Essa unidade é também evidente no Bloco de Esquerda e no PCP. Como foi possível que militantes, dirigentes e, na minha opinião, a maioria de eleitores do PS, BE e PCP conseguissem vencer divisões de décadas em tão pouco tempo? Foi Passos Coelho que os uniu. Os últimos quatro anos foram de uma tal violência ideológica e social que a fratura política que se deu tornou-se intransponível. É verdade que PSD e CDS conseguiram reconquistar, no fim da corrida, o seu voto mais fiel. Mas a grande maioria dos que votaram PS, BE e PCP não quer Passos no poder nem mais um dia. Dirão que se trata de um voto negativo. É verdade. Mas ele é de tal forma sentido que os partidos de esquerda se viram obrigados a transformá-lo num voto positivo

Anda tudo muito concentrado nas posições de alguns deputados – claramente minoritários no seu grupo parlamentar – e de socialistas como Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto. A decisão de Sousa Pinto não comparecer à Comissão Política foi tratada como um alívio para António Costa. Cheira-me que será mais o oposto: Sousa Pinto não terá de se confrontar com o reduzido peso que a sua posição tem no partido. Do que sei, por via de muitos socialistas com que vou falando, o PS não está a viver tempos de guerra interna.

Parece ser claramente maioritária a posição que está a ser defendida por António Costa. Quem conhece as dinâmicas destes partidos consegue pressenti-lo com facilidade. Fosse outra a divisão, seriam figuras de outro peso a dar voz à insatisfação e a desafiar a liderança de Costa. Sem desprimor para os próprios, o facto de ter sido Sousa Pinto a bater com a porta e Assis a liderar a suposta revolta interna deixa claro que a situação, na base, estará relativamente pacificada.

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Para um conjunto de deputados do PS furar a disciplina de voto numa moção de rejeição era preciso ter uma larguíssima base de apoio na militância do PS e, a liderá-lo, pessoas de um peso político pelo menos comparável ao de António Costa. Não é decididamente o caso. Ao contrário do possam imaginar, não se estão a viver, na base militante do PS, tempos de guerra interna. Essa unidade é também evidente no Bloco de Esquerda e no PCP. Como foi possível que militantes, dirigentes e, na minha opinião, a maioria de eleitores do PS, BE e PCP conseguissem vencer divisões de décadas em tão pouco tempo? Foi Passos Coelho que os uniu. Os últimos quatro anos foram de uma tal violência ideológica e social que a fratura política que se deu tornou-se intransponível. É verdade que PSD e CDS conseguiram reconquistar, no fim da corrida, o seu voto mais fiel. Mas a grande maioria dos que votaram PS, BE e PCP não quer Passos no poder nem mais um dia. Dirão que se trata de um voto negativo. É verdade. Mas ele é de tal forma sentido que os partidos de esquerda se viram obrigados a transformá-lo num voto positivo

Anda tudo muito concentrado nas posições de alguns deputados – claramente minoritários no seu grupo parlamentar – e de socialistas como Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto. A decisão de Sousa Pinto não comparecer à Comissão Política foi tratada como um alívio para António Costa. Cheira-me que será mais o oposto: Sousa Pinto não terá de se confrontar com o reduzido peso que a sua posição tem no partido. Do que sei, por via de muitos socialistas com que vou falando, o PS não está a viver tempos de guerra interna.

Parece ser claramente maioritária a posição que está a ser defendida por António Costa. Quem conhece as dinâmicas destes partidos consegue pressenti-lo com facilidade. Fosse outra a divisão, seriam figuras de outro peso a dar voz à insatisfação e a desafiar a liderança de Costa. Sem desprimor para os próprios, o facto de ter sido Sousa Pinto a bater com a porta e Assis a liderar a suposta revolta interna deixa claro que a situação, na base, estará relativamente pacificada.

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