notasaesquerda: Acerca da douta declaração de Sérgio Sousa Pinto.

03-09-2019
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Sérgio Sousa Pinto, deputado do PS escreveu na sua
página do Facebook um texto sobre a (eventual) candidatura de Sampaio da Nóvoa
à Presidência da República. Sobre esse texto, uma atabalhoada mistura de
“bocas” sobre militância partidária e pobreza, mujiques e mujica, venezuela e
podemos e, finalmente uma confissão, “Essa [sic] não é a minha esquerda”, pouco
mais há acrescentar, para além da necessidade que o seu autor tem de se “chegar
à frente” e afirmar a todo o mundo que está atento e tem ideias (?????).

Se eu quisesse ir mais longe, até poderia dizer que o
(sempre jovem) deputado quer é mostrar serviço ao seu novo líder, com vista às
eleições do próximo outono, tal como o fez a todos os líderes anteriores do seu
partido. Mas dou-lhe o benefício da dúvida e não vou tão longe. Sobre o texto,
fiquemos por aqui.

Gostaria, no entanto, de partilhar dois percursos,
duas vidas, ainda que com uma significativa diferença de idades. Depois, quem
quiser que tire as suas conclusões.

Sérgio Sousa Pinto, segundo a sua biografia na página
da Assembleia da República, fará 43 anos em julho, é licenciado em Direito e
tem como profissão jurista. Foi secretário geral da Juventude Socialista entre
1994 (22 anos) e 2000; em 1995 foi eleito deputado à AR pelo círculo do Porto
(ele, que nasceu e e reside em Lisboa); em 1999 (27 anos) foi eleito deputado
ao Parlamento Europeu, onde fez dois mandatos, 10 anos; em 2009 e 2011 foi
eleito deputado pelo círculo de Aveiro.

Como tão riquíssima e profícua atividade
profissional  (largamente divulgada na
comunicação social e nas redes sociais) não lhe chegava, ainda fez um sucesso
mundial no programa da RTP “Corredor do Poder” e, talvez para salvaguardar o
seu futuro, quando um dia deixar a política (??????) lá fez o estágio de
advocacia em 2012 (42 anos).

Parece ser pouco ambicioso (ou haverá outros
motivos?), já que cargos executivos (presidente de câmara ou secretário de
estado) não desempenhou, limitando-se à política feita no hemiciclos e
respectivos corredores (e sedes partidárias).

Resumindo, Sérgio Sousa Pinto é um exemplo para todos
os portugueses, que um dia merecerá, certamente, estátuas e, quem sabe, um
lugar no Panteão Nacional, graças ao seu exemplar labor de mais de 21 anos.

Pelo contrário, aquele sobre quem ele jocosamente escreveu
“Não
lhe basta a sublime virgindade de, em 60 anos, nunca se ter metido com
partidos, de que fugiu como do tifo” (como se o “meter-se com partidos” signifique um
certificado de trabalho, competência, de seriedade) tem “apenas” o seguinte
percurso:

- Doutor em Ciências da Educação (Universidade de Genebra) e em História (Universidade de Paris IV);

- Professor catedrático do Instituto de
Educação da Universidade de Lisboa, tendo também
leccionado em universidades
estrangeiras, como Genebra,Paris V, Wisconsin, Oxford, Columbia (Nova Iorque)
e Brasília
;

- autor de mais de 150 publicações (livros e artigos),
publicados em 12 países;

- consultor para a Educação da Casa Civil do Presidente da República, Jorge Sampaio,
entre 1996 e 1999;

- reitor da Universidade de Lisboa, entre 2006 e 2013;

- reitor honorário da Universidade de Lisboa, desde fevereiro de 2014;

- organizador do Dia de
Portugal em 10 de junho de 2012.

Mas que significa este currículo académico e
profissional para tão importante personagem que, graças ao seu texto do Facebook,
já mereceu a honra de ser citado por um dos mais brilhantes “tudólogos” (e adivinho também, LMM ? Minudências, claro, até porque na biografia
do putativo candidato não consta a indispensável profissão de “facilitador de
negócios”, tão em voga pelos lados de São Bento e que deve ser do agrado dos jovem turcos da nossa política.

Nota : este texto não significa qualquer adesão da minha
parte a uma eventual candidatura de Sampaio da Nóvoa, apenas um desabafo
perante a desfaçatez e a falta de vergonha que o texto de SSP contém.

Ainda a propósito deste tema, não resisto a citar este texto,
com o título “Um nome, um rosto”, publicado ontem mesmo no blogue Notícias do
Bloqueio, de Palouro das Neves :

“Numa espécie de Aleluia, começou-se a
falar na candidatura do antigo Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Sampaio
da Nóvoa, à Presidência da República.  Dizem uns, que é cedo para falar
nisso; dizem outros que é um Académico, um intelectual. Alguns até torcem o
nariz à dimensão cultural da sua personalidade. É certo que a burrice cria
hábitos e por isso se diz que "contra a estupidez até os deuses lutam em
vão!"
Ora estupidez não tem faltado para os lados de Belém. Como muitos portugueses,
estou farto destes dez anos de Presidência de Cavaco, do alvará de estupidez
que parece ter-se instalado na mais alta magistratura, da falta de cultura, da
glorificação da jumentice.
Merecemos outro tempo!”

Sérgio Sousa Pinto, deputado do PS escreveu na sua
página do Facebook um texto sobre a (eventual) candidatura de Sampaio da Nóvoa
à Presidência da República. Sobre esse texto, uma atabalhoada mistura de
“bocas” sobre militância partidária e pobreza, mujiques e mujica, venezuela e
podemos e, finalmente uma confissão, “Essa [sic] não é a minha esquerda”, pouco
mais há acrescentar, para além da necessidade que o seu autor tem de se “chegar
à frente” e afirmar a todo o mundo que está atento e tem ideias (?????).

Se eu quisesse ir mais longe, até poderia dizer que o
(sempre jovem) deputado quer é mostrar serviço ao seu novo líder, com vista às
eleições do próximo outono, tal como o fez a todos os líderes anteriores do seu
partido. Mas dou-lhe o benefício da dúvida e não vou tão longe. Sobre o texto,
fiquemos por aqui.

Gostaria, no entanto, de partilhar dois percursos,
duas vidas, ainda que com uma significativa diferença de idades. Depois, quem
quiser que tire as suas conclusões.

Sérgio Sousa Pinto, segundo a sua biografia na página
da Assembleia da República, fará 43 anos em julho, é licenciado em Direito e
tem como profissão jurista. Foi secretário geral da Juventude Socialista entre
1994 (22 anos) e 2000; em 1995 foi eleito deputado à AR pelo círculo do Porto
(ele, que nasceu e e reside em Lisboa); em 1999 (27 anos) foi eleito deputado
ao Parlamento Europeu, onde fez dois mandatos, 10 anos; em 2009 e 2011 foi
eleito deputado pelo círculo de Aveiro.

Como tão riquíssima e profícua atividade
profissional  (largamente divulgada na
comunicação social e nas redes sociais) não lhe chegava, ainda fez um sucesso
mundial no programa da RTP “Corredor do Poder” e, talvez para salvaguardar o
seu futuro, quando um dia deixar a política (??????) lá fez o estágio de
advocacia em 2012 (42 anos).

Parece ser pouco ambicioso (ou haverá outros
motivos?), já que cargos executivos (presidente de câmara ou secretário de
estado) não desempenhou, limitando-se à política feita no hemiciclos e
respectivos corredores (e sedes partidárias).

Resumindo, Sérgio Sousa Pinto é um exemplo para todos
os portugueses, que um dia merecerá, certamente, estátuas e, quem sabe, um
lugar no Panteão Nacional, graças ao seu exemplar labor de mais de 21 anos.

Pelo contrário, aquele sobre quem ele jocosamente escreveu
“Não
lhe basta a sublime virgindade de, em 60 anos, nunca se ter metido com
partidos, de que fugiu como do tifo” (como se o “meter-se com partidos” signifique um
certificado de trabalho, competência, de seriedade) tem “apenas” o seguinte
percurso:

- Doutor em Ciências da Educação (Universidade de Genebra) e em História (Universidade de Paris IV);

- Professor catedrático do Instituto de
Educação da Universidade de Lisboa, tendo também
leccionado em universidades
estrangeiras, como Genebra,Paris V, Wisconsin, Oxford, Columbia (Nova Iorque)
e Brasília
;

- autor de mais de 150 publicações (livros e artigos),
publicados em 12 países;

- consultor para a Educação da Casa Civil do Presidente da República, Jorge Sampaio,
entre 1996 e 1999;

- reitor da Universidade de Lisboa, entre 2006 e 2013;

- reitor honorário da Universidade de Lisboa, desde fevereiro de 2014;

- organizador do Dia de
Portugal em 10 de junho de 2012.

Mas que significa este currículo académico e
profissional para tão importante personagem que, graças ao seu texto do Facebook,
já mereceu a honra de ser citado por um dos mais brilhantes “tudólogos” (e adivinho também, LMM ? Minudências, claro, até porque na biografia
do putativo candidato não consta a indispensável profissão de “facilitador de
negócios”, tão em voga pelos lados de São Bento e que deve ser do agrado dos jovem turcos da nossa política.

Nota : este texto não significa qualquer adesão da minha
parte a uma eventual candidatura de Sampaio da Nóvoa, apenas um desabafo
perante a desfaçatez e a falta de vergonha que o texto de SSP contém.

Ainda a propósito deste tema, não resisto a citar este texto,
com o título “Um nome, um rosto”, publicado ontem mesmo no blogue Notícias do
Bloqueio, de Palouro das Neves :

“Numa espécie de Aleluia, começou-se a
falar na candidatura do antigo Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Sampaio
da Nóvoa, à Presidência da República.  Dizem uns, que é cedo para falar
nisso; dizem outros que é um Académico, um intelectual. Alguns até torcem o
nariz à dimensão cultural da sua personalidade. É certo que a burrice cria
hábitos e por isso se diz que "contra a estupidez até os deuses lutam em
vão!"
Ora estupidez não tem faltado para os lados de Belém. Como muitos portugueses,
estou farto destes dez anos de Presidência de Cavaco, do alvará de estupidez
que parece ter-se instalado na mais alta magistratura, da falta de cultura, da
glorificação da jumentice.
Merecemos outro tempo!”

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