Nobre vai entrar no mercado dos queijos

11-12-2018
marcar artigo

Os aventais de malha de ferro estão cuidadosamente alinhados no bengaleiro, à espera da equipa de desossa da Nobre, na fábrica de Rio Maior. Desde as seis da manhã, que as cerca de cem pessoas limpam entre 30 e 32 toneladas de pernas e 10 a 12 toneladas de pás de porco que, depois de três dias, dão origem ao fiambre da perna extra ou de pá da marca portuguesa vendido nos supermercados.

A Nobre quer agora uma fatia de outra categoria de produto: o dos queijos. “Vamos entrar com elevadas expectativas, porque temos um produto inovador: um queijo de especialidade (cabra e cabra curado), em cunha e fatiado, que não há no mercado português, diz Rui Silva, CEO da Nobre. A empresa conta fechar 2018 com 115 milhões de euros de faturação.

O queijo não é propriamente uma novidade na oferta da marca nacional. “Temos um negócio de queijos relevante na nossa área de food service, em hotelaria e restauração, onde já vendemos queijo há mais de dez anos.” Agora a opção é entrar na grande distribuição, com venda direta ao consumidor.

O movimento não surpreende. Não só o grupo mexicano Sigma, dono da Nobre, tem cerca de 20% do seu negócio em produtos lácteos (com o queijo a representar o principal negócio desta área) como esta é uma categoria com procura crescente. “O queijo é uma categoria que está a crescer bem a nível europeu, em Portugal também, e é vista como uma categoria saudável. Com a nossa experiência e vontade do grupo em investir faz todo o sentido entrarmos.”

Na fábrica de Rio Maior o queijo não faz parte das cinco linhas de produção, onde diariamente 460 trabalhadores (de um total de 740) produzem salsichas, charcutaria, refeições enlatadas ou até sopas.

Comprar uma unidade fabril, internalizando a produção do queijo, é uma opção, mas sempre numa fase posterior. “Fazer aquisições nos países onde estamos presentes é perfeitamente possível desde que se justifique a nível de negócio”, admite. Alargar a outros produtos lácteos não está definido. “Gostamos de fazer um alargamento sólido de cada vez. Achamos que os queijos eram uma boa solução para alargar a nível europeu.”

Rui Silva não adianta de que tamanho será a fatia de queijo da Nobre. “Queremos que a Nobre em cada negócio que esteja seja relevante e seja vista como líder”, diz. “Temos cerca de metade dos objetivos de distribuição atingidos, ao fim de duas semanas de discussão com os clientes. Pode haver uma cadeia ou outra que não o tenha, porque algumas só vendem marca própria de queijo.”

Mercado doméstico cresce

A aposta nos queijos é mais uma das iniciativas de diversificação de oferta. A gama Vegalia fatiados é uma das mais recentes a ser produzida em Rio Maior. “Quando lançámos há seis meses fizemos crescer esta categoria em 1500%. Ao fim de dois meses já temos 85% de quota de mercado nos fatiados vegetarianos”, adianta Rui Silva. Os produtos vegetarianos, juntamente com linhas como o Cuida-T (com sal reduzido), têm sido a resposta da Nobre aos consumidores mais preocupados com questões de saúde. “São plataformas de crescimento que nós temos permanentes”, diz o gestor, embora no caso das gamas vegetarianas (onde também têm oferta de salsichas) as “vendas sejam residuais”.

Mas não só. Depois dos primeiros testes em 2014, da fábrica começaram a sair para Espanha sopas para servir o setor hospitalar. “Começámos com uma gama muito limitada (quatro purés) e hoje já quadruplicámos o número de variedades (17 referências)”, diz Rui Silva. “Estamos a explorar de que modo podemos ter uma oportunidade em Portugal."

“No mercado interno estamos, em valor, a crescer na casa dos 10%. Em volume crescemos 8%”, revela. “Num ano em que tanto a charcutaria como a mercearia (salsichas) estão a cair, 1% a 2% ao ano”. E com crescimentos de quota. “Atingimos na charcutaria 29% de quota e na salsicha estamos com 28% de quota em valor. Há cerca de três anos tínhamos uma quota de 25%”.Com as exportações (que pesam 30% na faturação) a não darem um sinal claramente positivo, sofrendo o impacto de Angola, o mercado doméstico foi o grande responsável pelo crescimento da Nobre, compensando a quebra com o fim da produção que tinha sido encaminhada para a fábrica nacional após um incêndio da fábrica do grupo em Burgos (Espanha) e que contribuiu para que no ano passado a empresa tivesse faturado entre 115 e 120 milhões de euros.

Crescimentos empurrados pela “recuperação do segmento tradicional dos fiambres de porco”e das salsichas em lata. Até aqui era o fiambre de aves e das salsichas em frasco. A empresa conta faturar este ano cerca de 115 milhões de euros.

Os aventais de malha de ferro estão cuidadosamente alinhados no bengaleiro, à espera da equipa de desossa da Nobre, na fábrica de Rio Maior. Desde as seis da manhã, que as cerca de cem pessoas limpam entre 30 e 32 toneladas de pernas e 10 a 12 toneladas de pás de porco que, depois de três dias, dão origem ao fiambre da perna extra ou de pá da marca portuguesa vendido nos supermercados.

A Nobre quer agora uma fatia de outra categoria de produto: o dos queijos. “Vamos entrar com elevadas expectativas, porque temos um produto inovador: um queijo de especialidade (cabra e cabra curado), em cunha e fatiado, que não há no mercado português, diz Rui Silva, CEO da Nobre. A empresa conta fechar 2018 com 115 milhões de euros de faturação.

O queijo não é propriamente uma novidade na oferta da marca nacional. “Temos um negócio de queijos relevante na nossa área de food service, em hotelaria e restauração, onde já vendemos queijo há mais de dez anos.” Agora a opção é entrar na grande distribuição, com venda direta ao consumidor.

O movimento não surpreende. Não só o grupo mexicano Sigma, dono da Nobre, tem cerca de 20% do seu negócio em produtos lácteos (com o queijo a representar o principal negócio desta área) como esta é uma categoria com procura crescente. “O queijo é uma categoria que está a crescer bem a nível europeu, em Portugal também, e é vista como uma categoria saudável. Com a nossa experiência e vontade do grupo em investir faz todo o sentido entrarmos.”

Na fábrica de Rio Maior o queijo não faz parte das cinco linhas de produção, onde diariamente 460 trabalhadores (de um total de 740) produzem salsichas, charcutaria, refeições enlatadas ou até sopas.

Comprar uma unidade fabril, internalizando a produção do queijo, é uma opção, mas sempre numa fase posterior. “Fazer aquisições nos países onde estamos presentes é perfeitamente possível desde que se justifique a nível de negócio”, admite. Alargar a outros produtos lácteos não está definido. “Gostamos de fazer um alargamento sólido de cada vez. Achamos que os queijos eram uma boa solução para alargar a nível europeu.”

Rui Silva não adianta de que tamanho será a fatia de queijo da Nobre. “Queremos que a Nobre em cada negócio que esteja seja relevante e seja vista como líder”, diz. “Temos cerca de metade dos objetivos de distribuição atingidos, ao fim de duas semanas de discussão com os clientes. Pode haver uma cadeia ou outra que não o tenha, porque algumas só vendem marca própria de queijo.”

Mercado doméstico cresce

A aposta nos queijos é mais uma das iniciativas de diversificação de oferta. A gama Vegalia fatiados é uma das mais recentes a ser produzida em Rio Maior. “Quando lançámos há seis meses fizemos crescer esta categoria em 1500%. Ao fim de dois meses já temos 85% de quota de mercado nos fatiados vegetarianos”, adianta Rui Silva. Os produtos vegetarianos, juntamente com linhas como o Cuida-T (com sal reduzido), têm sido a resposta da Nobre aos consumidores mais preocupados com questões de saúde. “São plataformas de crescimento que nós temos permanentes”, diz o gestor, embora no caso das gamas vegetarianas (onde também têm oferta de salsichas) as “vendas sejam residuais”.

Mas não só. Depois dos primeiros testes em 2014, da fábrica começaram a sair para Espanha sopas para servir o setor hospitalar. “Começámos com uma gama muito limitada (quatro purés) e hoje já quadruplicámos o número de variedades (17 referências)”, diz Rui Silva. “Estamos a explorar de que modo podemos ter uma oportunidade em Portugal."

“No mercado interno estamos, em valor, a crescer na casa dos 10%. Em volume crescemos 8%”, revela. “Num ano em que tanto a charcutaria como a mercearia (salsichas) estão a cair, 1% a 2% ao ano”. E com crescimentos de quota. “Atingimos na charcutaria 29% de quota e na salsicha estamos com 28% de quota em valor. Há cerca de três anos tínhamos uma quota de 25%”.Com as exportações (que pesam 30% na faturação) a não darem um sinal claramente positivo, sofrendo o impacto de Angola, o mercado doméstico foi o grande responsável pelo crescimento da Nobre, compensando a quebra com o fim da produção que tinha sido encaminhada para a fábrica nacional após um incêndio da fábrica do grupo em Burgos (Espanha) e que contribuiu para que no ano passado a empresa tivesse faturado entre 115 e 120 milhões de euros.

Crescimentos empurrados pela “recuperação do segmento tradicional dos fiambres de porco”e das salsichas em lata. Até aqui era o fiambre de aves e das salsichas em frasco. A empresa conta faturar este ano cerca de 115 milhões de euros.

marcar artigo