Capucho desiste de voltar ao PSD. “Não estou para aí virado”

05-02-2019
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António Capucho manifestou várias vezes a intenção de regressar ao PSD com Rui Rio na liderança, mas não se entende com o partido e vai man...

António Capucho manifestou várias vezes a intenção de regressar ao PSD com Rui Rio na liderança, mas não se entende com o partido e vai manter-se como independente. “Não estou para aí virado. Mantenho-me como independente”, diz ao i o ex-secretário-geral do partido.
António Capucho, um dos principais críticos da governação de Passos Coelho, queria voltar, mas não está disposto a perder a antiguidade. Só o faria se voltasse a ser o militante número 326. O PSD classifica a exigência do histórico do partido como “uma impossibilidade jurídica”.
A história já é longa e começou nas autárquicas de 2013 com António Capucho a candidatar-se numa lista independente à Assembleia Municipal de Sintra. Foi expulso no início do ano seguinte juntamente com Marco Almeida, candidato à câmara de Sintra, e outros militantes que integraram as listas.
O afastamento do partido começou com a chegada de Passos Coelho à liderança. Ao ponto de apoiar os socialistas nas eleições europeias e legislativas. Participou, em 2015, na Convenção Nacional do PS, para apoiar publicamente António Costa.
A reaproximação deu-se quase três anos depois com a eleição de Rui Rio para a liderança. Capucho chegou a dar o regresso como certo. Apresentou um requerimento para anular a decisão que conduziu à sua expulsão, mas não foi bem sucedido. Uma fonte ligada ao processo explica que a única forma de Capucho ser novamente militante é voltar a inscrever-se no partido, porque o processo “transitou em julgado e ele não recorreu na devida altura”.
“ISSO EU NÃO FAÇO” Capucho reage com a garantia de que não está “disponível para preencher uma nova ficha de inscrição e para perder a antiguidade. Isso eu não faço”.
O ex-autarca de Cascais argumenta que o PSD reconheceu “implicitamente” o “erro que cometeu” nas autárquicas de 2013, porque nas eleições seguintes acabou por apoiar a candidatura de Marco Almeida à câmara de Sintra. “Não estão a fazer nenhum esforço para repescar esses militantes e reconciliar a família social-democrata em Sintra. Até agora não fizeram nada. Estão mudos e quedos”, lamenta Capucho. Marco Almeida regressou recentemente ao PSD com a garantia de que acredita na liderança de Rui Rio e quer “ajudar à vitória do PSD nas eleições de 2019”.
CAPUCHO NA CAMPANHA Capucho é um dos militantes mais antigos do PSD e ajudou Sá Carneiro a fundar o partido. Ocupou quase todos os cargos durante quarenta anos. Foi secretário-geral, líder do grupo parlamentar, deputado e ministro. O último cargo que ocupou na vida política foi o de presidente da câmara de Cascais.
O seu regresso foi, porém, mal recebido por alguns sociais-democratas que não lhe perdoam o facto de ter apoiado António Costa nas últimas eleições legislativas. Carlos Abreu Amorim, um dos mais fervorosos apoiantes de Passos Coelho, foi um dos que o acusou de se ter ido “oferecer” ao PS.
O nome de Capucho, apesar de já não ser militante, esteve envolvido na campanha interna do PSD. Santana Lopes, na apresentação da candidatura em Santarém, criticou aqueles que “viraram a cara” ao PSD no tempo de Passos Coelho e andaram “a patrocinar movimentos para derrotar candidatos do meu partido”.
O regresso de Capucho ao partido a que pertencia deste 1974, que acabou por não se concretizar, foi também aplaudida por militantes como Pacheco Pereira. “Vejo, com certeza, com bons olhos o regresso de António Capucho ao partido. É um social-democrata de toda a vida”, disse, no programa Quadratura do Círculo, Pacheco Pereira.
O comentador e militante social-democrata contestou a expulsão de Capucho. Pacheco lembrou, nessa altura, que “quase todas as pessoas envolvidas no escândalo do BPN são militantes do PSD e não perderam a sua militância”.

by Luís Claro via Jornal i

António Capucho manifestou várias vezes a intenção de regressar ao PSD com Rui Rio na liderança, mas não se entende com o partido e vai man...

António Capucho manifestou várias vezes a intenção de regressar ao PSD com Rui Rio na liderança, mas não se entende com o partido e vai manter-se como independente. “Não estou para aí virado. Mantenho-me como independente”, diz ao i o ex-secretário-geral do partido.
António Capucho, um dos principais críticos da governação de Passos Coelho, queria voltar, mas não está disposto a perder a antiguidade. Só o faria se voltasse a ser o militante número 326. O PSD classifica a exigência do histórico do partido como “uma impossibilidade jurídica”.
A história já é longa e começou nas autárquicas de 2013 com António Capucho a candidatar-se numa lista independente à Assembleia Municipal de Sintra. Foi expulso no início do ano seguinte juntamente com Marco Almeida, candidato à câmara de Sintra, e outros militantes que integraram as listas.
O afastamento do partido começou com a chegada de Passos Coelho à liderança. Ao ponto de apoiar os socialistas nas eleições europeias e legislativas. Participou, em 2015, na Convenção Nacional do PS, para apoiar publicamente António Costa.
A reaproximação deu-se quase três anos depois com a eleição de Rui Rio para a liderança. Capucho chegou a dar o regresso como certo. Apresentou um requerimento para anular a decisão que conduziu à sua expulsão, mas não foi bem sucedido. Uma fonte ligada ao processo explica que a única forma de Capucho ser novamente militante é voltar a inscrever-se no partido, porque o processo “transitou em julgado e ele não recorreu na devida altura”.
“ISSO EU NÃO FAÇO” Capucho reage com a garantia de que não está “disponível para preencher uma nova ficha de inscrição e para perder a antiguidade. Isso eu não faço”.
O ex-autarca de Cascais argumenta que o PSD reconheceu “implicitamente” o “erro que cometeu” nas autárquicas de 2013, porque nas eleições seguintes acabou por apoiar a candidatura de Marco Almeida à câmara de Sintra. “Não estão a fazer nenhum esforço para repescar esses militantes e reconciliar a família social-democrata em Sintra. Até agora não fizeram nada. Estão mudos e quedos”, lamenta Capucho. Marco Almeida regressou recentemente ao PSD com a garantia de que acredita na liderança de Rui Rio e quer “ajudar à vitória do PSD nas eleições de 2019”.
CAPUCHO NA CAMPANHA Capucho é um dos militantes mais antigos do PSD e ajudou Sá Carneiro a fundar o partido. Ocupou quase todos os cargos durante quarenta anos. Foi secretário-geral, líder do grupo parlamentar, deputado e ministro. O último cargo que ocupou na vida política foi o de presidente da câmara de Cascais.
O seu regresso foi, porém, mal recebido por alguns sociais-democratas que não lhe perdoam o facto de ter apoiado António Costa nas últimas eleições legislativas. Carlos Abreu Amorim, um dos mais fervorosos apoiantes de Passos Coelho, foi um dos que o acusou de se ter ido “oferecer” ao PS.
O nome de Capucho, apesar de já não ser militante, esteve envolvido na campanha interna do PSD. Santana Lopes, na apresentação da candidatura em Santarém, criticou aqueles que “viraram a cara” ao PSD no tempo de Passos Coelho e andaram “a patrocinar movimentos para derrotar candidatos do meu partido”.
O regresso de Capucho ao partido a que pertencia deste 1974, que acabou por não se concretizar, foi também aplaudida por militantes como Pacheco Pereira. “Vejo, com certeza, com bons olhos o regresso de António Capucho ao partido. É um social-democrata de toda a vida”, disse, no programa Quadratura do Círculo, Pacheco Pereira.
O comentador e militante social-democrata contestou a expulsão de Capucho. Pacheco lembrou, nessa altura, que “quase todas as pessoas envolvidas no escândalo do BPN são militantes do PSD e não perderam a sua militância”.

by Luís Claro via Jornal i

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