A Aliança foi ao Bolhão. Vendedoras desejam melhoras ao ausente Santana

22-05-2019
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Ainda “amassado” do acidente de carro sofrido há três dias como pendura de Pedro Santana Lopes, Paulo Sande chegou a São Bento, de comboio, para puxar pela campanha da juvenil Aliança na cidade da nº 2 do partido na corrida às eleições europeias. A Aliança, quase desconhecida para boa parte dos portuenses, animou a peregrinação da manhã deste sábado na comercial rua de Santa Catarina, ao som dos bombos dos Mareantes do Rio Douro.

Na comitiva de mais de uma trintena de 'aliados', o cabeça de lista Paulo Sande, que diz ter “escapado por milagre” com Pedro Santana Lopes quando o carro capotou, fez a despesa de boa parte da conversa com os locais, ladeado da candidata da 'casa' Maria João Moreira, militante de cartão da Aliança desde fevereiro, e das irmãs Bárbara e Rita, e dos manos Tiago e Sebastião. “Somos uma tribo de oito irmãos. Não hesitaram em apoiar-me quando disse que ia ser candidata à Europa pela Aliança”, contou a empresária, referindo que em casa da família, à mesa, a política sempre esteve presente.

“Mesmo com ideias diferentes pelo meio e discussões, somos todos democratas e europeístas”, afirmou ao Expresso. Além do ausente Santana Lopes, em casa a repousar por conselho médico, possivelmente até ao último dia de campanha, em Lisboa, Rui Moreira também optou por não sair à rua ao lado da irmã, a quem já declarou o seu apoio, “enquanto cidadão, não como presidente da Câmara do Porto”.

“Como presidente da autarquia é bom que o Rui não venha, pois deve separar as águas”, frisou a debutante em andanças partidárias, embora o Expresso tenha apurado que o autarca deverá estar presente no jantar da Aliança, no Porto, quinta-feira, no adeus à campanha a norte. Questionada sobre o que a faz correr às europeias, Maria João Moreira, que reparte a sua vida profissional entre o Porto e Itália, afirmou que o principal motivo é a perda de coesão europeia a que se assiste.

“Preocupa-me que se sinta e fale cada vez menos da Europa como um todo. Preocupa-me que que na questão europeia só se discuta fundos, em vez de se falar de ambiente, de cidadania e das pessoas ou de humanismo”, garantiu, sem esconder que teme um desmoronamento da Europa comum. Na sua estreia em campanhas de rua, destacou como “altamente gratificante” o contacto porta a porta com as pessoas. “Achamos que sabemos o que pensam as pessoas, mas só se toma o pulso ao país ouvindo. E o que ouço é um desencantamento em relação à política e aos partidos existentes, razão que me levou a aderir a um novo partido”.

Entre bancas no Mercado Temporário do Bolhão, instalado no rés-do-chão de um centro comercial vizinho do velhinho mercado em obras de requalificação, o partido com pouco mais de uma ano e meio de vida continua a ser para muitas vendedoras e clientes ainda um enigma, mas não Santana Lopes. “Ah, este sei quem é”, referem quando olham para o flyer com o rosto do líder do partido e dos candidatos, perguntando pela sua saúde e desejando melhores e felicidades.

Uma família de palavra

“O Porto quer mudança e vota Aliança” foi a palavra de ordem que marcou o compasso da comitiva entre as bancas de peixe, carne, legumes e flores, algumas conhecidas da cliente Maria João. Emília Neves, vendedora no mercado há 53 anos, sabe “muito bem quem é Santana Lopes”. “Ainda está doentinho? Continuação de saúde. É neste (partido) que vou votar, que ele (Santana) sei que gosta e acarinha muito o norte”, comentou Emília no meio de 'recuerdos' e artesanato, dizendo também conhecer bem a Drª Maria João, irmã do “nosso presidente”.

Maria Natalina “Peixeira”, como se anuncia na banca, vai lembrando que o povo já não acredita nos políticas, mas “a Drª Maria João é boa gente”. “Não conheço tão bem como o irmão”, atalhou Maria Olinda Remísio, dona de uma charcutaria, mas “também é impecável”. “Se for como o Rui Moreira, é uma família de palavra”, adiantou, recordando que durante 20 anos “nem Fernando Gomes nem Rui Rio fizeram nada pelo vendedores do Bolhão”, enquanto “este vem aqui ver como estamos, pergunta se é preciso alguma coisa até nos mudarmos outra vez”.

Na zona de conforto da candidata do Porto e à revelia das magras sondagens, Paulo Sande, que ainda acredita que a Aliança elegerá dois, senão três, eurodeputados, revelou que uma das metas do partido é bater-se em Bruxelas pela instalação no Porto de um órgão da União Europeia. O candidato “pendura”, como se apresentou aos portuenses, adiantou que uma das coisas que a Aliança quer garantir desde já é que se “baterá na próxima legislatura europeia pela vinda de uma agência europeia” para a região, o que em sua opinião já deveria ter acontecido, depois de o Porto ter comprovado “ser competitivo” na candidatura à EMA (Agência Europeia do Medicamento).

Apesar de não existirem agências disponíveis, Sande lembrou que outras poderão ser criadas, não descartando a hipóteses de serem deslocalizadas para o Porto “alguma das agências” sedeadas noutras cidades, entre as quais uma das duas instaladas em Lisboa. Para o nº1 da Aliança às europeias, a mensagem principal do novo partido é a urgente coesão territorial, económica e social do país, em vez de “um país macrocéfalo, com uma cabeça gigante em Lisboa e um corpo desnutrido no restante território”.

“E o Porto empreendedor e que não se rende é o símbolo dessa luta e da necessidade de outras cidades e regiões ganharem dimensão, e isso passa por uma mudança administrativa e de governação do país”, advertiu Paulo Sande, que confidenciou à proprietária de uma padaria estar “nervosismo” por ser a sua primeira vez no Bolhão, que afiançou ser para si uma espécie de “catedral”.

Após o almoço no mercado, a comitiva desceu ao casco histórico da Invicta, descendo a turística Rua das Flores até à Ribeira, cartão maior de visita para quem chega de Lisboa e atravessa o rio. “Oh Santana, vai para Lisboa que aqui mandamos nós”, ouviu-se em frente à estação de comboios de São Bento, quando um grupo de rapazes associou as bandeiras da Aliança ao antigo primeiro-ministro.

Ainda “amassado” do acidente de carro sofrido há três dias como pendura de Pedro Santana Lopes, Paulo Sande chegou a São Bento, de comboio, para puxar pela campanha da juvenil Aliança na cidade da nº 2 do partido na corrida às eleições europeias. A Aliança, quase desconhecida para boa parte dos portuenses, animou a peregrinação da manhã deste sábado na comercial rua de Santa Catarina, ao som dos bombos dos Mareantes do Rio Douro.

Na comitiva de mais de uma trintena de 'aliados', o cabeça de lista Paulo Sande, que diz ter “escapado por milagre” com Pedro Santana Lopes quando o carro capotou, fez a despesa de boa parte da conversa com os locais, ladeado da candidata da 'casa' Maria João Moreira, militante de cartão da Aliança desde fevereiro, e das irmãs Bárbara e Rita, e dos manos Tiago e Sebastião. “Somos uma tribo de oito irmãos. Não hesitaram em apoiar-me quando disse que ia ser candidata à Europa pela Aliança”, contou a empresária, referindo que em casa da família, à mesa, a política sempre esteve presente.

“Mesmo com ideias diferentes pelo meio e discussões, somos todos democratas e europeístas”, afirmou ao Expresso. Além do ausente Santana Lopes, em casa a repousar por conselho médico, possivelmente até ao último dia de campanha, em Lisboa, Rui Moreira também optou por não sair à rua ao lado da irmã, a quem já declarou o seu apoio, “enquanto cidadão, não como presidente da Câmara do Porto”.

“Como presidente da autarquia é bom que o Rui não venha, pois deve separar as águas”, frisou a debutante em andanças partidárias, embora o Expresso tenha apurado que o autarca deverá estar presente no jantar da Aliança, no Porto, quinta-feira, no adeus à campanha a norte. Questionada sobre o que a faz correr às europeias, Maria João Moreira, que reparte a sua vida profissional entre o Porto e Itália, afirmou que o principal motivo é a perda de coesão europeia a que se assiste.

“Preocupa-me que se sinta e fale cada vez menos da Europa como um todo. Preocupa-me que que na questão europeia só se discuta fundos, em vez de se falar de ambiente, de cidadania e das pessoas ou de humanismo”, garantiu, sem esconder que teme um desmoronamento da Europa comum. Na sua estreia em campanhas de rua, destacou como “altamente gratificante” o contacto porta a porta com as pessoas. “Achamos que sabemos o que pensam as pessoas, mas só se toma o pulso ao país ouvindo. E o que ouço é um desencantamento em relação à política e aos partidos existentes, razão que me levou a aderir a um novo partido”.

Entre bancas no Mercado Temporário do Bolhão, instalado no rés-do-chão de um centro comercial vizinho do velhinho mercado em obras de requalificação, o partido com pouco mais de uma ano e meio de vida continua a ser para muitas vendedoras e clientes ainda um enigma, mas não Santana Lopes. “Ah, este sei quem é”, referem quando olham para o flyer com o rosto do líder do partido e dos candidatos, perguntando pela sua saúde e desejando melhores e felicidades.

Uma família de palavra

“O Porto quer mudança e vota Aliança” foi a palavra de ordem que marcou o compasso da comitiva entre as bancas de peixe, carne, legumes e flores, algumas conhecidas da cliente Maria João. Emília Neves, vendedora no mercado há 53 anos, sabe “muito bem quem é Santana Lopes”. “Ainda está doentinho? Continuação de saúde. É neste (partido) que vou votar, que ele (Santana) sei que gosta e acarinha muito o norte”, comentou Emília no meio de 'recuerdos' e artesanato, dizendo também conhecer bem a Drª Maria João, irmã do “nosso presidente”.

Maria Natalina “Peixeira”, como se anuncia na banca, vai lembrando que o povo já não acredita nos políticas, mas “a Drª Maria João é boa gente”. “Não conheço tão bem como o irmão”, atalhou Maria Olinda Remísio, dona de uma charcutaria, mas “também é impecável”. “Se for como o Rui Moreira, é uma família de palavra”, adiantou, recordando que durante 20 anos “nem Fernando Gomes nem Rui Rio fizeram nada pelo vendedores do Bolhão”, enquanto “este vem aqui ver como estamos, pergunta se é preciso alguma coisa até nos mudarmos outra vez”.

Na zona de conforto da candidata do Porto e à revelia das magras sondagens, Paulo Sande, que ainda acredita que a Aliança elegerá dois, senão três, eurodeputados, revelou que uma das metas do partido é bater-se em Bruxelas pela instalação no Porto de um órgão da União Europeia. O candidato “pendura”, como se apresentou aos portuenses, adiantou que uma das coisas que a Aliança quer garantir desde já é que se “baterá na próxima legislatura europeia pela vinda de uma agência europeia” para a região, o que em sua opinião já deveria ter acontecido, depois de o Porto ter comprovado “ser competitivo” na candidatura à EMA (Agência Europeia do Medicamento).

Apesar de não existirem agências disponíveis, Sande lembrou que outras poderão ser criadas, não descartando a hipóteses de serem deslocalizadas para o Porto “alguma das agências” sedeadas noutras cidades, entre as quais uma das duas instaladas em Lisboa. Para o nº1 da Aliança às europeias, a mensagem principal do novo partido é a urgente coesão territorial, económica e social do país, em vez de “um país macrocéfalo, com uma cabeça gigante em Lisboa e um corpo desnutrido no restante território”.

“E o Porto empreendedor e que não se rende é o símbolo dessa luta e da necessidade de outras cidades e regiões ganharem dimensão, e isso passa por uma mudança administrativa e de governação do país”, advertiu Paulo Sande, que confidenciou à proprietária de uma padaria estar “nervosismo” por ser a sua primeira vez no Bolhão, que afiançou ser para si uma espécie de “catedral”.

Após o almoço no mercado, a comitiva desceu ao casco histórico da Invicta, descendo a turística Rua das Flores até à Ribeira, cartão maior de visita para quem chega de Lisboa e atravessa o rio. “Oh Santana, vai para Lisboa que aqui mandamos nós”, ouviu-se em frente à estação de comboios de São Bento, quando um grupo de rapazes associou as bandeiras da Aliança ao antigo primeiro-ministro.

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