Rui Rio ao Expresso: “Não falei com o Presidente durante a crise”, Assunção Cristas também não

22-05-2019
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Rui Rio e Assunção Cristas afirmam que não falaram com o Presidente da República durante a crise que rebentou na sexta-feira passada e cujo desfecho está previsto para a próxima sexta, quando a lei sobre a contagem do tempo de carreira dos professores for a votação final global na Assembleia da República.

"Não falei com o senhor Presidente da República nem sobre nem durante esta crise", disse ao Expresso o líder do PSD. Assunção Cristas também confirmou ao Expresso não ter falado com Marcelo Rebelo de Sousa, a quem pediu uma audiência que não chegou a ser agendada pela Presidência.

"Não se fala com ninguém, este problema não é connosco", tinha sido a instrução passada por Marcelo em Belém quando, na quinta-feira passada, aterrou em Lisboa vindo da China e foi surpreendido pela votação no Parlamento que aprovou um artigo a contar o tempo integral aos professores mas chumbou outro (defendido pelo PSD e pelo CDS) que previa uma condicionante de carácter financeiro.

Uma notícia da Rádio Renascença referia esta terça-feira que Marcelo teria falado com os líderes partidários durante o fim de semana e que só depois disso PSD e CDS teriam esclarecido que inviabilizariam a lei em votação final se a tal salvaguarda financeira não passasse. Facto: os contactos mantidos pelo Presidente nos dias de brasa desta crise foram poucos. Garantia (de Belém): os contactos não passaram por tentar condicionar diretamente os líderes dos partidos à direita do PS.

A partir do momento em que António Costa fez depender a sua ameaça de demissão exclusivamente da votação no Parlamento, Marcelo terá concluído ter a ganhar em colocar-se à margem de um processo que sempre acreditou estar condenado a terminar com o PSD e o CDS a não aprovarem a lei.

Na sua conta no Twitter, Rui Rio veio rejeitar a ideia de recuo, com uma pergunta muito simples. "Qual foi a votação na comissão parlamentar na quinta-feira que é contrária à que vamos ter no plenário na sexta?". Ou seja, o líder do PSD tenta focar a mensagem no ponto que foi difícil de passar no pico da crise. A saber: que a votação na comissão foi artigo a artigo e que sem o artigo da cláusula financeira, o seu partido nunca aprovaria a lei em votação final.

Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre esteve ao lado do Governo na defesa da política de rigor orçamental, também não aprovaria uma lei que António Costa e Mário Centeno foram eficazes a catalogar como "insustentável" e "irresponsável" do ponto de vista orçamental e financeiro. A acontecer um veto, isso deixaria os líderes da direita em maus lençóis - com o que seria visto como colagem do Presidente à posição do Governo.

A mensagem passou de tal forma que Pierre Moscovici, o comissário europeu para os assuntos económicos classificou esta terça-feira a atitude do chefe do Governo português como "sábia e firme". Na apresentação das previsões de primavera da Comissão Europeia, Moscovici disse não ver "nenhuma razão para modificar a nossa avaliação sobre a economia portuguesa"

Rui Rio e Assunção Cristas afirmam que não falaram com o Presidente da República durante a crise que rebentou na sexta-feira passada e cujo desfecho está previsto para a próxima sexta, quando a lei sobre a contagem do tempo de carreira dos professores for a votação final global na Assembleia da República.

"Não falei com o senhor Presidente da República nem sobre nem durante esta crise", disse ao Expresso o líder do PSD. Assunção Cristas também confirmou ao Expresso não ter falado com Marcelo Rebelo de Sousa, a quem pediu uma audiência que não chegou a ser agendada pela Presidência.

"Não se fala com ninguém, este problema não é connosco", tinha sido a instrução passada por Marcelo em Belém quando, na quinta-feira passada, aterrou em Lisboa vindo da China e foi surpreendido pela votação no Parlamento que aprovou um artigo a contar o tempo integral aos professores mas chumbou outro (defendido pelo PSD e pelo CDS) que previa uma condicionante de carácter financeiro.

Uma notícia da Rádio Renascença referia esta terça-feira que Marcelo teria falado com os líderes partidários durante o fim de semana e que só depois disso PSD e CDS teriam esclarecido que inviabilizariam a lei em votação final se a tal salvaguarda financeira não passasse. Facto: os contactos mantidos pelo Presidente nos dias de brasa desta crise foram poucos. Garantia (de Belém): os contactos não passaram por tentar condicionar diretamente os líderes dos partidos à direita do PS.

A partir do momento em que António Costa fez depender a sua ameaça de demissão exclusivamente da votação no Parlamento, Marcelo terá concluído ter a ganhar em colocar-se à margem de um processo que sempre acreditou estar condenado a terminar com o PSD e o CDS a não aprovarem a lei.

Na sua conta no Twitter, Rui Rio veio rejeitar a ideia de recuo, com uma pergunta muito simples. "Qual foi a votação na comissão parlamentar na quinta-feira que é contrária à que vamos ter no plenário na sexta?". Ou seja, o líder do PSD tenta focar a mensagem no ponto que foi difícil de passar no pico da crise. A saber: que a votação na comissão foi artigo a artigo e que sem o artigo da cláusula financeira, o seu partido nunca aprovaria a lei em votação final.

Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre esteve ao lado do Governo na defesa da política de rigor orçamental, também não aprovaria uma lei que António Costa e Mário Centeno foram eficazes a catalogar como "insustentável" e "irresponsável" do ponto de vista orçamental e financeiro. A acontecer um veto, isso deixaria os líderes da direita em maus lençóis - com o que seria visto como colagem do Presidente à posição do Governo.

A mensagem passou de tal forma que Pierre Moscovici, o comissário europeu para os assuntos económicos classificou esta terça-feira a atitude do chefe do Governo português como "sábia e firme". Na apresentação das previsões de primavera da Comissão Europeia, Moscovici disse não ver "nenhuma razão para modificar a nossa avaliação sobre a economia portuguesa"

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