Notas & Comentários: As mirabolantes peripécias de D. Álvaro Pires de Castro, 1º marquês de Cascais, evocadas por Alberto Pimentel

17-04-2019
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             Decidiu
Fernanda Frazão, responsável da
Apenas Livros, dar à estampa um livro que é, no seu estilo, uma história
animadíssima. Teve, para esse efeito, o apoio da Associação
Cultural de Cascais e fez-se agora uma edição
especial com o pronto e solícito apoio da Junta de Freguesia Cascais Estoril.

            É
que se trata, nem mais nem menos, do livro Um
Português Derretido, em que Alberto Pimentel conta – como vem consagrado no
subtítulo – «a pitoresca história de D. Álvaro Pires de Castro, 1º marquês de
Cascais.

            Recuperada
a independência, em 1640, el-rei D. João IV teve duas preocupações principais:
defender-se dos ataques dos Espanhóis (e, por isso, ergueu e consolidou
fortalezas ao longo da costa para salvaguardar a entrada do Tejo); e obter dos
países europeus o reconhecimento da sua legitimidade como rei e não como
usurpador.

            É
nessa linha que se insere o envio do Padre António Vieira como diplomata a
vários países europeus e para embaixador em Paris escolheu nada menos do que o
Marquês de Cascais!

            Alberto
Pimentel (1849-1925) – que os leitores de Cascais porventura já conhecem porque
a Câmara, no ano 2000, incluiu, facsimilado,
na série Memória de Cascais o capítulo que ele dedicara a Cascais na obra «Sem
Passar a Fronteira» – foi um jornalista e um escritor multifacetado. Não se lhe
pode chamar um historiador no sentido rigoroso da palavra, porque, amiúde, é
capaz de aformosear os acontecimentos para que a leitura seja mais amena.
Baseia-se, contudo, em documentos e o que conta acerca
da vida – eu ia a escrever «louca» – que D. Álvaro Pires de Castro leva em
Paris tem seguramente muito fundo de verdade.

            E
a questão é a seguinte: como representante do Reino, o Marquês carecia de
mostrar que em Portugal se vivia no melhor dos mundos, havia dinheiro que se
podia esbanjar, que, enfim, el-rei D. João IV fizera muito bem em pegar nas
rédeas do poder. E ele são festas, recepções, idas à ópera, serenatas, sempre
acompanhado de bonitas mulheres que docemente sabia galantear… Até que… enfim,
o dinheiro acabou e o Marquês foi forçado a regressar ao Reino, não sem ter
deixado em Paris um halo de suma galanteria e mui grande benemerência…

            É
dessa estada de D. Álvaro Pires de Castro em Paris que Alberto Pimentel dá pormenorizada
conta, numa linguagem tão aprazível que é livro que só se deixa de ler quando
se chega à pág. 60 (que é a última, já com as notas incluídas).

            Louve-se
a Junta de Freguesia, na pessoa do seu Presidente, Pedro Morais Soares, por ter
acarinhado esta edição, como, na
semana passada, acarinhou a proposta do NASPE – Núcleo de Amigos de S. Pedro do
Estoril para publicar, de Irene Prata, Provérbios
para Sorrir ou… Reflectir, EM PAPEL! Como, não há muito, publicou, EM
PAPEL, a história dos Teatros de Cascais,
de Manuel Eugénio e Jose Ricardo Fialho, ora já em 2ªedição!
Política bem diferente tem a Câmara Municipal de Cascais que opta pelo digital
e que, instada a apoiar este livro de Alberto Pimentel, até porque ele caberia
perfeitamente na referida série Memória de Cascais, onde já estava um título do
mesmo autor, acabou por não dar qualquer resposta ao solicitado.

            Sirvam,
pois, estas linhas para o incitar a estar presente na apresentação, que terei muito gosto em fazer, na próxima
sexta-feira, dia 1, na sede da Junta em Cascais, a partir das 18 horas!

                                                                     José d’Encarnação

             Decidiu
Fernanda Frazão, responsável da
Apenas Livros, dar à estampa um livro que é, no seu estilo, uma história
animadíssima. Teve, para esse efeito, o apoio da Associação
Cultural de Cascais e fez-se agora uma edição
especial com o pronto e solícito apoio da Junta de Freguesia Cascais Estoril.

            É
que se trata, nem mais nem menos, do livro Um
Português Derretido, em que Alberto Pimentel conta – como vem consagrado no
subtítulo – «a pitoresca história de D. Álvaro Pires de Castro, 1º marquês de
Cascais.

            Recuperada
a independência, em 1640, el-rei D. João IV teve duas preocupações principais:
defender-se dos ataques dos Espanhóis (e, por isso, ergueu e consolidou
fortalezas ao longo da costa para salvaguardar a entrada do Tejo); e obter dos
países europeus o reconhecimento da sua legitimidade como rei e não como
usurpador.

            É
nessa linha que se insere o envio do Padre António Vieira como diplomata a
vários países europeus e para embaixador em Paris escolheu nada menos do que o
Marquês de Cascais!

            Alberto
Pimentel (1849-1925) – que os leitores de Cascais porventura já conhecem porque
a Câmara, no ano 2000, incluiu, facsimilado,
na série Memória de Cascais o capítulo que ele dedicara a Cascais na obra «Sem
Passar a Fronteira» – foi um jornalista e um escritor multifacetado. Não se lhe
pode chamar um historiador no sentido rigoroso da palavra, porque, amiúde, é
capaz de aformosear os acontecimentos para que a leitura seja mais amena.
Baseia-se, contudo, em documentos e o que conta acerca
da vida – eu ia a escrever «louca» – que D. Álvaro Pires de Castro leva em
Paris tem seguramente muito fundo de verdade.

            E
a questão é a seguinte: como representante do Reino, o Marquês carecia de
mostrar que em Portugal se vivia no melhor dos mundos, havia dinheiro que se
podia esbanjar, que, enfim, el-rei D. João IV fizera muito bem em pegar nas
rédeas do poder. E ele são festas, recepções, idas à ópera, serenatas, sempre
acompanhado de bonitas mulheres que docemente sabia galantear… Até que… enfim,
o dinheiro acabou e o Marquês foi forçado a regressar ao Reino, não sem ter
deixado em Paris um halo de suma galanteria e mui grande benemerência…

            É
dessa estada de D. Álvaro Pires de Castro em Paris que Alberto Pimentel dá pormenorizada
conta, numa linguagem tão aprazível que é livro que só se deixa de ler quando
se chega à pág. 60 (que é a última, já com as notas incluídas).

            Louve-se
a Junta de Freguesia, na pessoa do seu Presidente, Pedro Morais Soares, por ter
acarinhado esta edição, como, na
semana passada, acarinhou a proposta do NASPE – Núcleo de Amigos de S. Pedro do
Estoril para publicar, de Irene Prata, Provérbios
para Sorrir ou… Reflectir, EM PAPEL! Como, não há muito, publicou, EM
PAPEL, a história dos Teatros de Cascais,
de Manuel Eugénio e Jose Ricardo Fialho, ora já em 2ªedição!
Política bem diferente tem a Câmara Municipal de Cascais que opta pelo digital
e que, instada a apoiar este livro de Alberto Pimentel, até porque ele caberia
perfeitamente na referida série Memória de Cascais, onde já estava um título do
mesmo autor, acabou por não dar qualquer resposta ao solicitado.

            Sirvam,
pois, estas linhas para o incitar a estar presente na apresentação, que terei muito gosto em fazer, na próxima
sexta-feira, dia 1, na sede da Junta em Cascais, a partir das 18 horas!

                                                                     José d’Encarnação

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