O último esforço de Melo e Cristas: “Ponham a mão na consciência”

10-07-2019
marcar artigo

Faltam menos de quatro horas para o mundo político ficar em suspenso. À meia-noite, o país entrará em dia de reflexão pré-eleições e deixarão de se ouvir políticos a discursar, candidatos a apelar ao voto, os jornalistas pararão de escrever e as campanhas cessarão. Por isso, até lá, é preciso gastar os últimos cartuchos. E isso faz-se como? Para o CDS, pedindo votos e mais votos, num esforço final para lutar contra a abstenção e mobilizar eleitores.

A reta final do CDS foi passada no Porto e culminou numa arruada pelas ruas da cidade invicta, percorridas ao final da tarde por Assunção Cristas e os candidatos ao Parlamento Europeu. Ao lado seguia Pedro Mota Soares, que é o número dois, mas que neste momento é também a preocupação número um dos centristas: a dúvida paira no CDS sobre se conseguirão cumprir a meta traçada há muito e voltar a eleger dois eurodeputados, como aconteceu em 2009 (em 2014, concorreram coligados com o PSD e Nuno Melo ficou sem companhia em Bruxelas).

A ordem é a de convocar as tropas mais fiéis, ou seja, falar diretamente para a base eleitoral do partido, numas eleições em que a abstenção é tão alta que passa a ser tão importante garantir que os do próprio partido votam, como conquistar novos eleitores. É isso mesmo que Assunção Cristas, ainda parada na praça dos Leões, perto dos Clérigos, para falar às televisões, lembra: “As esquerdas mais radicais mobilizam mais”, na direita a militância não é tanta na hora de ir votar, e por isso pede a todos que “ponham a mão na consciência”: “Tudo o que vier é ganho e é muito bem vindo”.

Começa a descida confusa, que vai dos Clérigos aos Aliados e entra na rua de Santa Catarina, quase chocando com a comitiva do PSD - em 2014 Paulo Rangel e Nuno Melo concorriam coligados, desta vez o centrista não queria companhia nem cruzamentos de equipas. A ordem para os centristas é apenas uma, repetida constantemente: “Devagar”, “devagarinho”, “abrandem”, “marquem o passo”. Serve mais para a fotografia do que para as conversas com potenciais eleitores: na ação de rua final, a ideia passa mais por mostrar a mobilização das tropas do que propriamente por ter grandes conversas com os transeuntes que passam.

nuno botelho

No meio do pára-arranca algo descoordenado e por entre passadeiras e semáforos vermelhos constantes, o momento mais divertido da tarde, ou, como diz Nuno Melo, uma “paragem técnica que dá jeito”: o dono de um café faz questão de oferecer aos “jovens” (mas também aos candidatos) uma cerveja para o caminho. “É um momento histórico, sem precedentes: o senhor Ribeiro oferece a esta juventude uma cerveja. Agora não abusem, é só uma”, graceja Melo de microfone em punho, enquanto o porta-voz João Almeida começa a distribuir copos. Os jovens ficam para trás, a abastecer-se de combustível. “Barulho, barulho, barulho, bora lá”, pede o secretário-geral, Pedro Morais Soares. “Calma, Pedro, está tudo a beber cerveja”.

Pelo meio, Pedro Mota Soares mostra voluntarismo e improvisa, abandona a comitiva por momentos para distribuir panfletos, oferece beijinhos sem parar e lembra a quem os recebe, quase sempre bem: “Não basta gostar, é preciso votar”. Para o partido a quem as sondagens mais recentes dão valores de risco - e colocam Mota Soares em risco - é mesmo preciso ir votar. De manhã, Nuno Melo resumia o estado de espírito dos centristas: os dados estão lançados, a campanha fez tudo o que estava ao seu alcance.

“Não sei o que vai acontecer no domingo, mas tenho a certeza de que não poderíamos fazer mais”. Em todos os domínios: “Começámos mais cedo do que os outros, fomos a mais sítios, fizemos mais quilómetros, falámos com mais pessoas, tivemos a coragem de dizer o que os outros não dizem”. Parte para o fim de semana decisivo “de consciência completamente tranquila”. O CDS fez o que pôde para não deixar nada ao azar; agora espera que o domingo de eleições - e uma descida da abstenção - lhe traga muita sorte.

Faltam menos de quatro horas para o mundo político ficar em suspenso. À meia-noite, o país entrará em dia de reflexão pré-eleições e deixarão de se ouvir políticos a discursar, candidatos a apelar ao voto, os jornalistas pararão de escrever e as campanhas cessarão. Por isso, até lá, é preciso gastar os últimos cartuchos. E isso faz-se como? Para o CDS, pedindo votos e mais votos, num esforço final para lutar contra a abstenção e mobilizar eleitores.

A reta final do CDS foi passada no Porto e culminou numa arruada pelas ruas da cidade invicta, percorridas ao final da tarde por Assunção Cristas e os candidatos ao Parlamento Europeu. Ao lado seguia Pedro Mota Soares, que é o número dois, mas que neste momento é também a preocupação número um dos centristas: a dúvida paira no CDS sobre se conseguirão cumprir a meta traçada há muito e voltar a eleger dois eurodeputados, como aconteceu em 2009 (em 2014, concorreram coligados com o PSD e Nuno Melo ficou sem companhia em Bruxelas).

A ordem é a de convocar as tropas mais fiéis, ou seja, falar diretamente para a base eleitoral do partido, numas eleições em que a abstenção é tão alta que passa a ser tão importante garantir que os do próprio partido votam, como conquistar novos eleitores. É isso mesmo que Assunção Cristas, ainda parada na praça dos Leões, perto dos Clérigos, para falar às televisões, lembra: “As esquerdas mais radicais mobilizam mais”, na direita a militância não é tanta na hora de ir votar, e por isso pede a todos que “ponham a mão na consciência”: “Tudo o que vier é ganho e é muito bem vindo”.

Começa a descida confusa, que vai dos Clérigos aos Aliados e entra na rua de Santa Catarina, quase chocando com a comitiva do PSD - em 2014 Paulo Rangel e Nuno Melo concorriam coligados, desta vez o centrista não queria companhia nem cruzamentos de equipas. A ordem para os centristas é apenas uma, repetida constantemente: “Devagar”, “devagarinho”, “abrandem”, “marquem o passo”. Serve mais para a fotografia do que para as conversas com potenciais eleitores: na ação de rua final, a ideia passa mais por mostrar a mobilização das tropas do que propriamente por ter grandes conversas com os transeuntes que passam.

nuno botelho

No meio do pára-arranca algo descoordenado e por entre passadeiras e semáforos vermelhos constantes, o momento mais divertido da tarde, ou, como diz Nuno Melo, uma “paragem técnica que dá jeito”: o dono de um café faz questão de oferecer aos “jovens” (mas também aos candidatos) uma cerveja para o caminho. “É um momento histórico, sem precedentes: o senhor Ribeiro oferece a esta juventude uma cerveja. Agora não abusem, é só uma”, graceja Melo de microfone em punho, enquanto o porta-voz João Almeida começa a distribuir copos. Os jovens ficam para trás, a abastecer-se de combustível. “Barulho, barulho, barulho, bora lá”, pede o secretário-geral, Pedro Morais Soares. “Calma, Pedro, está tudo a beber cerveja”.

Pelo meio, Pedro Mota Soares mostra voluntarismo e improvisa, abandona a comitiva por momentos para distribuir panfletos, oferece beijinhos sem parar e lembra a quem os recebe, quase sempre bem: “Não basta gostar, é preciso votar”. Para o partido a quem as sondagens mais recentes dão valores de risco - e colocam Mota Soares em risco - é mesmo preciso ir votar. De manhã, Nuno Melo resumia o estado de espírito dos centristas: os dados estão lançados, a campanha fez tudo o que estava ao seu alcance.

“Não sei o que vai acontecer no domingo, mas tenho a certeza de que não poderíamos fazer mais”. Em todos os domínios: “Começámos mais cedo do que os outros, fomos a mais sítios, fizemos mais quilómetros, falámos com mais pessoas, tivemos a coragem de dizer o que os outros não dizem”. Parte para o fim de semana decisivo “de consciência completamente tranquila”. O CDS fez o que pôde para não deixar nada ao azar; agora espera que o domingo de eleições - e uma descida da abstenção - lhe traga muita sorte.

marcar artigo