Pedrógão. Geringonça unida na crítica ao PSD, que sai da polémica pela porta pequena

27-07-2017
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Não foi bonito. Nas reações dos partidos da Assembleia da República à revelação da lista das 64 vítimas dos incêndios por parte do Ministério Público, o PSD foi o maior visado. Os três partidos que sustentam o governo – PS, Bloco de Esquerda e PCP – acusaram os sociais- -democratas de tentarem tomar partido da tragédia de Pedrógão Grande para fins políticos. O debate de urgência convocado pelo PSD sobre o número de vítimas dos incêndios acabou mesmo por ser cancelado pelos próprios sociais-democratas.

Confrontado com o facto de o Ministério Público ter revelado a identidade dos óbitos de Pedrógão, que estava antes em segredo de justiça, o líder de bancada dos sociais-democratas afirmou que “o Ministério Público andou bem”, considerando-o “uma boa notícia para país”, na medida em que “a especulação” terminou “de uma vez por todas”. Para Hugo Soares, colocou-se assim “um ponto final na questão do segredo de justiça”.

“O governo não fez o seu trabalho, fez o Ministério Público, e fez o Ministério Público muito bem”, atirou o recém- -eleito presidente do grupo parlamentar dos laranjas, em jeito de conclusão.

Meia-volta à esquerda

Já a passos largos para longe das perguntas dos repórteres, Hugo Soares viu-se obrigado a dar meia-volta e a acrescentar um importante pormenor: “Como é evidente, depois de ter sido publicada a lista deixa de fazer sentido a exigência do PSD que houvesse uma conferência de líderes e da comissão permanente, para que debatêssemos este assunto.” O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já estará informado do cancelamento da “exigência”.

Do lado do governo também houve reação na Assembleia da República, através de Pedro Nuno Santos. Para o secretário de Estado, o executivo fez “o que lhe competia”.

“A lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande estava sob segredo de justiça, e um governo que se dá ao respeito e respeita as instituições e o Estado de direito cumpre o segredo de justiça decretado pela Procuradoria-Geral da República”, afirmou ontem Pedro Nuno, para quem a questão que esteve em causa “foi o aproveitamento político imoral feito pelo PSD e pelo CDS-PP em relação à tragédia.”

Especulação, mas da direita

Também do PS, mas pelo grupo parlamentar, falou Pedro Delgado Alves, que considerou que “ao desistir da conferência de líderes e de uma reunião da comissão permanente, ficou clara qual era a real intenção do PSD”. Para os socialistas, essa intenção era somente a de “criar um incidente sem qualquer respeito pelas vítimas e pelas instituições do Estado de direito”.

“O PSD e o CDS-PP têm tentado criar um clima de especulação em torno de uma grande tragédia nacional, procurando marcar pontos politicamente”, acrescentou o deputado. Delgado Alves assegurou que para a Procuradoria-Geral da República “ficou clara a identificação de todas as pessoas que infelizmente perderam a vida”.

Do lado do Partido Comunista, o deputado António Filipe também não se poupou nas críticas ao PSD. Para o veterano do PCP, os sociais-democratas estão a demonstrar que querem “utilizar, lamentavelmente, a questão das vítimas para fazer chicana política”, acusando também o partido do centro-direita de querer “instrumentalizar esta situação para obter dividendos político-partidários”.

O Bloco de Esquerda, por sua vez, através de Pedro Filipe Soares, disse ter assistido “à politização de algo que deveria ser mantido para lá dos partidos políticos: o número de vítimas da tragédia e a lista dessas vítimas”, acusando igualmente, dessa forma, a oposição pelo aproveitamento político que fez do caso.

Há notícias, diz cristas

Longe dos partidos da geringonça, Assunção Cristas, que manteve o CDS mais distante desta polémica que o PSD, referiu as duas mortes “sob investigação, ligadas ainda que indiretamente aos incêndios de Pedrógão”.

“Pelo menos, agora há uma lista que pode ser consultada e qualquer omissão, repetição ou o que quer que seja pode ser conferido por todas as pessoas, e isso é positivo”, considerou, lamentando que “o governo tenha alimentado este tabu e que não tenha esclarecido as coisas devidamente e atempadamente.”

Para Cristas, o executivo “continua a andar mal em matéria de fogos”, visto que, segundo a presidente do CDS, “há notícias sobre descoordenações”.

Não foi bonito. Nas reações dos partidos da Assembleia da República à revelação da lista das 64 vítimas dos incêndios por parte do Ministério Público, o PSD foi o maior visado. Os três partidos que sustentam o governo – PS, Bloco de Esquerda e PCP – acusaram os sociais- -democratas de tentarem tomar partido da tragédia de Pedrógão Grande para fins políticos. O debate de urgência convocado pelo PSD sobre o número de vítimas dos incêndios acabou mesmo por ser cancelado pelos próprios sociais-democratas.

Confrontado com o facto de o Ministério Público ter revelado a identidade dos óbitos de Pedrógão, que estava antes em segredo de justiça, o líder de bancada dos sociais-democratas afirmou que “o Ministério Público andou bem”, considerando-o “uma boa notícia para país”, na medida em que “a especulação” terminou “de uma vez por todas”. Para Hugo Soares, colocou-se assim “um ponto final na questão do segredo de justiça”.

“O governo não fez o seu trabalho, fez o Ministério Público, e fez o Ministério Público muito bem”, atirou o recém- -eleito presidente do grupo parlamentar dos laranjas, em jeito de conclusão.

Meia-volta à esquerda

Já a passos largos para longe das perguntas dos repórteres, Hugo Soares viu-se obrigado a dar meia-volta e a acrescentar um importante pormenor: “Como é evidente, depois de ter sido publicada a lista deixa de fazer sentido a exigência do PSD que houvesse uma conferência de líderes e da comissão permanente, para que debatêssemos este assunto.” O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já estará informado do cancelamento da “exigência”.

Do lado do governo também houve reação na Assembleia da República, através de Pedro Nuno Santos. Para o secretário de Estado, o executivo fez “o que lhe competia”.

“A lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande estava sob segredo de justiça, e um governo que se dá ao respeito e respeita as instituições e o Estado de direito cumpre o segredo de justiça decretado pela Procuradoria-Geral da República”, afirmou ontem Pedro Nuno, para quem a questão que esteve em causa “foi o aproveitamento político imoral feito pelo PSD e pelo CDS-PP em relação à tragédia.”

Especulação, mas da direita

Também do PS, mas pelo grupo parlamentar, falou Pedro Delgado Alves, que considerou que “ao desistir da conferência de líderes e de uma reunião da comissão permanente, ficou clara qual era a real intenção do PSD”. Para os socialistas, essa intenção era somente a de “criar um incidente sem qualquer respeito pelas vítimas e pelas instituições do Estado de direito”.

“O PSD e o CDS-PP têm tentado criar um clima de especulação em torno de uma grande tragédia nacional, procurando marcar pontos politicamente”, acrescentou o deputado. Delgado Alves assegurou que para a Procuradoria-Geral da República “ficou clara a identificação de todas as pessoas que infelizmente perderam a vida”.

Do lado do Partido Comunista, o deputado António Filipe também não se poupou nas críticas ao PSD. Para o veterano do PCP, os sociais-democratas estão a demonstrar que querem “utilizar, lamentavelmente, a questão das vítimas para fazer chicana política”, acusando também o partido do centro-direita de querer “instrumentalizar esta situação para obter dividendos político-partidários”.

O Bloco de Esquerda, por sua vez, através de Pedro Filipe Soares, disse ter assistido “à politização de algo que deveria ser mantido para lá dos partidos políticos: o número de vítimas da tragédia e a lista dessas vítimas”, acusando igualmente, dessa forma, a oposição pelo aproveitamento político que fez do caso.

Há notícias, diz cristas

Longe dos partidos da geringonça, Assunção Cristas, que manteve o CDS mais distante desta polémica que o PSD, referiu as duas mortes “sob investigação, ligadas ainda que indiretamente aos incêndios de Pedrógão”.

“Pelo menos, agora há uma lista que pode ser consultada e qualquer omissão, repetição ou o que quer que seja pode ser conferido por todas as pessoas, e isso é positivo”, considerou, lamentando que “o governo tenha alimentado este tabu e que não tenha esclarecido as coisas devidamente e atempadamente.”

Para Cristas, o executivo “continua a andar mal em matéria de fogos”, visto que, segundo a presidente do CDS, “há notícias sobre descoordenações”.

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