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08-03-2016
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O deputado Pedro Coimbra, dirigente do PS que beneficiou de múltiplos esquemas e fraudes para ser eleito presidente da federação socialista de Coimbra em 2012, sai ileso do processo judicial que investigou a falsificação de centenas de fichas de militantes forjadas pelos seus apoiantes. Apesar de ter conseguido um lugar nas listas ao Parlamento porque conquistou a liderança da federação, não tem o lugar em risco na Assembleia da República. Por isso também não deverá ser visado nos procedimentos disciplinares que o PS pôs em marcha.

Hugo Pires, responsável do PS pela a Organização, tinha dito à SÁBADO - antes da deliberação do secretariado nacional a suspender as eleições federativas em Coimbra - que o lugar de Pedro Coimbra no Parlamento não estava em causa: "A questão não se põe, porque foi eleito para exercer o lugar de deputado".

O processo das fichas falsas em Coimbra foi a maior investigação judicial a uma fraude interna de um partido, e recaiu sobre a fase que antecedeu as eleições para aquela Federação Distrital em Junho de 2012, ganhas por Pedro Coimbra. O caso acabou por não ir a julgamento porque 18 dos arguidos, todos apoiantes activos de Coimbra, aceitaram a suspensão provisória do processo mediante um acordo com o Ministério Público, revelado há uma semana, que consistiu na prestação de trabalho comunitário ou no pagamento a instituições de solidariedade de verbas que vão até aos 1.500 euros. Foi o caso de Rui Duarte, ex-deputado, presidente da concelhia de Coimbra, um dos principais apoiantes do líder distrital. Aceitou pagar 1.500 euros a uma instituição depois de ser acusado de assinar "pelo menos 11 fichas" falsificadas, segundo a acusação. O dirigente escreveu no Facebook que "nunca, em momento algum" foi acusado "de falsificar quaisquer dados". Não é verdade. O MP foi explícito ao escrever que este arguido, em conjunto com outros apoiantes de Pedro Coimbra, "procederam à falsificação de elementos" nas fichas de militantes, "nas quais foram forjadas assinaturas e apostas moradas falsas", para beneficiar o candidato.

A suspeição sobre o deputado

Entre os arguidos que aceitaram o acordo estava Francisco Reigota (acusado de falsificar "pelo menos nove fichas"), que aparece no site do PS-Coimbra como número três do secretariado de Pedro Coimbra. António Paredes, número quatro da mesma direcção, foi acusado de falsificar pelo menos cinco fichas, assim como o seu filho David Paredes (acusado de falsificar 19).

O escândalo tinha sido denunciado 2012 por Cristina Martins, uma professora de Matemática e dirigente do PS que acabou expulsa do partido. O Conselho de Jurisdição Nacional condenou-a por divulgar "factos distorcidos da realidade e inverídicos que não provou nem demonstrou", e foi acusada de "transformar estas questões num circo mediático que não se pode consentir nem tolerar". Só foi reintegrada no PS por decisão do Tribunal Constitucional, dadas as irregularidades do processo disciplinar de que foi alvo.

Na opinião de Cristina Martins, Pedro Coimbra "não mantém a legitimidade para continuar o mandato" no Parlamento, "porque mente do princípio ao fim", diz à SÁBADO. Mário Ruivo, o candidato que foi derrotado por Coimbra em 2012 acha que os militantes que foram acusados de falsificação "devem ser expulsos". E acrescenta: "Um dos mistérios deste processo é haver um procedimento de beneficiar alguém, que nada tem a ver com isso. Não tendo sido apurada responsabilidade, não deixa de estar ferido porque haverá sempre essa suspeição". Pedro Coimbra remeteu a SÁBADO para um comunicado em que diz não ter cometido quaisquer tipo de irregularidades ou ilegalidades".

O deputado Pedro Coimbra, dirigente do PS que beneficiou de múltiplos esquemas e fraudes para ser eleito presidente da federação socialista de Coimbra em 2012, sai ileso do processo judicial que investigou a falsificação de centenas de fichas de militantes forjadas pelos seus apoiantes. Apesar de ter conseguido um lugar nas listas ao Parlamento porque conquistou a liderança da federação, não tem o lugar em risco na Assembleia da República. Por isso também não deverá ser visado nos procedimentos disciplinares que o PS pôs em marcha.

Hugo Pires, responsável do PS pela a Organização, tinha dito à SÁBADO - antes da deliberação do secretariado nacional a suspender as eleições federativas em Coimbra - que o lugar de Pedro Coimbra no Parlamento não estava em causa: "A questão não se põe, porque foi eleito para exercer o lugar de deputado".

O processo das fichas falsas em Coimbra foi a maior investigação judicial a uma fraude interna de um partido, e recaiu sobre a fase que antecedeu as eleições para aquela Federação Distrital em Junho de 2012, ganhas por Pedro Coimbra. O caso acabou por não ir a julgamento porque 18 dos arguidos, todos apoiantes activos de Coimbra, aceitaram a suspensão provisória do processo mediante um acordo com o Ministério Público, revelado há uma semana, que consistiu na prestação de trabalho comunitário ou no pagamento a instituições de solidariedade de verbas que vão até aos 1.500 euros. Foi o caso de Rui Duarte, ex-deputado, presidente da concelhia de Coimbra, um dos principais apoiantes do líder distrital. Aceitou pagar 1.500 euros a uma instituição depois de ser acusado de assinar "pelo menos 11 fichas" falsificadas, segundo a acusação. O dirigente escreveu no Facebook que "nunca, em momento algum" foi acusado "de falsificar quaisquer dados". Não é verdade. O MP foi explícito ao escrever que este arguido, em conjunto com outros apoiantes de Pedro Coimbra, "procederam à falsificação de elementos" nas fichas de militantes, "nas quais foram forjadas assinaturas e apostas moradas falsas", para beneficiar o candidato.

A suspeição sobre o deputado

Entre os arguidos que aceitaram o acordo estava Francisco Reigota (acusado de falsificar "pelo menos nove fichas"), que aparece no site do PS-Coimbra como número três do secretariado de Pedro Coimbra. António Paredes, número quatro da mesma direcção, foi acusado de falsificar pelo menos cinco fichas, assim como o seu filho David Paredes (acusado de falsificar 19).

O escândalo tinha sido denunciado 2012 por Cristina Martins, uma professora de Matemática e dirigente do PS que acabou expulsa do partido. O Conselho de Jurisdição Nacional condenou-a por divulgar "factos distorcidos da realidade e inverídicos que não provou nem demonstrou", e foi acusada de "transformar estas questões num circo mediático que não se pode consentir nem tolerar". Só foi reintegrada no PS por decisão do Tribunal Constitucional, dadas as irregularidades do processo disciplinar de que foi alvo.

Na opinião de Cristina Martins, Pedro Coimbra "não mantém a legitimidade para continuar o mandato" no Parlamento, "porque mente do princípio ao fim", diz à SÁBADO. Mário Ruivo, o candidato que foi derrotado por Coimbra em 2012 acha que os militantes que foram acusados de falsificação "devem ser expulsos". E acrescenta: "Um dos mistérios deste processo é haver um procedimento de beneficiar alguém, que nada tem a ver com isso. Não tendo sido apurada responsabilidade, não deixa de estar ferido porque haverá sempre essa suspeição". Pedro Coimbra remeteu a SÁBADO para um comunicado em que diz não ter cometido quaisquer tipo de irregularidades ou ilegalidades".

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