Paulo Portas, Vice-Presidente da Câmara de Comércio, foi o keynote speaker do pequeno-almoço com o tema a “Geoestratégia do Mundo em 2017”, organizado pela Câmara de Comércio em exclusivo para os seus associados.
Referiu que os “portugueses são ótimos navegadores: sabem sair, chegar, integrar e vencer!”. Há que aproveitar a boa perceção que o mundo tem dos portugueses e capitalizar economicamente esta vantagem. Quem se conseguir adaptar e ter flexibilidade pode aproveitar as oportunidades existentes.
Segundo Paulo Portas, as perspetivas económicas globais para 2017 são ligeiramente melhores que ano anterior (não contando com efeito Trump cujas consequências económicas ainda estão por validar). No entanto, será um ano marcado pelas eleições em França e na Alemanha e pela reunião do plano quinquenal 2016-2020.
Paulo Portas reforçou ainda a ideia de que “as Relações Internacionais são mais económicas do q-ue nunca”. A consequência política disto são as tensões internacionais que vão surgir à volta do comércio. Iremos assistir a muitas questões relacionadas com o comércio internacional e a uma maior litigância na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ao longo do evento, o keynote speaker teve oportunidade de deixar algumas ideias-chave sobre o que podemos esperar para 2017 em algumas das regiões do mundo.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
“Nativismo, isolacionismo e proteccionismo”
Estas 3 palavras descrevem o posicionamento da nova administração americana: em primeiro lugar os que nasceram nos EUA; em primeiro lugar a agenda dos EUA; em primeiro lugar os produtos e serviços dos EUA. É a primeira vez que um Presidente dos EUA é simultaneamente tudo isto, embora já há muito tempo que este mercado é conhecido por ser “liberal para vender e nacionalista para comprar” (Buy American Act – 1933).
Prevê-se que Trump governe como gere, pela ofensiva. Acredita em “Deals & Results” e irá tentar chegar a um bom negócio através de uma posição de força. Sempre leal ao programa que defendeu e prometeu fazer.
EUROPA
“Não pode perder a vantagem competitiva de ser um bloco económico”
O crescimento económico deverá permanece medíocre não devido à globalização, mas sim devido à digitalização. Na verdade, corre o risco de periferização se perder a vantagem competitiva do comércio.
Espanha destaca-se por ser a economia europeia que mais cresce (3,3% em 2016), embora apresente diversas fragilidades ao nível interno, quando vista de fora é considerada uma potência económica.
Sobre o Reino Unido, a médio/longo prazo, poderá transformar-se numa “mega” Irlanda, um caso de atração de investimento estrangeiro muito forte. No seguimento da saída da UE, prevê-se que o país irá tentar negociar individualmente acordos comerciais com restantes países europeus. Portugal deveria antecipar-se nesse sentido tirando partido da ligação histórica entre ambos os países.
Já a Alemanha é provavelmente o principal perdedor estratégico do Brexit pois tem a única economia do euro que é competitiva, ficando agora sozinha com os problemas e dívidas da Europa e umas eleições à porta.
AMÉRICA LATINA
“Argentina e Brasil voltaram aos mercados”
Embora 2016 tenha sido um ano medíocre, 2017 será bastante melhor por via do Brasil e da Argentina. Na verdade, perspectiva-se que em 2018, em conjunto, cresçam cerca de 4%.
No caso do Brasil, esta remota vai ser influenciada pela implementação de 3 reformas críticas: términus do monopólio estatal da Petrobras; alteração do sistema de reformas; inscrição da regra de ouro das finanças públicas na Constituição.
CHINA
“Não tem nada a ver com o comunismo, mas tem tudo a ver com o partido comunista”
Sobre a China, Paulo Portas deixa duas questões em aberto: até onde governo chinês pode deixar reduzir o crescimento económico mantendo um crescimento que satisfaça a classe média chinesa? Qual o impacto político que a degradação da capacidade económica da China pode ter na sua estabilidade política?
ÁFRICA
“Moçambique poderá vir a ser o 3º ou 4º maior produtor de gás do mundo.”
As maiores potências são África do Sul e Nigéria, mas se quisermos considerar as economias que mais crescem sem dependerem do petróleo e do gás natural a Costa do Marfim, Senegal, Djibouti e a Etiópia são as que mais se destacam.
Angola é um país cheio de riquezas em que o problema não está na economia, mas sim na política cambial. Este ano ficará marcado pelas eleições sendo possível um acordo cambial com o FMI após as mesmas.
Moçambique poderá vir a ser e ser uma das histórias de maior sucesso do século XXI, desde que finalize o acordo de paz e saiba repartir a prosperidade que daí possa advir.
Paulo Portas, Vice-Presidente da Câmara de Comércio, foi o keynote speaker do pequeno-almoço com o tema a “Geoestratégia do Mundo em 2017”, organizado pela Câmara de Comércio em exclusivo para os seus associados.
Referiu que os “portugueses são ótimos navegadores: sabem sair, chegar, integrar e vencer!”. Há que aproveitar a boa perceção que o mundo tem dos portugueses e capitalizar economicamente esta vantagem. Quem se conseguir adaptar e ter flexibilidade pode aproveitar as oportunidades existentes.
Segundo Paulo Portas, as perspetivas económicas globais para 2017 são ligeiramente melhores que ano anterior (não contando com efeito Trump cujas consequências económicas ainda estão por validar). No entanto, será um ano marcado pelas eleições em França e na Alemanha e pela reunião do plano quinquenal 2016-2020.
Paulo Portas reforçou ainda a ideia de que “as Relações Internacionais são mais económicas do q-ue nunca”. A consequência política disto são as tensões internacionais que vão surgir à volta do comércio. Iremos assistir a muitas questões relacionadas com o comércio internacional e a uma maior litigância na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ao longo do evento, o keynote speaker teve oportunidade de deixar algumas ideias-chave sobre o que podemos esperar para 2017 em algumas das regiões do mundo.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
“Nativismo, isolacionismo e proteccionismo”
Estas 3 palavras descrevem o posicionamento da nova administração americana: em primeiro lugar os que nasceram nos EUA; em primeiro lugar a agenda dos EUA; em primeiro lugar os produtos e serviços dos EUA. É a primeira vez que um Presidente dos EUA é simultaneamente tudo isto, embora já há muito tempo que este mercado é conhecido por ser “liberal para vender e nacionalista para comprar” (Buy American Act – 1933).
Prevê-se que Trump governe como gere, pela ofensiva. Acredita em “Deals & Results” e irá tentar chegar a um bom negócio através de uma posição de força. Sempre leal ao programa que defendeu e prometeu fazer.
EUROPA
“Não pode perder a vantagem competitiva de ser um bloco económico”
O crescimento económico deverá permanece medíocre não devido à globalização, mas sim devido à digitalização. Na verdade, corre o risco de periferização se perder a vantagem competitiva do comércio.
Espanha destaca-se por ser a economia europeia que mais cresce (3,3% em 2016), embora apresente diversas fragilidades ao nível interno, quando vista de fora é considerada uma potência económica.
Sobre o Reino Unido, a médio/longo prazo, poderá transformar-se numa “mega” Irlanda, um caso de atração de investimento estrangeiro muito forte. No seguimento da saída da UE, prevê-se que o país irá tentar negociar individualmente acordos comerciais com restantes países europeus. Portugal deveria antecipar-se nesse sentido tirando partido da ligação histórica entre ambos os países.
Já a Alemanha é provavelmente o principal perdedor estratégico do Brexit pois tem a única economia do euro que é competitiva, ficando agora sozinha com os problemas e dívidas da Europa e umas eleições à porta.
AMÉRICA LATINA
“Argentina e Brasil voltaram aos mercados”
Embora 2016 tenha sido um ano medíocre, 2017 será bastante melhor por via do Brasil e da Argentina. Na verdade, perspectiva-se que em 2018, em conjunto, cresçam cerca de 4%.
No caso do Brasil, esta remota vai ser influenciada pela implementação de 3 reformas críticas: términus do monopólio estatal da Petrobras; alteração do sistema de reformas; inscrição da regra de ouro das finanças públicas na Constituição.
CHINA
“Não tem nada a ver com o comunismo, mas tem tudo a ver com o partido comunista”
Sobre a China, Paulo Portas deixa duas questões em aberto: até onde governo chinês pode deixar reduzir o crescimento económico mantendo um crescimento que satisfaça a classe média chinesa? Qual o impacto político que a degradação da capacidade económica da China pode ter na sua estabilidade política?
ÁFRICA
“Moçambique poderá vir a ser o 3º ou 4º maior produtor de gás do mundo.”
As maiores potências são África do Sul e Nigéria, mas se quisermos considerar as economias que mais crescem sem dependerem do petróleo e do gás natural a Costa do Marfim, Senegal, Djibouti e a Etiópia são as que mais se destacam.
Angola é um país cheio de riquezas em que o problema não está na economia, mas sim na política cambial. Este ano ficará marcado pelas eleições sendo possível um acordo cambial com o FMI após as mesmas.
Moçambique poderá vir a ser e ser uma das histórias de maior sucesso do século XXI, desde que finalize o acordo de paz e saiba repartir a prosperidade que daí possa advir.