Cesmoin: Exploração laboral: ministro luxemburguês preocupado com portugueses

02-11-2018
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«Há
casos de empresas subcontratadas que trazem trabalhadores de Portugal
para trabalhar na construção e não lhes pagam o salário mínimo nem lhes
dão as garantias previstas na lei», disse à Lusa o ministro luxemburguês
depois de um encontro o deputado do Partido Socialista eleito pelo
círculo da emigração Paulo Pisco.Nicolas Schmit adiantou que os
trabalhadores «frequentemente são alojados em condições muito más, perto
da fronteira», sublinhando que se trata de «empresas originárias de
Portugal» e que está em causa um «verdadeiro dumping social» a que as
autoridades luxemburguesas estão atentas.«Os sindicatos
pediram-me para intervir e estamos a fazê-lo. Nas fiscalizações que a
ITM [Inspeção do Trabalho luxemburguesa] conduziu nos estaleiros de
construção, constatámos efetivamente estas práticas», disse à Lusa o
ministro.Para o deputado Paulo Pisco, «é o desespero das pessoas
que estão desempregadas que as leva a sujeitar-se a condições muitas
vezes degradantes e a serem enganadas», recordando que há casos de
exploração laboral também na Suíça, Alemanha e França.Nicolas
Schmit disse ainda estar preocupado com o aumento do desemprego entre os
portugueses, que em 2012 já representaram cerca de 38% dos
desempregados no Luxemburgo, um aumento de 3% em relação ao ano
anterior, apesar de os emigrantes portugueses representarem menos de 20%
da população total do grão-ducado.O ministro socialista garante
que a crise em Portugal está a levar cada ver mais portugueses a
emigrarem para o Luxemburgo, conduzindo ao aumento do desemprego no
país.«Vemos chegar cada vez mais portugueses que esperam
encontrar trabalho no Luxemburgo e não conseguem. Trocam uma situação de
miséria por outra», lamentou Schmit, que criticou ainda as «políticas
que estão a mergulhar a Europa na recessão».Nicolas Schmit disse
que «Portugal está a entrar no quarto ano de recessão, com uma taxa de
desemprego que está a crescer de forma explosiva, e tudo o que vemos é
quando o país poderá atingir os 3% de défice. Esquecemo-nos de que
Portugal tem uma taxa de desemprego de 17% e uma taxa de desemprego
entre os jovens de 40%».«Esta situação não pode continuar por
muito mais tempo. Quando toda uma geração de jovens não vê alternativas ¿
jovens muitas vezes com altas qualificações, porque Portugal fez um
esforço enorme na educação dos jovens ¿, e o país não pode oferecer-lhe
perspetivas de trabalho, é um verdadeiro drama», criticou.Para o
ministro luxemburguês «é preciso que a Europa mude de discurso, mude de
perspetiva e modere a política de saneamento orçamental para pôr a
tónica na retoma económica, no crescimento e na criação de emprego».

 

 

«Há
casos de empresas subcontratadas que trazem trabalhadores de Portugal
para trabalhar na construção e não lhes pagam o salário mínimo nem lhes
dão as garantias previstas na lei», disse à Lusa o ministro luxemburguês
depois de um encontro o deputado do Partido Socialista eleito pelo
círculo da emigração Paulo Pisco.Nicolas Schmit adiantou que os
trabalhadores «frequentemente são alojados em condições muito más, perto
da fronteira», sublinhando que se trata de «empresas originárias de
Portugal» e que está em causa um «verdadeiro dumping social» a que as
autoridades luxemburguesas estão atentas.«Os sindicatos
pediram-me para intervir e estamos a fazê-lo. Nas fiscalizações que a
ITM [Inspeção do Trabalho luxemburguesa] conduziu nos estaleiros de
construção, constatámos efetivamente estas práticas», disse à Lusa o
ministro.Para o deputado Paulo Pisco, «é o desespero das pessoas
que estão desempregadas que as leva a sujeitar-se a condições muitas
vezes degradantes e a serem enganadas», recordando que há casos de
exploração laboral também na Suíça, Alemanha e França.Nicolas
Schmit disse ainda estar preocupado com o aumento do desemprego entre os
portugueses, que em 2012 já representaram cerca de 38% dos
desempregados no Luxemburgo, um aumento de 3% em relação ao ano
anterior, apesar de os emigrantes portugueses representarem menos de 20%
da população total do grão-ducado.O ministro socialista garante
que a crise em Portugal está a levar cada ver mais portugueses a
emigrarem para o Luxemburgo, conduzindo ao aumento do desemprego no
país.«Vemos chegar cada vez mais portugueses que esperam
encontrar trabalho no Luxemburgo e não conseguem. Trocam uma situação de
miséria por outra», lamentou Schmit, que criticou ainda as «políticas
que estão a mergulhar a Europa na recessão».Nicolas Schmit disse
que «Portugal está a entrar no quarto ano de recessão, com uma taxa de
desemprego que está a crescer de forma explosiva, e tudo o que vemos é
quando o país poderá atingir os 3% de défice. Esquecemo-nos de que
Portugal tem uma taxa de desemprego de 17% e uma taxa de desemprego
entre os jovens de 40%».«Esta situação não pode continuar por
muito mais tempo. Quando toda uma geração de jovens não vê alternativas ¿
jovens muitas vezes com altas qualificações, porque Portugal fez um
esforço enorme na educação dos jovens ¿, e o país não pode oferecer-lhe
perspetivas de trabalho, é um verdadeiro drama», criticou.Para o
ministro luxemburguês «é preciso que a Europa mude de discurso, mude de
perspetiva e modere a política de saneamento orçamental para pôr a
tónica na retoma económica, no crescimento e na criação de emprego».

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