PSD exige inquérito a atuação da proteção civil municipal nas cheias em Coimbra
Lusa 02 Fev, 2016, 18:14 | País
Os vereadores do PSD na Câmara de Coimbra exigiram hoje a realização de um inquérito sobre as cheias na cidade que esclareça as "responsabilidades municipais" na invasão pelas águas do Convento de Santa Clara-a-Velha.
Os sociais-democratas "vão voltar a exigir que a Câmara desencadeie um inquérito que apure o que aconteceu e esclareça" as responsabilidades da Proteção Civil Municipal que "levaram ao alagamento do Convento de Santa Clara-a-Velha", na margem esquerda do Mondego, em 11 de janeiro, provocando "avultados prejuízos", disse hoje o vereador e anterior presidente da Câmara João Paulo Barbosa de Melo.
"Não chega sacudir a água do capote e gritar que a culpa foi de terceiros para iludir as suas próprias responsabilidades, como, uma vez mais, está a tentar fazer" o presidente do município, o socialista Manuel Machado, sustentam.
Os eleitos sociais-democratas falavam numa conferência de imprensa, hoje à tarde, junto a uma comporta que estaria aberta no dia das cheias e que, na sua opinião, se tivesse sido fechada teria evitado que a inundação do Convento de Santa Clara-a-Velha atingisse proporções tão graves como as que se registaram.
A 11 de janeiro "chegou água a mais a Coimbra, é inquestionável" e esta teria sido "a primeira vez que a comporta deveria ter sido utilizada", mas "não foi", afirma Barbosa de Melo, sublinhando que há registos fotográficos e vídeo que, embora não tendo sido feitos com essa intenção, revelam que a comporta estava aberta.
A comporta, instalada para suster a água quando transborda do rio Mondego, numa passagem pedonal sob a Avenida Inês de Castro (troço da Estrada Nacional 1) "pelas 16:00 do dia 11 [de janeiro] estava completamente escancarada", assegura o vereador Paulo Leitão, questionando por que motivo aquela estrutura não foi fechada.
"Se a comporta não estivesse aberta, [a água] não teria tido um impacto tão grande", acredita Paulo Leitão, defendendo que "se estivesse fechada, haveria altas probabilidades de os danos não terem sido tão elevados".
Em 19 de janeiro os vereadores do PSD visitaram "os locais mais afetados pelas inundações" e foram "confrontados com situações que indiciavam problemas no Sistema de Proteção Civil do Município de Coimbra".
Não só "havia, e continua a haver, relatos divergentes sobre as condições em que os avisos da proteção civil chegaram aos moradores e agentes económicos afetados", como também havia e há "fortes suspeitas" de que o sistema não funcionou para impedir que a água entrasse no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
Os sociais-democratas propuseram, por isso, na última reunião do executivo camarário, realizada em 25 de janeiro, a constituição de "uma equipa de peritos independentes para avaliar o que tinha corrido mal, ao nível da Proteção Civil Municipal, para apurar eventuais responsabilidades e, sobretudo, para evitar erros semelhantes no futuro".
Mas "a maioria socialista recusou liminarmente a proposta", tendo o presidente e vereadores do PS que, então, se pronunciaram, "aproveitado para garantir que a Proteção Civil Municipal tinha feito tudo o que devia" e que a proposta do PSD era "uma espécie de afronta ao esforço dos agentes" deste serviço, "uma vez que os únicos erros se deviam à gestão dos caudais do Mondego, de responsabilidade de terceiros".
A Câmara de Coimbra é formada por cinco eleitos pelo PS, quatro pelo PSD (integrando a lista da coligação PSD/PPM/MPT), um pela CDU e um pelo movimento Cidadãos por Coimbra (CpC).
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Lusa 02 Fev, 2016, 18:14 | País
Os vereadores do PSD na Câmara de Coimbra exigiram hoje a realização de um inquérito sobre as cheias na cidade que esclareça as "responsabilidades municipais" na invasão pelas águas do Convento de Santa Clara-a-Velha.
Os sociais-democratas "vão voltar a exigir que a Câmara desencadeie um inquérito que apure o que aconteceu e esclareça" as responsabilidades da Proteção Civil Municipal que "levaram ao alagamento do Convento de Santa Clara-a-Velha", na margem esquerda do Mondego, em 11 de janeiro, provocando "avultados prejuízos", disse hoje o vereador e anterior presidente da Câmara João Paulo Barbosa de Melo.
"Não chega sacudir a água do capote e gritar que a culpa foi de terceiros para iludir as suas próprias responsabilidades, como, uma vez mais, está a tentar fazer" o presidente do município, o socialista Manuel Machado, sustentam.
Os eleitos sociais-democratas falavam numa conferência de imprensa, hoje à tarde, junto a uma comporta que estaria aberta no dia das cheias e que, na sua opinião, se tivesse sido fechada teria evitado que a inundação do Convento de Santa Clara-a-Velha atingisse proporções tão graves como as que se registaram.
A 11 de janeiro "chegou água a mais a Coimbra, é inquestionável" e esta teria sido "a primeira vez que a comporta deveria ter sido utilizada", mas "não foi", afirma Barbosa de Melo, sublinhando que há registos fotográficos e vídeo que, embora não tendo sido feitos com essa intenção, revelam que a comporta estava aberta.
A comporta, instalada para suster a água quando transborda do rio Mondego, numa passagem pedonal sob a Avenida Inês de Castro (troço da Estrada Nacional 1) "pelas 16:00 do dia 11 [de janeiro] estava completamente escancarada", assegura o vereador Paulo Leitão, questionando por que motivo aquela estrutura não foi fechada.
"Se a comporta não estivesse aberta, [a água] não teria tido um impacto tão grande", acredita Paulo Leitão, defendendo que "se estivesse fechada, haveria altas probabilidades de os danos não terem sido tão elevados".
Em 19 de janeiro os vereadores do PSD visitaram "os locais mais afetados pelas inundações" e foram "confrontados com situações que indiciavam problemas no Sistema de Proteção Civil do Município de Coimbra".
Não só "havia, e continua a haver, relatos divergentes sobre as condições em que os avisos da proteção civil chegaram aos moradores e agentes económicos afetados", como também havia e há "fortes suspeitas" de que o sistema não funcionou para impedir que a água entrasse no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
Os sociais-democratas propuseram, por isso, na última reunião do executivo camarário, realizada em 25 de janeiro, a constituição de "uma equipa de peritos independentes para avaliar o que tinha corrido mal, ao nível da Proteção Civil Municipal, para apurar eventuais responsabilidades e, sobretudo, para evitar erros semelhantes no futuro".
Mas "a maioria socialista recusou liminarmente a proposta", tendo o presidente e vereadores do PS que, então, se pronunciaram, "aproveitado para garantir que a Proteção Civil Municipal tinha feito tudo o que devia" e que a proposta do PSD era "uma espécie de afronta ao esforço dos agentes" deste serviço, "uma vez que os únicos erros se deviam à gestão dos caudais do Mondego, de responsabilidade de terceiros".
A Câmara de Coimbra é formada por cinco eleitos pelo PS, quatro pelo PSD (integrando a lista da coligação PSD/PPM/MPT), um pela CDU e um pelo movimento Cidadãos por Coimbra (CpC).
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