Deputada do PSD diz que marcou presenças de Silvano “inadvertidamente”

22-05-2019
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A deputada do PSD Emília Cerqueira diz que marcou presenças por José Silvano "inadvertidamente", quando tentava aceder a documentos de trabalho no computador do colega. Em conferência de imprensa, na tarde desta sexta-feira, a social-democrata garantiu que Silvano não lhe pediu para marcar presenças, mas que terá acabado por fazer isso mesmo sem ter essa intenção. "Nada de especial", garantiu.

Sempre em tom irritado, Emília Cerqueira deu explicações sobre o que considera uma "falsa questão". A deputada confirmou que, apesar de as passwords dos deputados serem "pessoais e intransmissíveis", teve acesso à de Silvano para aceder a documentos de trabalho. E que o fez repetidamente, sem ter consciência de que o login no computador do colega indicaria ao sistema que o deputado estava presente. Ou seja, a defesa da deputada - e de Silvano - assenta no facto de não ser preciso uma password específica para registo de quórum - até porque, segundo Cerqueira, este não é sequer um caso único e a partilha de palavras-passe é frequente.

A deputada seguiu a mesma linha do discurso do secretário-geral do PSD, que insinuou na quinta-feira que as notícias negativas estão relacionadas com a direção de Rio. E carregou nos ataques. Falou de "virgens ofendidas"; de um "ataque direto à direção de Rui Rio", que parece ser "culpado de todos os males deste mundo"; e de quem se "diverte" com notícias negativas para a direção do PSD. Críticas dirigidas em especial a "Lisboa" e a quem frequenta "os corredores da política de Lisboa".

"Digam-me: quem de nós nunca partilhou uma password, seja deputado ou jornalista? Parece que este plenário é uma bolha onde as pessoas se isolam. É surreal, não sou da política e talvez não tenha os dotes de comunicação [para o ser]", indignou-se.

A cabala insinuada pela deputada terá ainda a ver com colegas que terão tirado 'printscreens' às presenças de Silvano, e que pareceu saber quem são: "Tenho quase a certeza que já o deve ter feito [entrar num computador com uma password alheia], e esse sim com intenção de registar a presença de alguém".

Silvano tem pelo menos duas falsas presenças

Na quinta-feira, José Silvano fez uma declaração sem direito a perguntas na Assembleia da República em que garantia não ter pedido a ninguém para assinar por si. E exigia mesmo que a Procuradoria-Geral da República, caso ainda não o tenha feito, abrisse uma investigação, sugerindo ainda que só começaram a surgir suspeitas sobre si desde que aceitou um cargo na direção de Rui Rio.

A polémica deve-se à notícia deste sábado em que o Expresso revelava que Silvano faltou pelo menos duas vezes a sessões plenárias no mês de outubro (18 e 24), embora do registo da AR constasse que tinha estado presente. Tudo, confirmaram depois os serviços da AR a pedido de Ferro Rodrigues, porque algum outro deputado assinou por Silvano – que, nas datas em causa, se encontrava a muitos quilómetros da Assembleia, num caso na Guarda e noutro em Santarém, em atividades partidárias.

O social-democrata chegou a pedir à Assembleia que alterasse os registos de presenças para lhe marcar faltas nesses dois dias, admitindo que não esteve presente naqueles plenários. Mas nunca explicou como apareceram as presenças, que só podem ser feitas por alguém que tenha o login – supostamente pessoal e intransmissível – que os deputados usam para aceder aos computadores do hemiciclo. Silvano ensaiou ainda uma explicação, alegando que os deputados mantêm a mesma password durante a legislatura e por isso se torna fácil que esta seja conhecida por outras pessoas, mas foi contrariado pela AR: afinal, as palavras-passe mudam a cada três meses.

A deputada do PSD Emília Cerqueira diz que marcou presenças por José Silvano "inadvertidamente", quando tentava aceder a documentos de trabalho no computador do colega. Em conferência de imprensa, na tarde desta sexta-feira, a social-democrata garantiu que Silvano não lhe pediu para marcar presenças, mas que terá acabado por fazer isso mesmo sem ter essa intenção. "Nada de especial", garantiu.

Sempre em tom irritado, Emília Cerqueira deu explicações sobre o que considera uma "falsa questão". A deputada confirmou que, apesar de as passwords dos deputados serem "pessoais e intransmissíveis", teve acesso à de Silvano para aceder a documentos de trabalho. E que o fez repetidamente, sem ter consciência de que o login no computador do colega indicaria ao sistema que o deputado estava presente. Ou seja, a defesa da deputada - e de Silvano - assenta no facto de não ser preciso uma password específica para registo de quórum - até porque, segundo Cerqueira, este não é sequer um caso único e a partilha de palavras-passe é frequente.

A deputada seguiu a mesma linha do discurso do secretário-geral do PSD, que insinuou na quinta-feira que as notícias negativas estão relacionadas com a direção de Rio. E carregou nos ataques. Falou de "virgens ofendidas"; de um "ataque direto à direção de Rui Rio", que parece ser "culpado de todos os males deste mundo"; e de quem se "diverte" com notícias negativas para a direção do PSD. Críticas dirigidas em especial a "Lisboa" e a quem frequenta "os corredores da política de Lisboa".

"Digam-me: quem de nós nunca partilhou uma password, seja deputado ou jornalista? Parece que este plenário é uma bolha onde as pessoas se isolam. É surreal, não sou da política e talvez não tenha os dotes de comunicação [para o ser]", indignou-se.

A cabala insinuada pela deputada terá ainda a ver com colegas que terão tirado 'printscreens' às presenças de Silvano, e que pareceu saber quem são: "Tenho quase a certeza que já o deve ter feito [entrar num computador com uma password alheia], e esse sim com intenção de registar a presença de alguém".

Silvano tem pelo menos duas falsas presenças

Na quinta-feira, José Silvano fez uma declaração sem direito a perguntas na Assembleia da República em que garantia não ter pedido a ninguém para assinar por si. E exigia mesmo que a Procuradoria-Geral da República, caso ainda não o tenha feito, abrisse uma investigação, sugerindo ainda que só começaram a surgir suspeitas sobre si desde que aceitou um cargo na direção de Rui Rio.

A polémica deve-se à notícia deste sábado em que o Expresso revelava que Silvano faltou pelo menos duas vezes a sessões plenárias no mês de outubro (18 e 24), embora do registo da AR constasse que tinha estado presente. Tudo, confirmaram depois os serviços da AR a pedido de Ferro Rodrigues, porque algum outro deputado assinou por Silvano – que, nas datas em causa, se encontrava a muitos quilómetros da Assembleia, num caso na Guarda e noutro em Santarém, em atividades partidárias.

O social-democrata chegou a pedir à Assembleia que alterasse os registos de presenças para lhe marcar faltas nesses dois dias, admitindo que não esteve presente naqueles plenários. Mas nunca explicou como apareceram as presenças, que só podem ser feitas por alguém que tenha o login – supostamente pessoal e intransmissível – que os deputados usam para aceder aos computadores do hemiciclo. Silvano ensaiou ainda uma explicação, alegando que os deputados mantêm a mesma password durante a legislatura e por isso se torna fácil que esta seja conhecida por outras pessoas, mas foi contrariado pela AR: afinal, as palavras-passe mudam a cada três meses.

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