Estes portugueses estão no topo da Philip Morris International

03-08-2019
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Sara Fernandes 03 Agosto, 2019 • 09:30

São naturais de Lisboa, Porto, Coimbra, Cano e até Angola, mas um dia a carreira internacional bateu-lhes à porta. Atualmente na Suíça, fazem parte da equipa da Philip Morris Internacional (PMI) e trabalham ativamente na transformação do negócio da maior tabaqueira do mundo, que quer acabar com o fumo.

Ao longo da última década, a PMI tem desenvolvido um portfólio de produtos sem combustão com o objetivo de substituir o consumo de cigarros por alternativas potencialmente menos nocivas.

“Costumo dizer que vim com os móveis da Tabaqueira”, conta Luísa Menezes. A atual vice-presidente de política e estratégia regulatória começou a trabalhar na subsidiária portuguesa como advogada externa ainda antes de esta ser adquirida pela PMI. Em 1998 foi para a Suíça, mas ainda passou pela América Latina, onde trabalhou durante 11 anos. O regresso a Lausana foi em 2016, altura em que ficou responsável pela regulamentação. “A regulamentação tem um papel fundamental. Primeiro porque é difícil regulamentar a inovação em geral e, portanto, esta anda um pouco à frente da legislação. Há sempre um período durante o qual é necessário fechar essa abertura, para que haja diálogo e entendimento.”

Luísa Menezes reforça que existe ainda uma certa desconfiança sobre aquilo que se pretende. “Não se pretende ter outdoors, publicidade nos filmes ou televisões.” O seu papel é explicar aos legisladores e aos governos em geral a importância de ter em consideração o facto “de que estes novos produtos devem ser apoiados porque são potencialmente menos danosos para a saúde dos fumadores”. Luísa Menezes defende a comunicação e a passagem de informação ao consumidor, a existência de informação mínima nos pontos de venda e ainda a diferenciação ao nível do imposto.

Na PMI há menos tempo está Hugo Nascimento. Natural do Porto, começou a trabalhar na Tabaqueira em 2004, em Portugal. O salto para a Suíça fez-se em 2015, altura em que fez parte da equipa encarregada do lançamento do iQos em dois city tests, em Milão (Itália) e Nagoya (Japão). Hoje é head de atendimento ao cliente, uma área que ganhou força com a introdução dos novos produtos de tabaco sem combustão. “Já tínhamos a área de apoio ao cliente para o fumador adulto, mas era algo que não acontecia regularmente.” Atualmente, são mais de 400 as pessoas a trabalhar diretamente na relação com o cliente. Além do apoio sobre questões técnicas relacionadas com os produtos, a equipa de Hugo Nascimento também leva a cabo programas que visam ajudar os fumadores que querem passar a usar produtos sem combustão.

Miguel Coleta é farmacêutico de formação, chegou a ser deputado na Assembleia da República e a PMI atravessou-se no seu caminho em 2005. A companhia andava à procura de perfis no setor da saúde já a pensar nos produtos de nova geração. Começou em Portugal, mas dois anos depois foi para a Suíça. Em 2009 surgiu a necessidade de trabalhar num novo programa relacionado com a sustentabilidade, com práticas laborais na indústria do tabaco. Miguel Coleta aceitou aquele que define ter sido “um desafio tipicamente Philip Morris”, ou seja, algo que nada tinha que ver com o seu percurso até então. “A principal missão no domínio da sustentabilidade tem que ver com o impacto que temos na sociedade. É essa a nossa visão da sustentabilidade”, refere. Hoje, o seu trabalho passa por coordenar com as afiliadas em todo o mundo a implementação da estratégia da PMI e do desenvolvimento das ações a nível local. “Aquilo que distingue este programa de iniciativas de outras empresas é esta filosofia de tratar cada caso ou problema de uma forma personalizada.”

© Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens

Também ele farmacêutico de formação, Rui Minhós chegou a dar aulas na universidade, mas o seu contrato terminou quando aceitou o trabalho na Tabaqueira em 2009, já que deixou de ser “um bom exemplo como professor de Fisiologia”. Natural do Cano, no Alentejo, garante que até hoje não se arrepende da mudança de carreira. “Aquilo que em 2009 a companhia já previa que iria ser o futuro da indústria entusiasmou-me. Como profissional de saúde que ainda hoje me considero, uma coisa é tentar acelerar o acesso a medicamentos inovadores para dar resposta a necessidades que ainda não têm alternativa terapêutica viável, outra é contribuir para o desenvolvimento, a regulamentação e a comercialização de um produto que pode reduzir o risco de doenças.” Rui Minhós é responsável pelo compromisso científico e o seu trabalho foca-se em criar ferramentas que os mercados possam usar nas reuniões com reguladores, decisores políticos e comunidade científica em geral. “Tenho vindo a dizer que a PMI é cada vez mais uma empresa tecnológica que, por enquanto, vende cigarros.”

Cláudia Pinto nasceu em Angola. Foi em 2000 que começou a trabalhar na Tabaqueira, em Portugal, como engenheira de qualidade na fábrica. Desempenhou várias funções nesta área, esteve um ano e meio nos assuntos corporativos e passou três anos em Itália. Na Suíça está há quatro anos, onde desempenha a função de manager quality tooling services. Os pilares de qualidade são assegurados em todos os produtos, mas nos produtos com potencial de risco reduzido assumem uma maior relevância. “Os standards são inspirados na indústria farmacêutica e nos dispositivos médicos”, explica. Quando entrou na empresa, já corria o burburinho da transformação que hoje se vive.

Na PMI desde 2011, Nuno Fazenda começou a trabalhar na fábrica e há três anos que está no Centro de Desenvolvimento, conhecido como Cubo, em Neuchâtel, no departamento de comunicação científica. Tal como Rui Minhós, o seu trabalho passa por “traduzir” a linguagem científica e apresentar os estudos realizados pelos cientistas da PMI. Para Nuno Fazenda, diretor-geral de scientific engagement visits, “o maior inimigo da comunicação científica é a ideologia”.

Andreia Fontes é diretora de impressão e conversão. A portuguesa, natural do Porto, juntou-se à Philip Morris em 2004, em Portugal. Três anos mais tarde voou para a Suíça. Desde então já passou por várias áreas de negócio. Antes de ter assumido a liderança da equipa que está a desenvolver novas tecnologias na área da impressão, foi responsável pela introdução dos novos produtos na Europa. Este mês, a PMI colocou duas impressoras digitais híbridas nas suas instalações na Roménia para produzir e embalar unidades de tabaco para uso no dispositivo de tabaco aquecido - os heets. As novas máquinas encurtam o período de impressão de quatro meses para sete dias.

*A jornalista viajou a convite da Philip Morris Internacional

Sara Fernandes 03 Agosto, 2019 • 09:30

São naturais de Lisboa, Porto, Coimbra, Cano e até Angola, mas um dia a carreira internacional bateu-lhes à porta. Atualmente na Suíça, fazem parte da equipa da Philip Morris Internacional (PMI) e trabalham ativamente na transformação do negócio da maior tabaqueira do mundo, que quer acabar com o fumo.

Ao longo da última década, a PMI tem desenvolvido um portfólio de produtos sem combustão com o objetivo de substituir o consumo de cigarros por alternativas potencialmente menos nocivas.

“Costumo dizer que vim com os móveis da Tabaqueira”, conta Luísa Menezes. A atual vice-presidente de política e estratégia regulatória começou a trabalhar na subsidiária portuguesa como advogada externa ainda antes de esta ser adquirida pela PMI. Em 1998 foi para a Suíça, mas ainda passou pela América Latina, onde trabalhou durante 11 anos. O regresso a Lausana foi em 2016, altura em que ficou responsável pela regulamentação. “A regulamentação tem um papel fundamental. Primeiro porque é difícil regulamentar a inovação em geral e, portanto, esta anda um pouco à frente da legislação. Há sempre um período durante o qual é necessário fechar essa abertura, para que haja diálogo e entendimento.”

Luísa Menezes reforça que existe ainda uma certa desconfiança sobre aquilo que se pretende. “Não se pretende ter outdoors, publicidade nos filmes ou televisões.” O seu papel é explicar aos legisladores e aos governos em geral a importância de ter em consideração o facto “de que estes novos produtos devem ser apoiados porque são potencialmente menos danosos para a saúde dos fumadores”. Luísa Menezes defende a comunicação e a passagem de informação ao consumidor, a existência de informação mínima nos pontos de venda e ainda a diferenciação ao nível do imposto.

Na PMI há menos tempo está Hugo Nascimento. Natural do Porto, começou a trabalhar na Tabaqueira em 2004, em Portugal. O salto para a Suíça fez-se em 2015, altura em que fez parte da equipa encarregada do lançamento do iQos em dois city tests, em Milão (Itália) e Nagoya (Japão). Hoje é head de atendimento ao cliente, uma área que ganhou força com a introdução dos novos produtos de tabaco sem combustão. “Já tínhamos a área de apoio ao cliente para o fumador adulto, mas era algo que não acontecia regularmente.” Atualmente, são mais de 400 as pessoas a trabalhar diretamente na relação com o cliente. Além do apoio sobre questões técnicas relacionadas com os produtos, a equipa de Hugo Nascimento também leva a cabo programas que visam ajudar os fumadores que querem passar a usar produtos sem combustão.

Miguel Coleta é farmacêutico de formação, chegou a ser deputado na Assembleia da República e a PMI atravessou-se no seu caminho em 2005. A companhia andava à procura de perfis no setor da saúde já a pensar nos produtos de nova geração. Começou em Portugal, mas dois anos depois foi para a Suíça. Em 2009 surgiu a necessidade de trabalhar num novo programa relacionado com a sustentabilidade, com práticas laborais na indústria do tabaco. Miguel Coleta aceitou aquele que define ter sido “um desafio tipicamente Philip Morris”, ou seja, algo que nada tinha que ver com o seu percurso até então. “A principal missão no domínio da sustentabilidade tem que ver com o impacto que temos na sociedade. É essa a nossa visão da sustentabilidade”, refere. Hoje, o seu trabalho passa por coordenar com as afiliadas em todo o mundo a implementação da estratégia da PMI e do desenvolvimento das ações a nível local. “Aquilo que distingue este programa de iniciativas de outras empresas é esta filosofia de tratar cada caso ou problema de uma forma personalizada.”

© Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens © Orlando Almeida / Global Imagens

Também ele farmacêutico de formação, Rui Minhós chegou a dar aulas na universidade, mas o seu contrato terminou quando aceitou o trabalho na Tabaqueira em 2009, já que deixou de ser “um bom exemplo como professor de Fisiologia”. Natural do Cano, no Alentejo, garante que até hoje não se arrepende da mudança de carreira. “Aquilo que em 2009 a companhia já previa que iria ser o futuro da indústria entusiasmou-me. Como profissional de saúde que ainda hoje me considero, uma coisa é tentar acelerar o acesso a medicamentos inovadores para dar resposta a necessidades que ainda não têm alternativa terapêutica viável, outra é contribuir para o desenvolvimento, a regulamentação e a comercialização de um produto que pode reduzir o risco de doenças.” Rui Minhós é responsável pelo compromisso científico e o seu trabalho foca-se em criar ferramentas que os mercados possam usar nas reuniões com reguladores, decisores políticos e comunidade científica em geral. “Tenho vindo a dizer que a PMI é cada vez mais uma empresa tecnológica que, por enquanto, vende cigarros.”

Cláudia Pinto nasceu em Angola. Foi em 2000 que começou a trabalhar na Tabaqueira, em Portugal, como engenheira de qualidade na fábrica. Desempenhou várias funções nesta área, esteve um ano e meio nos assuntos corporativos e passou três anos em Itália. Na Suíça está há quatro anos, onde desempenha a função de manager quality tooling services. Os pilares de qualidade são assegurados em todos os produtos, mas nos produtos com potencial de risco reduzido assumem uma maior relevância. “Os standards são inspirados na indústria farmacêutica e nos dispositivos médicos”, explica. Quando entrou na empresa, já corria o burburinho da transformação que hoje se vive.

Na PMI desde 2011, Nuno Fazenda começou a trabalhar na fábrica e há três anos que está no Centro de Desenvolvimento, conhecido como Cubo, em Neuchâtel, no departamento de comunicação científica. Tal como Rui Minhós, o seu trabalho passa por “traduzir” a linguagem científica e apresentar os estudos realizados pelos cientistas da PMI. Para Nuno Fazenda, diretor-geral de scientific engagement visits, “o maior inimigo da comunicação científica é a ideologia”.

Andreia Fontes é diretora de impressão e conversão. A portuguesa, natural do Porto, juntou-se à Philip Morris em 2004, em Portugal. Três anos mais tarde voou para a Suíça. Desde então já passou por várias áreas de negócio. Antes de ter assumido a liderança da equipa que está a desenvolver novas tecnologias na área da impressão, foi responsável pela introdução dos novos produtos na Europa. Este mês, a PMI colocou duas impressoras digitais híbridas nas suas instalações na Roménia para produzir e embalar unidades de tabaco para uso no dispositivo de tabaco aquecido - os heets. As novas máquinas encurtam o período de impressão de quatro meses para sete dias.

*A jornalista viajou a convite da Philip Morris Internacional

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