Transtejo e Soflusa. Metade da frota está parada

11-05-2016
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Cerca de metade dos barcos da Transtejo e da Soflusa estão parados por avarias e falta de certificação de navegabilidade. Dois desses navios – o Almadense e o Lisbonense – são os mais novos da empresa. Em 2010, a Transtejo adquiriu os dois catamarãs tipo ferryboat à Navalria, sediada em Aveiro, por 14 milhões de euros. Neste momento, ambas as embarcações estão paradas.

“Um destes navios está há mais de um ano parado por defeito de construção que não conseguem resolver”, diz Carlos Costa, sindicalista da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). A outra embarcação também parou há cerca de três meses.

Tal como indica a Navalria na sua página, os ferries Almadense e Lisbonense, entregues à Transtejo em 2010, foram os primeiros projetos de construção naval da empresa. “O resultado dessa pouca experiência é que o navio está a dar problemas enormes”, aponta o sindicalista. A Navalria foi adquirida pela Martifer em 2008, ano em que também foi ganho o concurso público para a construção das embarcações. A compra teve um custo de 14 milhões e euros e, seis anos depois, os ferries encontram-se parados na doca 13 da Lisnave.

E ter um barco parado não significa que se poupe uma quantia considerável. “A diferença de custo de manutenção entre um navio parado e em circulação pouca é”, explica Carlos Costa. “Por exemplo, se a manutenção anual de um navio fosse 50 mil euros, em estaleiro custaria cerca de 40 mil.”

Mas o Lisbonense e o Almadense não são exceções. Segundo a Fectrans, neste momento, cerca de metade da frota da Transtejo e Soflusa – empresas responsáveis pelo transporte marítimo público fluvial, tuteladas pela Transportes de Lisboa – está parada. “Neste momento estão nove embarcações encostadas por falta de renovação de certificados de navegabilidade”, aponta o sindicalista.

Os certificados de navegabilidade são passados pelas entidades responsáveis – neste caso, pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) – consoante as revisões gerais e têm uma validade de dois anos. “O que ultimamente as empresas têm feito é uma revisão de socorro, pois têm andado a escamotear aquilo a que nós chamamos revisão constante”, denuncia o responsável da Fectrans. “Ao fim dos dois anos do certificado é possível fazer uma prorrogação de três certificados de três meses cada um deles.”

Terminado esse período extra, não são permitidas, porém, mais prorrogações e os navios ficam proibidos de navegar. “Neste momento, o que está a acontecer é que as prorrogações chegaram ao fim e as autoridades competentes não estão a passar certificados novos sem o navio ir a estaleiro e sem fazer as devidas reparações, que podem ser simples vistorias para ver, por exemplo, se o casco estará furado”, exemplifica. “Os navios têm mesmo de encostar até a situação estar resolvida.”

Nesta conta de somar há pelo menos mais um barco parado por avaria. “Por avarias, que possa dizer com certeza, está um ferryboat parado.” Portanto, isto significa que a Transtejo e a Soflusa estão a operar com meios logísticos bastante reduzidos. “Só há nove navios que podem responder às solicitações e a empresa tem de tirar navios de um lado para o outro para ir socorrendo as rotas”, resume Carlos Costa.

E isto tem impacto no funcionamento do transporte marítimo fluvial. Embora ainda não tenham sido suspensas rotas, a periodicidade com que os utentes têm acesso ao transporte é, de há uns anos a esta parte, cada vez mais espaçada, como contam os utilizadores. “Uso todos os dias a ligação Cacilhas-Cais do Sodré há cerca de sete anos. Para além de estar bastante mais caro, noto que cada vez há menos carreiras. Por exemplo, antes o transporte terminava às 2h30 e agora o último é à 1h40”, diz Miguel Matos, de 24 anos. Este é o testemunho de um dos 80 mil passageiros que diariamente usam os serviços da transportadora.

Menos barcos têm também outras consequências para além dos tempos de espera. “Por exemplo, os barcos que agora têm sido usados em hora de ponta fazem com que vá toda a gente bastante apertada, algo que não acontecia antes”, aponta o estudante.

O i tentou, sem sucesso, obter explicações sobre estas questões junto da Transportes de Lisboa.

Cerca de metade dos barcos da Transtejo e da Soflusa estão parados por avarias e falta de certificação de navegabilidade. Dois desses navios – o Almadense e o Lisbonense – são os mais novos da empresa. Em 2010, a Transtejo adquiriu os dois catamarãs tipo ferryboat à Navalria, sediada em Aveiro, por 14 milhões de euros. Neste momento, ambas as embarcações estão paradas.

“Um destes navios está há mais de um ano parado por defeito de construção que não conseguem resolver”, diz Carlos Costa, sindicalista da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). A outra embarcação também parou há cerca de três meses.

Tal como indica a Navalria na sua página, os ferries Almadense e Lisbonense, entregues à Transtejo em 2010, foram os primeiros projetos de construção naval da empresa. “O resultado dessa pouca experiência é que o navio está a dar problemas enormes”, aponta o sindicalista. A Navalria foi adquirida pela Martifer em 2008, ano em que também foi ganho o concurso público para a construção das embarcações. A compra teve um custo de 14 milhões e euros e, seis anos depois, os ferries encontram-se parados na doca 13 da Lisnave.

E ter um barco parado não significa que se poupe uma quantia considerável. “A diferença de custo de manutenção entre um navio parado e em circulação pouca é”, explica Carlos Costa. “Por exemplo, se a manutenção anual de um navio fosse 50 mil euros, em estaleiro custaria cerca de 40 mil.”

Mas o Lisbonense e o Almadense não são exceções. Segundo a Fectrans, neste momento, cerca de metade da frota da Transtejo e Soflusa – empresas responsáveis pelo transporte marítimo público fluvial, tuteladas pela Transportes de Lisboa – está parada. “Neste momento estão nove embarcações encostadas por falta de renovação de certificados de navegabilidade”, aponta o sindicalista.

Os certificados de navegabilidade são passados pelas entidades responsáveis – neste caso, pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) – consoante as revisões gerais e têm uma validade de dois anos. “O que ultimamente as empresas têm feito é uma revisão de socorro, pois têm andado a escamotear aquilo a que nós chamamos revisão constante”, denuncia o responsável da Fectrans. “Ao fim dos dois anos do certificado é possível fazer uma prorrogação de três certificados de três meses cada um deles.”

Terminado esse período extra, não são permitidas, porém, mais prorrogações e os navios ficam proibidos de navegar. “Neste momento, o que está a acontecer é que as prorrogações chegaram ao fim e as autoridades competentes não estão a passar certificados novos sem o navio ir a estaleiro e sem fazer as devidas reparações, que podem ser simples vistorias para ver, por exemplo, se o casco estará furado”, exemplifica. “Os navios têm mesmo de encostar até a situação estar resolvida.”

Nesta conta de somar há pelo menos mais um barco parado por avaria. “Por avarias, que possa dizer com certeza, está um ferryboat parado.” Portanto, isto significa que a Transtejo e a Soflusa estão a operar com meios logísticos bastante reduzidos. “Só há nove navios que podem responder às solicitações e a empresa tem de tirar navios de um lado para o outro para ir socorrendo as rotas”, resume Carlos Costa.

E isto tem impacto no funcionamento do transporte marítimo fluvial. Embora ainda não tenham sido suspensas rotas, a periodicidade com que os utentes têm acesso ao transporte é, de há uns anos a esta parte, cada vez mais espaçada, como contam os utilizadores. “Uso todos os dias a ligação Cacilhas-Cais do Sodré há cerca de sete anos. Para além de estar bastante mais caro, noto que cada vez há menos carreiras. Por exemplo, antes o transporte terminava às 2h30 e agora o último é à 1h40”, diz Miguel Matos, de 24 anos. Este é o testemunho de um dos 80 mil passageiros que diariamente usam os serviços da transportadora.

Menos barcos têm também outras consequências para além dos tempos de espera. “Por exemplo, os barcos que agora têm sido usados em hora de ponta fazem com que vá toda a gente bastante apertada, algo que não acontecia antes”, aponta o estudante.

O i tentou, sem sucesso, obter explicações sobre estas questões junto da Transportes de Lisboa.

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