Sócrates. Fundador do PS acusa direcção do partido de “cobardia”

23-05-2019
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O fundador do PS Alfredo Barroso acusa a direcção do partido de estar a ser cobarde e hipócrita na gestão do caso Sócrates. “OPS nem quer ouvir falar disso, estão aterrados”, diz ao i o ex-dirigente socialista, criticando os ex-ministros e amigos de José Sócrates que “não erguem a voz para condenar o comportamento” da justiça.

“Na mesma medida em que admiro a coragem de Sócrates, repugna-me a hipocrisia, a pusilanimidade, chamemos-lhe cobardia, dos actuais dirigentes do PS, alguns deles amigos, ex-ministros e secretários de Estado nos seus governos”, afirma Alfredo Barroso, que se desfiliou do PS no início deste ano.

Alfredo Barroso defende que a estratégia do PS em relação ao caso Sócrates é errada, porque a direcção do partido está a partir do princípio de que “quanto menos falar menos votos perde”, mas “às vezes é a coragem que dá votos e deveriam ter a coragem de criticar uma injustiça que é evidente”. O ex-chefe da Casa Civil do Presidente Mário Soares lembra que criticou Sócrates muitas vezes, mas não pode deixar de o apoiar na “atitude extremamente corajosa” de recusar sair da cadeia com pulseira electrónica”. À direcção do PS, Barroso sugere que tenha “uma atitude pública e frontal contra essas injustiças da justiça”, porque “ganhará mais apoios e mais votos” . E lamenta que “o PS esteja apenas preocupado em voltar ao poder e julgue que é com este comportamento político” que consegue vencer as eleições. “É uma vergonha. OPS faria boa figura se dissesse que há injustiças que não podem passar sem uma crítica”, conclui o fundador do partido.

O secretário-geral do PS, António Costa, tem assumido uma posição cautelosa em relação ao caso Sócrates e nunca arriscou criticar a justiça, ao contrário de alguns socialistas mais próximos do ex-primeiro-ministro. A última vez que o líder do PS falou deste caso foi para dizer que “não compete ao PS substituir-se nem à acusação nem à defesa e muito menos à função do juiz”. Na TSF, Costa voltou a deixar claro que não quer o PS envolvido neste caso e defendeu que é preciso “despoluir o debate político desta tentativa de transferir para o debate público, o julgamento que deve ser feito nos locais próprios”.

Mas nem todos os socialistas têm estado em silêncio em relação ao caso que envolve um dos seus mais importantes ex-líderes. Após a decisão de Sócrates de recusar ir para casa com pulseira electrónica, o deputado João Soares elogiou uma atitude “extremamente digna” e José Lello e Renato Sampaio, próximos do ex-PM, defenderam que a decisão revela “firmeza de carácter”.

HABEAS CORPUS O Supremo Tribunal de Justiça analisa hoje o pedido de libertação imediata (habeas corpus) do ex-primeiro-ministro. A sessão está marcada para as 10h30. O pedido foi apresentado por Miguel Paulo de Sousa Mota Cardoso, o cidadão que, a 28 de Novembro de 2014, apresentou o primeiro pedido de libertação imediata do ex-primeiro-ministro. Sócrates está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.

O fundador do PS Alfredo Barroso acusa a direcção do partido de estar a ser cobarde e hipócrita na gestão do caso Sócrates. “OPS nem quer ouvir falar disso, estão aterrados”, diz ao i o ex-dirigente socialista, criticando os ex-ministros e amigos de José Sócrates que “não erguem a voz para condenar o comportamento” da justiça.

“Na mesma medida em que admiro a coragem de Sócrates, repugna-me a hipocrisia, a pusilanimidade, chamemos-lhe cobardia, dos actuais dirigentes do PS, alguns deles amigos, ex-ministros e secretários de Estado nos seus governos”, afirma Alfredo Barroso, que se desfiliou do PS no início deste ano.

Alfredo Barroso defende que a estratégia do PS em relação ao caso Sócrates é errada, porque a direcção do partido está a partir do princípio de que “quanto menos falar menos votos perde”, mas “às vezes é a coragem que dá votos e deveriam ter a coragem de criticar uma injustiça que é evidente”. O ex-chefe da Casa Civil do Presidente Mário Soares lembra que criticou Sócrates muitas vezes, mas não pode deixar de o apoiar na “atitude extremamente corajosa” de recusar sair da cadeia com pulseira electrónica”. À direcção do PS, Barroso sugere que tenha “uma atitude pública e frontal contra essas injustiças da justiça”, porque “ganhará mais apoios e mais votos” . E lamenta que “o PS esteja apenas preocupado em voltar ao poder e julgue que é com este comportamento político” que consegue vencer as eleições. “É uma vergonha. OPS faria boa figura se dissesse que há injustiças que não podem passar sem uma crítica”, conclui o fundador do partido.

O secretário-geral do PS, António Costa, tem assumido uma posição cautelosa em relação ao caso Sócrates e nunca arriscou criticar a justiça, ao contrário de alguns socialistas mais próximos do ex-primeiro-ministro. A última vez que o líder do PS falou deste caso foi para dizer que “não compete ao PS substituir-se nem à acusação nem à defesa e muito menos à função do juiz”. Na TSF, Costa voltou a deixar claro que não quer o PS envolvido neste caso e defendeu que é preciso “despoluir o debate político desta tentativa de transferir para o debate público, o julgamento que deve ser feito nos locais próprios”.

Mas nem todos os socialistas têm estado em silêncio em relação ao caso que envolve um dos seus mais importantes ex-líderes. Após a decisão de Sócrates de recusar ir para casa com pulseira electrónica, o deputado João Soares elogiou uma atitude “extremamente digna” e José Lello e Renato Sampaio, próximos do ex-PM, defenderam que a decisão revela “firmeza de carácter”.

HABEAS CORPUS O Supremo Tribunal de Justiça analisa hoje o pedido de libertação imediata (habeas corpus) do ex-primeiro-ministro. A sessão está marcada para as 10h30. O pedido foi apresentado por Miguel Paulo de Sousa Mota Cardoso, o cidadão que, a 28 de Novembro de 2014, apresentou o primeiro pedido de libertação imediata do ex-primeiro-ministro. Sócrates está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.

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