Joaquim Sorolla no Museu Nacional de Arte Antiga (e as outras exposições que interessam)

11-05-2019
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Se é apreciador de artes visuais pode sacudir a areia das sandálias e preparar-se para atenuar a ressaca, a nova temporada avizinha-se com exposições para todos os gostos. O outono trará mostras que revelam personalidades artísticas inconfundíveis que desafiaram as convicções estéticas correntes.

JOSÉ COELHO/LUSA

Nenhuma visão da fotografia dos anos 80 ficará completa sem a presença das imagens do americano Robert Mapplethorpe, desafiadoras da moral sexual mas credoras de uma estética classicista com a qual esconjurou o desejo, a violência e a morte. Em Serralves (desde 20 de setembro e na imagem acima), vemos uma extensa exibição da sua produção que incluirá retratos, naturezas mortas, polaroids e algumas assemblages iniciais. Ainda naquele museu (11 de outubro), revela-se o universo do cineasta Pedro Costa, agregando referências e afinidades literárias e artísticas que permitem uma leitura renovada do seu cinema.

Entretanto, no Museu Nacional de Arte Antiga (7 de dezembro) exibe-se o pintor espanhol Joaquim Sorolla (1863-1923) cuja peculiaridade lumínica ora solar ora dramática faz dele um caso ímpar no contexto da transição para o século XX. Se estas são visões artísticas idiossincráticas, a temporada oferece outros discursos importantes na primeira pessoa. É o caso da revisitação da fotografia de Carlos Relvas no Museu do Chiado (27 de setembro); da mostra retrospetiva de Rui Sanches na Cordoaria Nacional (1 de outubro); e de exposições que mostram facetas menos conhecidas de artistas como João Onofre (Culturgest, Porto, 16 de fevereiro), que revela obras à margem do vídeo, Pedro Proença, que apresenta uma mostra de vocação heteronímica na Fundação Eugénio Almeida (Évora, 13 de outubro), António Poppe (ZDB a partir de março), da relação de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira com o teatro (galeria Av. das Índias, outubro de 2019), ou Rui Chafes com o desenho (CIAJG, Guimarães, 8 de dezembro).

O desenho estará também em destaque na Fundação Carmona e Costa que oferece exposições de José Loureiro (setembro), Rui Vasconcelos (novembro) e Carlos Bunga (fevereiro). Alguns artistas apresentar-se-ão em dose dupla — Salomé Lamas no Museu do Chiado (21 de setembro) e na Culturgest, no Porto (27 de outubro), e João Louro no MAAT (novembro) e no Pavilhão Branco (maio), espaço que albergará mostras de jovens artistas como Mariana Silva (novembro) e Maria Capelo (fevereiro).

Nos próximos meses exibem-se também algumas coleções privadas como a de Pinto da Fonseca na Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva (20 de setembro), a da Fundação ARCO e a de António Cachola, ambas na Cordoaria Nacional, respetivamente em fevereiro e maio.

Os Espacialistas

Artistas internacionais

Do estrangeiro chegam alguns nomes relevantes como o do japonês Tadashi Kawamata que se apresenta no MAAT (outubro) ou do artista e cineasta ganês-britânico John Akomfrah (Berardo, 8 de novembro), ambos com preocupações ambientais.

No Pavilhão Branco, o venezuelano Juan Araujo mostra pintura atravessada pela sombra da arquitetura, e é ainda esta que está na base das revisitações coloniais de Kader Attia (Culturgest, 20 de outubro) e do colombiano Engel Leonardo Kunsthalle Lissabon, 12 de outubro).

Na Gulbenkian apresenta-se uma amostra da escultura no tempo de Rodin (26 de outubro). Se passar a fronteira, há ainda uma boa probabilidade de tropeçar em exposições de artistas... portugueses. Conheça-as AQUI

(Versão atualizada por artigo publicado originalmente no Expresso a 8 de setembro de 2018)

Se é apreciador de artes visuais pode sacudir a areia das sandálias e preparar-se para atenuar a ressaca, a nova temporada avizinha-se com exposições para todos os gostos. O outono trará mostras que revelam personalidades artísticas inconfundíveis que desafiaram as convicções estéticas correntes.

JOSÉ COELHO/LUSA

Nenhuma visão da fotografia dos anos 80 ficará completa sem a presença das imagens do americano Robert Mapplethorpe, desafiadoras da moral sexual mas credoras de uma estética classicista com a qual esconjurou o desejo, a violência e a morte. Em Serralves (desde 20 de setembro e na imagem acima), vemos uma extensa exibição da sua produção que incluirá retratos, naturezas mortas, polaroids e algumas assemblages iniciais. Ainda naquele museu (11 de outubro), revela-se o universo do cineasta Pedro Costa, agregando referências e afinidades literárias e artísticas que permitem uma leitura renovada do seu cinema.

Entretanto, no Museu Nacional de Arte Antiga (7 de dezembro) exibe-se o pintor espanhol Joaquim Sorolla (1863-1923) cuja peculiaridade lumínica ora solar ora dramática faz dele um caso ímpar no contexto da transição para o século XX. Se estas são visões artísticas idiossincráticas, a temporada oferece outros discursos importantes na primeira pessoa. É o caso da revisitação da fotografia de Carlos Relvas no Museu do Chiado (27 de setembro); da mostra retrospetiva de Rui Sanches na Cordoaria Nacional (1 de outubro); e de exposições que mostram facetas menos conhecidas de artistas como João Onofre (Culturgest, Porto, 16 de fevereiro), que revela obras à margem do vídeo, Pedro Proença, que apresenta uma mostra de vocação heteronímica na Fundação Eugénio Almeida (Évora, 13 de outubro), António Poppe (ZDB a partir de março), da relação de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira com o teatro (galeria Av. das Índias, outubro de 2019), ou Rui Chafes com o desenho (CIAJG, Guimarães, 8 de dezembro).

O desenho estará também em destaque na Fundação Carmona e Costa que oferece exposições de José Loureiro (setembro), Rui Vasconcelos (novembro) e Carlos Bunga (fevereiro). Alguns artistas apresentar-se-ão em dose dupla — Salomé Lamas no Museu do Chiado (21 de setembro) e na Culturgest, no Porto (27 de outubro), e João Louro no MAAT (novembro) e no Pavilhão Branco (maio), espaço que albergará mostras de jovens artistas como Mariana Silva (novembro) e Maria Capelo (fevereiro).

Nos próximos meses exibem-se também algumas coleções privadas como a de Pinto da Fonseca na Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva (20 de setembro), a da Fundação ARCO e a de António Cachola, ambas na Cordoaria Nacional, respetivamente em fevereiro e maio.

Os Espacialistas

Artistas internacionais

Do estrangeiro chegam alguns nomes relevantes como o do japonês Tadashi Kawamata que se apresenta no MAAT (outubro) ou do artista e cineasta ganês-britânico John Akomfrah (Berardo, 8 de novembro), ambos com preocupações ambientais.

No Pavilhão Branco, o venezuelano Juan Araujo mostra pintura atravessada pela sombra da arquitetura, e é ainda esta que está na base das revisitações coloniais de Kader Attia (Culturgest, 20 de outubro) e do colombiano Engel Leonardo Kunsthalle Lissabon, 12 de outubro).

Na Gulbenkian apresenta-se uma amostra da escultura no tempo de Rodin (26 de outubro). Se passar a fronteira, há ainda uma boa probabilidade de tropeçar em exposições de artistas... portugueses. Conheça-as AQUI

(Versão atualizada por artigo publicado originalmente no Expresso a 8 de setembro de 2018)

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